terça-feira, 31 de março de 2009

SEM TERRAS - MAS ARMADOS E DE BOLSOS CHEIOS

PM prende 12 do MST por assaltos em rodovia do Pará
A polícia de Marabá começou a interrogar ontem 12 agricultores ligados ao Movimento dos Sem-Terra (MST) presos no sábado, sob a acusação de assalto e porte ilegal de armas. De acordo com informações da polícia, eles estavam roubando motoristas na rodovia PA-150, no município de Eldorado dos Carajás, no sudeste paraense.
A área fica nas proximidades da Fazenda Maria Bonita - invadida recentemente pelo MST. Ela pertence à Agropecuária Santa Bárbara, empresa do grupo do banqueiro Daniel Dantas.
Em poder dos acusados, que confirmaram pertencer ao MST, policiais rodoviários apreenderam nove espingardas do tipo cartucheira, munição, um binóculo [???] e um revólver calibre 38. De acordo com a polícia, os sem-terra paravam motoristas na estrada e, apontando suas armas, exigiam dinheiro e objetos de valor. Até o começo da noite de ontem, os dirigentes do MST não haviam se manifestado sobre as prisões.
Não foram só militantes do MST que invadiram a fazenda do banqueiro. Lá também se encontram grupos da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (Fetagri) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf). Esses dois grupos afirmam que chegaram antes e não gostam da presença dos militantes do MST. Há um permanente clima de tensão entre os três grupos.
O quadro é agravado pela presença de um quarto grupo, de grileiros. Ainda segundo os sem-terra, que preveem a desapropriação da fazenda, eles se instalaram em uma parte das terras e prometem resistir, tanto à ação dos outros invasores quanto da polícia.
Funcionários da Santa Bárbara disseram ao Estado que o motivo das brigas entre MST, Fetraf, Fetagri e grileiros é a disputa pelas residências dos empregados da fazenda, expulsos do local desde fevereiro. O gado da propriedade, segundo comunicado da empresa, está sendo roubado, abatido e vendido. É o "movimento" social do gado...
Por Carlos Mendes e Mariangela Gallucci, no Estadão.
Atenção - o Estadão não sabe, mas não é só em Eldorado dos Carajás, não. Jacundá, Goianésia, Breu Branco e Rondon do Pará estão sofrendo do mesmo mal. Até quando, sra. Carepa?

PICARETAGEM AQUI E LÁ (AO MENOS TENTAM)...

...ou SEM TEOLOGIA MAS COM PICARETAGEM.
Que tenho escrito reiteradas vezes a respeito do MST - Movimento [de pretensos trabalhadores] Sem Terra, não é sigiloso. Já tinha visto muitos assentamentos [São Paulo, Bahia, Paraná, Goiás, Tocantins, Pará]. Mas ainda não havia visitado nenhuma "invasão" em curso. Bem, finalmente aconteceu. Município: Rondom do Pará. Nome da invasão: "Rio Surubiju". Número de invasores - no momento, 20, com a ameaça de se tornarem muitos, muitos mais. Mas o que ainda não escrevi é sobre outro MST presente no local - Movimento dos Sem Teologia. A mais nova praga se chama Igreja Mundial do Poder de Deus. Que eles têm oferecido o céu na terra - algo que não podem entregar pois o reino de Jesus NÃO é deste mundo - é mais que sabido. Mas agora partiram para oferecer terra na terra. E os dois MST deram os braços (ou seriam as patas? - sem querer ofender as aves, obviamente). Vejam a foto abaixo.
Creio que, lá como cá [na invasão e nos locais de engano litúrgico], existem pessoas bem intencionadas - e muito equivocadas, sem exceção. Vale ressaltar que a invasão [como, aliás, toda invasão - é ilegal]. Há um processo na justiça com a clara determinação de proibição da presença destas pessoas naquele local. Mas, como tantas outras determinações judiciais, no Pará nada se cumpre do que é ordenado pelos juízes. É bom deixar claro que os chamados "movimentos sociais", guarda-chuva bastante amplo sob o qual se abriga toda sorte de argumentação para depredar, invadir, roubar e até matar, estão ligados aos partidos políticos governistas, como PT, ou "independentes", como PSTU, PSOL e outros mais, mas que recebem [através de ONGs criadas por políticos através de laranjas basicamente para conseguir recursos para tais práticas ilegais - algumas destas ONGs ilegais também] volumosos recursos federais [leia-se dinheiro dos impostos, fruto do seu suor, do seu trabalho, que muitas vezes financia a invasão de sua casa ou propriedade].
Mas, quero expressar minha opinião a respeito da maioria dos que lá estão. Creio que existem muitos enganadores, que classifico nos seguintes níveis:
i. Picaretas profissionais, que possuem metas políticas e principalmente econômicas, e que almejam tão somente o poder para, nele, se perpetuarem e encherem seus bolsos do dinheiro do contribuinte em negociatas cada vez mais desavergonhadas;
ii. Picaretas amadores, que se deixam conduzir pelos da estirpe profissional, que recolhem as migalhas do processo - no caso de uma invasão de terra na região madeireira ficam com a madeira e às vezes um cargo de líder de comunidade, vereança, etc...
iii. Picaretas quase inocentes, que se passam por "trabalhadores rurais sem terra" para invadir a terra, ganhar a "posse", ainda que provisória da terra, explorar toda a madeira existente e depois partir para a próxima invasão.
E, como disse, há os tolos... só cai no conto do vigário quem se acha mais esperto que o vigarista.

quinta-feira, 26 de março de 2009

O QUE VOCÊ PRECISA PARA SER VERDADEIRA TESTEMUNHA DO FILHO DE DEUS

Testemunho. Muitos são os que afirmam serem testemunhas de Jesus. Testemunhar é o cumprimento de uma ordem dada pelo Senhor aos seus discípulos. Mas esta ordem está mesmo sendo levada a sério. E o testemunho que se tem dado é mesmo o que o Senhor Jesus Cristo quer? Tenho muitas e sérias dúvidas quanto a isto. É muito comum ouvir pessoas fazendo muitas afirmações sobre a pessoa de Jesus. Alguns, à semelhança dos falsos mestres denunciados, já àquela época, pelo apóstolo Paulo [I Tm 1.5-7], chegando ao ponto de fazer ousadas afirmações. Não pretendo entrar em detalhes sobre quais são – pois elas são apresentadas de muitas formas, nas mais variadas situações e com os mais variados objetivos – mas sempre com uma semelhança: descaracterizam o verdadeiro Jesus, conforme mostrado nas Escrituras. Lembremos que é este mesmo Jesus quem exige que seja crido "segundo as escrituras".
O apóstolo João, um dos homens que privaram da companhia de Jesus por mais tempo e em situações de maior relevância [como na transfiguração, na ressurreição da filha de Jairo, entre outros momentos] afirma possuir um conhecimento pessoal de Jesus, o que o qualifica par dar um testemunho confiável. Ele não diz possuir um conhecimento "sobre" Jesus. Para ele Jesus não é um objeto de estudo. Jesus é a deidade personificada – uma pessoa real.
João, com a autoridade de quem viu, ouviu, contemplou e tocou no Cristo de Deus, no Deus unigênito, na divindade encarnada, vai mostrar-nos que conhecer a Jesus Cristo é mais do que ter conhecimento sobre Jesus Cristo. Uma dúzia de pessoas que conhecem a Jesus é capaz de fazer muito mais do que um milhão de outros que "sabem" sobre Jesus.
Alguém poderia objetar: é-nos impossível ter, hoje, o mesmo tipo de experiência que o apóstolo João e os demais tiveram. É verdade – todavia, é assegurada aos crentes do séc. XXI uma condição de "bem-aventurados por crerem sem ver [Jo 20.29], e a fé e a certeza de coisas ainda não vistas, a convicção de fatos ainda não chegados [Hb 11.1]". Podemos, portanto, ter o mesmo tipo de conhecimento que João teve, porém sem as mesmas experiências que ele teve, porque cada experiência com Deus é pessoal e irrepetível.
Vejamos nos próximos posts que tipo de conhecimento o apóstolo tinha.

JOÃO SABIA QUEM ERA JESUS

Tanto o evangelho quanto a primeira carta de João começam com a sua certeza acerca da natureza de Jesus. O apóstolo não estava disposto a morrer por um mero líder religioso. Ele não estava disposto a morrer por uma causa. Embora sem temer o martírio, ele não queria ser um mártir de uma causa vã ou terrena. Ele lembra que Jesus, aquele que andou por toda a parte fazendo o bem, ensinando o evangelho do reino, curando enfermos e até mesmo ressuscitando mortos era alguém muito, muito especial: era o eterno que adentrou na temporalidade. O apóstolo, que era judeu, vai em busca de um termo filosófico grego para definir a pessoa de Jesus: o que era desde o princípio. João vai em busca do começo de todas as coisas para afirmar: mesmo ali, Jesus não passou a ser, ele já era, já existia, já possuía glória celeste [Jo 8.58]. Nunca houve um momento em que a glória e honra não lhe fossem devidas. E isto só torna a reação de rejeição que os homens tiveram (e continuam a ter) diante dele mais indesculpável. Por amor dos seus, Jesus deixou a glória eterna, tornou-se à semelhança de homens – em suas limitações, fraquezas e dores (sem, entretanto, aceder à prática do pecado).
Por saber, através do que sua mente e coração lhe testificavam, quem era Jesus (e não apenas ter informações sobre quem era Jesus) João está disposto e capacitado a um testemunho eficaz. Informações não bastam para fazer uma testemunha. Alguém pode saber tudo o que é humanamente possível saber a respeito de Jesus, mas mesmo assim não conhecê-lo. Era assim com os religiosos: eles sabiam quem era Jesus, sabiam o que ele ensinava, sabiam da autoridade que ele possuía, alguns até acompanharam de perto os seus milagres – mas nada disso os convencia. Eles não conheciam verdadeiramente a Jesus [Jo 10.14]. E esta é uma bênção que só é dada às ovelhas que o Pai lhe deu. Nem uma – a mais ou a menos – do que estas. Um número tão certo e inescapável quanto à realidade da personalidade do Senhor, eternamente imutável em seu propósito.
João assegura que o evangelho da vida, o anúncio da pessoa e obra do Senhor Jesus não é uma novidade, não é uma invenção contemporânea – mas é uma mensagem alicerçada na existência real e eterna de Jesus, muito diferente tanto das filosofias e religiões contemporâneas (e seus mestres, mortos ou vivos ainda) e dos mistérios das religiões pagãs com suas divindades lendárias, mas irreais. A importância da mensagem está simplesmente no fato de que o que João anuncia, testemunha, prega, não é uma fábula engenhosamente inventada como as que Paulo e Pedro combatiam [II Pe 1.16; I Tm 4.7] ou fantasia – e nada mais, nada menos, que as boas novas a respeito do interesse plenamente demonstrado de Deus pelos miseráveis seres humanos. A João fora revelado [como a nenhum outro hoje] não o entendimento da essência da divindade, porque a mente humana, finita, não pode compreender a divina, infinita, mas o reconhecimento de que Jesus Cristo era [e é] essencialmente divino – e por ser divino não pode ser temporal.
Para João o conhecimento de Jesus é ao mesmo tempo o conhecimento daquele que, antes que tempo houvesse, já o conhecia. É ver a glória do unigênito, do criador, daquele que por sua palavra e vontade perfeita e poderosa fez todas as coisas. Este Jesus deve ser anunciado. Se fora um mero homem sua mensagem deveria cair no esquecimento. Suas palavras não mereceriam ser registradas com a solenidade de serem chamadas palavras de Deus, porque não o seriam. Seus atos seriam contados como os dos demais heróis do passado – mas nada revelariam do caráter e amor de Deus. Não! Para João [ e para todos os que compartilham da bem aventurança da fé] temos a mensagem verdadeira do Deus verdadeiro – não há outra mensagem pela qual valha viver e morrer, não há outro que mereça uma obediência tão absoluta. Por ele, pelo que ele é, pelo conhecimento que temos dele, vale a pena ser uma testemunha – ao preço da própria vida, se necessário [e muitas vezes ao longo da história tem sido].

JOÃO OUVIU AS PALAVRAS DE JESUS

O conhecimento de João não se limitava – e nem o nosso deve ser limitado – ao [re] conhecimento de quem é Jesus. Sabemos ser ele o eterno, o pai da eternidade [Is 9.6], o alfa e o ômega [Ap 22.13]. Mas João nos mostra que para conhecermos verdadeiramente a Jesus é necessário ouvir o que ele tem a nos dizer. Por conhecimento me refiro não apenas ao "saber", mas também ao conviver, experimentar. É neste sentido que a palavra é usada na literatura hebraica e aparece muitas vezes no Novo Testamento como um "hebraísmo", isto é, o uso de uma palavra em uma língua – no caso, a grega – mas carregada com um sentido muito mais comum a outra língua [no caso, a hebraica]. O conhecimento que João tinha vinha do fato de ter ouvido os ensinamentos de Jesus, e, ainda, da atuação do Espírito fazendo-os lembrar de todas as coisas que o mestre lhes havia ensinado, de acordo com a promessa que o mesmo fizera a ele e aos demais apóstolos [Jo 14.26].
João atesta que ele foi testemunha auricular dos ensinos de Jesus. O que ele dizia a respeito de Jesus, o que ele registrara em seu evangelho nada mais era do que o relato fiel de alguém que havia passado três anos sempre ao lado do Senhor – aprendendo, se preparando para no tempo próprio anunciar ao mundo que o criador de todas as coisas realmente se importa com suas criaturas, que o juiz de toda a terra é justo, mas é também misericordioso. Para ser testemunha de Jesus é necessário ouvir a Jesus – lembremos que ele afirmou que somente as suas ovelhas "ouvem" a sua voz. É impossível ser testemunha sem ser ovelha. É impossível ser ovelha do Senhor sem ouvir a sua voz. E só é verdadeira ovelha do Senhor aquelas que ouvem para colocar em prática. Não há entre os que são de Jesus [embora possa haver no seio das nossas Igrejas] pessoas que ouçam apenas por mero entretenimento. Jesus nunca se propôs a ser um ensinador popular, ou um milagreiro [Mc 7.36]. Diante da oportunidade de apresentar-se perante as autoridades disse nada ter com aquelas raposas [Lc 13.32].
Somente ouvindo a Jesus temos o verdadeiro conhecimento dele. Pois é impossível ao homem conhecê-lo, a menos que isto lhe seja revelado [Mt 16.17]. E este amoroso conhecimento leva, inapelavelmente, a uma resposta positiva. O fato do amor de Deus ser derramado nos corações dos homens [Rm 5.5] leva-nos a responder amorosamente, embora, ainda, imperfeitamente. O amor perfeito é derramado, mediante o Espírito Santo, em corações imperfeitos, que só podem amar imperfeitamente – mas amam. Àqueles que não ouviram a chamada amorosa do Senhor resta-lhes o ódio [Jo 15.18] tanto a Deus quanto aos filhos de Deus e a tudo o mais que lembre Deus. E este ódio vai se expressar na rejeição das boas novas. Se eles não amam a Jesus obviamente não amarão o que de bom ele fez e faz. Seus corações estão por demais ocupados pelo amor ao mundo, às concupiscências do mundo, dos olhos e da carne. O amor do Pai não está neles, porque o Espírito Santo não foi-lhes outorgado, não foi derramado em seus corações.
Mas não é assim com os filhos da luz. Não é assim com as ovelhas de Jesus. João vai afirmar que o Pai concedeu aos seus um grande amor, que suspende as trevas e ódios incapacitantes que ocupavam o coração dos filhos da ira [servos do diabo, assassino, ladrão e destruidor]. Os filhos de Deus, renovados, restaurados, agora são capacitados para amar a Jesus. E a forma de demonstrar isto é através da obediência, ouvindo a sua voz e seguindo-o. Não há outra forma – a afirmação de Jesus de que aqueles que o amam obedecem aos seus mandamentos lembra novamente que não adianta ouvir para não praticar – isto só aborrece ao Senhor. Somos chamados para demonstrar nosso amor a Jesus ouvindo e praticando a sua palavra. É preciso ouvir para crer – e é preciso obedecer para ser testemunha, para que outros creiam, sejam discipulados e batizados. As palavras de Jesus não foram ditas para serem apenas conhecidas, estudadas, analisadas, interpretadas como fazem muitos – foram ditas para serem recebidas por ouvidos obedientes, por pessoas que, conhecendo-as e conhecendo aquele que as proferiu, se colocam sob sua autoridade e prontamente obedecem. Era assim que João ouvia – é assim que as ovelhas do Senhor Jesus ouvem, ainda hoje.

JOÃO CONTEMPLOU OS ATOS DE JESUS

Conhecimento – prático e teórico. Testemunho local e auricular. Mas João nos diz que tinha mais uma razão para afirmar ser verdadeira testemunha do que Jesus falou e fez: ele estava lá. Ele viu com os seus próprios olhos – e teve os seus olhos abertos para ver além do que lhe era mostrado. João foi uma testemunha auricular do que Jesus fez. Seu testemunho não é de ouvir falar – nem mesmo de pesquisar, embora uma pesquisa fiel e criteriosa também possa relatar a verdade. João é uma testemunha ocular de cada ato por ele narrado. Ele viu Jesus curar cegos, coxos, levantar para a vida pessoas que já estavam mortas. Ele viu o inimaginável, um homem andando sobre as águas – e contemplou o poder de Jesus sobre os elementos quando o mar revolto foi tornado em bonança. Estas experiências locais de João o autenticam como verdadeira testemunha dos fatos narrados. Junto com os demais discípulos João viveu cerca de 3 anos lado a lado, dia a dia com o mestre.
Os eventos marcantes do ministério de Jesus, como a transfiguração [e as palavras do Senhor autenticando a mensagem do seu filho ao dizer "a ele ouvi" – Mc 9.7], a última ceia, a traição, a crucificação e sua gloriosa ressurreição e ascensão aos céus, ladeado de anjos. Tudo isto João viu. Contemplou com respeitosa curiosidade, com uma mistura de temor e alegria por saber que tudo aquilo só confirmava o que ele já sabia: aquele era de fato o Messias, o Filho de Deus. Depois de tantos falsos messias [At 5.36-37] que haviam se levantado ele tinha plena convicção de estar diante do verdadeiro. Se alguma dúvida houvesse Jesus disse [Jo 10.24-27] que as suas ovelhas o reconheceriam pelas obras que fazia. E o que os demais fizeram: rejeitaram-no e intentaram matá-lo, demonstrando na prática aquilo que Jesus já havia dito: não eram ovelhas do Pai, não eram herdeiros da promessa, não eram, de fato, crentes.
Ninguém objetava – nem mesmo os inimigos de Jesus – que ele era capaz de fazer coisas extraordinárias [isto é com os modernos inimigos de Jesus, muitos dos quais infiltrados na Igreja moderna, tão distante na fé, no espírito e no tempo dos cristãos primitivos]. Quando Jesus disse-lhes o que eles lhe cobravam, isto é, uma reposta definitiva sobre ele ser ou não o Messias, afirmando ser um com o Pai, imediatamente intentaram matá-lo. A rejeição que tiveram por Jesus também foi contemplada por João, e ele registra isto no seu evangelho, afirmando que Jesus "veio para os que eram seus, mas os seus não o receberam [Jo 1.11]". João contemplou a alegria de Jesus – e a sua profunda tristeza pela incredulidade de Jerusalém.
Os que crêem não estão alijados, não estão separados de homens de fé como Pedro, Tiago, Paulo, Judas, Filipe e João. Também podemos contemplar o ressurreto com os olhos da fé. Não somos obrigados a andar como os incrédulos, apenas pelo que vemos – aliás, estes, mesmo vendo, não crêem. Somos chamados para uma vida de fé, crendo para ver no momento em que o Filho se manifestar a recompensa de andar por fé [II Co 5.7]. A certeza da manifestação gloriosa, em uma segunda vinda, recompensando os crentes, animava o apóstolo Paulo para continuar no seu ministério de testemunhar Cristo àqueles que não o tinham visto em carne [Cl 3.4; II Ts 1.7]. Animava Pedro, que esperava a segunda manifestação, agora em plena glória, do filho de Deus, o supremo Pastor [I Pe 5.4].
Aos crentes não cabe uma multidão de exigências legalistas e escravizantes, pois se para isso o crente tiver que guardar um ponto da lei como meio de salvação escraviza-se a todo o resto da lei [Tg 2.10]. Aos crentes cabe crer e permanecer em plena confiança de fé em Cristo, sem qualquer temor de ver sua fé frustrada. Isto não acontecerá – pois Deus sempre cumpriu o que prometeu fazer, e ninguém há que possa impedi-lo de continuar a ser assim. E ele também não mudará de idéia, pois nele não há variação ou sombra de mudança [Tg 1.17]. A convicção de ter visto as obras maravilhosas de Deus – e a fé inabalável nas promessas que ele fez animam o verdadeiro crente a testemunhar. Um incrédulo não pode testemunhar eficientemente porque nada tem a oferecer.
Um incrédulo pode até ocupar um lugar na igreja, pode até ser um membro ativo e atuante, ajudador em muitas áreas, mas não poderá ser uma verdadeira testemunha. Quando muito dirá "ouvi falar". O crente dirá: eu sei em quem tenho crido, e sei que é poderoso para guardar a minha vida, minha fé, minha esperança, o meu tesouro, até o dia final [II Tm 1.12] – mesmo que para chegar a este tesouro tenha que enfrentar o calor de uma perseguição [II Tm 3.12] e os frios umbrais da morte [Rm 8.38].

JOÃO TESTEMUNHOU A ENCARNAÇÃO DO VERBO DE DEUS

Conhecimento como fruto da experiência, do ensino e a visão das obras feitas por Jesus eram fundamentais para o apostolado – mas o apóstolo não desejava que os cristãos fossem enganados por pregadores de um falso evangelho que dizia que tudo não passava de uma espécie de "teatro celestial", que Cristo apenas havia assumido uma aparência humana [docetismo] e transmitido um conhecimento incomum aos seus discípulos [gnosticismo]. João sabia que apenas alguém que compartilhasse da natureza humana poderia oferecer sacrifício agradável. Somente um homem perfeito, perfeitamente obediente, sem pecado [Hb 4.15] poderia retirar a mancha da desobediência de outro [Rm 5.12-15]. Somente o segundo Adão, espírito vivificante, poderia retirar o peso da culpa dos atos do primeiro Adão, alma vivente [I Co 15.45].
João testemunha que Jesus Cristo não era um mero espírito, mesmo que um espírito de luz, como querem os adeptos do kardecismo. Jesus não era um mero mestre religioso, como querem os filósofos. Jesus não era um homem que, em virtude de uma vida perfeita, se transformaria em predileto do pai, nem a primeira criatura, como querem os russelitas. O mesmo que João afirma ser o Deus eterno é também caracterizado como habitando entre os homens, compartilhando de sua natureza, da sua humilhação [Fp 2.5-8] e até mesmo experimentando algo que só caberia aos homens pecadores: a morte.
A encarnação de Jesus tem sido um mistério e uma característica da pregação cristã desde sempre. É impossível ao cristianismo subsistir sem a divindade de Cristo. Mas é igualmente impossível crermos num Jesus dissociado do humano. As Escrituras insistem demasiado na ênfase sobre o fato de Cristo, o Verbo, ter-se feito carne e estabelecido habitação entre os seres humanos [Jo 1.14]. Jesus Cristo é o Deus em carne e crer nisto é distintivo entre o verdadeiro e o falso cristão [I Jo 4.2], entre a testemunha da verdade e as testemunhas do erro e do engano, ministros de satanás [II Jo 1.7]. A obra da reconciliação entre o homem e Deus foi feita por Deus, em Cristo, e por Cristo, para nós, e isto foi feito "no corpo da sua carne" [Cl 1.22]. Pedro também enfatiza o fato da nossa reconciliação pelo fato de Cristo, morrendo por nós, na carne, e foi por esta morte, e não por uma ilusão, que Cristo garantiu a nossa salvação. Ademais, o seu trabalho não teria sido penoso [Is 53.11] se fosse uma mera representação, como querem muitos.
No pensamento hebraico, e João era, antes de mais nada, um hebreu que vivia em meio a hebreus e não hebreus, especialmente nos dias finais de sua vida, a carne é mais do que a matéria, e, portanto, representa o homem integral, assim como as palavras alma e coração. Assim, carne não é algo que o homem possui, mas o que ele é. Assim Cristo é aquele que, sendo divino, tornou-se um homem integral, podendo ser, também, legítimo representante de outros homens diante da divindade. Embora seja de difícil conciliação com a nossa lógica e fraqueza mental, Cristo é, a um só tempo, aquele que é eterna e perfeitamente divino, mas, também, perfeitamente humano. Jesus em momento algum deixou de enfatizar sua divindade ou sua humanidade. E é assim que crer nele segundo as Escrituras, mesmo que contra a razão não iluminada, é uma exigência bíblica e João não nos permite pensar diferente: ou cremos, ou não somos crentes. Ou recebemos o Cristo segundo as Escrituras, e o anunciamos, e somos seus ministros, ou, ao negar tais verdades, temos aí um ministro do anticristo.
Desde o início Jesus é invocado como Senhor, tido como digno de honra e louvor, é aquele por meio de quem vem a fé [At 3.16], que, é, em última instância, um dom de Deus [Ef 2.8]. Jesus é aquele que perdoa pecados, uma exclusividade divina [Mt 9.16]. Tudo isto atesta que os cristãos primitivos, como João, testemunhas oculares do Senhor Jesus, tinham plena convicção de que o Jesus divino também era o Filho do Homem. Desde o nascimento o relato sobre o homem-Deus se concentra num fato: a fé em sua pessoa representa a redenção dos crentes. Maria desde o princípio demonstra esta verdade ao colocar-se como instrumento de Deus, uma serva que estava pronta a ser "vaso de Deus" para a completitude da obra salvífica – embora ela mesma não se julgasse salvadora, pelo contrário, percebesse a si mesma como carente de salvação [Lc 1.46-47].
Mesmo assumindo a natureza humana em Cristo sempre habitou plenamente a divindade [Cl 2.9]. A manifestação dos seus atributos se dá num contexto diferente, mas Cristo não deixou de ser onisciente ou onipotente, ou, muito menos, merecedor de menos honra e glória. Mas o fez num estado de humilhação, pois precisamente para isto se encarnou: para obedecer ao Pai em todas as coisas, inclusive enfrentando a morte em lugar dos mortos, a justiça divina substituindo os injustos. Muitas heresias já surgiram tentando negar estas verdades: nestorianos, apolinarianismo, kardecismo, russelismo, sabatismo e muitas outras. Todas elas como expressão da ação do inimigo da nossa alma: satanás. Somente as verdadeiras testemunhas de Cristo sustentam esta verdade, apesar de toda a oposição que possa se levantar: Jesus Cristo é o Deus em carne. E os crentes – e incrédulos – ainda o verão uma vez para sempre assim, para uns, em glória e gozo eternos. Para outros, em punição eterna no inferno.

CONCLUSÃO

O que João deseja com tudo isto? Podemos concluir afirmando que tudo o que o apóstolo João afirma a respeito de Jesus tem como objetivo levar os cristãos ao reconhecimento de verdades essenciais a respeito de Jesus. Ele afirma apenas o que viu, o que ouviu, o que experimentou, mas seu desejo é evangelístico, ele quer que seus leitores creiam em Jesus segundo as Escrituras. E ele apresenta Jesus como o verbo da vida. Ele usa um termo filosófico [logos] para tentar comunicar a realidade da divindade de Jesus, e, mais ainda, o seu agir e atributos. João proclama Jesus como a razão da existência de todas as coisas. Jesus é o poder ou a ação divina pela qual o universo recebe sua unidade, coerência, significado. Só por Jesus há o cosmos, a ordem, a existência. Jesus é anunciado como a origem, o meio e a finalidade da criação – inclusive dos homens, de cada homem e mulher, em qualquer lugar e época. Jesus, o logos, é a revelação e o revelador, a razão e a essência de todas as coisas.
João cumpre cabalmente a função de testemunhar: como servo do Senhor, proclama o Cristo de Deus para que todos creiam que ele é o eterno, antes do qual nada houve, e além dele nada há. Jesus é a razão da vida, em contraste com a morte que é comum a todos os homens. Ele vivifica, os homens vivem. Ele traz vida, os homens apenas a experimentam rumo à morte. Sem Cristo, não há esperança de vida porque ele é a própria vida. São inúmeras as vezes que Jesus afirma ser o doador da vida. Mas a mais impressionante declaração de João a respeito de Jesus é que a vida estava nele e a vida era a luz dos homens. Não há vida sem Jesus. Sem Cristo os homens apenas estão mortos – e suas práticas apenas evidenciam esta morte espiritual, este afastamento de Deus que conduz à morte eterna. E somente em Jesus está a solução para a morte eterna: a fé, para que, nele crendo, tenham vida, vida eterna, abundante, significativa.
Para concluir, quero citar o próprio João, que afirma que seu testemunho é anunciar Jesus, por intermédio de quem Deus nos deu a vida eterna [I Jo 5.11] "E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho". Diz-nos ainda o apóstolo amado que somente "aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida" [I Jo 5.12] e, finalmente que tudo quanto escreveu foi "...a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus" [I Jo 5:13].Para testemunhar eficientemente precisamos ter a vida que vem de Deus por intermédio de Jesus – e isto só é dado aos crentes. Isto só é dado a quem o conhece, quem o ouve e obedece, quem contempla sua ação e crê na sua encarnação. Crer diferente disto não é crer – é mera aceitação de dogmas, frases e ensinos. E a fé é mais, muito mais do que isto. Crês assim?

segunda-feira, 23 de março de 2009

E DÁ-LHE EDUCAÇÃO (QUE FALTA FAZ...)

Há alguns anos, em um programa humorístico [quando estes ainda continham alguma coisa de humor] certo personagem questionava os fatos, por mais inquestionáveis que fossem, com uma pergunta fatal, demolidora: "Fotografou? Não?! Então dançou!". Era uma época na qual máquinas fotográficas eram coisa rara, mandar revelar fotos coisa cara. Nada era como hoje - eram os tempos, nem melhores nem piores.
Hoje, com a profusão de máquinas digitais, filmadoras, celulares, MP(X)s e toda a parafernália tudo que se faz vira notícia rápida e facilmente. Mas vejamos a foto acima.
É de um protesto de alunos CONTRA o aumento da carga horária. Reivindicação justa? Bom, para quem já quase não estuda, tanto faz (só ficarão mais tempo ociosos na escola). Se colocarmos esta manifestação ao lado do que fez a APEOESP contra o governador paulista, protestando contra a exoneração de professores que tiraram 0 (zero) em uma prova de conhecimento específico, então, tudo faz sentido.
Volte à foto e releia a faixa cuidadosamente. Está tudo certo? Está! Alunos que não querem aumento na carga horária também não querem estudar gramática. Por quê?
Bem, porque eles deveriam ter escrito "por que", assim, separado e sem acento, porque estão fazendo uma pergunda desejosos de saber "por qual motivo, razão, causa ou circunstância" de uma alteração no número de horas a serem estudadas
Está satisfeito? Fique ainda não. Tem mais. O projeto de "aumentar" a carga horária nem é rejeitado, eles não querem é "almentar" (isso mesmo, com L em lugar do correto U). Eu ainda não consegui descobri (algum APEOESPiano pode me ajudar?) o que é "almentar". Conheço aumentar, alimentar, mas o neologismo ignorante, para mim, é novo.
Bom, até a ignorância militante tem um limite não? A deles, infelizmente, não. Cobertos de "sua razão", posam (é posam mesmo, de pose, não de pouso) alegres e saltitantes, sorridentes escancarando sua falta de apego à língua portuguesa no horário (com acento, embora eles prefiram grafar que a carga é horaria - sem acento). Pelo menos se lembraram da "cedilha" em condições (ainda há esperança, ainda que pouca).
Não vou mencionar nem mesmo a "poesia esquista" do slogam. Mas, convenhamos - que eles precisam de mais aula de português e menos de "cidadania - leia-se ativismo), isso precisam. Dá pra perceber na seriedade com que se apresentam para a foto "histórica".

ARCA DE NOÉ

A grande porta central do lado da Arca de Noé foi aberta para a primeiro grupo de curiosos de gente da cidade apreciar a maravilha. Claro, é apenas uma réplica da arca bíblica, construída pelo criacionista holandês Johan Huibers como um testemunho da sua fé na verdade literal da Bíblia.
A Arca tem 150 côvados de comprimento, 30 côvados de altura e 20 côvados largura. Ou seja, dois terços do comprimento de um campo de futebol e tão alta como três casas. Modelos de tamanho natural de girafas, elefantes, leões, crocodilos, zebras, bisões e outros animais saudam os visitantes à medida em que eles vão chegando.
Empreiteiro de profissão, Huibers construiu a arca de cedro e pinho. Os estudiosos da bíblia discutem sobre qual, exatamente, foi a madeira utilizada por Noé.
Huibers fez a maior parte do trabalho com sua próprias mãos, utilizando ferramentas modernas e com a ajuda ocasional de seu filho, Roy.
A construção começou em maio de 2005. No pavimento superior ainda não coberto, não terminado a tempo para a abertura - haverá um mini-zôo, com cordeirinhos, galinhas, caprinos e um camelo.
Os visitantes no primeiro dia ficaram impressionados.
«Isto é uma redescoberta do passado", afirmou Mary Louise Starosciak, que, de férias, passeava de bicicleta com o marido, quando viram a Arca surgindo imensa sobre a paisagem local.
"Eu conhecia a história de Noé, mas eu não tinha idéia de que o barco teria sido tão grande.
Há espaço suficiente na quilha para umas 50 cadeiras num cinema onde as crianças podem assistir a um vídeo que conta a história de Noé e sua arca".
Huibers, um homem cristão, disse que espera que o seu projeto vá renovar o interesse pelo Cristianismo na Holanda, onde a igreja encolheu dramaticamente nos últimos 50 anos.
Posso afirmar sem medo de errar que este senhor, com sua excentricidade, fez mais pelo cristianismo holandês que uma miríade de pregadores têm feito pelo mundo afora.
Seu empenho demonstra sua fé na inerrância, na fidelidade e na veracidade das Escrituras.
Enquanto teólogos vivem discutindo a origem das Escrituras, se vem de Deus ou se é mero produto das experiências religiosas, ou ainda, um mero conjunto de mitos, ele diz: eu creio.

sábado, 21 de março de 2009

FALSIDADE IDEOLÓGICA

No Código Penal brasileiro está configurado um crime denominado falsidade ideológica, que é fazer-se passar por alguém ou algo que não é. Nos arraiais religiosos [não chamarei de evangélicos porque não vou misturar os verdadeiros evangélicos com esta miscelânea de falsários] cresce cada vez mais o número de pretensos profetas e apóstolos. Porque afirmo que são falsários? É simples: vejamos, à luz da Palavra da verdade, porque não existem apóstolos de verdade hoje em dia.
A qualificação essencial de um apóstolo era a sua chamada divina, isto é, o fato de ter sido comissionado diretamente pelo Senhor Jesus [Lc 6.13-16]. Os doze foram chamados durante o ministério terreno do Senhor Jesus. Nas Escrituras vamos encontrar alguns casos especiais, como o de Matias - mas a própria Escritura afirma que Deus já o havia escolhido como apóstolo [At 1.24] e esta seleção se tornou conhecida posteriormente. Observemos que nenhuma imposição de mãos é mencionada na escolha de Matias - o novo apóstolo, como os demais, era discípulo de Jesus desde o tempo do batismo de João (‘o princípio do evangelho’) até a ascensão de Cristo. É essencial lembrar que os apóstolos tinham algumas funções específicas: estarem com Jesus durante a sua vida pública, sendo, assim, familiarizados com todo o decurso do ministério e obra de Jesus [At 1.21-22]. E é óbvio que, naturalmente, precisava ser também uma testemunha da sua ressurreição, estando, assim, habilitado a falar do que tinha visto e ouvido e apalpado [I Jo 1.1-3], mas em todo o tempo este testemunho era dependente da experiência e da orientação do Espírito Santo, tornando, assim, seu ensino a norma de doutrina e comunhão da Igreja cristã [A2.42; I Jo 2.19].
E Barnabé? E Tiago, o irmão do Senhor? E Paulo? Seriam eles apóstolos diferentes? A resposta é sim e não. Mas com certeza completamente diferente dos [falsos] apóstolos atuais. Barnabé é contado desde o princípio entre os discípulos de Jesus, sendo aquele que “introduziu” Paulo na comunidade dos crentes, àquela época ainda chamados de “os do caminho”. Tiago recebeu uma aparição do Senhor só para si [Gl 1.19; 2.9, I Co 15.7].
Já Paulo insiste sobre sua comissão diretamente recebida de Cristo [Rm 1.1; I Co 1.1; Gl 1.1,15]. Paulo afirma que sua autoridade não era derivada [numa suposta tradição apostólica, como defendida pela igreja romana] ou menor que a dos demais apóstolos. Aliás, Paulo e Matias possuem algo em comum: foram aceitos com os demais apóstolos, não foram escolhidos, nem nomeados, nem ordenados por eles. E nem sequer [absurdo moderno] auto-proclamados apóstolos.
Alguém pode objetar que Paulo não preenchia a qualificação exigida em At 1.21. Somos obrigados a concordar, mas a sua experiência no caminho de Damasco foi claramente uma manifestação do ressuscitado [I Co 15.8]. E Paulo podia afirmar sem receio: “Eu vi o Senhor Jesus” [I Co 9.1]!, sendo, portanto, testemunha confiável da sua ressurreição, embora se considerasse como um “aborto”, nascido fora do tempo.
Paulo, embora nova criatura, não se esqueceu que fora um perseguidor insolente, e não um discípulo original - era diferente dos demais apóstolos, mas era-lhes igual em autoridade e incluía-se no número dos mesmos e os associava com o seu próprio ministério [I Co 15.8-11].
Em breve veremos as diferenças entre os verdadeiros e os falsos apóstolos [tantos] como é denunciado pelo próprio Paulo [II Co 11.13]. Teria Paulo a ousadia de denunciar os falsos e ele não fosse verdadeiro apóstolo? É bom perceber que Paulo percebe a falsidade dos tais em suas obras más - são elas que denunciam a impostura - embora um impostor possa enganar muitos por muito tempo, não pode enganar a si mesmo nem a Deus. Cabe à igreja ser criteriosa, analisar os tais à luz da Palavra, com exorta o [verdadeiro] apóstolo Paulo: se ele ou um anjo pregassem algo além do evangelho, fossem considerados anátemas [Gl 1.8-9], isto é, inúteis e indignos de aceitação, ou mesmo malditos. Mas não sou eu quem vai amaldiçoá-los - eles já o são por sua própria obra e natureza.

quinta-feira, 19 de março de 2009

PORQUE CONGREGAR? Ou... Não há desculpas para ficar em casa.

PORQUE CONGREGAR?
Ou... Não há desculpas para ficar em casa.

Lutar por direitos é uma prática muito comum dos homens. Relegar direitos também, por mais esquisito que possa parecer esta afirmação. Vejamos: o escritor da carta aos Hebreus demonstra claramente a superioridade do sacerdócio de Cristo sobre o hebraico que era mera representação, mera figura ou tipo do que haveria de vir – e veio – em Cristo Jesus.
Enquanto o primeiro tinha uma série de exigências cerimoniais, de purificação e estabelecia normas separatistas [sempre no intuito de mostrar a necessidade do crente de separar-se das práticas comuns dos povos que os cercavam] o segundo retira, por obra e graça de Deus em Cristo Jesus, todas as exigências cerimoniais e coloca uma única condição: a fé. Aliás, condição já existente no pacto cerimonial, mas encoberta, velada, pelos ritos.
Após mostrar a superioridade de Cristo, o escritor mostra que temos o caminho desimpedido [Hb 10] para apresentar-mo-nos diante de Deus [Jesus é o caminho – Jo 14.6]. E isto é um privilégio que quase a totalidade dos judeus não apenas não possuíam como sequer sonhavam com ele. Era uma exclusividade da tribo de Levi, e apenas os sacerdotes podiam adentrar as câmaras internas do templo – uma das quais era vedada a todos, exceto o sumo sacerdote, e isto apenas uma vez por ano, após oferecer sacrifícios por si mesmo e pelo povo, e ainda com um forte temor ao adentrar no santo dos santos.
Em Cristo este receio se desfaz – o que era medo torna-se intrepidez, confiança, ousadia. E não usar este privilégio é pecado terrível, é desobediência ao mandato divino e sinal de descaso para com a vontade de Deus. A ordem divina é "não deixe de congregar" [Hb 10.25]. É uma necessidade da qual o cristão deve ter uma clara certeza e um firme compromisso. Negar-se a cumprir esta ordenança é pecado tão sério quanto qualquer outro. Ausentar-se do culto por motivo justo e circunstancial [todas as coisas estão debaixo do controle divino] ainda pode ser aceitável, mas adaptar-se às circunstâncias para não mais congregar é comodismo, é pecado, é buscar a maldição e não a bênção. Apresentar-se diante de Deus é um privilégio, e podemos elencar três motivações claras para nos apresentarmos diante de Deus [e nenhuma delas é pelo medo de alguma punição – que certamente vem sobre aquele que deixa de congregar].
A primeira é que nos aproximamos do Santo para sermos abençoados. Sei que esta afirmação pode parecer com a prática de muitas comunidades neo-eclesiásticas interesseiras, que vivem tentando barganhar com Deus, mas não é isto o que pretendo afirmar. Afirmo que o fato de congregar, ler a palavra coletivamente, orarmos uns com os outros e pelos outros, entoarmos cânticos de louvor ao Senhor e ouvirmos a pregação da palavra são, todos eles, bênçãos que vamos buscar na Igreja. Também não me refiro a emprego, carro, casa, saúde, etc. como bênçãos indesejáveis. Estas coisas, porém, são bênçãos secundárias na vida do cristão. Elas podem vir como resposta à necessidades expressas em oração, súplica e ações de graças. Mas não devem ser o objetivo primordial do cristão. Mas se o cristão deseja a bênção de Deus o caminho é congregar – não deveria ser necessário mandar quem tem fome, sede e sobrecargas ir aonde há alimento, bebida e descanso.
A segunda motivação é que nos aproximamos do Santo por sermos abençoados. O contrário de bênção é maldição. Deixar de congregar significa deixar de receber a bênção de Deus – e isto implica em ficar só, o que é uma terrível maldição sobre a vida das pessoas. Não estamos afirmando aqui a perda da salvação [uma heresia rejeitada por todos os reformados sérios], mas o cristão que se afasta da bênção certamente coloca-se sob a justa disciplina de Deus. Deus já nos tem dado bênçãos maravilhosas, das quais podemos lembrar a inicial como suficiente para dar-nos motivação para adorá-lo obedientemente: ele nos salvou do império das trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor [Cl 1.13]. Se esta não for uma razão suficiente para o crente, então algo está errado com seu coração. Estará mais interessado nas coisas da terra, do mundo. Amará mais ao mundo do que a Deus [Mt 6.24]? Ora, a Escritura afirma claramente que quem ama o mundo não ama a Deus [I Jo 2.15].
A terceira motivação é que nos aproximamos de Deus para sermos abençoadores – a Igreja primitiva vivia comunitariamente, tinham tudo em comum. Congregavam diariamente, partiam o pão de casa em casa. Uma era a alma [Fp 1.27], lutavam juntos pela fé evangélica, dando suporte mútuo [Ef 4.2], motivados pelo amor de Deus derramado em seus corações [Rm 5.5]. Os que tinham muito dividiam com os que nada tinham – e quando problemas ocorriam [e havia problemas] as soluções eram buscadas em Deus. E o resultado é que todos eram abençoados, uns abençoavam aos outros, e a Igreja contava com a simpatia do povo, recebendo novos irmãos diariamente. A palavra de Deus crescia e se multiplicava porque os cristãos desejavam não apenas ser abençoados, mas também serem abençoadores. Um exemplo maravilhoso é o dos crentes da macedônia, que rogaram insistentemente ao apóstolo Paulo que lhes permitisse participar da assistência aos crentes judeus. Eram pobres [financeiramente], mas havia uma riqueza insuspeita em seu coração: o amor de Deus superabundava em seus corações, e eles deram-se a si mesmos, primeiro a Deus, depois aos apóstolos [II Co 8.4-5], abençoando a Igreja do seu tempo e também a Igreja de hoje, porque se tornaram exemplos para nós. Será que os que querem ser abençoados correndo aos desabaladamente para a primeira promessa de bênção desejam esta bênção, a de contribuir, que, aliás, segundo o apóstolo Paulo, é um dom [Rm 12.8]? Acho que não – contribuem por interesse, na vã tentativa de fazer negociatas com Deus [como se Deus fosse como muitos Políticos Trapaceiros nacionais].
Com base nestas motivações o escritor aos hebreus lembra que os cristãos não devem vacilar na guarda do mandamento, nem mesmo permitir que haja qualquer tipo de dúvida sobre a sua fé. Confessar a fé é mais do que dizer que crer – é vivenciá-la em todos os momentos, obediente, alegre e amorosamente.
E o que acontece com os que preferem ir aos cultos de vez em quando, quando dá vontade, ou quando são insistentemente cobrados pelos demais irmãos, que apenas cumprem Hb 10.25? Ainda que queiram ser abençoados, não se lembram de que já o foram e não desejam ser bênção. Há até aqueles que afirmam poder cultuar a Deus em seu quarto, usando erradamente um texto que fala de oração para justificar seu pretenso culto [Mt 6.6]. A menos que haja razões realmente impeditivas para congregar vez ou outra – saúde, exigências profissionais, familiares – a reunião de um só é um culto hipócrita, porque desobediente. É uma tentativa de enganar a sua própria consciência [e os de consciência cauterizada até conseguem] e a Deus [o que é impossível]. Um culto motivado pela desobediência é extremamente desagradável a Deus [I Sm 15.22].
Chega de hipocrisia e mentiras. Será que seu sofá ou cadeira é mais confortável do que a mão do Senhor? Será que o que sua TV te ensina [ou deseduca] para esta vida é mais importante do que o que a edificação que vem do Senhor para a vida eterna? Não adianta buscar desculpas esfarrapadas. Deus não as aceita. O Senhor Deus não aceita seu relaxamento. É inaceitável alguém dizer que ama a Deus sem obedecê-lo [Jo 14.21], que faz parte de um corpo sem estar jungido a ele [Ef 4.16] e que ama os irmãos, mas prefere manter-se distante [At 2.44]. É muito demais, até para mim.

CONGRESSO SINODAL CARAJÁS - SAF


ENVIANDO TESTEMUNHAS
Quem? Onde? Quando?!!!
DIAS 12 A 14 DE JUNHO DE 2008
IGREJA PRESBITERIANA DE XINGUARA
CONFEDERAÇÃO SINODAL DE TRABALHO FEMININO - CARAJÁS
PRESBITÉRIO DO CARAJÁS - PRCA
PRESBITÉRIO LESTE DA TRANSAMAZÔNICA - PLTA
PRESBITÉRIO DO CENTENÁRIO DO PRESBITERIANISMO DO PARÁ - PCPP
PROGRAMAÇÃO
SEXTA-FEIRA
: Recepção: 17.00h
Culto de abertura: 20.00h
Pregador: Rev. Marthon Mendes
SÁBADO: Devocional: 08.00h
Workshop MUSI: Rev. Marthon Mendes
Abertura do Congresso: 14.00h
Palavra da Presidente / Comissões
Encerramento: 17.30h
Culto: 20.00h
DOMINGO: Intercessão: 08.30h
Escola Dominical: 9.00h
Eleição: 11.00h
OBSERVAÇÃO: TAXA DE INSCRIÇÃO R$ 25.00
IGREJA PRESBITERIANA DE XINGUARA
REV. OSVALDINO [94] 3426 2740 / 9132 0940

quarta-feira, 18 de março de 2009

VIAGEM PELA TRANSAMAZÔNICA

[OU SERIA TRANSMARGURA]
Neste último fim de semana estivemos, em companhia da cantora Stefânia, visitando a Igreja Presbiteriana de Novo Repartimento [congregação da Igreja Presbiteriana de Tucuruí] e Pacajá.
Foram dois dias abençoados espiritualmente - não dá para falar o mesmo do ponto de vista físico. Toda a família Mendes teve problemas de saúde, além das dificuldades naturais de uma estrada que não existe [no mapa está lá].
São tantos buracos que o MBSE [Movimento dos Buracos Sem Estrada] já tem acampamento do lado esperando a vez de invadir a estrada. Inacreditável e inaceitável que mesmo numa caminhonete RANGER só conseguimos fazer 100km (vergonhosos 100km entre Novo Repartimento e Pacajá, e sem atoleiro) em 3h (isso mesmo, 3 longas, esburacadas e sofridas horas).
Mas vamos às bênçãos. Em Novo Repartimento conhecemos o novo salão para reuniões, localizada às margens da Transamazônica, num culto agradável e edificante, tendo como tema "Você não tem licença de Deus para ser diferente [Salmo 50]". A Stefânia louvou a Deus com quatro canções.
No dia seguinte nos dirigimos para Pacajá, uma viagem longa, cansativa, e chegamos com o culto em andamento. Assim, embora estivéssemos presentes já na Escola Bíblica só participamos plenamente do culto noturno.
Foi muito bom rever os amigos e irmãos, reencontrar alguns que, quando lá estávamos, eram visitantes e agora são membros. Ver que outros, afastados e sem compromisso, estão se despertando para a urgência e seriedade que o trabalho do Senhor requer.
Como diz o apóstolo Paulo, um planta, outro rega, outro colhe - mas Deus é tudo em todos.
O culto noturno foi muito abençoado (e longo também, quase 3 horas), principalmente porque a liturgia previa para bênção da igreja que seria uma noite com utilização de todos os meios de graça (pregação da palavra, batismo e santa ceia).
Deus me deu a graça de batizar o pequeno Eduardo Pietro (filho do Pb. Elias e Sra. Marinalva).
Toda a glória a Deus, nosso Senhor, e toda alegria para nós, graças a Deus.
Minha gratidão a todos aqueles que nos receberam, e demonstraram aquele carinho com o qual nos brindaram nos 2 anos que lá passamos. Como diz o apóstolo: que saudades!
Vale lembrar o trabalho bem feito pelo missionário Urbano à frente da igreja, bem como a presença do pastor titular do campo, Rev. Cleber Campos.

A viagem só não foi de fato uma amargura pelo dulçor da companhia dos irmãos, tanto em Novo Repartimento quanto em Pacajá. Esta talvez fosse uma viagem que eu gostaria de fazer com um dos nossos governantes - não pelo prazer da companhia deles (é possível conseguir companhia muito melhor nas margens da estrada) mas para que eles tomem vergonha e diminuam o sofrimento dos moradores daquela região tão sofrida e tão usada como argumentos e promessas em troca de votos.

GRAÇAS A DEUS

25 ANOS DE BÊNÇÃOS A Igreja Presbiteriana em Jacundá comemorou no mês de fevereiro 25 anos de organização eclesiástica. Na ocasião contamos com a presença do Rev. Eliel Gonçalves de Mattos, pastor da Primeira Igreja Presbiteriana de Gurupi, no Tocantins.Também esteve conosco a cantora Stefânia (na foto com a Ezrah), apresentando o seu segundo CD, "Um toque especial".
Foram 3 dias de edificação e enlevo espiritual - adorando a Deus em cultos onde a emoção, o espírito e a razão estavam em perfeito equilíbrio.

MOMENTOS ESPECIAIS

O presbítero Selvino Rosa é empossado no seu sexto mandato consecutivo como presbítero da nossa igreja.

O presbítero Jonatha Soares Tavares é homenageado - um dos responsáveis diretos pela existência da igreja. Instrumento de Deus. A quem honra, honra.

Como não poderia deixar de ser, festa presbiteriana tem confraternização. E a nossa não foi diferente. Almoço farto foi servido para mais de 150 pessoas.

OFICIAIS PRESENTES: Pb. Uilhomarco Miranda, Pb. Manoel Pereira (missionário), Pb. Zizalino Xavier, Pb. José Raimundo, Rev. Marthon Mendes, Rev. Eliel Gonçalves, Pb. Selvino Rosa, Pb. Aloísio Resende, Pb. Reine Borges e Pb. Adão Ribeiro.

sexta-feira, 13 de março de 2009

IGREJA UNIVERSAL - MAIOR QUADRILHA DE ESTELIONATÁRIOS AGINDO NO BRASIL SEGUNDO DESEMBARGADORES MINEIROS

ENTIDADE RELIGIOSA É CONSIDERADA POR DESEMBARGADOR MINEIRO A MAIOR QUADRILHA DE ESTELIONATO EM AÇÃO NO BRASIL!
VERGONHA???
Há quatro meses o desembargador Fernando Botelho, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, condenou uma denominação conhecida por ter, entre outras posses, redes de televisão e diversas emissoras de rádio, um partido político e participação ativa nos escândalos religiosos e políticos no Brasil a devolver, a título precário, a quantia de R$ 50.000,00 a um contribuinte da mesma à partir do momento em que ficou provado que a instituição agia de má fé, abusando do fato do contribuinte ser portador de “deficiência mental incapacitante”, motivo pelo qual é segurado do Instituto da Seguridade Social.
A "entidade religiosa" autoproclamada Igreja Universal do Reino de Deus [só se o deus que anunciam foro seu próprio ventre ou o deus deste século] foi condenada a devolver ao fiel Edson Luiz de Melo todos os dízimos e doações feitas por ele. De acordo com o processo movido por sua mãe, D. Dulce Conceição de Melo, Edson, que é portador de enfermidade mental permanente, passou a freqüentar a igreja em 1996 e desde então era induzido a participar de reuniões sempre precedidas e/ou sucedidas de contribuição financeira.
Segundo o advogado, que representou o fiel, Walter Soares Oliveira, a quantia total a ser restituída será apurada com base nas provas, mas certamente ultrapassará os R$ 50 mil. Além de devolver as doações, a Igreja Universal ainda terá de indenizar o fiel em R$ 5 mil por danos morais.
No processo consta que "promessas extraordinárias" eram feitas na igreja, em troca de doações financeiras e dízimo. Entre outros produtos e promessas feitas a Edson Luiz, estava a “chave de entrada no céu”e um documento denominado “Diploma de Dizimista”, que era assinado pelo dizimista e pelo “abençoador”, ninguém menos do que o próprio Jesus Cristo.
Em virtude do agravamento de sua doença, Edson foi afastado do trabalho, quando então passou a emitir cheques pré-datados para fins de doação à igreja. Ele ainda fez empréstimos em um banco e vendeu um lote por um valor irrisório, para conseguir manter as doações à instituição religiosa.
No despacho o desembargador chama a entidade religiosa que se pretende ser portadora universal do evangelho do reino de Deus de “a maior quadrilha de estelionatários atuando livremente e sob proteção legal que jamais agiu no Brasil”.
Em 1ª Instância o juiz havia ponderado que a incapacidade permanente do fiel só se deu a partir de 2001, quando houve sua interdição. Dessa forma, ele entendeu que a igreja não poderia restituir valores de doação anteriores àquele ano, motivo pelo qual estipulou em R$ 5 mil o valor que deveria ser devolvido. Já em 2ª Instância, o desembargador Fernando Botelho, relator do recurso, considerou que o fiel não tinha "condições de manifestar, à época dos fatos, livremente a sua vontade, já que dava sinais (quando da emissão dos cheques de doação à igreja) de ter o discernimento reduzido" sendo "os negócios jurídicos ali realizados nulos", e por isso determinou, juntamente com os outros dois desembargadores, a devolução do valor integral das doações - cabe ainda o pagamento de multa e outras "cominações legais".
A decisão ainda pode ser revista pelo Supremo Tribunal Federal, mas o fato em si já é suficiente para mostrar a má fé de muitos falsários que andam mercadejando a palavra [II Co 2.17], enganando a muitos que se deixam seduzir por suas promessas de um Deus submisso e pronto a derramar favores em troca de uma liturgia profundamente teatral e emocional e destituída de racionalidade. Mentiras as mais absurdas estão sendo contadas e ouvidos ávidos de novidades [sem o necessário exame criterioso como o feito pelos bereanos - At 17.11].
Infelizmente ouvidos ávidos e de espíritos preguiçosos estão prontos a correr atrás de tais obreiros fraudulentos, mesmo quando fica mais do que provado que são mais do que mentirosos, são estelionatários, abusando da boa fé de uns e da avidez de outros [II Co 11.113].
E o que nós devemos fazer? Qual o papel que cabe aos verdadeiros cristãos? Posso sugerir algumas atitudes.
A primeira delas é não correr atrás do primeiro pregador de novidades que surgir na esquina mais próxima, especialmente se eles surgirem afirmando que até aquele dia tudo estava errado e que são portadores de uma nova revelação [ou ao menos de uma nova forma de entender a revelação de Deus] - o evangelho, poder e sabedoria de Deus, tem transformado muitas vidas há dois mil anos de forma singela. A segunda atitude é renunciar à cupidez despertada pelas promessas de um evangelho fácil, sem renúncia do ego e cheio de prazeres carnais. Tal não é o evangelho de Cristo que afirmou que seu reino não é deste mundo [Jo 18.36]. A terceira é entender no coração que Jesus nos quer como seus servos, seus amigos, mas jamais nos aceitará como seus senhores. O Deus eterno não se submeterá a caprichos de nenhum falso apóstolo [e há muitos deles], ou falsos profetas [mais ainda].
Vigiai, não se deixe enganar.

segunda-feira, 9 de março de 2009

PRA FRENTE? PRA ONDE, BRASIL.

PRA FRENTE? PRA ONDE, BRASIL.
Esta frase foi o lema que embalou o selecionado brasileiro na década de 70. Com uma equipe de jogadores que ficavam anos a fio em um mesmo clube montou-se aquela que é considerada [por muitos] uma das maiores da história, e o Brasil sagrou-se tricampeão mundial de futebol nos campos mexicanos.
O governo brasileiro aproveitou a popularidade do “escrete canarinho” e também usou a frase, anunciando que havia chegado, finalmente, o momento de o Brasil destacar no cenário mundial com uma prosperidade ímpar.
Atualmente os aficcionados por futebol olham para o selecionado brasileiro com um misto de admiração e descrédito, vendo-os mais como habilidosos mercenários da bola do que propriamente brasileiros desejosos de defender as cores nacionais no cenário futebolístico internacional.
Na economia e na política não é diferente. O que temos acompanhado das notícias que nos chegam do planalto central também nos leva a crer que, como no futebol, o interesse maior não é o nacional nem o do próprio clube - mas unicamente o do seu bolso, sendo vistos, também eles, como mercenários da política.
Para reforçar este quadro, há alguns dias, um senador afirmou que o seu partido é um conglomerado de corruptos, que estão na política, em sua maioria, com o objetivo de conseguirem cargos de onde possam realizar negócios [na maioria ilícitos] e assim ganhar muito, muito dinheiro trabalhando muito, muito pouco.
Que todos já sabiam que era assim é óbvio - mas o estarrecedor é que ninguém, nem mesmo do próprio partido acusado, veio a público para desafiá-lo a provar o que afirmava. Ninguém quer processá-lo por crimes como calúnia e difamação. No senado nunca se falou em quebra do decoro parlamentar. Absolutamente nada foi feito nem se fará.
Por outro lado, ninguém também se movimentou para buscar identificar e punir os corruptos apontados por ele. Mas como? Com que moral se o parlamento nacional é ocupado por quase 300 [isso mesmo, 300] criminosos já condenados em primeira instância por crimes que vão desde compra de votos e abuso de poder econômico [crimes eleitorais] até formação de quadrilha e assassinato. Estrelas de primeira grandeza no parlamento nacional são verdadeiros manuais de contravenção: Renan Calheiros, Collor de Melo, José Sarney, Roseana Sarney, Antônio Palocci, Jader Barbalho e tantos outros.
É com tristeza que vemos tudo isto, mas ao mesmo tempo somos contrastados com uma promessa do nosso Senhor de nunca nos desamparar, nunca nos deixar sós. E o Senhor nosso Deus prometeu-nos que veríamos um rei justo. Todavia, uma constatação se faz necessária: se um destes citados anteriormente [ou quem sabe o líder maior da quadrilha] marcasse uma reunião com você, para te dar algum benefício, você faltaria a esta reunião? Não?!!!
Bom, então porque faltar quando o Senhor dos céus e da terra, que não mente nem rouba o dinheiro do contribuinte, chama você para te abençoar, você prefere afazeres outros? Quem é mais importante? Pra onde? Como diz uma célebre música: Olha pra cima! Volta seus olhos pra Deus, justo juiz!

quarta-feira, 4 de março de 2009

UM DEUS QUE TEM TODO O PODER

TEMOS UM DEUS QUE TEM TODO O PODER
Jeremias 32.16-25
Recessão. Crise. Desemprego. Desespero. Estas e outras palavras têm ocupado o noticiário e o vocabulário de todos, desde pessoas de posses como de pessoas as mais simples. Ligamos a TV, ouvimos rádio, lemos jornais e revistas e só ouvimos falar de crise, queda das bolsas, retração do comércio e da produção, etc.
Já houve até quem tenha atentado contra a própria vida em virtude dos imensos prejuízos financeiros sofridos. Mas a nossa história nos ensina que as crises vêm e vão, com maior ou menor intensidade. Só nos últimos 15 anos o Brasil enfrentou três sérias crises econômicas: Rússia, Japão e Argentina. Na definição do presidente da república, são com as marolas na água – sempre haverá outra, embora ele não tenha percebido que a marola, desta vez, quase chega a ser um tsunami de efeitos duradouros.
No passado outras crises também aconteceram, e o profeta Jeremias retrata uma das crises mais sérias – e de efeitos mais duradouros – na história de Israel. Para aqueles que a vivenciaram foi uma experiência dramática e sofrida, e, creio, nenhum deles passou por ela com prazer. Imagino que todos eles trocariam a crise que experimentaram por aquilo que hoje estamos chamando de "crise". E imagino que nenhum de nós trocaria a nossa crise pela que eles enfrentaram. Um detalhe nos mostra o tamanho da crise por eles vivenciada: Jeremias chega a dizer que os hebreus comeriam as carnes de seus próprios filhos e filhas por causa do cerco que sofreriam até serem vencidos e levados para a Babilônia (Jr 19.9).
O capítulo 32 do livro do profeta Jeremias nos lembra, dentre outras coisas, a angústia vivida pelo povo; a presunção dos fracos governantes hebreus de resistirem [sem a ajuda de Deus] às forças babilônicas muito superiores e os motivos do seu sofrimento.
Por diversas vezes Deus advertira do sofrimento que os hebreus teriam em caso de desobediência. Até mesmo o templo era usado como instrumento de idolatria – e a idolatria sempre é um instrumento usado para esconder uma religiosidade vazia, porque precisa de amparos, de muletas, de ajudas visuais para substituir o que é espiritual, imaterial e invisível. A idolatria substitui ineficientemente a fé. Os líderes hebreus (sacerdotes, príncipes) diziam para o povo: temos o templo do Senhor! – clamavam. – Ninguém virá até aqui [Jr 7.4]. O que era para ser apenas local de adoração virou objeto de idolatria.
Durante todo o tempo do cerco os príncipes tentaram solucionar o problema com alianças (tentaram com o Egito, tentaram comprar os governantes caldeus), enquanto, durante todo o tempo, o profeta dizia que a melhor coisa a fazerem era não resistirem, pois os caldeus eram tão somente o "chicote" de Deus para castigá-los por causa das suas muitas iniquidades.
Ao invés de ouvirem a palavra do profeta, preferiram persegui-lo, prendê-lo e maltratá-lo. Ninguém queria ouvir o Senhor – queriam continuar com a sua vidinha, cheia de injustiças, opressão, derramamento de sangue e idolatria. O povo de então [à semelhança de hoje] prefere confiar em palavras falsas e promessas vazias, furtando, matando, adulterando, jurando falsamente e adorando a falsos deuses fabricados por suas próprias cobiças. E ainda cometem o pior dos pecados, achar que Deus não vê ou não sabe do que estão fazendo, adorando falsos deuses e dizendo-se adoradores de Deus, achando que uma simples atitude religiosa lhes dará a salvação. E Deus mesmo afirma ver tudo isto (Jr 7.11).
Apesar de ser um momento de extrema angústia para o povo, Jeremias demonstra confiar ainda em Deus, pois, obedecendo ao mandato do Senhor, aceita comprar uma terra [sitiada, invadida e que ficaria na posse dos invasores por muitos anos], investindo dinheiro que seria absolutamente necessário para a aquisição de comida durante a crise. Jeremias fez questão de realizar esta compra segundo todos os trâmites legais, fazendo duas escrituras e guardando-o nos "cofres" da época, potes de barro que eram enterrados nos campos para fugirem à destruição dos invasores.
É neste contexto que, ao comprar o campo e entregar a escritura ao escriba Baruque, o profeta faz uma impressionante oração de entrega e confiança no cap. 32, versos 16-25.
A oração feita pelo profeta nos mostra que devemos confiar completamente no Deus que detém, em suas mãos, todo o poder. E é nesta confiança que aprendemos que:
O crente não pode ser um alienado no mundo: O apóstolo Paulo afirma que os cristãos são "conhecedores do tempo" (Rm 13.11), isto é, conseguem perceber o ambiente em que vivem, interpretando os fatos à luz da palavra de Deus, tomando atitudes coerentes e consistentes com o ensino das escrituras. Um cristão alienado é uma presa fácil para aproveitadores da boa fé alheia. Os versos 23 a 25 mostram que o profeta tinha plena consciência do que acontecia em derredor, e ainda assim tinha a firme convicção de que era melhor ouvir o que Deus tinha a dizer. Ele conhecia claramente a situação em que Jerusalém se encontrava: sitiada, com trincheiras de todos os lados, um exército poderoso e determinado, e, acima de tudo, o pior inimigo de Jerusalém era o próprio Deus.
Jerusalém fora dada por Deus aos hebreus durante o reinado de Davi. A terra em que habitavam era uma dádiva divina, pois dela tomaram posse sendo pouco mais que uma multidão de retirantes, quase sem armas, sem condições de manterem uma campanha de conquista em Canaã, mas Deus ia adiante deles, abrindo águas, derrubando muralhas, protegendo seu povo e, com braço estendido, dando-lhes vitórias estrondosas sobre os inimigos, que se atemorizaram diante deles.
O problema é que, ao entrarem na posse da terra, vendo-a próspera, creditaram esta prosperidade às divindades cultuadas pelos povos ali residentes – e se afastaram de Deus, preferiram adorar os baalins cananeus. A tudo o que Deus dizia, eles rejeitavam mesmo com o envio de fome, peste, assolação ainda preferiam andar longe de Deus. Mesmo com demonstrações de amor e misericórdia, enviando profetas, reis piedosos, juízes e sacerdotes tementes a Deus, preferiram andar longe de Deus, numa sucessão de abismos morais e espirituais.
Jeremias olha para tudo isto, e ao mesmo tempo olha para a cidade e vê-la condenada. Os muros quase em ruínas, portas queimadas, falta de alimento e de armas para continuarem a resistência. Debandada de muitos durante a noite, numa tentativa de salvar a sua vida buscando proteção no Egito, que Deus chama de uma cana quebrada, na qual, quando buscassem apoio, lhes perfuraria as mãos.
Não podemos ser alienados, fechando os olhos para a realidade ao nosso redor. Podridão, corrupção, bandidagem, prostituição, destruição paulatina dos valores familiares e morais, zombaria ao verdadeiro cristianismo, colocando em seu lugar uma farsa pseudo-evangélica. E muitas vezes aceitamos isto porque travestidos de uma bonita roupagem.
Um exemplo grotesco é a pantomima chamada carnagospel com a justificativa de ser uma forma de evangelização atrás do trio elétrico. Aliás, até a música profana traz uma verdade que os carnagospelescos deveriam lembrar: "Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu", como diziam Armandinho, Dodô e Osmar, antigos carnavalescos baianos. Atrás do trio só não vai quem já morreu para o mundo e suas concupiscências. Atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu com Cristo, e com ele ressuscitou. Atrás da bandalheira que nos cerca só não vai quem tem um compromisso com Jesus e com sua obra.
Infelizmente parece que as luzes do mundo estão atraindo cada vez mais as "mariposas evangélicas", permitindo-se fazer aliança ao mesmo tempo com quem adora a Deus e ao diabo. O namoro com a serpente é evidente quando se abre as portas da casa de Deus para o endeusamento de homens, especialmente quando estes não tem nenhum compromisso com o Deus da palavra nem com a palavra de Deus. Qual a vantagem que há para o cristão fechar os seus olhos e beijar a serpente? Nenhuma.
Mas, além de ser perspicaz quanto ao ambiente que o cerca, o crente também tem uma clara percepção de quem é o seu Deus, isto é, o crente não pode ser um alienado de Deus, a quem deve amar com todas as suas forças. O Deus de Jeremias não é em nada semelhante aos canaanitas: não é de material que os homens podem manipular. Nem de ouro, nem de prata, ou de madeira ou pedras. Pelo contrário, o Deus temido por Jeremias é o criador de todas as coisas [até mesmo daquelas usadas pelos cananeus – e pelos hebreus por imitação – para fazerem seus falsos deuses].
O que os hebreus em sua tolice não percebiam é que os deuses dos canaanitas não os ajudaram contra o povo de Deus – e nem ajudariam este mesmo povo contra os caldeus. Com mãos, pés, olhos, bocas e ouvidos nada podiam fazer, pois não viam nem ouviam, por isso não podiam atender as súplicas vãs de um povo tolo. O Deus de Jeremias é espiritual, deve ser percebido e adorado espiritualmente, e sua bênção não pode nem ser medida nem comprada por nada material, por mais valioso que possa parecer aos homens.
O Deus de Jeremias pode fazer tudo o que desejar – mesmo que Jeremias e todos os demais tivessem desejos diferentes. Mas Jeremias não se esquece de que este mesmo Deus, todo poderoso, também é o Deus de misericórdia e justiça. É o Deus que ama, que abençoa, que protege e cuida dos seus – mesmo que contra eles se levantem nações as mais poderosas da terra. Todavia, este mesmo Deus é um Deus de justiça e que não tolera a iniqüidade – nem mesmo quando esta se associa ao ajuntamento solene, em culto falso e hipócrita.
Para Jeremias Deus é o Deus que vê. É o Deus presente – mesmo nas crises. Mesmo na mais profunda crise Deus continua presente. Sua grandeza é incomparável. Tudo o que se pode pensar ou criar não é nem a mais ínfima parte do que Deus é. Ele mesmo questiona qualquer tipo de comparação quando pergunta: a quem me comparareis? Ele afirma ser maior que o ouro e a prata, maior em conhecimento do que toda a ciência humana. É maior do que todo o poderio transformador do homem – porque criador só há um, Deus. Mesmo as mais poderosas nações são colocadas como ridiculamente insignificantes diante de Deus: são como um vácuo – mesmo com toda a arrogância e prepotência que caracterizam as chamadas superpotências econômico-militares, que se esquecem que Deus é simplesmente o Senhor dos Exércitos.
Em tempos de tolices como os Big Brothers o único que vê todas as é o Senhor – e não por mera curiosidade mórbida, doentia, mas porque nenhum ato do homem deixará de ter a sua digna recompensa. E ninguém mais se lembra disso... Uma reflexão criteriosa certamente levaria o homem a dizer: não quero a retribuição justa minhas obras.
Lembremos que Deus é sempre fiel, verdadeiro, e cumpre as suas promessas. A prova mais cabal do cumprimento destas promessas era o fato de um povo peregrino ter sido liberto do poder do Egito e dominar toda a região de Canaã, habitada à época por povos nômades e guerreiros, alguns deles especialmente colocados ali como guardadores das fronteiras egípcias.
Mas nenhum deles poderia ser mais poderoso do que o todo poderoso. Nenhum poderia resistir à mão poderosa e ao braço estendido do Senhor, criador dos céus e da terra, capaz de executar sinais e maravilhas a seu tempo e modo.
Conhecendo os tempos e o seu Deus, o cristão sabe que só lhe resta a melhor [e uma única] opção: a obediência. O cristão não pode ser um rebelde. Vejamos mais uma vez a descrição que Deus faz através de Jeremias do reino de Judá por volta do V séc. a.C.: idólatras, assassinos, ladrões, perjuros, hipócritas, opressores e injustos. Um contemporâneo de Jeremias, Oséias, faz uma descrição ainda mais dramática no capítulo 4: em Judá prevalecia o perjúrio, a mentira, o assassinato, o furto, o adultério, arrombamentos e homicídios, e ainda menciona a liderança político-religiosa (as duas estavam nas mãos do mesmo grupo) composta por sacerdotes e profetas compromissados com seu tempo, não com a vontade de Deus. Oséias chega a dizer que o principal alimento do povo era o pecado e o maior desejo era a maldade, e ainda menciona uma verdadeira catástrofe ecológica na região (Os 4.2-8).
Parece que todo o povo se inclinava para o mal, exceto os crentes verdadeiros, como Oséias, Jeremias, Baruque, o escrivão, e certamente havia alguns outros que não são mencionados. Estes homens seriam tidos como radicais, retrógrados ou coisas semelhantes. Em nossos dias talvez até fossem acusados de serem "crentes demais". Obedeceram a Deus em ordens absurdas: Oséias toma uma mulher de prostituição como esposa – e continua com ela como esposa, mesmo quando ela permanece na promiscuidade.
Jeremias anuncia que Jerusalém será tomada, o reino de Judá será castigado, os caldeus tomarão a terra e levarão o povo para o exílio e ainda assim se dispõe a comprar uma propriedade. A quem lhes perguntasse porque faziam aquilo, a resposta era simples: porque Deus mandou. Simples, mas incompreensível para a maioria das pessoas, incrédulas e distantes de Deus. Pessoas que são denunciadas por só colocarem em prática alguns dos mandamentos e costumes exigidos por Deus por causa de seus interesses.
Um exemplo é o simples ato de congregar. Isaias denuncia o ajuntamento solene, e Jeremias diz que os judeus achavam que simplesmente freqüentando o templo tinham licença para, durante o resto do tempo, praticarem toda sorte de iniquidades, sem limite de idade: jovens e velhos. Também não havia limite de classe: reis, príncipes, juízes, sacerdotes, profetas e todo o povo. Não havia limite para a maldade: profanaram a casa de Deus com seus ídolos, edificaram altares a Baal, queimaram seus filhos como oferta a Moloque – enfim, encheram Judá e Jerusalém de abominações, provocando o Senhor à ira.
Mas ainda havia um resto de povo. Ainda havia em Judá homens tementes a Deus – homens que obedeceriam, mesmo que isto atraísse a atenção e a ira dos ímpios. Os crentes de Deus não se acomodam ao mundo, não tomam para si os valores vigentes na sua sociedade [Rm 12.2], mesmo que isto implique em perseguição [Mt 5.11] e até mesmo ódio [Jo 15.18; I Jo 13.13] como a própria história de Jeremias [Jr 20.2] ou de Paulo [At 16.24] mostram claramente.
Mas existem muitos que argumentam: os tempos são outros. É verdade, mas Deus é o mesmo. Deus ainda detém em suas mãos todo o poder e, mesmo em tempos tão cruéis e de costumes tão devassos, ele ainda permanece no controle. Jeremias e Oséias sabiam disso e tomaram a única atitude realmente sábia: obedeceram. Jonas, outro contemporâneo, preferiu o caminho da fuga – e precisou ser disciplinado. A maioria dos judeus preferiu o caminho da desobediência – foram escravizados pelos caldeus.
Como crentes [creio que ainda existem alguns, embora não acredite nos 40 milhões das estatísticas do IBGE] precisamos:
i. Sermos conscientes a respeito do mundo que nos cerca, um mundo cujos prazeres e apetites estão influenciados por um pensamento anti-cristão, maligno como afirma a bíblia sagrada [I Jo 5.19]. Não podemos ser alienados, nem podemos cruzar os braços e, principalmente, fechar os nossos lábios. Nosso compromisso com Cristo e com a igreja de Cristo implica em sermos suas testemunhas [Is 44.8], anunciando sua vontade mesmo onde não nos querem ouvir. Nosso compromisso implica em rejeitar as práticas mundanas satanizadas, mesmo que todos tenham aderido a elas – e mesmo que isto implique em rejeição a nós mesmos [Hb 10.33], tomando a cruz e seguindo o crucificado [Mt 10.33]. Nosso compromisso com Cristo nos obriga a buscarmos ser sal e luz. Não podemos nem temos o direito de deixar de cumprir nossas obrigações [Mt 5.13] ou nos escondermos [Mt 5.14];
ii. Sermos conscientes de que servimos a um Deus todo poderoso, aquele que fez os céus e a terra e, ainda que um exército se levante contra nós, derrubando milhares à nossa direita ou esquerda, o Senhor nos fará permanecer de pé [Sl 91.7] até o momento que julgar oportuno e com o resultado que ele julgar adequado [Dn 3.17-18]. O que não podemos fazer é deixar de servi-lo. Nosso Deus é maior do que tudo – do que o ouro e a prata que a tantos escravizam, maior do que a ciência e a filosofia, que a tantos cega e seduz.
iii. Sermos conscientes de nossos deveres como servos consagrados e obedientes confiantes no seu amor e na sua graça, sabendo que seus planos para nós são sempre melhores do que os nossos [Rm 8.28]. Enquanto nossa visão é terrena, a de Deus é celeste. Enquanto nossos projetos são passageiros, o plano de Deus para nós é eterno. Como servos, lembremos que fomos comprados, e nosso único interesse deve ser fazer a vontade daquele que nos livrou do império das trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor [Cl 1.13], por isso nossa dedicação deve ser total e incondicional.
O capítulo 32 termina com uma promessa de Deus. A assolação que era vista pelos hebreus seria substituída pela prosperidade. O medo e o desamparo dariam lugar à segurança e à justiça. No tempo do Senhor – e no meio de um povo temente ao Senhor. Naquela terra, como hoje, havia duas possibilidades para o povo. Hoje há duas possibilidades para você. E vou resumi-las: com o Senhor (como Jeremias) ou contra o Senhor (como Pasur e muitos outros em Judá). Você pode andar sem Deus, e, na prática, contra Deus, rejeitando sua vontade, fazendo todas as coisas segundo o teu querer, seguindo as inclinações da carne, atendendo às concupiscências dos olhos, andando segundo o curso deste mundo tenebroso que jaz no maligno, e cuja recompensa, ainda que lhe pareça andar em caminhos direitos, é a morte [Pv 1.25]. Ou podes tomar outra direção, outro caminho: um caminho de verdade, de vida, que conduz ao Pai celeste e abençoador [Jo 14.6]. Não há nenhum ser humano que não tenha que se posicionar quanto a este assunto: e não andar com Jesus já significa rejeitá-lo.

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