segunda-feira, 28 de setembro de 2009

AINDA EM BAIÃO

Para não fugir à regra, mais uma vez as crianças estão presentes. Desta vez foram os filhos do Rev. Júlio, a Gabi, o Tiago e o Davi.

P9120260 Mas na casa do Rev. Júlio não são criados apenas “crianças”, lá também tem uma iguana que “adotou” a família e ama receber um carinho nas costas, duas cobras [estas não gostam de carinho, nem eu tentei] e um papagaio.

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BAIÃO

Após o término dos trabalhos em Ituquara, chegou a hora de nos dirigirmos ao nosso próximo porto, literalmente: Baião. Mais uma viagem de barco, tranquila, apesar do timoneiro do barco nos permitir [ainda que por breves segundos e sempre de olho no que fazíamos] assumir o comando do barco para fotos.

P9120254Pela manhã o Rev. Ruy Araújo foi o ministro da palavra, numa Escola Bíblica com bom número de participantes, agradável e edificante. Após a escola Bíblica fomos apresentar as dependências para o Rev. Ruy, e, após delicioso almoço, prosseguimos em direção ao nosso próximo porto: Cametá. Numa viagem cheia de percalços, como mostro no post a seguir.

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Rev. Ruy Araújo [IP de Tucuruí], pregador da Escola Bíblica. P9130302

Apresentação das crianças no final da Escola Bíblica, louvando.P9130294

ITUQUARA

Dia 11 de setembro – saída de Tucuruí rumo a Ituquara, Baião e Cametá. Companheiros de viagem o Rev. Ruy Araújo, e as Sras. Ana Menezes [presidente da Federação de SAFs do PLTA] e Aparecida [membro da IP de Tucuruí que nos acompanhou com o propósito de ensinar as irmãs a fazer um trabalho manual conhecido como “fuxico” – motivo de muitas brincadeiras durante o encontro em Ituquara.

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A viagem de foi tranquilaP9110190 [e como], chegamos na sexta-feira após quase 6 horas de viagem, descendo o rio Tocantins, tivemos o privilégio de participar do culto com a mensagem entregue pelo Rev. Marthon.

P9120232No sábado pela manhã, antes da programação da SAF, o Rev. Ruy falou para as crianças e adolescentes de um projeto esportivo-educacional-evangelístico dirigido e mantido pelo Mss. Salustiano, que conta com excelentes equipes de futebol, masculino e feminino. Tive o privilégio de ver o local onde ocorre os treinamentos, com boa estrutura e possibilidades de crescimento, caso haja investimento financeiro – que o Mss. não tem condição de fazer, no momento.

P9120243Após algumas atividades desenvolvidas pela irmã Ana Menezes com as crianças e SAF, a mensagem ficou a cargo do Rev. Marthon. À tarde houve a famosa “oficina de fuxico”. Bem que as irmãs tentaram encontrar outro nome para o referido trabalho manual, mas nem mesmo os dicionários ajudaram. De qualquer forma, fizeram belos arranjos.

Após o almoço deixamos as sras. Ana e Aparecida e prosseguimos nossa viagem. A estada em Ituquara tinha objetivo duplo: participar da reunião do Círculo de SAFs e reconhecimento dos campos conforme designação do PLTA. Em Baião e Cametá a missão era apenas cumprindo o que o PLTA havia decidido.

DE VOLTA…

P9200058Depois da pausa de alguns dias – espero que alguém tenha sentido falta – volto aos posts. Vamos por ordem cronológica.

Primeiro, a viagem a Baião, Ituquara e Cametá, a serviço do PLTA como secretário de Trabalho Feminino [SAF] e presidente do PLTA, na companhia dos Rev. Ruy Araújo, Júlio César e Mss. Salustiano Aranha [toda a viagem] e da presidente da Federação Ana Menezes [Ituquara].

Na sequência, encerramento da gincana organizada pela SAF de Jacundá com a vitória da equipe Ester, mas com a alegria de todos os participantes. Posteriormente, houve o intercâmbio de SAF´s [Círculo Heroínas da Fé] em Goianésia do Pará. E, finalmente, visita à congregação Presbiteriana em Nova Ipixuna.

Como não podia deixar de ser, alguns comentários sobre os acontecimentos do Brasil e do mundo – e as bobagens cometidas pelos nossos tolos [não são ingênuos, falarei sobre isso no post] representantes no cenário mundial.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

NÃO HOUVE

1263406INTERCÂMBIO DE UMP’s EM GOIANÉSIA DO PARÁ

Desencontros da agenda da Igreja Presbiteriana em Goianésia lamentavelmente forçaram a não realização do intercâmbio de Mocidades que ocorreria naquela igreja, embora o evento tenha sido marcado com a devida antecedência. Lamentamos que não tenha havido, e esperamos que o mesmo seja realizado brevemente para edificação dos nossos jovens.

PETISTAS EXPULSOS O PT POR FALTA DE ÉTICA

Ou… O que é a ética para um petista.

P9120253 17 de setembro de 2009. Um dia histórico para o PT. Pela primeira vez dois de seus membros [Luis Bassuma, BA e Henrique Afonso, AC] foram punidos por falta de ética. O Diretório Nacional suspendeu por 15 meses os direitos políticos internos de ambos os deputados federais [e isto por unanimidade]. Por este período não poderão votar, nem serem votados dentro do partido e, também, não poderão falar em nome do PT [e quem dá bola para isso, pois nem o presidente do PT fala em nome do PT mesmo?].

Vejamos o que pode na ética petista:

Participar do mensalão: todos os que participaram do mensalão, pegando dinheiro do publicitário Marcos Valério [o mesmo que afirmou que o mensalão viraria piada de salão] continuam no partido, e muitos deles na direção. Participar do mensalão? Isso pode!

Fazer caixa II: é mais que sabido que até mesmo a campanha do presidente Luis Inácio foi paga com dinheiro de caixa II, em moeda estrangeira [há mais que suspeita de dinheiro das FARC e de Hugo Chávez – sabe-se o dia, a hora, em que embalagem veio, o valor e o nome do avião, do vôo e de seus ocupantes] para o publicitário Duda Mendonça. Fazer caixa II? Isso pode!

Produzir dossiê fajuto contra adversários políticos: todos os que têm participado deste tipo de armação estão ou permanecem ao lado do presidente. Não satisfeitos em fazê-lo contra José Serra agora fizeram contra Ieda Crucius, governadora do Rio Grande do Sul [vale lembrar que o atual ministro da Justiça, Tarso Genro, é candidato ao governo gaúcho]. Dossiês? Isso pode!

Usar um poder público contra adversários políticos: isso é tão importante que quem o faz se torna naturalmente candidato à sucessão presidencial. Quem souber fazer isso, especialmente se atingir o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso [fixação antitética do presidente Luis Inácio] dá até punição. Erenice Guerra vai virar uma espécie de ministra vitalícia da área militar [e ela nunca foi militar, só militante petista]. Usar o estado para atacar inimigos? Isso pode!

Usar um poder público para defender aliados enrolados: isso é essencial para manter a governabilidade, não importa que todos saibam que um crimes de responsabilidade foram cometidos, que o decoro parlamentar tenha sido por várias vezes quebrado. É importantíssimo fazer coisas deste tipo para subir na hierarquia petista. Defender aliados com a força do estado? Isso pode!

Violar direitos fundamentais dos cidadãos: isso é coisa para graduado, para ministro da fazenda. É tão importante que, quando bem feito, consegue-se o milagre de se cometer um crime, de as provas do crime serem conhecidas abundantemente mas chegar-se à conclusão de que não houve criminoso. Quebrar o sigilo bancário de um simples caseiro chamado Francenildo [Franquêm???!!!]? Ah! Isso pode.

Mas o que não pode é defender a vida. Não, isso é inaceitável. É um acinte. É um absurdo. Foi isso que os dois deputados fizeram: tornaram pública sua posição contrária ao aborto, à descriminação da prática do aborto no Brasil [este é um dos pilares do petismo, está em seu programa de governo – procure no site oficial do petralhismo]. Defender o direito de um feto ao nascimento é uma tremenda falta de ética dentro do pensamento petista. Nenhum dos que cometeram os crimes citados anteriormente foram punidos dentro do PT – e parece que também não o serão pela justiça brasileira. Mas defender um feto é crime imperdoável dentro do petismo. Ah! O deputado Afonso era membro da Comissão de Seguridade Social e da Família na Câmara dos Deputados. Não voltará para lá. O PT vai indicar alguém que seja favorável ao aborto para participar da Comissão da Família. Esse é o maldito PT. O Diretório Nacional afirmou que eles usaram verba pública de forma indevida, porque organizaram, através de uma ONG, uma manifestação contra o aborto. Segundo eles, dinheiro público é para financiar o aborto, a descriminalização da maconha [o Minc estava “alopradão” em um evento há alguns dias].

E eu me pergunto, do alto da minha “inocência”: o que um cristão, verdadeiro, sincero, compromissado com os valores do reino, pode estar fazendo dentro de uma associação que se dedica a fazer, sem sombra de dúvida, a obra do diabo, aquele que veio para matar, roubar e destruir? Ou são cegos, ou não são cristãos verdadeiros. Uma das características dos anticristos é se levantarem contra tudo o que se chama Deus, isto é, contra toda e qualquer manifestação da vontade do Divino, aquele mesmo que disse: não matarás. No PT? Isso pode!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

AGENDA

ACONTECE EM NOSSO PRESBITÉRIO

logoump2Intercâmbio de Jovens na Igreja Presbiteriana de Goianésia. Começa no sábado, dia 12, às 19.00h, e termina no domingo, 13, logo após a Escola Bíblica. Aguarda-se a presença das igrejas de Jacundá e Marabá. Oportunidade de comunhão, adoração e edificação.

_safReunião de Círculo de Sociedades Auxiliadoras Femininas na Igreja Presbiteriana de Ituquara, no sábado, 12, com início previsto para as 9.00h da manhã. Falta confirmar ainda a presença do pastor Ruy Araújo. Presença confirmada da presidente da Federação, Srª. Ana Menezese do Rev. Marthon Mendes, secretário presbiterial, que também visitará Baião e Cametá.

Reunião departamental de SAF na Igreja Presbiteriana de Jacundá, sábado, 19, às 16.00h. A presidente convoca todas as sócias para se fazerem presentes.

Reunião de Círculo de Sociedades Auxiliadoras Femininas na Igreja Presbiteriana de Goianésia, dia 26, à partir das 9.00h, com término previsto para as 16.00h. Marabá, Jacundá e Goianésia devem se fazer presentes.

1413537 Congresso de Homens Presbiterianos na cidade de Tucuruí, dia 02 de novembro, iniciando às 9.00h, com a presença do Rev. Francisco Cristino, secretário presbiterial. À tarde intercâmbio esportivo entre os homens das Igrejas de Tucuruí e Jacundá. Idade mínima 28 anos para casados e 30 para solteiros.

ACONTECE NO PARÁ

ipb150 Culto de ações de graças pelos 150 anos do presbiterianismo nacional, dia 03 de outubro, no Hangar, em Belém. Participação conjunta dos sínodos Tropical e Carajás. Uma noite de adoração por um século e meio de bênçãos.

AGENDA DO PASTOR

BSB Viagem para São Paulo no dia 22 de outubro, em companhia dos Revs. Antônio Mendes, Roberto Alencar e Ruy Araújo, e 25 visita à Igreja Presbiteriana do Morumbi, pela manhã. No mesmo dia, à noite, em Brasília, atendendo ao colega de seminário, Rev. Carlos Ulhoa. Retorno previsto para o dia 27.

Se tudo correr como planejado, mais uma alegria ao coração do pastor – aguardando apenas confirmação da estada da Srª. Antônia Mendes em BSB – muita saudade e vontade de dar um grande abraço na mãe querida.

domingo, 6 de setembro de 2009

VÉSPERAS!

 BSB Texto Publicado 06.09.2009 – Boletim da Igreja Presbiteriana em Jacundá

Amanhã, 07 de setembro, os brasileiros comemoram o dia em que o príncipe D. Pedro d'Órleans e Bragança rompeu os laços de submissão política à coroa portuguesa, de modo que podemos afirmar estarmos nas vésperas de comemorar mais um aniversário [precisos 187 anos] desta data marcante da história pátria.

Quero, entretanto, me permitir um pequeno exercício de imaginação e tentar visualizar como teria sido uma outra véspera de uma data também extremamente marcante, esta não para a história político-econômica do Brasil, mas para a história de toda a humanidade: o dia em que o homem declarou sua independência de Deus, numa tentativa de auto-governo, de autonomia e, principalmente, de engrandecimento próprio. Como foi o dia da queda todos nós sabemos, basta uma rápida leitura nos capítulos iniciais do livro de Gênesis e logo constataremos a amistosa palestra entre a mulher e a serpente, e, depois, o oferecimento do fruto proibido ao homem. Isto não é novidade. Mas, como teria sido o dia anterior?

O pouco que sabemos da rotina no Éden nos permite imaginar que Adão, após uma noite tranqüila e revigorante ao lado de sua amada esposa, Eva, despertava ao som dos pássaros, contemplando a espetacular beleza do nascer do sol, suas múltiplas cores. Como lhe fora dado um mandato para cuidar do jardim, cultivando-o, e assim nosso pai, após um desjejum com alguma das milhares de frutas à sua disposição, saía para cuidar das plantas, dos animais, de tudo quanto lhe tinha sido confiado pelo criador. E em tudo ele podia ver a expressão da bondade de Deus - flores multicoloridas, frutos com sabores os mais diversos, uns doces, outros ácidos, uns mais macios, delicados, outros mais fortes, encorpados, mas tudo, ele sabia, era reconhecidamente dádiva de Deus.

E Adão, homem perfeito e em harmonioso relacionamento com Deus, não cessava de dar graças a Deus, glorificando sua sabedoria, sua bondade, sua providência. Terra fértil, árvores frutíferas e frondosas, clima agradável, propício para o cultivo de todos os tipos de plantas, animais sob o perfeito domínio do homem, sem temor por parte de qualquer deles.

A água, dos rios, riachos, cascatas, todas límpidas, frescas, puras. Nada de bactérias nocivas, nem de dejetos orgânicos, domésticos ou industriais.

Após um dia de cuidados [sem fadiga ou cansaço], o homem retorna para seu lar, e encontra sua amada esposa a aguardá-lo, para juntos, ao cair da tarde, aguardarem a presença do Senhor que costumava visitá-los pela viração do dia. Imagino a sua reverente expectativa, e, ouvindo o Senhor, agradecer-lhe por tudo quanto tinham contemplado naquele dia, uma nova planta que nascia, um ninho cheio de ovos, um animal que havia tido seus filhotes, o peixe multicolorido a nadar nas límpidas águas dos rios que cercavam aquele lugar. Sim, era um culto, expressando ao Senhor a gratidão pela multidão de bênçãos que eles experimentavam todos os dias. Assim foi na véspera. No dia seguinte, o homem e a mulher buscaram ser independentes de Deus. E tudo mudou. Sabemos como a vida de ambos [e de seus descendentes] ficou. E você, quer ser independente de Deus?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

VIVER NA GRAÇA DE DEUS – BÊNÇÃOS QUE SÓ QUEM ESTÁ EM CRISTO TEM

P8230069 Sermão proferido na Igreja Presbiteriana em Jacundá, 29.08.2009

O apóstolo Paulo fala cerca de 80 vezes de um estado peculiar àqueles que um dia creram em Jesus Cristo. Mas o que será que ele quer dizer quando afirma que é uma grande bênção estar "em Cristo". Dentre os muitos sentidos, ele identifica esta estada com um sentimento de posse, de propriedade, mas, bem diferente do que os modernos apóstolos pretendem, não é o homem, mas Cristo é o Senhor, o possuidor, e os cristãos o tesouro que ele guarda com sua mão poderosa, da qual ninguém pode tirar o que lhe foi dado pelo pai.

Estar em Cristo significa confiar nele, de forma absoluta, por ser ele o autor da fé, bem como aquele que garante que o cristão chegará ao fim da jornada aperfeiçoado, parte de uma Igreja sem mancha ou ruga. Estar em Cristo significa ter fé naquele que é não apenas o salvador, mas também, o Senhor absoluto da existência humana, reconhecendo-o como o mediador entre Deus e os homens, por ser ele o Deus-homem.

Estar em Cristo significa deixar a confiança nos esforços terrenos e entregar os destinos da alma às bondosas mãos do salvador – vivendo esforçadamente na prática de boas obras porque o cristão já foi alcançado pela graça divina [e não para recebê-la]. Enfim, estar em Cristo é mais que uma frase de efeito, mas é o efeito de um chamamento do próprio Cristo para estarmos com ele e nele, que convida para andarmos nele [é o caminho], com ele [é o bom pastor] ou estarmos nele [é a videira].

O apóstolo Paulo lista alguns benefícios que o verdadeiro cristão recebe quando está em Cristo, e vamos, agora, listar alguns deles mencionados em II Co 5.17-21. Antes, porém, é bom lembrar que a opção que resta àqueles que não estão em Cristo é estar sem Cristo ou, mais precisamente, estar contra Cristo [Mt 12.30; Lc 11.23].

A primeira bênção doada por Cristo àqueles que estão nele é chamada comumente de regeneração, isto é, a bênção de ser refeito por Deus, ser tornado uma nova criatura.

O Senhor Jesus afirma explicitamente que ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo, se não tiver um novo começo. É óbvio que não se trata de um novo nascimento físico, como ironizou Nicodemus, ou como querem os espíritas ou adeptos de algum tipo de evolucionismo espiritualista. Trata-se da obra regeneradora do Espírito Santo no coração do homem, retirando-o de um estado de morte em delitos e pecados e dando-lhe uma nova vida, habilitando-o a perceber não só a existência de Deus [até os ímpios podem], mas também a atenção e o amoroso cuidado, e, acima de tudo, a sua provisão redentora para quem não a merecia. É somente após a obra regeneradora do Espírito que o homem pode dar a Deus o que lhe é devido. É somente após a regeneração que o homem pode receber de Deus o que ele, de forma alguma, merece.

Ser tornado nova criatura é deixar para trás as velhas práticas, as obras da carne, a obediência às inclinações mundanas, carnais e satânicas. Ser tornado nova criatura é envergonhar-se das obras infrutuosas das trevas, da maldade e da malícia, do concurso desregrado pelo mau. Ser tornado nova criatura é ser liberto da escravidão a satanás e seu reino de trevas, e experimentar uma nova realidade, um novo rei, um novo reino.

Ser tornado nova criatura é ser vivificado mediante o lavar regenerador do sangue de Cristo – é receber um novo princípio e uma nova capacitação para, assistido pelo Espírito Santo, viver a vida em Cristo, para sua glória e deleite, e para deleite nele daquele que nele crê, como o Senhor afirma ao revelar-se como o bom pastor: quem ouvir a sua voz, entrará [achará abrigo] e sairá e achará pastagens [alimento, cuidado].

A segunda bênção doada por Cristo àqueles que estão nele é a bênção da reconciliação com Deus, isto é, a bênção de ter um relacionamento de amizade e filiação e não de inimizade com o Senhor e criador. Só há a necessidade de reconciliação onde existe uma relação de inimizade, de indisposição entre duas pessoas. Quando esta relação é entre dois iguais, há alguma chance do homem se tornar o vencedor. Mas quando se trata da relação entre a criatura e o criador, entre o homem, finito, e o Deus todo-poderoso. Qual a chance de sagrar-se vencedor? Nenhuma! Absolutamente nenhuma – mas o ínfimo ser persiste em sua atitude de rebelião e afronta ao criador, seja rebelião declarada ou apenas vivenciada. Todo homem que peca é, consciente ou não, um inimigo de Deus, porque quem não está nele está contra ele. Todo pecado é uma ofensa ao criador.

Uma vez que existem partes, um ofensor, o homem, que pecou e está aquém do padrão de santidade estabelecido por Deus – e o ofendido, Deus, que é infinitamente santo e não tolera o pecado, embora tenha profundo amor por suas criaturas, pecadoras, faz-se necessária a existência de um mediador. Este é Jesus Cristo, e só por intermédio dele, ou estando nele, como diz Paulo, podemos entrar em algum tipo de relação com o Deus eterno sem que esta seja ofensiva. Lembremos que o profeta afirma que "nossas justiças são como trapos do imundo" e que Deus desvia dos homens o seu rosto porque suas mãos estão manchadas de sangue. Mas Cristo intervém, coloca-se entre o homem e Deus, aplica ao homem a sua própria justiça e assim este pode apresentar-se diante de Deus, agora, não mais como inimigo, mas como pertencente ao Filho de Deus.

A terceira bênção doada por Cristo àqueles que estão nele é a bênção de ter um propósito na vida como alguém que ganhou uma grande bênção e quer compartilhá-la, conduzindo outros à reconciliação com Deus. Apesar de inúmeros livros de auto-ajuda existentes, e muitos autores ganhando muito dinheiro, uma coisa é facilmente verificável: quanto mais se publica, mais se vende, porque as necessidades não estão sendo satisfeitas. O homem busca, em todos os lugares, um propósito – e este só pode ser encontrado no após a regeneração e a reconciliação com Deus. O homem foi criado para glorificar a Deus. O homem foi criado para gozar as bênçãos da comunhão com Deus. E não pode conseguir satisfação sem cumprir estes propósitos.

Ao longo do tempo esta satisfação tem sido buscada na religiosidade – de todos os tipos e ás vezes de maneira que chega às raias do absurdo, da loucura mesmo. Estoicismo [negação de satisfação à maioria dos desejos], epicurismo [satisfação de todos os desejos], idolatria [culto a ídolos], egolatria [culto ao homem], animismo [culto a objetos], cientificismo, racionalismo, e muitas outras formas. Mas todas elas são absolutamente insatisfatórias porque só Deus é supre a necessidade que o homem tem. E esta necessidade é satisfeita mediante o cumprimento de um plano, de um propósito, tornado conhecido por Deus, que dispôs todas as coisas para o cumprimento deste propósito de forma satisfatória e prazerosa na vida daqueles que o amam.

Estar em Cristo é saber quem é, saber o que precisa ser feito e saber para onde vai. É, também, receber um direcionamento para ser cooperador na divulgação da mensagem redentora, exortando os demais homens a, também eles, se aproximarem daquele que regenera, que reconcilia e que orienta. Dentre os muitos caminhos que parecem direitos ao homem aquele que está em Cristo escolherá o caminho, e não um dos muitos caminhos que lhe são oferecidos, por mais atraentes que eles possam parecer.

Desde que o homem foi expulso do lugar onde foi criado e que lhe era perfeitamente adequado ele busca o caminho de volta – mas não pode chegar lá sem Cristo. É impossível chegar ao lugar certo sem o caminho adequado – e este caminho é Cristo.

Podemos concluir que, uma vez que recebemos estes benefícios, resta-nos a atitude de gratidão pela quarta bênção doada por Cristo àqueles que estão nele: a redenção, o perdão dos pecados cometidos e o chamamento para uma vida de santidade. Redenção é mais do que o simples perdão, mas é o pagamento de um débito que, para o devedor, era impagável e que qualquer tentativa feita, de sua parte, apenas fazia a dívida crescer.

Redenção significa libertação do cativeiro do pecado, do cativeiro imposto por satanás à todos aqueles que, tornando-se inimigos de Deus, se colocam como seus aliados objetivos – mesmo aqueles que não aceitam a existência do mesmo. Para redimir o homem o preço a ser pago era altíssimo, impossível aos homens, mas possível para Deus, que, por sua livre graça, expressando sua misericórdia e amor, enviou seu unigênito, o Senhor Jesus, para assumir a dívida do homem, o doador da vida morrendo no lugar de pecadores que mereciam justamente a morte; o justo sofrendo o castigo que era devido aos injustos.

Esta substituição objetiva resultou na aplicação subjetiva da justiça de Cristo aos pecadores. Eles receberam da parte de Deus o que não mereciam – e isto é graça – ao invés de receberem a merecida e justa aplicação da ira de Deus, porque era exatamente isto o que eram, filhos da ira, como afirma o apóstolo Paulo.

Regenerados, reconciliados, orientados e redimidos – benefícios recebidos por aqueles que estão em Cristo Jesus. Mortos, inimigos, perdidos e condenados – eis o estado de todo aquele que não está em Cristo Jesus. Para aquele que está em Cristo é absolutamente natural louvar a Deus, buscar a comunhão com aqueles que já o fazem. Esta é uma excelente oportunidade para que cada homem e mulher se faça as seguintes perguntas: "E eu? O que sou? Como estou me relacionando com Deus? O que eu faço evidencia amizade ou inimizade? O que Deus me dará, graça ou ira?" A correta resposta a estas perguntas pode faz toda a diferença para aquele que está em Cristo ou não. Seu destino eterno está relacionado a estas importantes perguntas.

ESTADO LAICO, INTOLERÃNCIA E IDOLATRIA – UM PASSO ALÉM

P8230069Sempre afirmei que gosto de um bom diálogo, de um bom debate, mesmo com quem discorda do meu ponto de vista. Mas para caracterizar um bom debate é necessário que haja algumas características: respeito, ética, coerência argumentativa. Nem sempre os comentários que me chegam conseguem passar neste filtro. O que fazer com eles? Ora, a mesma coisa que fazemos com algo que não presta para nada: a lata do lixo. Alguns dos meus leitores [lêem porque querem, não faço questão] sabem muito bem disto. Lembrem-se que o debate surgiu à partir da provocação de um pseudo-mestre "semi-inteligente".

No artigo ESTADO LAICO: INTOLERÂNCIA E IDOLATRIA tratei de algo que considero tolice: a proibição de símbolos religiosos em repartições públicas. E devo lembrar que em momento algum defendi a adoção obrigatória dos mesmos – seja de qual religião for, embora minha opinião particular seja de que qualquer que seja a imagem adotada não passa de "vaidade", isto é, coisa de nenhum proveito, inutilidade. Repito, seja de qual religião for.

Recebi um comentário bastante interessante de um leitor, ou leitora, sacerdote brâhmana, que trata do assunto. Aliás, trata-se de um dos signatários da iniciativa que foi alvo do comentário do artigo em tela. Vale lembrar que, em matéria de liberdade e tolerância religiosa há lugares onde o hinduísmo é oficial o cristianismo é proibido e perseguido.

Vamos adotar aqui a prática do diálogo com o referido leitor ou leitora. Sei que ficou longo, não é do meu feitio, mas o caso pede. Afirma a pessoa citada acima que, em se tratando de Estado,

Laicidade não trata de desprezar, nem de negar ou de substituir a fé.

A melhor definição de Estado laico é justamente a de isonomia no trato com as preferências religiosas de quem quer que seja. Ninguém deve ser discriminado por causa de sua preferência religiosa. A função do Estado é proteger o cidadão no exercício de sua fé – de modo que ele não seja cerceado do seu direito de exercício espiritual [desde que este exercício não atente contra as leis do país].

Devo reafirmar que a remoção de símbolos religiosos não é uma tentativa de suplantar qualquer tipo de dogma.

É bom lembrar que a tentativa de retirada de símbolos religiosos partiu de um grupo de entidades religiosas e para-religiosas [umbandismo, budismo, espiritismo, hinduísmo – e todas têm seus símbolos, suas imagens] contra símbolos do cristianismo [repito, não os considero necessários e, mais ainda, contrários à vontade revelada de Deus nas Escrituras Sagradas, a Bíblia]. Por mim os pretensos símbolos do cristianismo não existiriam, mas nem por isso sairei por aí chutando-os ou arrancando-os das paredes. Nenhum dos proponentes se lembrou de mencionar que os símbolos das outras entidades fossem também retirados – e os há em numerosas repartições públicas, garanto. Logo, trata-se, sem sombra de dúvidas, de um ataque a uma visão religiosa – repito, da qual não compartilho em sua totalidade.

Laicidade significa apenas que tanto a opção entre quaisquer formas pensamento místico-religioso ou visão racional como formas de visão de mundo dos cidadãos deve ser matéria de foro íntimo. Não cabe ao Estado propor a primazia de qualquer um deles sobre o outro e, no tocante à exibição de símbolos, a única maneira de fazer com que o Estado não promova nenhuma corrente acima das demais é com paredes limpas.

É natural que o estado laico não defenda nenhuma forma de religião – a separação Estado-Igreja é norma constitucional brasileira [embora não levada a sério, é verdade]. Assim, uma vez que o Estado não tem o direito de promover qualquer forma de religião [e o faz, no Brasil] também não lhe cabe legislar sobre o que é feito pelo cidadão em suas expressões de religiosidade. Um membro de uma religião não pode ser impedido de, crendo que seu "deus" lhe dá algum tipo de sabedoria no exercício de sua função, portar um símbolo de sua crença [mais uma vez repito – considero-os mais que dispensáveis]. Desta forma o Estado não pode impedir o uso de um símbolo religioso sobre a mesa de um juiz – por exemplo. O que o estado pode impedir é que a decisão do magistrado se dê por inclinação religiosa.

O termo "Laico" não quer dizer inimigo da religião. Laico significa ser a favor do respeito pleno a todas as religiões, sem exceção, assim como à ausência delas. A presença de símbolos religiosos em repartições públicas está ligada a uma inegável manifestação de preferência por parte do Estado, e a laicidade é a garantia de que não haja preferências para sermos todos iguais perante a lei e perante o Estado.

Como lembrado anteriormente, não cabe ao Estado tomar decisões sobre a religiosidade do cidadão – nem promovendo-a, nem perseguindo-a. Até onde consta não há qualquer obrigatoriedade de que haja qualquer símbolo religioso em repartições públicas. Não há nenhuma lei promovendo tal uso. O Estado, até onde se sabe, jamais ordenou a retirada ou a implantação de tais símbolos. O que o Estado não fez e não fará é proibi-los.

Analogamente, não é preciso imaginar que sejam inimigos do esporte os indivíduos que desejem retirar bandeiras de times de futebol de tribunais de direito: trata-se apenas de ser amigo da neutralidade e idêntico respeito frente a todos os times.

Geralmente uma analogia esconde um defeito argumentativo. E isto é facilmente demonstrável neste caso. Futebol não é religião. O Estado intervém nos estatutos que regem o futebol, permite ou não a existência dos clubes, cobra impostos dos mesmos. Futebol e religião não são a mesma coisa. O Estado se reserva o direito de legislar sobre a existência dos clubes – mas não tem este mesmo direito em relação às entidades religiosas que não atentem contra a moralidade ou contra a legalidade. Bandeiras de clubes desportivos não são símbolos religiosos – entretanto, mesmo em relação a estes o Estado não obriga nem interfere na preferência do cidadão.

O Estado laico não é ateu, mas é um estado sem preferência nem demonstração de fé. A condição de não ser ateu e simultaneamente não ter fé talvez seja contraditória em um indivíduo, mas não o é quando se trata de um Estado, pois estes não podem ser sujeitos da liberdade religiosa. A liberdade religiosa só pode ser exercida por indivíduos e suas associações na sociedade civil, não por Estados.

Em momento algum foi colocada a questão do ateísmo no meu artigo anterior – e não creio na existência real de ateus – creio na existência do que chamo de "à toas" – algo que já fui um dia embora me declarasse um ateu filosófico e vivesse como um ateu prático. Na hora do aperto sempre sai um "Ai meu deus" – seja ele qual deus for [o uso do termo deus, assim mesmo, com minúscula, é para diferenciar do uso que faço do nominativo do Deus que creio ser o verdadeiro – mas isto é assunto para outro artigo]. O Estado, caso se declarasse ateu, estaria, na verdade, tomando uma posição anti-religiosa, e, portanto, se colocando além e contra aqueles que realmente o constituem, os cidadãos. O Estado só existe na medida em que existem os cidadãos. Não há Estado sem povo. O laicismo, diferente do ateísmo, implica em que o Estado não fará nenhum tipo de lei cerceando o direito do cidadão de exercer sua religiosidade dentro dos limites legais [ninguém pode, a pretexto de liberdade religiosa, drogar-se, ou cometer abusos contra crianças, por exemplo].

Como a questão é importante, vale a pena entendê-la em detalhe. A rigor, Estados não podem ter ou deixar de ter fé: a fé é uma característica de pessoas. Instituições ou Estados podem, quando muito, promover uma ou outra fé, ou a falta dela.

Não cabe ao Estado promover ou proibir qualquer forma de expressão religiosa. Esta é uma falácia teórica e uma prática adotada em teocracias ou pseudo-teocracias, já que na verdade toda "teocracia" é, na prática, alguma forma de oligarquia. É assim em todos os lugares onde o Estado pretende sobrepor-se à religiosidade – a história o tem demonstrado. E o cristianismo, religião que professo, não deixou de cometer os mesmos erros. Mas repito, sou completamente contrário à qualquer relação de interdependência entre Estado e Igreja.

Entendendo que Estados laicos são sempre neutros com relação às matérias religiosas, uma vez que se há preferidos, há preteridos, então a laicidade implica que o Estado não promova nenhuma posição com relação à religião: nem o ateísmo, nem qualquer credo religioso. Nesse sentido, o Estado laico não é ateu, mas também não tem fé – ou seja, não promove a fé.

Sem sombra de dúvida o Estado erra quando promove ou age no sentido de cercear expressões de fé. É mais que sabido que em determinados lugares, como Aparecida, no interior de São Paulo, é simplesmente proibida a manifestação de qualquer religiosidade que não o romanismo marista. Este autor já foi proibido e ameaçado de prisão por pregar o evangelho em uma determinada área em uma cidade no interior do estado da Bahia, Bom Jesus da Lapa.

Afinal de contas, a fé ou falta dela é uma questão de foro íntimo e deve ser completamente voluntária, e não objeto de política pública. Assim, o Estado laico não se antepõe a símbolos religiosos!

Assumir a tese final acima, de que o Estado laico não se antepõe a símbolos religiosos torna a proposta feita pelas associações mencionadas no artigo anterior uma bobagem inócua. Se o Estado não deve propor, nem proibir, qual a função do projeto apresentado se não o mencionado no artigo, isto é, colocar o assunto em debate para chamar a atenção aos seus proponentes. Ora, convenhamos: se o Estado não deve proibir uma expressão de fé, seja ela onde for [e proíbe, como mencionei anteriormente], então pedir que o Estado proíba símbolos religiosos [seja de qualquer religião for] é ser, no mínimo, incoerente e contraditório.

O Estado laico deve ser um árbitro que garante a todos a liberdade religiosa plena. E, como todo bom árbitro, ele não pode se comprometer com nenhum lado, do contrário sua isenção estaria comprometida.

Novamente devo lembrar que ao Estado não cabe o papel de árbitro [um árbitro tem como função primária decidir quem está certo em uma disputa, o que não é o caso], mas apenas de "segurança". Ele não deve julgar entre religiões – deve apenas não permitir que o cidadão seja tolhido em expressar sua religiosidade dentro do ordenamento legal.

O que seria do juiz de futebol que apitasse um jogo portando símbolos de qualquer time? Assim como o Estado, o árbitro não se antepõe a nenhum clube de futebol, e bem por isso ele não pode se associar a qualquer um deles. O Estado laico, da mesma maneira, não é contra símbolos religiosos, mas contra ouso de símbolos religiosos em repartições públicas, de maneira que eles comprometam a neutralidade desse Estado.

Mais uma vez a analogia é pior que a argumentação procedente, e por um motivo muito simples: os árbitros de futebol tem preferências clubísticas. Um exemplo: um brasileiro que apite um jogo entre os selecionados uruguaios e paraguaios vai deixar de ser torcedor do selecionado brasileiro? É óbvio que não. O que ele não pode é ajudar ou prejudicar, deliberadamente, um dos dois selecionados em virtude de sua preferência. Assim, o Estado não pode aplicar a lei discricionariamente para promover ou coibir qualquer forma de religiosidade. E, repito, não há lei obrigando a adoção de símbolos religiosos, quaisquer que sejam, em repartições públicas – assim como não deve haver leis proibindo-as.

É muito curioso que os defensores do Estado laico sejam acusados de intolerantes se eles são os únicos que propõem que a lei seja cumprida com rigor para fazer valer a igualdade plena entre cidadãos. Será intolerante quem deseja retirar os símbolos de um clube de futebol dos tribunais, ou intolerante é quem não admite quaisquer outros símbolos, nem a ausência deles?

Sei que está se tornando cansativo, mas repito: não há lei alguma que obrigue a adoção de símbolos religiosos em repartições públicas. Não há nenhuma lei neste aspecto que os pretensos defensores do Estado laico queiram ver cumprida. O máximo que podem afirmar é que há uma lacuna legal quanto a isto – e querem suprir esta lacuna com uma proibição que, por si mesma, seria inócua, uma vez que, quando há tais símbolos nos referidos locais, eles não são objetos de culto e, na maioria das vezes, sequer são notados dados os ânimos de quem se encontra em um tribunal. A chave para entender o pensamento da ONG "O Brasil para todos" [que aliás é o slogan de uma peça publicitária do governo petista] é a frase "não admite quaisquer outros símbolos, nem a ausência deles". Não admite o quê? Que pretensão absurda de legislar sobre questões de foro íntimo alheio.

Sim, cabe enfatizar que a Constituição Federal não conformou um Estado ateu, nem hostil ao cristianismo, apenas estabeleceu um regime não confessional. Não há religião oficial, mas também não há política oficial de repúdio à religião.

A proposta vem realmente suprir a lacuna: não há religião oficial, mas também ainda não há política oficial de repúdio à religião. E a iniciativa da tal ONG é justamente instaurar uma atitude de proibição. As ditas minorias hoje são mais autoritárias do que as maiorias do passado: querem protecionismo para entrar na faculdade, querem protecionismo à preferências sexuais heterodoxas com punição a quem não as aceitar, querem protecionismo a afro-descendentes [com indenizações milionárias]. É uma nova fase, a do quem grita mais afinado [ou mais estridente] leva mais regalias.

A laicidade, repito, não é o repúdio à religião, e é por isso que diversos grupos religiosos apóiam a iniciativa Brasil para Todos, de retirada de símbolos religiosos de repartições públicas. Mas laicidade é, sim, repúdio ao uso do Estado a serviço de qualquer religião ou do ateísmo.

Quero ressaltar, para concluir, que não sou favorável à existência dos símbolos religiosos – sejam hindus, budistas, xintoístas ou cristãos. Creio que a Escritura Sagrada, a bíblia, palavra Revelada de Deus, proíbe expressamente a confecção e adoração [ou reverência, ou idolatria, ou veneração] de imagens de qualquer coisa que tenha sido criada por Deus. Como nada há que não venha da mão do criador, proíbe-se a confecção e adoração de qualquer imagem. Lembro ainda que as imagens [de Buda, pretensamente representando Jesus Cristo, de Shiva ou de quem quer que seja] não são objetos de adoração em repartições públicas, não sendo nem proibidas nem incentivadas pela legislação estatal, mas são expressamente proibidas na lei divina.

Não estou, por fim, defendendo a adoção das mesmas – posiciono-me contra a intolerância e a tentativa de tornar a preferência de um grupelho em obrigação para a grande maioria da população. Religião é assunto de pregação, de convencimento e de conversão – não de obrigatoriedade legal.

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