quarta-feira, 29 de outubro de 2008

EU NÃO CONFIO NO LULOPETISMO

QUEM MANDOU CONFIAR NO LULA
Há alguns dias o ilustríssimo presidente da república afirmava, entre outras bravatas, que o Brasil não sofreria nenhum efeito da crise econômica que já assustava o resto do mundo, inclusive potências como China, Japão, Rússia, Inglaterra, França e Alemanha, além, é claro, dos Estados Unidos (epicentro do abalo econômico mundial). E orientava as empresas brasileiras a investirem, que o Brasil tinha reservas para enfrentar a crise (em economês, o mesmo que afirmar que o dólar continuaria baixo e que a moeda nacional se manteria estável). Que o presidente é um cascateiro, isto já é mais que sabido (não afirmou que destroçaria a oposição nestas eleições e o que se viu foi exatamente o contrário – os partidos oposicionistas crescendo, o partido "sempre governista" [PMDB] crescendo, e o seu partido encolhendo).
Muitos tendem a acreditar no Lula – eu não por que, pois, assim como o Pelé, sempre que ele afirma alguma coisa acontece o contrário. Foi só o Pelé afirmar que o Brasil tinha tudo para ser campeão mundial em 2004 e... bem, todos sabem o que aconteceu. Em 2007 o favorito de Pelé para conquistar o campeonato brasileiro de futebol era o... Corinthians. Os economistas brasileiros acreditaram no Lula. Investiram, trouxeram maquinário e tecnologia (tudo em dólares), e agora o presidente messiânico diz que não vai socorrer nenhuma das empresas e empresários que confiaram nele. Simples assim. Trata-os como especuladores – quando foram investidores acreditando nas promessas do pseudo-messias (sempre tolas e vazias, sem qualquer sustentação prática ou factual – veja post "este eu gostaria de ter escrito"). Disse nosso "Lula-tân-tân, cheio de pretensões faraônicas (não era típico dos faraós registrarem os seus feitos para memória das gerações futuras, assim como ele deseja registrar em cartório suas realizações – e com certeza vai registrar a estabilidade da moeda, fruto do trabalho do governo anterior bem como o crescimento estrondoso de 3% ao ano quando o Paraguay crescia 5%) que a crise econômica mundial não atravessaria o Atlântico (um breve estudo geográfico já mostraria que a crise começou nos Estados Unidos, e o oceano Atlântico nos separa da Europa e África, não da América do Norte) e se aqui chegasse seria uma mera marola.
Pois bem, a crise chegou, o empresariado está desesperado, as perdas de valor das empresas nacionais já passaram de R$ 1.000.000.000.000,00 (isso mesmo, um trilhão de reais) e o lulopetismo lava as mãos. Não vou dizer "bem feito" porque a crise atinge o país que amo, pessoas que amo. Mas ficou mais uma vez provado que não é boa coisa acreditar no Lula. Eu não compraria um carro usado dele. Muitos petistas estão felizes da vida – são frutos do sindicalismo sem iniciativa, só reativo e provocativo, e detestam o empresariado que investe, que gera empregos (inclusive os deles) a quem chamam de elite. A liderança petista certamente está dividida entre a alegria de ver empresários choramingando ajuda financeira do governo – mas ao mesmo tempo preocupados, pois poderão perder os sempre generosos "oferecimentos por fora" deste mesmo empresariado, já que quase nada se faz neste país sem o tal "custo Brasil". O lulismo chamou o empresariado de aventureiro – o mesmo empresariado que financiou o lulismo e acreditou nestepaiz. Lula disse que ninguém seguraria estepaiz (especialmente com a auto-suficiência petrolífera, as jazidas do pré-sal, o biodiesel, o álcool combustível) que nunca mais voltaria a curvar-se ante as principais economias do mundo (prefere fazê-lo curvar-se diante dos tiranetes sul-americanos venezuelanos, bolivianos, peruanos, paraguaios – até paraguaios...). Acreditaram no Lula. Acreditaram no PT (e ainda pagaram pedágio por isso). Acreditaram num Brasil de mentirinha.
O enviado do presidente, Sr. Guido Mantega, ministro da economia, apareceu na televisão com olheiras profundas e ar "blasé" para dizer aos brasileiros que continuem comprando casas e carros (aumentando assim a arrecadação estatal que está toda sendo investida na contratação de mais de 200.000 novos funcionários nos 6 anos de petismo no poder). Ele, que "pode", vai comprar um imóvel em 10 vezes. Os brasileiros comuns devem fazê-lo em 240 vezes com juros de 13,75% mais variação mais lucro dos emprestadores. Quem quiser que confie no Mantega (que nome, parece algo meio escorregadio).
Aguardo o dia 31 de dezembro de 2009 – não pretendo ver a transmissão do cargo em 1 de janeiro de 2010 porque serão 120 minutos de auto-exaltação (talvez peça para alguns seguidores se ajoelharem, sei lá). Espero que a crise não se arraste até lá – porque será o fim dos programas assistencialistas que ele chama de transferência de renda mas que são, na verdade, cativeiro de votos, currais eleitorais modernos com cartão eletrônico de ponto... Mas mesmo assim ainda haverá uma montanha de petista pendurada nos cabides dos fundos de pensão, sindicatos, universidades federais e estaduais, IBAMA, FUNAI e tantos outros órgãos federais. Haja detergente para tirá-los de lá – e isto vai demandar trabalho e tempo. Permanecerão como cupins, danosos e silenciosos. Mas até para cupim tem remédio.
Nunca acreditei no Lula (nem quando ele disse que mudaria tudo na economia nacional – e só manteve o que vinha sendo feito pelo governo anterior). Sempre vi o lulopetismo como uma grande farsa. O PT mudou a política – os escândalos foram muito maiores – e a falta de vergonha com que foram sendo tratados e praticamente esquecidos foi algo nunca antes visto nestepaiz. Dinheiro público foi tratado como coisa de amigos e familiares (quem não se lembra do caso da Gamecorp, do Sr. Fábio, filho do presidente, ou dos cartões corporativos usados para pagar até tapioca?).
Não desrespeitarei o presidente – só não acredito nele. Acredito somente em quem merece crédito. Infelizmente mais brasileiros adoram aquele que "nada sabe, nada viu – sempre traído" pelos aloprados (todos hoje alojados no governo ou em empresas estatais ou ganhando gordos patrocínios para dar palestras). Lula e o petismo não merecem minha confiança. Quer mais um motivo para não acreditar nos petistas: se eles traem o seu mestre maior, porque não podem trair os demais brasileiros?

terça-feira, 28 de outubro de 2008

LOBOS "SEM" PELE DE CORDEIRO

LOBOS SEM PELE DE CORDEIRO
As fábulas antigas trazem-nos a figura do lobo que, desejoso de aproximar-se do rebanho de cordeiros sem ser notado (seja pelos cordeiros ou pelos guardiões) se travestiria de cordeiro, colocando uma pele sobre a sua própria pele. Pergunto-me: as peles ainda são necessárias? Não, não é mais necessário.
Veja, por exemplo, o trecho de uma reportagem publicada num dos grandes canais de comunicação on-line. O subtítulo já mostra o que virá no restante da reportagem: "A descoberta de uma mina de cobre na Jordânia pode ser uma indicação da existência do personagem bíblico Rei Salomão, segundo arqueólogos. Através de testes de radio carbono, os cientistas constataram a existência de minas de cobre em uma região e época que coincidem com descrições feitas no Velho Testamento". É um site noticioso, era para ser uma reportagem e não um comentário, ainda mais no subtítulo – se um jornalista pretende comentar um artigo, a regra manda que ele primeiro noticie, depois comente. Mas já começa afirmando que a descoberta "pode ser uma indicação da existência do personagem bíblico Salomão". Nenhum historiador sério duvida da existência dos reis hebreus Saul, Davi e Salomão.
O pseudo-jornalista entrevista um arqueólogo jordaniano (Mohammad Najjar), não cristão, portanto, para embasar suas idéias afirmando que a descoberta "aumenta a possibilidade dele (Salomão) ter existido" – a despeito do reconhecimento universal da sua real existência e do que a bíblia afirma. Para completar, coloca a bíblia na categoria de "lendas", afirmando, sem qualquer conhecimento, que Salomão teria "unificado os hebreus de Israel e Judá" quando, na verdade, a divisão é pós-solomônica.
O que pretendo demonstrar é que ninguém mais tem qualquer pejo de se levantar contra a bíblia – até porque, de duas hipóteses possíveis, estes lobos sempre saem ganhando, ao menos por enquanto: se os cristãos o ignorarem, ele continua escrevendo suas bobagens naturalmente. Se os cristãos resolverem combatê-lo, logo se torna uma celebridade e os cristãos são acusados de reacionários, retrógrados e obscurantistas.
Outro aspecto do problema é que a maior parte do rebanho está de tal forma anestesiada pela aproximação cada vez mais constante com o mundo, com o covil dos lobos, que já não se importam com os ganidos dos lobos, nem com o mau cheiro que exalam. Já se acostumaram, e é provável que haja aquelas que procuram aquecer-se aos pés (e, sem dúvida, ao alcance dos dentes) de tais lobos devoradores. E para completar o quadro desolador tais ovelhas ainda fazem chacotas daquelas que preferem a constância ao lado do pastor, rejeitando qualquer tipo de aproximação com os lobos.
Só não podemos nos esquecer de um pequeno detalhe: o pastor conhece as ovelhas e as ovelhas conhecem o seu pastor. Lobo, travestido ou não de ovelha, ainda tem cheiro de lobo, ainda faz sons de lobo, ainda tem cauda de lobo – e se o pastor separará as ovelhas das cabras, menos ainda os lobos têm chances de permanecer incólumes. O dia chegará, o dia da aplicação da justiça de Deus chegará – e aí veremos, mais uma vez, a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

OS SOLDADOS DE JESUS

OS SOLDADOS DE JESUS
Às vezes me deparo com frases estampadas em camisetas, carros (há pouco vi um caminhão) com frases como: soldado de Jesus, exército de Deus. A última foi "General de Cristo". São titulações e convocações que têm sido feitas, e aproveito parte de um e-mail recebido há algum tempo para mostrar a que estamos chegando nesta auto-entitulação (auto) bajuladora no meio (pseudo) evangélico.
No decorrer do tempo a Igreja nomeia seus líderes (ou eles se auto-ordenam e autonomeiam, como é mais comum nos nossos dias) de acordo com os costumes, o contexto e até mesmo com a necessidade (especialmente de autopromoção e visibilidade). E o crescimento impressionante da igreja evangélica brasileira (com sua tendência divisionista também extremada) tem gerado uma avidez por títulos eclesiásticos de modo que está cada vez mais difícil ser original e as repetições serão inevitáveis, bem como as acusações de uns para outros de plágio. Este problema de falta de títulos eclesiásticos para conferir à sua liderança pode gerar a maior crise eclesiástica a ser enfrentada pelas Igrejas pseudo-evangélicas no século XXI.
Títulos clássicos, como pastor e bispo, já não bastarão, precisarão de adjetivos, como, por exemplo, a junção dos dois e a adjetivação possessiva: Pastor e Bispo das Vossas Almas. Quem não quer um líder poderoso e pomposo assim?
Porque não ser meio-original e copiar meio matreiramente a Igreja romana e criar o título de Co-Redentor da Humanidade, conferindo ao nomeado (geralmente auto-nomeado) uma autoridade (quase) divina e de inigualável importância, pois colocará seu possuidor imediatamente abaixo (mas não muito, pois seria muita humilhação) do salvador Jesus Cristo. Em uma possível agenda ecumênica poderia juntar-se à Igreja romana e, finalmente, reivindicar o título de Pai de Deus.
Augusto, exaltado, magnífico também são títulos fortes, que podem ser usados tanto pelo pastor e bispo ou até mesmo pelo co-redentor, mas também podem ser usados como titulações secundárias a pessoas que se destacam na ocupação de cargos na Igreja, à semelhança dos antigos condes, vice-condes, barões, baronetes, etc. Não seria realmente desejável numa reunião de planejamento um diácono – ou quiçá um presbítero (que títulos antigos e desprestigiados) se referirem aos ilustres chamando-os de augustos, exaltados e magníficos? Quão sonoro para os ouvidos, não? “Magnífico, posso servir o café?” Isto não é para qualquer ser mortal comum. Está acima da plebe rala. É só para a nobreza eclesiástica.
Alteza, majestoso ou majestade também são títulos bonitos e soam bastante imponentes, lembrando as monarquias veterotestamentárias e históricas. Este título poderia substituir os "superintendentes" que tem a seu encargo o governo de obreiros na obra de Deus – especialmente se estes obreiros forem espelho de seus mestres, bajuladores que querem, um dia, ser bajulados.
Outro título que era usado antigamente e que caiu em desuso, mas que pode ser perfeitamente reeditado para uso eclesiástico é my Lord, dada a mania nacional de usar termos estrangeiros quando existem outros nacionais que podem substituí-los perfeitamente. Experimente pronunciar "my Lord". Não é sonoro? Não é, digamos, chique? Melhor que "meu senhor", não acha? Que tal ser, numa reunião, ser chamado de my Lord?
Deuses e vice-deuses já existem andando por aí. Há mais de um que queira o título de salvador, como o louco de Curitiba e o coreano maluco. Mas estes praticamente não contam porque estamos tratando do meio denominado evangélico. Mas não pretendo esgotar os títulos disponíveis até porque o grupo seguidor do líder deve fazer o trabalho de casa e sugerir nomes até melhores do que esses mencionados – especialmente na esperança de que lhes sobre alguma migalha.
Bispos, arcebispos, apóstolos e profetas já existem em profusão, numa avalancha de honrarias auto concedidas que são a cara e a característica do cristianismo modernoso, mas que destoam completamente do verdadeiro cristianismo, bíblico, sadio, humilde, reverente ao Senhor que se fez servo. Onde podemos encontrar nesta Igreja modernosa o mesmo sentimento que houve em Cristo, que, sendo o próprio Deus, se fez homem, servo e maldição em nosso lugar?
Mas não desesperemos, ainda existem alguns títulos disponíveis, antigos, empoeirados pelo (quase) desuso, porque tem sido de difícil aceitação e muitos preferem não usá-los, achando-os humilhantes demais: Servo, Escravo, Discípulo, Ministro do Evangelho, Pregador. Atualmente não fica bem usar esses títulos. Está difícil para um pastor apresentar-se apenas como, ahm... pastor. Imagine numa reunião de tantos líderes brasileiros alguém falar com você assim: “Prezado Escravo de Deus...”. Convenhamos que isso vai dar muita confusão. A sua Igreja aprova a escravidão em pleno século XXI? Logo perguntarão... Imagine embaixo do nome em um cartão de visitas colocar o título: Servo. Não, a pretensão é esquecer esses títulos porque eles não estão adequados com o pensamento evangélico de hoje.
Não vou pedir desculpas pela ironia ou sarcasmo – mas que me dá nojo e asco esta tentativa de obter glória mundana, disto não resta dúvida. Gosto de ser pastor. Pastor, ministro do evangelho, servo de Deus – até porque sei não merecer nada disso, mas sou grato para com aquele que me fortaleceu e me designou para o ministério, a mim, que noutro tempo era blasfemo, insolente e perseguidor, mas alcancei misericórdia, para que outros, por meu intermédio, possam também chegar ao conhecimento do Cristo de Deus, que salva pecadores que nele crêem.

EVANGELHO RADICAL

Por que viver o evangelho de forma radical? O que significa ser radical?
Segundo o dicionarista Aurélio a palavra radical refere-se a raiz, ou seja, algo que tem raiz. Mas, ainda segundo o dicionarista, radical é o mesmo que fundamental e básico, partindo do principio etimológico (mais em: http://evangelhoradical.blogspot.com)

A MAIS ABSOLUTA CONFIANÇA

A MAIS ABSOLUTA CONFIANÇA
Existem coisas que podemos esquecer, outras, não. Podemos esquecer até mesmo coisas importantes e cruciais, que podem definir a vida e a morte de pessoas (verificar o freio de um carro, o gás em um fogão). Podemos esquecer até mesmo de amigos e devemos esquecer de inimigos ou, se possível, lutar para fazê-los irmãos em Cristo Jesus.
Mas há algo que não podemos esquecer em momento algum: temos um Deus abençoador e justo. Estas duas características (ou atributos, como preferem os teólogos) divinas servem de consolo e advertência aos cristãos sinceros e compromissados com Deus e seu reino.
E porque é assim? Por um lado, o Deus que temos, e a quem servimos, nos chama para uma relação de graça e bênçãos. Ele, que tem tudo e de nada precisa (muito menos de nós, que sabemos o quão rebeldes somos e podemos ser), nos chama para dar-nos uma porção do seu amor. Ele nos diz que deseja ser nosso Pai, nosso Deus, e fazer-nos (sem nenhum mérito nosso) seus filhos, seu povo, seus amigos. E por sermos seus filhos, seus amigos, seu povo, não precisamos buscar em nenhum outro lugar algo que nos satisfaça. É impressionante o que nos diz o salmista no salmo 23: O Senhor é o meu pastor e eu não sentirei falta de (não desejarei) nada.
Por outro lado, este mesmo Deus que diz que não precisamos de mais nada ou de ninguém apresenta-se como um Deus justo, que não tolera que seu povo nem mesmo “flerte” com a possibilidade de misturar-se com outros povos ou de se aproximar de qualquer outro Deus - mesmo que este outro seja, naturalmente, falso, uma vez que só há um Deus verdadeiro.
Assim, somos chamados a confiar em Deus - e nele somente, em todos os aspectos da nossa vida - emocionais, profissionais, familiares. As nossas expectativas devem estar, prioritariamente, depositadas na graça divina. A nossa confiança em Deus não pode ser parcial, porque se confiarmos 99% em Deus e o restante em outras coisas, mesmo que em nós mesmos, estamos desconfiando do poder absoluto daquele que é criador do céu e da terra, mantenedor de todas as coisas e tudo faz como lhe agrada.
Em quem você confia? Ousaria afirmar que você desconfia de Deus? Não incorra neste erro.
Rev. Marthon Mendes

BREVE CRÔNICA SOBRE O CASO ELOÁ

BREVE CRÔNICA SOBRE O CASO ELOÁ
Nestes últimos dias eu (e quase toda a torcida do flamengo – o que equivale dizer boa parte da população brasileira) temos acompanhado os noticiários sobre o desfecho trágico do seqüestro da adolescente (falam em jovem de 15 anos, mas na prática ela era uma adolescente) Eloá pelo jovem Lindenberg Alves. Sei que já se tem tratado exaustivamente da atuação do GATE (grupo de operações especiais da Polícia paulistana), do inequívoco erro de usar a amiga de Eloá (também de 15 anos) para negociar com um sequestrador (e agora assassino) que se sabia desequilibrado emocionalmente há mais tempo do que o próprio seqüestro, pois vinha fazendo ameaças e demonstrações de hostilidade (chegou a bater na menina, na rua, dias antes do sequestro).
Já se tem falado sobre o fato de o pai de Eloá ser um foragido da justiça (houve até os abutres de plantão da Rede Record que levantaram a questão de que a morte da menina teria sido uma manifestação da justiça divina, mas aproveitaram para oferecer um advogado à mãe da garota para levá-la a pedir indenização ao estado da ordem de R$ 2.500,000,00. Tudo isto e muito mais se tem discutido.
Para quem escreve ou comenta, é relativamente fácil falar sobre o que já aconteceu, ou o que é mais comum, o que teria acontecido "se". Desde repórteres, apresentadores de programas televisivos, psicólogos até farsantes deram suas opiniões "especializadas" sobre como as coisas deveriam ter sido. Ser cronista do acontecido é muito fácil - mas é um tantinho mais complicado ser personagem de dramas reais. Não pretendo ficar debatendo o que teria acontecido, mas chamar a atencao para algo deveras preocupante.
Mas há um detalhe que não pode escapar à nossa observação: Lindenberg e Eloá namoravam há três anos, o que equivale dizer que o namoro começou com a garota tendo, apenas, 12 anos de idade. Lindenberg tem 22 anos, o que equivale afirmar que o namoro começou com o jovem já maior de idade, com 19 anos.
Talvez você diga: lá vem o pastor com sua visão retrógrada. Retrógrada? É retrógrado afirma que uma menina (não uma jovem) de 12 anos ainda não está pronta nem física nem emocionalmente para namorar um homem (sim, porque aos 19 anos não temos mais uma criança, mas um homem, e, muito provavelmente, com alguma experiência "de vida"). O que leva uma mãe (e um pai, mesmo foragido da justiça, mas ao que consta não foragido da vida familiar, uma vez que já tinha procurado Lindenberg para mandá-lo se afastar de Eloá) a permitir um namoro nestas condições?
Um bom começo nem sempre implica em bons resultados, todavia, maus começos quase sempre são presságios de catástrofes. É verdade que a maioria não termina em seqüestro e assassinato, mas quantos são os que terminam em gravidez não planejada (e muitas vezes o crime subseqüente, do aborto), maus tratos dentro da família constituída já tendo como base traumas anteriores, e, o mais comum dos resultados, divórcios?
É pra se pensar: nossas crianças (Eloá era uma criança quando o namoro começou – e sabe-se lá como transcorreu) são cada vez mais precoces. E a tão falada precocidade ainda não resultou em maturidade precoce (que só vem com a experiência, não há outro caminho). É uma oportunidade (lamentável, diga-se) para repensarmos como pais e filhos cristãos estão se relacionando. Não basta dar tudo o que os jovens querem – é necessário dar-lhes também o que precisam, e isto significa dar-lhes limites. Não foram dados limites a Eloá e Lindenberg. Observe que no apartamento se encontravam quatro adolescentes: Eloá, a amiga, o namorado desta e mais um garoto. Sem nenhum adulto. É a preocupação com este tipo de liberdade exagerada, ilimitada, que os adolescentes tem (porque eram todos adolescentes) que tem ocupado o coração do pastor em relação a este caso.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A AUSÊNCIA DA BÍBLIA TORNOU NECESSÁRIA A REFORMA

A AUSÊNCIA DA BÍBLIA TORNOU NECESSÁRIA A REFORMA
Há uma intrínseca ligação entre o livro da Lei do SENHOR e a pureza religiosa – o povo sempre se afasta de Deus quando não conhece a sua Palavra – e isto é verdade até mesmo para os cristãos modernos, que acabam se afastando de Deus para seguirem gurus e falsos mestres, vendilhões de CDs e DVDs televisivos, como se fossem Sílvios Santos gospel. É por isso que, neste post, em vez de falar da ligação da Bíblia com a Reforma Protestante, vamos falar do motivo que levou à necessidade da Reforma.
No tempo de Jesus havia apenas os 39 livros que conhecemos por Antigo Testamento – a eles tanto Jesus quanto os apóstolos se referem como a Palavra de Deus.
A eles se juntariam os 27 escritos pelos apóstolos e seus colaboradores, o que conhecemos como Novo Testamento (como sabemos, Jesus não deixou nada escrito).
Marcion
Marcion (ou Marcião) foi o primeiro grande problema que a Igreja teve que enfrentar a respeito da autoridade e conservação das Escrituras Sagradas. Até o surgimento de Marcion (c. 150 d.C.,) a Igreja ainda não tinha se preocupado com a fixação de um cânon, mas o desafio dos hereges acabou estimulando esta preocupação.
Marcion foi um herege proeminente do segundo século Marcion nasceu em Sinope, Ponto, e seu pai, o bispo, excomungou-o por imoralidade, e parece que enriqueceu com o comércio marítimo. Chegou em Roma em 140, tornando-se discípulo do herege Cerdo, mas criou o seu próprio sistema religioso, superando o seu mestre, disseminando as suas idéias. Seus seguidores tornaram-se a maior ameaça à fé cristã, causando debates vigorosos. Sua teoria é baseada no sistema dualista: o Deus do Antigo Testamento não é o Deus do Novo Testamento. O Deus do Antigo Testamento é a causa do mundo e do mal, legalista, violento e vingativo, estabelecendo uma religião baseada em leis e demandas. O Deus de Jesus Cristo é perdoador, desconhecido a não ser que seja revelado em Jesus Cristo – como puro amor e clemência, sendo que Jesus Cristo veio para destruir a religião da lei. Defendia que Paulo foi o único que entendeu a diferença entre as duas religiões – sendo que recebeu a revelação diretamente de Deus, estabelecendo sua religião na antítese lei/graça. Seu cânon era constituído de apenas 10 epístolas paulinas – rejeitou ou não teve acesso às pastorais (I e II Tm, Tt) – e apenas uma parte de Lucas (amigo e companheiro de Paulo); rejeitou completamente o Antigo Testamento. Marcion rejeitou a humanidade de Jesus, defendendo uma teoria docética – apenas aparência, tendo aparecido já como adulto no 15o ano de Tibério.
Para responder ao perigo marcionita, os cristãos buscaram estabelecer quais os livros que realmente haviam sido inspirados por Deus. Irineu é o primeiro a citar Mt, Mc, Lc e Jo como os únicos evangelhos verdadeiros. Produziram também regras de fé, estabeleceram o que chamaram de “tradição e sucessão apostólica”. O marcionismo praticamente extinguiu-se no século II.
Também o gnosticismo, com seus sete pilares: 1 uma divindade transcendente puramente espiritual; 2 dualismo entre espírito e matéria, havendo a necessidade de uma ligação entre estes, feita pelo pleroma; 3 uma divisão no pleroma resultou na criação das coisas materiais por meio de um demiurgo, o Deus do Antigo Testamento; 4 uma faísca divina possibilitou a existência humana; 5 a libertação deste estado de fraqueza só se dá por meio de um despertamento (autoconsciência); 6 Jesus Cristo é o iluminador e revelador, e não o salvador vicário; 7 a salvação pelo conhecimento – principalmente auto-conhecimento. Para defender suas teses eles ameaçaram a constituição do Novo Testamento, modificando passagens dos Evangelhos, Apocalipse, Hebreus e Atos, aceitando outros evangelhos (Tomé). Foi preciso estabelecer um critério para a aceitação de quais livros eram ou não canônicos. E os critérios foram: a) Autoria ou endosso apostólico; b) Recepção uniforme pela Igreja; c) Harmonia perfeita com o restante das Escrituras.
O primeiro a estabelecer o cânon exatamente como o conhecemos foi Atanásio (367 d.C.,), que também recomendava a leitura do Didaché e do Pastor de Hermas. Já rejeitava os apócrifos. Além deles também defenderam esta coleção: Prisciliano (Espanha); Rufino (Aquiléia – França), Agostinho (Cartago), Inocêncio I (Roma).
O abandono da “letra” – imagens e figuras (símbolos)
Por volta do ano 200 surgiram ofertas em memória dos mártires – estas ofertas conduziram às ofertas pelos defuntos, e a intercessão a favor dos mortos.
Em 257 as vestimentas sacerdotais eram ‘consagradas’, e as Igrejas ‘adornadas’.
Em 260 surge o sinal da cruz como uma proteção, e não mais como ‘identificação’.
Em 300 surgimento dos altares e das relíquias de mártires – origem pagã nos “penates” greco-romanos.
Em 350 surge a missa – semelhante às ofertas gregas e egípcias.
Em 370 começa a invocação aos santos – não oficial.
Em 380 ocorreu a primeira tentativa de colocar quadros nas Igrejas – rejeitada ou ao menos repreendida.
Em 470 ocorreu a primeira invocação oficial aos santos e a Maria, a “mãe de Deus”.
Em 492 o vinho é negado aos leigos.
Em 500 as imagens são consideradas “monumentos históricos”.
Em 538 as velas são acesas em honra a Maria. Origem: culto aos antepassados tanto dos egípcios quanto greco-romanos.
Em 610 há a dedicação de templos aos santos.
Em 700 há a absolvição confessional – penalidade e não arrependimento.
Em 754 (Concílio de Constantinopla) ordena-se, sob pena de anátema, a invocação de Maria e outros santos.
Em 769 exige-se a veneração das imagens – ainda não no culto público.
Em 787 as imagens são finalmente admitidas no culto público.
Em 852-855 foram introduzidos a água benta e a festa da assunção de Maria.
Em 869 a Escritura deixou de ser a única regra de fé e prática da Igreja – a tradição precisava ser apoiada pela Escritura, mas não foi o que se verificou na prática.
Em 965 batizou-se o primeiro sino – S. João de Latrão em Roma.
Em 1001 a eucaristia definitivamente cede lugar à missa.
Em 1022 a pena por pecado cometido passou a ser comutada em dinheiro.
Em 1059 surge a transubstanciação.
Em 1151 surgiu o Direito Canônico – o terceiro braço da autoridade eclesiástica, ao lado da Escritura e da tradição.
Em 1160 Alexandre III decretou a canonização dos santos.
Em 1217 inicia-se a adoração da hóstia.
Em 1129 houve a proibição da leitura da Bíblia pelos leigos, por decisão do Concílio de Tolosa: "Também proibimos aos leigos que possuam os livros do Antigo Testamento e Novo Testamento; aqueles em quem foram mais intensos os sentimentos de devoção podem fazer uso de um saltério ou do breviário dos ofícios divinos. Proibimos terminantemente aos leigos que tenham em seu poder os mencionados livros na língua vulgar”.
Em 1238 o patriarca Gregório excomunga o bispo e a Igreja de Roma por simonia, usura e outros crimes.
Em 1478 estabelece-se a inquisição.
Em 1546 a tradição foi elevada acima da Escritura.
Estas datas servem para demonstrar apenas o paulatino distanciamento da Igreja do ensino das Escrituras Sagradas, portanto, voltemos a elas.
A primeira “tradução”
A primeira tradução completa da Bíblia foi a que ficou conhecida como “Vulgata’, por ter sido traduzida do grego para o latim vulgar, que era usado pelo povo.
A pré-reforma e a Bíblia (Wicliff e Huss)
John Wicliff, inglês, entrou em luta com o papado em 1375, e já era famoso como o homem mais culto da universidade de Oxford. Escreveu muitos tratados na língua do povo e iniciou a tradução da Bíblia, da vulgata para o inglês. Seus seguidores, os Lollardos, espalharam a Bíblia entre o povo, mesmo sob dura perseguição. Apesar de classificado como ‘herege’ morreu em paz. Seus ossos foram queimados em praça pública 30 anos depois, durante o julgamento de Huss.
Ian Huss, nascido na Boêmia, era muito culto e influente na universidade de Praga. Declarava que a Lei de Cristo (o Novo Testamento) era o guia suficiente da Igreja – não aceitava a tradição ou o direito canônico. Morreu queimado em Constança em 1415. Seus seguidores, os irmãos boêmios, foram importantes na disseminação da Reforma no século seguinte. Dois Concílios tentaram reformar a Igreja Romana, mas sem sucesso (Concílio Geral de Constança e de Basiléia) porque o edifício religioso romano estava por demais impregnado da podridão do paganismo, simonia (compra e venda de benefícios religiosos) e politicagem para poder ser reformado.
A grande descoberta de Lutero: sola fide, sola gratia, sola (tota) scriptura
Martinho Lutero nasceu em Eisleben, Saxônia, em 1483. Ingressou na universidade de Erfurt aos 18 anos para estudar direito, e 4 anos depois entra para um mosteiro, mas não encontrou ali a paz e segurança procuradas através de jejuns, vigílias, flagelações e confissões. Sua caminhada rumo à Reforma começou com o próprio superior de seu mosteiro, Staupitz, que lhe ensinou que Deus era misericordioso.
Em 1511 foi a Roma, de onde voltou escandalizado.
Em 1512 lia a Epístola aos Romanos quando encontrou estas palavras: “Mas o justo viverá (da) pela fé”, e entendeu que a salvação lhe pertencia simplesmente pela confiança, pela fé (sola fide) em Deus através de Jesus Cristo e não por algo que ele próprio realizasse (sola gratia). Continuou buscando orientação, lendo Agostinho, Anselmo, Salmos e Epístolas de Paulo. Já não lecionava apenas repetindo os padres e os doutores da Igreja, mas expunha as Escrituras (sola scriptura). Tudo corria muito bem por 4 anos, até que apareceu Tetzel, enviado pelo arcebispo da Mogúncia, vendendo indulgências (perdão pleno) para arrecadar dinheiro com o objetivo de construir a Igreja de São Pedro em Roma (a principal Igreja da famosa “Piaza de San Pietro”). Lutero, para combater seu ensino, afixa na porta do castelo de Wittenberg as suas famosas 95 teses, convidando quem quer que deseje para debater o assunto. O caminho está pronto para a Reforma.

CONGRESSO DE UPHs

NÃO PERCA ESTA OPORTUNIDADE DE EDIFICAÇÃO E COMUNHÃO COM OS IRMÃOS DAS IGREJAS DO NOSSO PRESBITÉRIO. OPORTUNIDADE DE REVER OS AMIGOS, FAZER NOVOS AMIGOS E LOUVAR A DEUS COM CÂNTICOS E APRENDIZADO DE SUA VONTADE. NÃO VAI SER VOCÊ E SUA UPH OS ÚNICOS A FICAREM DE FORA, VAI?

terça-feira, 21 de outubro de 2008

AS 95 TESES DE MARTINHO LUTERO - A PROPÓSITO DA REFORMA PROTESTANTE

Atendendo a pedidos feitos por e-mail e pessoalmente, publico aqui as 95 teses de Lutero.
AS 95 TESES DE FREI MARTINHO LUTERO cotra o comércio das indulgências em 31 de Outubro de 1517.
Movido pelo amor e pelo empenho em prol do esclarecimento da verdade discutir-se-á em Wittemberg, sob a presidência do Rev. padre Martinho Lutero, o que segue. Aqueles que não puderem estar presentes para tratarem o assunto verbalmente conosco, o poderão fazer por escrito.
01 - Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: arrependei-vos, etc..., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.
02 - E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.
03 - Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de mortificações da carne.
04 - Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.
05 - O papa não quer e não pode dispensar outras penas, alem das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.
06 - O papa não pode perdoar dívida senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.
07 - Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.
08 - Cânones poenitendiales, que são ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas são impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.
09 - Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo de morte e da necessidade suprema.
10 - Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canônicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.
11 - Este joio, que é o de transformar a penitência e satisfação, previstas pelos cânones ou estatutos, em penitencia ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.
12 - Outrora canonicae poenae, ou sejam, penitência e satisfação por pecados cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.
13 - Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.
14 - Piedade ou amor imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.
15 - Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras coisas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.
16 - Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.
17 - Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das algemas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.
18 - Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas razoes e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.
19 - Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto.
20 - Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras <> que todo o homem é perdoado, mas apenas as penas por ele impostas.
21 - Eis por que erram os apregoadores de indulgencias ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.
22 - Com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas do purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.
23 - Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.
24 - Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas de indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.
25 - Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d’almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.
26 - O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em, forma de intercessão.
27 - Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair no caixa a alma se vai do purgatório.
28 - Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vem o lucro e o amor ao dinheiro, cresce e aumenta; a ajuda porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.
29 - E, quem sabe se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com santo Severino e Pascoal.
30 - Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.
31 - Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.
32 - Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.
33 - Há que acautelar-se muito e ter cuidado daqueles que dizem: a indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dádiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.
34 - Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.
35 - Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.
36 - Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.
37 - Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.
38 - Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.
39 - É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.
40 - O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo; mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.
41 - É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.
42 - Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.
43 - Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.
44 - É que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena.
45 - Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa, mas provoca a ira de Deus.
46 - Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura, fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.
47 - Deve-se ensinar aos cristãos que, se compra de indulgências livre e não ordenada.
48 - Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.
49 - Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não se confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.
50 - Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.
51 - Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados de dinheiro pelos apregoadores de indulgência, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.
52 - Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.
53 - São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais Igrejas.
54 - Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.
55 - A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.
56 - Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecidos na Igreja de Cristo.
57 - Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.
58 - Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior.
59 - São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.
60 - Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.
61 - Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa em si só não basta.
62 - O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo evangelho da glória e da graça de Deus.
63 - Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.
64 - Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabidamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.
65 - Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.
66 - Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens.
67 - As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.
68 - Nem por isso semelhante indulgência não deixa de ser a mais íntima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.
69 - Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência.
70 - Entretanto tem muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.
71 - Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgência, seja abençoado.
72 - Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.
73 - Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.
74 - Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.
75 - Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse desonrado a ‘mãe de Deus’, significa ser demente.
76 - Bem ao contrário, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular no que diz respeito à culpa que constitui.
77 - Dizer que mesmo S. Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa.
78 - Em contrário, dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederem, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes, o dom de curar, etc. de acordo com o que diz I Coríntios 12.
79 - Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na Igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia.
80 - Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.
81 - Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.
82 - Eis um exemplo: por que o papa não tira duma vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante insignificante?
83 - Outrossim: porque continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite aos doadores busquem de novo os benefícios ou prebendas oferecidos em favor dos mortos, visto ser injusto continuar a rezar pelos já resgatados?
84 - Ainda: que nova piedade de Deus e do papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga?
85 - Ainda: porque os cânones de penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor?
86 - Ainda: porque o papa, cuja fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?
87 - Ainda: Quê ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o direito à indulgência plenária?
88 - Afinal: que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como já o faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência gratuita.
89 - Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?
90 - Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa à zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.
91 - Se a indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.
92 - Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! E não há paz.
93 - Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! E não há cruz.
94 - Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça, Cristo, através do padecimento, morte e inferno;
95 - E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.

O QUE VOCÊ QUER CONSTRUIR

O QUE VOCÊ QUER CONSTRUIR
Ef 4.3
Conta-se que certo pai, ao perceber que seus dias estavam chegando ao fim, e que seus filhos agiam como inimigos irreconciliáveis, apesar de todos os seus esforços, resolveu fazer-lhes um último pedido.
Com muito esforço conseguiu reuni-los em torno do seu leito e, moribundo já, distribuiu-lhes as terras, tendo como divisa um pequeno córrego. Mas exigiu deles que cumprissem três condições: que, ao construírem a divisa, aguardassem o aniversário da sua morte, e que os irmãos contratassem o filho de certo carpinteiro, muito seu amigo e, que, ainda, nenhum deles fosse vistoriar a obra antes que ele desse seu trabalho como concluído.
Pouco depois os filhos tiveram que chorar [cada um a seu canto, pois se odiavam] a morte de seu velho e querido pai. Depois disso tiveram que suportar a difícil convivência de vizinhos sem nenhuma barreira a impedir que os animais de um passassem para o lado do outro. Muitas brigas, muitos desentendimentos, muitas acusações mútuas. Cada um se achava mais cheio de razão que o outro. E suspiravam pela chegada da data de aniversário da morte do pai.
Um ano se passou, e eles então foram procurar o filho do referido carpinteiro, explicaram as condições e ficaram aguardando ansiosos a conclusão da obra que sabiam estar em execução por causa dos barulhos que lhes chegavam aos ouvidos. Dias depois são chamados pelo carpinteiro, que, sorridente, lhes apresenta...
...uma ponte. Irritados, discutem com o filho do carpinteiro porque não construíra um cerca ou um muro. Ele lhes respondeu simplesmente que aquela era a vontade do pai. O pai não desejava vê-los separados, mas os queria unidos.Nosso pai celeste também quer para nós a mesma coisa. Que preservemos a unidade que ele já criou. Que não destruamos as pontes [Ef 2.4]. Que nos amemos uns aos outros com amor intenso [Jo 15.12] e não fingido [I Pe 1.22]. Como filhos de Deus e discípulos de Jesus nós temos o dever de fazer todo o esforço para cumprir a vontade do nosso pai, realizada por aquele humilde filho do carpinteiro.

TIJOLOS OU TEMPLOS?

TIJOLOS OU TEMPLOS?
I Pe 2.5
Quando as denominações protestantes começaram a chegar ao Brasil de forma definitiva (no início do Séc. XIX) se depararam com uma legislação proibitiva. Tudo era proibido aos chamados acatólicos (casamento, cargos públicos, culto, pregação, etc.). Em 1808 um acordo entre Brasil e Inglaterra (motivado principalmente por interesses comerciais da coroa portuguesa, exilada no Brasil por causa das guerras napoleônicas) permitiu que os acatólicos se reunissem privadamente para cultuar ao seu Deus da forma não oficial (romana) desde que não fizessem proselitismo. Até mesmo os locais destinados para tais reuniões deveriam evitar quaisquer "letreiros e aparência de templos".
Na mentalidade prevalecente daquela época (e talvez na de hoje) os templos fazem a Igreja – na mentalidade cristã a Igreja enche os salões, salas, corredores, "templos", etc. basicamente porque o ensino bíblico é que o edifício que Deus quer construir mediante a obra maravilhosa do Senhor Jesus não é mundano, não é terreno, mas é espiritual.
Não é contado por tijolos ou pedras, mas por adoradores e almas resgatadas pelo precioso sangue de Jesus Cristo, o cordeiro eterno de Deus, que tira os pecados do mundo.
Deus sempre questionou esta postura de ver o templo como um edifício [At 17.24]. O santuário de Deus é o coração do verdadeiro cristão [II Co 6.16]. É interessante que Deus prefere um lugar "geograficamente menor" – o corpo de todo aquele que é nascido de novo a um lugar espaçoso e luxuoso [existem inúmeros edifícios gigantescos que refletem apenas o espírito de Babel – Gn 11.4].
Nós não temos, graças a Deus, nenhuma limitação de lugar para adorar – nem limitação litúrgica, nem legislativa. Deus nos abençoou com a maravilhosa graça de podermos adorá-lo em qualquer lugar, desde que seja em santidade [Sl 29.2], em espírito e em verdade [Jo 4.24]. A recíproca é verdadeira, se não é em santidade, nem em espírito e em verdade, o máximo que vai existir é ajuntamento solene iníquo [Is 1.13] que causa repugnância a Deus [Is 1.14]. Seria melhor ficar em casa e fechar as portas [Ml 1.10].
Sejamos verdadeiros templos do Espírito Santo – mostrando ao mundo a grandiosidade do Deus que em nós habita e vive.

A ALEGRIA TEM LUGAR NO CULTO CRISTÃO?

A ALEGRIA TEM LUGAR NO CULTO CRISTÃO?
Servi ao Senhor com alegria...
Sl 2.11
Em postagem anterior falei sobre uma tradição bíblica que a igreja não pode perder: a alegria! Entretanto, quero expressar minha preocupação sobre uma confusão que tem achado espaço em algumas igrejas evangélicas - presbiterianas inclusive. Repito que a alegria tem lugar no culto ao Senhor e também na vida do cristão.
Seria possível estabelecer limites para a alegria no culto? Até que ponto eu posso me alegrar no culto sem incorrer no erro da desordem - ou da indecência, pecados condenados enfaticamente pelo apóstolo Paulo [I Co 14.40]?
Infelizmente a igreja tem confundido alegria com falta de ordem. A igreja de Corinto era conhecida por sua ênfase nos dons espirituais [não é nosso objetivo, agora, entrar na questão dos dons na atualidade] - mas seu exercício estava causando problemas. Várias pessoas falavam ao mesmo tempo - e tanto na qualidade de profetas [pregadores] como exercitando o "dom de línguas", ou glossolalia. O problema é que tudo isso, ao mesmo tempo, gerava grande confusão. Ninguém se entendia. Ninguém era edificado - talvez apenas o que falava e seu grupo - pois isto acabou gerando divisão no seio da igreja [I Co 1.12].
Nós precisamos não confundir irreverência com alegria. Ser alegre diante do Senhor implica em reverência. O salmo 2 nos convida a nos alegrarmos no Senhor com tremor - e certamente tremor não é sinônimo de irreverência. Pelo contrário, irreverência diante de Deus é chamá-lo de "igual" [Is 40.25], é dizê-lo limitado em conhecimento, e, especialmente, é desconsiderar a sua glória absoluta e santidade perfeita.
Deus não é nosso igual. Ele é Senhor, é soberano, e como tal devemos nos colocar diante dele em atitude respeitosa e reverente [bem mais reverente do que se fôssemos a uma audiência com um presidente ou rei], mas também com o coração cheio de alegria porque ele nos aceita em sua presença, ele nos chama a si e nos dá algo que não merecemos [o que a bíblia chama de graça]. Cabe-nos agradecer-lhe, louvá-lo, exaltar o seu nome - e a pretensa alegria irreverente dos nossos dias [também chamada pelos seus adeptos de "extravagante"] faz tudo, menos exaltar o nome do Santo.
Este tipo de alegria, de sentir-se bem, na verdade, é só uma faceta do hedonismo humano, da busca por prazer [em todos os sentidos]. Para muitos o culto a Deus só "vale a pena" se o homem sentir-se bem [sem a preocupação de saber se ele foi ou não aceitável a Deus]. Se não houver arrepios, êxtase, quedas, risos, gritos, sensações inexplicáveis "não foi um bom culto", como se tudo não passasse de uma "peça de teatro apresentada a Deus e aos presentes". É verdade que o culto que agrada a Deus sempre nos faz sentir-nos bem [mesmo que este sentir-se bem seja um quebrantamento profundo diante do Senhor, com arrependimento, conversão, choro pelos pecados cometidos, abandono de más práticas, tristeza segundo Deus] - mas nem sempre o que agrada ao coração do homem [enganoso e corrupto - Jr 17.9] agrada ao coração de Deus.
Tenta-se agradar ao homem com música, ministrações [onde na Bíblia?], teatro, pantomimas, coreografias - sem dar o devido lugar à reverência diante do Senhor. Cuidemos para que a nossa alegria momentânea não cause tristeza ao nosso Senhor eterno [Jó 20.5].

EU? MISSIONÁRIO?!!!

EU? MISSIONÁRIO?!!!
Certa vez, numa reunião para programação de um encontro missionário, sugeri como tema esta frase. Uma pergunta de alguém angustiado com as implicações desta frase. Enquanto conversávamos sobre a programação começamos a nos perguntar o que Paulo, Pedro, Silas, Barnabé e os demais apóstolos pensariam de uma igreja planejar e executar uma "CONFERÊNCIA DE DESPERTAMENTO MISSIONÁRIO". A princípio, a opinião mais aceita foi a de que eles ficariam muito satisfeitos com a idéia, afinal, todos eles foram missionários de primeira hora - e estão entre os primeiros a obedecerem ao "ide" do Senhor Jesus Cristo.
Entretanto, à medida que a conversa prosseguia, nossa certeza se desvanecia. E por quê? É simples: logo começamos a perceber que a verdadeira igreja do Senhor Jesus não deve precisar de conferências para ser despertada para a obra missionária - é da sua natureza ser missionária.
E ela realmente é missionária por vários motivos:
i. Ela conhece a natureza do pecado que afasta os homens de Deus. Sabe que é hediondo e cegante. Torna o homem nada além de um cadáver espiritual. Anda, fala, come e bebe - mas está morto espiritualmente.
ii. Ela conhece a natureza da graça de Deus que, mesmo vendo o homem neste estado de morte e inimizade, busca incessantemente o pecador até encontrá-lo e ainda dá uma grande festa - aqui e no céu - por causa deste inimigo transformado em filho amado.
iii. Ela sabe que o único meio do pecador se encontrar com esta graça inaudita é a proclamação do evangelho, do anúncio da morte de Jesus na cruz, e também de sua ressurreição.Deveria ser desnecessário convocar a igreja para missões. Esta tarefa deveria ser algo normal e natural para a igreja. Mas já que hoje é necessário, resta-nos dizer: "Avante, avante Oh! crentes".

BÚSSOLA PARA UM CAMINHO DIFÍCIL

BÚSSOLA PARA UM CAMINHO DIFÍCIL
FIDES REFORMATA, ECCLESIA REFORMANDA.
Talvez estas palavras não façam muito sentido para você. Mas para os reformadores, dos séculos XVI e XVII elas faziam todo o sentido. Funcionavam como o norte e o sul, eram seus pontos de referência.
FIDES REFORMATA – sob o lema "fides reformata", isto é, fé reformada, eles englobavam uma obediência exclusiva às Escrituras, rejeitando as doutrinas e tradições humanas (sola scriptura), uma fé viva no Senhor Jesus e não apenas uma mera aceitação de dogmas (solus Christus), uma confiança exclusiva em Deus, pela fé – e não pela obediência a preceitos humanos (sola fide), um viver alicerçado na graça de Deus, e não uma tola confiança nos méritos humanos (sola gratia) e, finalmente, uma devoção e dedicação de tudo a Deus, pois só ele merece toda a glória (soli Deo gloria). Tudo isso era e é inalterável. Não pode existir uma verdadeira Igreja cristã sem estes pilares fundamentais para a fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.
Por outro lado, os reformadores entendiam viver e servir numa ECCLESIA REFORMANDA, isto é, uma Igreja que, por ser composta de homens, falíveis e pecadores, precisa estar sempre sendo arejada, reformada, para não cair no mesmo tradicionalismo que o romanismo havia caído, e do qual a Igreja estava, finalmente, se libertando. Certamente os costumes, vestes, formas litúrgicas que adotamos hoje não são os mesmos que eram vistos no Séc. XVI. Raramente pregadores se aventuram a falar durante duas horas em nossos dias, mas tal prática era comum nos tempos da reforma. Não pegamos em rifles, baionetas, flechas e espadas para destruir os nossos inimigos – nem mesmo para nos defendermos deles – mas Uldrich Zwingly e Oliver Cromwell, por exemplo, eram eficientes comandantes militares.
As formas precisam ser, de tempos em tempos, adaptadas ao contexto em que a Igreja está inserida, mas o espírito, a essência, deve ser mantida. Não aceitamos tradições apenas por serem antigas – aceitamos práticas por serem bíblicas, como a adoração ao Senhor Deus, a oração intercessória, a confissão de pecados diretamente ao Senhor, o louvor e a pregação da Palavra.Tradições humanas podem – e devem – ser revistas, transformadas e, se não forem (mais) úteis no reino do nosso Deus, abolidas. Foi para a liberdade que Cristo nos chamou mediante seu Espírito: não mais prisão a datas, formas, rituais ou quaisquer outras coisas que engessam o nosso culto. Somos livres, filhos eleitos para a liberdade. Com uma fé reformada, mas servindo numa Igreja sempre em viva transformação pelo Espírito.

UMA TRADIÇÃO QUE DEVE SER CONSERVADA PELA IGREJA

UMA TRADIÇÃO QUE DEVE SER CONSERVADA PELA IGREJA
ALEGRAI-VOS...
Rm 15.10
Vivemos em dias hedonistas e relativistas. A premissa básica desta dupla filosofia é: faça o que você acha que é melhor (sem se importar com o que os outros acham) desde que isto te faça feliz. E assim muitos buscam a alegria de formas variadas - em passeios, viagens (usando todo tipo de veículo, inclusive uma seringa), bebedices, glutonarias, lascívia, etc.
E o cristão verdadeiro, teria ele o direito de se alegrar como o mundo se alegra? Os caminhos da alegria do cristão seriam os mesmos que as demais pessoas tem escolhido? Há quem pense que o crente, para ser mesmo crente, tem que ser uma pessoa sempre vestida de roupas pesadas, sempre com uma bíblia na mão e sempre com cara de "poucos amigos", quase de pesar, e se surpreendem quando ouvem um crente dar uma bela risada, brincar com os filhos, familiares e amigos, organizarem um passeio ou um churrasco. O trinômio casa-trabalho-igreja é um paradigma do mundo para os crentes - e muitos cristãos aceitam esta cadeia cultural.
Mas não é este o padrão de Deus. Ele deseja que os seus servos sejam pessoas alegres. Como não ser alegre tendo a companhia constante do criador de todas as coisas, do preservador da vida, do doador de toda sorte de bênçãos - materiais e espirituais [Tg 1.17]? Como não se alegrar sabendo que a sua vida está depositada nas mãos daquele que é fiel para guardar o seu tesouro até o dia final [II Tm 1.12]?
Deus nunca quis que seus servos fossem tristes, sorumbáticos, macambúzios, melancólicos. Tristeza e melancolia são frutos do pecado - embora nem sempre de um pecado cometido pela pessoa que está triste. Desde os tempos do antigo testamento Deus orienta seu povo a alegrar-se [Sl 2.11] - não no mundo, não nas coisas do mundo, mas na fonte de verdadeira alegria, ele próprio. Esta alegria é característica daqueles que praticam a justiça [Sl 32.11, 97.12], ou, pelo menos, tentam, impelidos pelo desejo de servir a Deus com integridade, praticar as suas orientações e mandamentos.Os judeus cometeram um erro terrível - achar que a alegria do Senhor (e no Senhor) era exclusiva deles, mas o Novo Testamento vem retificar esta crença chamando também os gentios (os não judeus) para a alegria no Senhor [Rm 15.10]. Esta alegria é uma dádiva e uma bênção - e não deve ser perdida pela igreja. É possível que, em nome de um tradicionalismo desnecessário, a alegria seja colocada como um empecilho à correta expressão cúltica - o que não é verdade. A alegria no culto é apenas uma conseqüência natural da alegria que temos em viver com o Senhor. Paulo nos diz para "nos alegrarmos sempre no Senhor" [mesmo que esta alegria seja em meio a sofrimentos por Cristo - vd. Mt 5.11]. A expressão chave é sempre no Senhor. Em todo e qualquer lugar - todavia esta alegria não pode deixar de ser no Senhor. Sua alegria está no Senhor? Alegrai-vos!

ESTAÇÃO ESPERANÇA

ESTAÇÃO ESPERANÇA
Rm 8.1
Todo homem, mais dia menos dia, acaba chegando a um momento de decisão em sua vida. Foi assim com grandes homens no passado, desde Júlio César (imperador romano) até o Duque de Caxias (general brasileiro). Não há como fugir a momentos como estes na nossa vida. O apóstolo Paulo também teve momentos decisivos em seu viver. E nem sempre fez a escolha certa. Ele teve em suas mãos a decisão de participar ou não do assassinato de Estevão. E preferiu ir com a multidão. Diz a Escritura que Saulo (como era conhecido entre os hebreus) "consentia na morte de Estevão" [At 8.1]. Entretanto, este mesmo Paulo (como era conhecido entre os gentios) fez escolhas acertadas, como quando o Senhor Jesus lhe apareceu e perguntou: "Saulo, Saulo, porque me persegues" [At 9.4]? À partir daquele instante as escolhas de Saulo seriam orientadas por uma vontade superior à sua. Mas a sua luta ainda não havia terminado. Todos os dias de sua vida Paulo ainda teria que fazer escolhas. Teria que escolher entre o certo e o conveniente. Entre o justo e o "politicamente correto", e, tão sério quanto, entre a vontade de Deus e a sua própria vontade. Talvez ninguém tenha tido tanta consciência das dificuldades desta escolha quanto Paulo. Num mundo em que bastava dizer duas palavras "César é senhor" para ser honrado, ele preferia dizer que há um só Senhor, e este é Jesus Cristo. Mas a maior luta de Paulo não era exterior, era interior. Ele tinha que decidir entre fazer a vontade de Deus e a sua própria vontade. Em seus membros Paulo via uma lei que o levava a desobedecer a Deus – seu coração o inclinava para coisas más, e a Escritura nos lembra que o coração do homem é enganoso [Jr 17.9] e faz planos que na maioria das vezes não são certos ou não podem ser realizados [Pv 16.1]. Paulo sabia que seu próprio ser, seu próprio coração, não era confiável. Ele entendia que, mais que seus próprios desejos, deveria fazer o desejo de Deus. O problema é que, embora sabedor da maneira certa de agir, ele muitas vezes não conseguia, e afirma categoricamente que o bem que queria fazer, ele não conseguia, mas o mal que ele detestava, acabava fazendo [Rm 7.19]. Para alguém que tinha um profundo conhecimento do Senhor ressurreto, que amava a Cristo a ponto de dizer que ele não mais vivia, mas Cristo vivia nele [Gl 2.20] e que, vivendo, vivia para Cristo, mas era incomparavelmente melhor morrer para estar com Cristo [Fp 1.21-23] – para alguém como Paulo fazer a vontade da carne era algo terrivelmente doloroso. Tão doloroso a ponto de exclamar que era um homem miserável, desventurado, vivendo num corpo de morte. Como se livrar desta situação de desespero?A resposta, por mais simplória que possa parecer, é: confiando em Jesus Cristo, não nas obras mortas da carne, não nas forças insuficientes do homem, mas sempre e somente na graciosa e perfeita obra do Senhor Jesus Cristo. Não há outro caminho – só em Cristo temos viva esperança.

sábado, 18 de outubro de 2008

REPULSA A LULA

GANHEI UM COLABORADOR
Ou: REPULSA A LULA?
Meu "colaborador" voltou. Primeiro, me ajudou com o post "Adão tinha umbigo"?, e agora coloca-me no mesmo patamar do articulista Diogo Mainardi (com um magistral artigo: Lula é minha anta). Sinto muito, mas ainda tenho muito a aprender e escrever para atingir o patamar do Diogo (que muitos insistem em chamar, erradamente, Diego). Mas não resisto à tentação de um bom debate – e no caso é afirmar que sinto repulsa pelo Lula. Em primeiro lugar, devo lembrar que é o presidente da república, presidente do meu país, e, como tal, merece todo o meu respeito (e por isso nunca usarei de termos de baixo calão contra o mesmo). Em segundo, creio que toda autoridade provém de Deus – algumas para nos abençoar, outras para disciplinar (e creio ser este o caso). E, finalmente, posso afirmar que não me negaria a sentar-me à mesma mesa para uma conversa ou uma água geladinha (água mesmo, ok?) com o sr. Luis Inácio da Silva, vulgo Lula. Mas não posso deixar de lembrar que sinto repulsa em relação ao que o lulo-petismo representa e tem feito "nestepaiz"...
Não me imagine um ingênuo – sei que sempre houve roubalheira, sempre houve desvio de verbas públicas, compra de votos, dinheiro público sendo aplicado em atividades particulares. O que me incomoda é que o que antes era feito às escondidas, nas recamaras dos palácios, agora está sendo feito em verdadeiras feiras livres - o governo virou um grande balcão de negócios a céu aberto, e o que de lá sai mais parece um esgoto. Antes ainda havia algum pejo em ser chamado de corrupto e ladrão.
Hoje o presidente chama de homem honrado um homem que foi pego cobrando taxas ilegais (propina). O nome do corrupto, que renunciou para não perder seus direitos eletivos, é Severino Cavalcanti – elogiado em palanque pelo Sr. Presidente da república.
Todos os amigos de primeira hora do presidente da república foram pegos em escândalos (Palocci, José Dirceu, Delúbio Soares, Genoíno, Marcos Valério, etc...). Este último, aliás, chegou a chamar os brasileiros de palhaços, pois disse que o "mensalâo" (agora simplesmente ignorado pelos poderosos e que o Sr. Presidente, mentirosamente, diz ser uma invenção da imprensa golpista) se tornaria uma piada de salão (bem cara para os cofres públicos, por sinal). E a festa continua. Poderia citar muitos outros exemplos: Gamecorp (e os 10 milhões embolsados pelo "Lulinha"...), Varig (empresa vendida por 20% da melhor oferta), invasores do congresso nacional que depredam o patrimônio público são convidados para palanques eleitoreiros capitaneados pelo presidente, que afirma que nada é vergonhoso - exceto "não ter votos". Ridículo, rizível, se não fosse trágico e estúpido.
Há até o caso de uma (agora) ex-prefeita que criou uma taxa (do lixo, em São Paulo) e nunca pagou a taxa e reclama de que o atual prefeito esteja cobrando a taxa (se não o fizer pode ser acusado de improbidade administrativa - talvez até pelos próprios petistas).
Repudio o fato de o Brasil negar asilo político a fugitivos do sistema castrista (sem duplo sentido) cubano, repudio o fato de o Itamaraty negar asilo a um governador, legitimamente eleito e perseguido politicamente em seu país (agora está preso e incomunicável) por discordar do governo central (será que um dia não querem, os petistas, algo assim no Brasil?) - e igualmente repudio o fato de dar asilo a um criminoso (na Colômbia como narcotraficante, sequestrador e assassino e no Brasil como ativista político, o que é proibido por lei nacional) e ainda dar emprego em Brasília à esposa deste criminoso, embora ela não possua as qualificações técnicas nem para o cargo nem para o salário que recebe (é professora estadual lotada em um ministério de pesca - só se for de robalos, tubarões, traíras e semelhantes). Aliás, a esplanada dos ministérios é um verdadeiro código penal: tem sequestradores (Dilma, José Dirceu, Minck, Marco Aurélio Garcia), assassinos (Minck), prevaricadores (José Dirceu, Dilma, Palocci), a lista é grande, bem grande...
Repudio o fato de o presidente da república receber duas aposentadorias (uma delas como "perseguido político" sendo que passou menos de 24 horas numa prisão e, segundo depoimento que ele mesmo fez em 1984, sem sofrer mal algum, sendo muito bem tratado - a segunda aposentadoria é por ter perdido um dedo quando era torneiro mecânico - há mais de 30 anos. Mas á um trabalhador tentar se aposentar com salário integral com a coluna em estilhaços para ver se consegue, por exemplo) e mais o salário presidencial e um auxílio do tempo em que foi deputado federal (um dos campeões de ausência e de improdutividade, não podendo apresentar nenhum projeto relevante que tenha colocado em pauta na época). Repudio o fato de ele querer exigir diplomas para todo e quaisquer cargos no Brasil enquanto ele exerce o cargo maior sem diploma algum (é um apedeuta, isto é, um inculto, um iletrado, como provam suas constantes gafes).
Um exemplo, para finalizar: um amigo antigo do presidente (Paulo Pereira, deputado e sindicalista e líder do partido que comanda o ministério do trabalho – veja o conflito de interesses: sindicalistas controlam o principal ministério envolvido com seus interesses) incentiva policiais civis a invadirem uma zona de segurança, armados, e investiram contra os policiais militares que cumpriam o seu dever. A quem o Sr. Presidente e seus asseclas acusaram de truculência? Sei que acertaram: não são os invasores que são repreendidos, mas os cumpridores de seus deveres. Os policiais, em greve, portavam armas (ferramenta de trabalho) e feriram um coronel da PM com bala de verdade. Os militares, trabalhando, usaram de instrumentos de dissuasão moral (gás e balas de borracha) e nem uma única bala de verdade. E o presidente diz que os PMs estavam errados. E o ministro da (quê)justiça dá razão aos civis em um ato criminoso insuflados pelos seguidores do sindicalismo, seja do Paulo Pereira ou do petismo paulista.
Não, não tenho repúdio ao Sr. Luis Inácio (gostaria de vê-lo falando a verdade, deixando a mentira, lutando contra os mensalistas, corruptos, corruptores, e não contratando-os ao seu serviço com dinheiroi público, isto é, meu e seu). Repudio o que ele representa. Repudio o mal que ele faz para nosso país (e não me venham falar de popularidade - Hugo Chávez também é popular em seu país, Saddam Husseim também o era). Repudio o mal que ele faz às instituições nacionais, apequenando o congresso e o senado (cheio de anões vendidos, é verdade). Ao homem e ao cargo eu respeito, à roubalheira e achincalhamento do nosso país, eu repudio veemente. A isso tenho repulsa.
Obrigado, amigo.

VIAGEM

VIAGEM
Amigos, aguardem. Estive ausente por alguns dias, revendo amigos em Pacajá (que alegria, que saudades) e participando do II Encontro de Edificação promovido pela Federação de Sociedades Auxiliadoras Femininas em Novo Repartimento (aos irmãos de lá, muito obrigado pela "saborosa" acolhida). Logo, logo, coloco aqui algumas fotos.
Houve um problema no sistema do blog, recomeçou a contagem de visitas - o sistema zerou no início da semana. Mas sei que a leitura continua, obrigado pelos e-mails.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

PAPO DE SORVETERIA

PAPO DE SORVETERIA
Não havia pensado no quanto uma pausa para tomar um sorvete fosse instrutiva sobre a mentalidade do brasileiro quanto a política e políticos. E neste post não pretendo mencionar um dos meus temas prediletos, os maus políticos. Quero tratar do outro lado da questão: o eleitor. Enquanto tomava o meu sorvete três jovens discutiam animadamente sobre o processo político recém-encerrado na cidade. E mencionavam os problemas havidos, a já corriqueira (mas não menos criminosa e inescrupulosa) compra de votos por parte de candidatos. Mas o que me chamou a atenção foi observar que há uma verdadeira lei da oferta e da procura de votos. Os jovens mencionaram pessoas que chegaram a trocar de candidato duas vezes durante uma quinzena – apoiavam um, passaram para o outro e votaram em um terceiro candidato.
Mas permitam-me mencionar o debate, estranho e esclarecedor debate, entre os jovens. Afirmavam estar participando de sua primeira eleição, e, por causa de sua juventude (entre 16 e 18 anos) ninguém lhes procurou para comprar o seu voto (e realmente não pareciam ter idade suficiente para votar). Mencionaram nomes de candidatos e cabos eleitorais que ofereceram R$ 150,00 por votos de pessoas conhecidas, mas que estavam prontos para também receber o dinheiro – se votaria ou não só a urna saberia (trata-se de um golpe muito comum na internet – vender e não entregar). Mas assumiram que receberiam o dinheiro sem problema (e não denunciariam os criminosos) porque "têm direito de participar de uma mafiazinha uma vez que os políticos enriquecem organizando máfias maiores". E disseram ainda que "Se os políticos roubam, porque não roubar um pouquinho também?" Para tais jovens, o setor público é nada mais que uma fonte de recurso de onde quem pode tira o que pode, quem não pode espera a próxima eleição.
No final das contas, endossavam a prática dos políticos inescrupulosos, aceitando-a como natural e desejavam participar ao menos das migalhas deixadas cair por eles. Infelizmente estes jovens se tornarão adultos e farão escolhas políticas – talvez se tornem candidatos eles também, e desde já assumem que serão inescrupulosos eles também. Tudo dito às claras, em plena praça, com a presença de no mínimo vinte pessoas.
Eu me envergonho de políticos que fazem tais coisas. E me envergonho de quem vende o seu voto a um bandido, um ladrão, um desonesto, um criminoso. Envergonho-me de constatar que este pensamento está na mente de ímpios de uma forma absolutamente natural, mas me entristeço e lamento que conhecedores do evangelho também troquem seus votos por favores pessoais. Como cobrar honestidade de um político eleito com um voto vendido como se vende farinha no mercado, perguntando "quem dá mais"?
Temo pelo futuro de um país cuja juventude é estimulada a ser desonesta e interesseira, mercadejando a sua opinião. Tenho por divisa que "uma pessoa que se vende sempre recebe mais do que vale, porque na verdade não vale nada". O caráter de uma pessoa é o que ela tem de mais precioso – e vai se esfacelando desde a mais tenra juventude. Lamentável, e os frutos que serão colhidos são absolutamente indesejáveis. Triste nação que não tem Deus como seu Senhor!

VIDA E FLOR, ou E SE EU ACREDITASSE NO JUDICIÁRIO NACIONAL?

VIDA E FLOR, ou
E SE EU ACREDITASSE NO JUDICIÁRIO NACIONAL?
Acompanhando o noticiário nesta quarta-feira (08 de outubro de 2008) recebi três informações que me chamaram a atenção sobre o que é a justiça em nosso país – se é que há justiça. A primeira foi sobre a absolvição por unanimidade (será que o ditado está certo, que toda unanimidade é burra) do policial que assassinou, com três tiros, um jovem na porta de uma boate em São Paulo (vale lembrar que ele estava fazendo segurança particular, um "bico" proibido pela legislação, mas que é solenemente tolerado pelos superiores sempre tão "ciosos" da disciplina e da hierarquia. Será que é em nome desta disciplina e hierarquia que há tantas blitz nas estradas em determinadas épocas do ano?). A segunda foi sobre um promotor, também ele um assassino (com arma de fogo), que pode trocar o seu julgamento por prestação de aulas de tiro ao alvo. Vale lembrar que ele não será reconduzido ao seu cargo de promotor, entretanto continuará a receber nada menos que R$ 19.000,00 mensais. A terceira – e para mim a mais absurda das três, foi a condenação de uma floricultura a pagar 100 vezes o valor de uma flor que, vendida, morreu dias depois.
Não achem estranho, por favor, eu não achar absurda a absolvição ou leniência da justiça para com assassinos. O que acho estranho, anormal mesmo, é acontecer algum tipo de condenação "nestepaiz" como gosta de dizer o maior dos burladores da lei "nestepaiz". Uma flor deve ser vingada, justiçada. Não se pode deixar impune quem vende uma flor que logo iria morrer. JUSTIÇA! Bradam logo os vizinhos, conhecidos, desconhecidos que querem aparecer nos jornais. Mas quando uma mãe pede que o assassino de seu filho seja justiçado ela é imediatamente retirada do plenário do tribunal. Ela é ameaçada de prisão por desacato à autoridade. E tudo acontece nestepaiz onde o direito (a correta e sadia interpretação e aplicação da lei) é trocado por ajustes e acomodações. E por isto que mensaleiros e mensaleirinhos estão ocupando, de novo, cargos públicos (a maioria deles nunca se afastou de verdade, continuam recebendo as prebendas estatais sob a rubrica de "palestras", como acontece com o infame José Dirceu. Outros voltam nos braços do povo (tão tolo, tão tolo), como aconteceu com o Severino Cavalcanti, pego recebendo um "aluguel por fora" das mãos de um concessionário de um restaurante na Câmara dos Deputados em Brasília. Agora é prefeito de... de..., bem, sei lá. Mas é prefeito, eleito pelo sempre sábio ente chamado povo, que ama o amigão do Severino, o Luis Inácio da Silva, vulgo Lula, sempre com muitos tentáculos cheios de ventosas (bolsa família, bolsa escola, bolsa geladeira, bolsa energia, bolsa whisky – ops, este é só para os amigos), em todas as unidades da federação, especialmente no sul do Pará.
Há uma quarta notícia que quero lembrar para fechar este post: a revolta de alguns "esquerdistas de carteirinha", líderes de tolos, mas não tão tolos assim, que não queriam que soldados que cumpriram seu dever (não estavam fazendo segurança particular) tentando executar uma ordem da justiça (burguesa, dizem os esquerdistas, lulistas, petistas, sem-sei-lá-o-quêzistas) e viram avançar contra si um grupo de desocupados liderados por desocupados profissionais armados de espingardas, enxadas e foices nas mãos. Depois de um tempo de serviços estes soldados tinham direito a promoção – queriam que a lei fosse jogada no lixo e agora esbravejam nos jornais: Escândalo, policiais envolvidos em (chamam de) massacre em Eldorado dos Carajás foram promovidos.
Nenhum deles se levantou para dizer que era escandalosa a promoção (administrativa, não meritória nem por tempo de serviço) de um dos envolvidos no dossiê anti-Serra na cidade de São Paulo. Nenhum deles se levanta para denunciar que um assassino, terrorista, traficante e seqüestrador (Olivério Medina, líder das FARC) tenha asilo oficial em nosso país (com emprego em Brasília para sua esposa em um ministério – da pesca [o que se pesca em Brasília? Tubarões, robalos, piranhas...]) e um governador, regularmente eleito e injustamente perseguido por "crime de opinião" contra o presidente bobo-indígena Evo (que tenta parecer uma prima-dona nativa, mas acaba ficando mais para bobo da corte de Hugo Chaves e seu amigão Luis Inácio que, com dinheiro brasileiro – vide Odebrecht e Petrobrás – sustenta toda esta bobajada antiquada marxista-populista) Morales, da Bolívia, tenha seu pedido rejeitado.
Esta é a justiça do Brasil petista (ou petralhista, como costuma dizer o articulista Reinaldo Azevedo – www.reinaldoazevedo.com.br). Querem saber mais sobre os resultados nefastos do que tem acontecido, vejam o próximo post, "Papo de Sorveteria". Também aguarde um post sobre as eleições em 05 de outubro – no Brasil.
Bom, respondendo ao subtítulo do artigo – se eu acreditasse no judiciário nacional eu também teria que acreditar em duendes, gnomos, papai Noel, ou, então, declarar-me oficialmente um tolo.

sábado, 4 de outubro de 2008

ESSA EU GOSTARIA DE TER ESCRITO

Estou reeditando este post porque acho que ele é sempre atual, e você, leitor, tem direito a ter conhecimento de um texto tão bem escrito e tão pertinente.
Pode ser que ele esteja maluco. Sei que, para os lulistas religiosos, a ressalva preliminar que vou fazer não adiantará nada. Pode ser até tida na conta de insulto ou deboche, entre as inúmeras blasfêmias que eles acham que eu cometo, sempre que exponho alguma restrição ao presidente da República. Mas tenho que fazê-la, por ser necessária, além de categoricamente sincera. Ao sugerir, como logo adiante, que ele não está regulando bem do juízo, ajo com todo o respeito. Dizer que alguém está maluco, principalmente alguém tido como sagrado, pode ser visto até como insulto, difamação ou blasfêmia mesmo. Mas não é este o caso aqui. Pelo menos não é minha intenção. É que às vezes me acomete com tal força a percepção de que ele está, como se diz na minha terra, perturbado da idéia que não posso deixar de veiculá-la. É apenas, digamos assim, uma espécie de diagnóstico leigo, a que todo mundo, especialmente pessoas de vida pública, está sujeito.Além disso, creio que não sou o único a pensar assim. É freqüente que ouça a mesma opinião, veiculada nas áreas mais diversas, por pessoas também diversas. O que mais ocorre é ter-se uma certa dúvida sobre a vinculação dele com a realidade. Muitas vezes - quase sempre até -, parece que, quando ele fala "neste país", está se referindo a outro, que só existe na cabeça dele. Há alguns dias mesmo, se não me engano e, se me engano, peço desculpas, ele insinuou ou disse claramente que o Brasil está, é ou está se tornando um paraíso. Fez também a nunca assaz lembrada observação de que nosso sistema de saúde já atingiu, ou atingirá em breve, a perfeição, até porque está ao alcance de qualquer cidadão, pela primeira vez na História deste país, ter absolutamente o mesmo tratamento médico que o presidente da República.Tal é a natureza espantosa das declarações dele que sua fama de mentiroso e cínico, corrente entre muitos concidadãos, se revela infundada e maldosa. Ele não seria nem mentiroso nem cínico, pois não é rigorosamente mentiroso quem julga estar dizendo a mais cristalina verdade, nem é cínico quem tem o que outros julgam cara-de-pau, mas só faz agir de acordo com sua boa consciência. Vamos dar-lhe o benefício da dúvida e aceitar piamente que ele acredita estar dizendo a absoluta verdade.Talvez haja sinais, como dizem ser comum entre malucos, de uma certa insegurança quanto a tal convicção, porque ele parece procurar evitar ocasiões em que ela seria desmentida. Quando houve o tristemente célebre acidente aéreo em Congonhas, a sensação que se teve foi a de que não tínhamos presidente, pois os presidentes e chefes de governo em todo o mundo, diante de catástrofes como aquela, costumam cumprir o seu dever moral e, mesmo correndo o risco de manifestações hostis, procuram pessoalmente as vítimas ou as pessoas ligadas a elas, para mostrar a solidariedade do país. Reis e rainhas fazem isso, presidentes fazem isso, primeiras-damas fazem isso, premiers fazem isso. Ele não. Talvez tenha preferido beliscar-se para ver ser não estava tendo um pesadelo. Mandou um assessor dizer umas palavrinhas de consolo e somente três dias depois se pronunciou a distância sobre o problema. O Nordeste foi flagelado por inundações trágicas, o Sul assolado por seca sem precedentes, o Rio acometido por uma epidemia de dengue, ele também não deu as caras. E recentemente, segundo li nos jornais, confidenciou a alguém que não compareceria a um evento público do qual agora esqueci, por temer receber as mesmas vaias que marcaram sua presença no Maracanã.Portanto, como disse Polônio, personagem de Shakespeare, a respeito do príncipe Hamlet, há método em sua loucura. Não é daquelas populares, em que o padecente queima dinheiro (somente o nosso, mas aí não vale) e comete outros atos que só um verdadeiro maluco cometeria. Ele construiu (enfatizo que é apenas uma hipótese, não uma afirmação, porque não sou psiquiatra e longe de mim recomendar a ele que procure um) um universo que não pode ser afetado por cutucadas impertinentes da realidade. Notícia ruim não é com ele, que já tornou célebre sua inabalável agnosia ("não sei de nada, não ouvi nada, não tive participação nenhuma") quanto a fatos negativos. Tudo de bom tem a ver com ele, nada de ruim partilha da mesma condição.Agora ele anuncia que, antes de deixar o mandato, vai registrar em cartório todas as suas realizações, para que se comprove no futuro que ele foi o maior presidente que já tivemos ou podemos esperar ter. Claro que se elegeu, não revolucionariamente, mas dentro dos limites da ordem (?) jurídica vigente, com base numa série estonteante de promessas mentirosas e bravatas de todos os tipos. Não cumpriu as promessas, virou a casaca, alisou o cabelo, beijou a mão de quem antes julgava merecedor de cadeia e hoje é o presidente favorito dos americanos, chegando mesmo, como já contou, a acordar meio aborrecido e dar um esbregue em Bush. Cadê as famosas reformas, de que ouvimos falar desde que nascemos? Cadê o partido que ia mudar nossos hábitos e práticas políticas para sempre? O que se vê é o que vemos e testemunhamos, não o que ele vê. Mas ele acredita o contrário.Acredita, inclusive, nas pesquisas que antigamente desdenhava, pois os resultados o desagradavam. Agora não, agora bota fé - e certamente tem razão - depois que comprou, de novo com o nosso dinheiro, uma massa extraordinária de votos. Não creio que ele se julgue Deus ainda, mas já deve ter como inevitável a canonização e possivelmente não se surpreenderá, se lhe contarem que, no interior do Nordeste, há imagens de São Lula Presidente e que, para seguir velha tradição, uma delas já foi vista chorando. Milagre, milagre, principalmente porque ninguém vai ver o crocodilo por trás da imagem.
Por: João Ubaldo Ribeiro no Estadão no mês de junho

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

CARTAZ II ENCONTRO DE EDIFICAÇÃO

SAF EM BREU BRANCO

Dia 27 de setembro aconteceu mais um encontro de círculo de Sociedades Auxiliadoras Femininas do Presbitério Leste da Transamazônica na cidade de Breu Branco. Presença de representantes de Marabá, Jacundá, Getat (Tucuruí), Tucuruí e Breu Branco. Muito sentida a ausência da sempre tão ativa e presente SAF de Pacajá. Presentes também, além do Rev. Marthon, secretário presbiterial, os Revs. Wellington (Marabá) e Alcir (da igreja local). Uma agradável, divertida e edificante festa espiritual. Quem não foi ficou com a bênção de Tomé, isto é, perdeu a bênção.
FOTO OFICIAL COM TODAS AS PRESENTES
SAF HOSPEDEIRA = BREU BRANCO
SAF GETAT - TUCURUÍ
REPRESENTANTES DE MARABÁ - EXECUTIVA DA FEDERAÇÃO E PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO SINODAL
SAF TUCURUÍ

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