sábado, 29 de janeiro de 2011

CE-SCJ SE REÚNE EM CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA

Nos dias 07 e 08 de janeiro a Comissão Executiva do Sínodo Carajás reuniu-se na cidade de Conceição do Araguaia, com a presença de todos os membros pertencentes ao Sínodo [Rev. Roberto Alencar, Pb. Jairo Cruz, Rev. Marthon Mendes, Pb. Bonifácio Ribamar e Rev. Antônio Mendes. A CE recebeu documentos encaminhados pela Secretaria Executiva do Supremo Concílio, e tomou, entre outras decisões, a de marcar a Reunião Ordinária do nosso sínodo para os dias 08 a 10 de julho de 2011, na cidade de São Geraldo do Araguaia.

ATENÇÃO: O secretário executivo solicita a todos os presbitérios que encaminhem os documentos com 30 dias de antecedência, bem como enviem cópias on-line do mesmo para o endereço marthon@gmail.com. O objetivo é tornar a reunião mais rápida e ágil.

Também oficializou a realização do II ENCONTRO DAS FORÇAS DE INTEGRAÇÃO DO SÍNODO CARAJÁS na cidade de Parauapebas, nos dias 18 a 20 de novembro do corrente ano.

AINDA ATIVO

Por problemas de conexão [e de tempo] tenho postado pouco. A operadora não dá qualquer resposta quanto à normalização do sinal. Fontes internas informaram que ela não tem o menor interesse de investir, porque a região é deficitária. Logo, temos que aguardar a boa vontade. Apenas numa pequena parte da cidade o sinal está funcionando razoavelmente. É de onde tenho conseguido conectar com alguma qualidade. No mais, todos saudáveis, e nos preparando para o XXVII aniversário da IP Jacundá. Você é nosso convidado.

JUVENTUDE NÃO É DESCULPA PARA NÃO ANDAR COM DEUS

I Ts 1.2-3

A bíblia nos fala de muitos jovens que foram cheios do Espírito Santo, andaram com Deus, servem de modelo para os demais cristãos de todas as épocas, sejam eles jovens ou não. Embora não mencione jovens, vamos voltar nossos olhos para uma igreja na região da Tessalônica, região que foi visitada pelo apóstolo Paulo em sua segunda viagem. Paulo se refere ao chamamento que teve, do Senhor, para esta região, quando estava em Trôade e um varão macedônio lhe apareceu e pediu que ele passasse à Macedônia e os ajudasse [At 16.9]. Em decorrência da obediência de Paulo [At 26.19-20] veremos surgirem importantes igrejas, como as de Filipos, Tessalônica e Corinto.

É impressionante como, numa mesma região, nascem duas igrejas tão diferentes quanto as de Tessalônica e de Corinto. Filhas do mesmo 'pai espiritual', ouviram a mesma mensagem, o mesmo evangelho, e ainda assim foram tão díspares nos frutos que produziram.

Tudo indica que a igreja dos tessalonicenses fosse uma igreja normal. Por normal convencionamos chamar uma igreja em que haja homens e mulheres, jovens e velhos, crianças e adolescentes. Como o apóstolo não faz distinção alguma, tomemos as partes pelo todo, e afirmemos que aquela igreja possuía jovens crentes que deram exemplo, e, como tais, devem ser imitados.

i. Realizaram obras de fé [v. 3]; Paulo se coloca diante de Deus – e não temos nenhuma indicação que ele ousasse mentir ao Senhor, pois sabia muito bem o custo que isto poderia lhe trazer [Rm 9.1, At 5.1-11] relembrando que aqueles cristãos gentios, que há pouco nada sabiam de um messias judeu, agora viviam para glorificar a Deus em suas vidas, e faziam isso através das 'obras dignas de arrependimento' [At 26.20]. Estas obras [ergon] implicam numa manifestação prática da sua fé. Não era uma fé apenas da boca pra fora, mas do mais íntimo do seu ser para todas as áreas de sua vida

ii. Trabalharam no amor de Cristo [v. 3]; Os cristãos tessalonicenses se tornaram conhecidos em toda a região e em todo o mundo por serem operosos dotados de um amor abnegado que supera os problemas. Seu trabalho na obra do Senhor foi causado pela única motivação que realmente tem valor para o senhor: ele foi fruto de uma experiência resultante do amor de Cristo derramado em seus corações. Este amor não é platônico, romântico ou estático, mas constrange à ação [II Co 5.14]. Temos o exemplo do Pai, dando-nos seu filho [Jo 3.16], e do filho, entregando-se completamente por nós [Jo 15.13]. Amor só de palavras, sem ação, não é amor [I Jo 3.18], como fé sem manifestação prática também é inútil, é mera crença [Tg 2.26].

iii. Manifestaram firmeza na esperança [v. 3]; Numa época e região onde ser cristão poderia significar enormes perdas, e até mesmo colocar em risco a própria vida, os cristãos tessalonicenses enfrentam as adversidades e possuem uma firme esperança no senhor Jesus [I Tm 4.10; I Co 15.19]. O que traduzimos por esperança, neste texto [ipomones], também significa perseverança, força e paciência, fruto do Espírito na vida do cristão verdadeiro. Não tem qualquer conotação de pregiçosa passividade. Quão diferente do que vemos atualmente, onde a fé que muitos alegam possuir não resistem ao tempo, nem às provações, nem à prosperidade... Quão diferente daqueles que resistiam ao pecado, e às provações, até mesmo vendo seu sangue ser derramado [Hb 12.4; Fp 2.17; II Tm 4.6].

Roguemos a Deus que nos dê jovens com o mesmo espírito e cheios do mesmo Espírito que impelia os tessalonicenses. Não temos as mesmas barreiras, mas os desafios permanecem à nossa fé. Que tipo de fé possuímos? Que tipo de jovens somos?

A MAIS DESEJÁVEL DE TODAS AS HERANÇAS

I Pe 1.3-4

Há quem deseje receber uma herança. Confesso que é algo que não me atrai, pois receber uma herança significa perder aquele a quem os bens pertencia. Sabemos que há casos de filhos que esperam ansiosamente a herança de seus pais - mesmo sem perceber que, na verdade, estão desejando sua morte. Todavia, há uma herança que podemos desejar, por mais de um motivo. Primeiro, porque ela é resultado de uma morte não apenas necessária mas que era o alvo da vida daquele que morreu. Segundo, porque aquele que nos dá a herança não apenas não pode ser vencido pela morte mas a própria vitória sobre a morte nos é dada como herança. Terceiro, porque ele está vivo, é senhor de todas as coisas e nos dá todas elas. Vejamos algumas características desta herança bendita.

a. É imperecível. Certa vez ouvi um ditado: “Pai trabalhador, filho rico, neto pobre”. É apenas um ditado, nem sempre verdadeiro, mas ilustra um fato muito comum: a dissipação da herança recebida pelos herdeiros. Recebem uma quantia, pequena ou grande, e por situações as mais diversas logo percebem que não tem mais nada. Qualquer herança dada entre os homens é passageira, pode ser perdida, roubada, gasta, estragada... Mas não a herança que o Senhor nos dá. Esta é permanente, está revestida de uma qualidade que nada na criação é capaz de possuir: é eterna.

b. É imaculada. Além de eterna, esta herança que nos é dada também é pura. Ela é pura porque sua origem é pura. É elevada, separada dos pecadores e seus pecados, permanecendo incontaminada. Ela é pura porque chega a nós através do Santo. Ela é pura porque não é alcançada pela força dos nossos braços, nem pelo toque das nossas mãos cheias de pecado. Ela é pura porque é uma nova vida que nos é concedida pelo lavar regenerador do Espírito Santo de Deus, que nos aplica a obra redentora e purificadora do sangue de Cristo Jesus, o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. Nada que o homem faça consegue macular a pureza da herança que lhe está reservada.

c. É imarcescível. Nada que existe pode diminuir o brilho ou o poder desta herança. Ela é eterna, é permanente, é completa, não pode ser mudada, nem destruída, nem corrompida. O sentido da palavra é de que nossa herança será eternamente nova, cheia de vigor e frescor, não perderá nunca o agradável sabor de novidade. É facilmente constatável que quando alguém conquista ou ganha algo, logo quer saber como funciona, e por um tempo só tem olhos e interesse por aquela nova conquista. Depois de um tempo, porém, seja criança ou adulto, aquilo passa a ser apenas “algo a mais” junto com outras conquistas anteriores [referência à coroa de louros dos lutadores olímpicos]. Mas esta herança que nos é garantida pelo Senhor será sempre renovada em alegria e gozo completos [Rm 6.4; Jo 15.11].

d. É imperdível. Ela é segura, está reservada para todos aqueles que foram dados pelo Pai ao Filho [Jo 6.37]. A segurança que o cristão possui é fruto da fidelidade de Deus em cumprir todas as suas promessas [II Tm 2.13]. Apesar dos homens mudarem em seus interesses e propósitos Deus possui apenas um propósito e jamais muda [Tg 1.17], e devemos dar graças a Deus por isso, pois é a sua graça e misericórdia, renovadas todas as manhãs sobre quem não merece, que garante nossa existência agora e nossa herança eterna [Lm 3.22; Ml 3.6].

A mais desejável de todas as heranças é aquela que Deus nos dá. Ela é imperecível, pura, permanente e imperdível. Não há nada comparável com isto em toda a criação. Ao invés de ouro ou prata, a melhor herança que um pai pode dar para seus filhos é a instrução na palavra de Deus.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

QUE TIPO DE AMOR DEVE HAVER NO CORAÇÃO DO CRISTÃO

II Tm 3.1-10

Amar algo ou alguém é mais do que um costume - faz parte da essência do homem. Assim é que uma pessoa que seja incapaz de amar é considerada portadora de uma patologia, uma doença. Assim são classificados os psicopatas, pessoas que, muitas vezes, conseguem apresentar um padrão de vida normal, mas acabam deixando transparecer sua psicopatia - e a principal característica dos psicopatas é justamente uma deficiência de afetividade.

A psicopatia é uma doença existente no homem - e como todas as doenças, ela não é natural, é fruto do pecado e gera outros pecados. Mas, ainda que não chegue ao limite da psicopatia, os homens sofrem de uma doença espiritual que os leva a um desvirtuamento do amor, e assim, ele acaba:

a. Amando a si mesmo [II Tm 3.2]. Eu costumo olhar para os textos bíblicos que trazem mandamentos sob a perspectiva de que, se há o mandamento, é porque ele é necessário para nos obrigar a fazer o que é necessário. O homem já tem uma lei interna que o conduz ao pecado, e, assim, Deus julgou essencial dar-lhe a sua lei, espiritual. Sabendo disso o Senhor ordenou que amássemos ao nosso próximo como amamos a nós mesmos. E não há nada que atraia mais o amor do indivíduo do que ele próprio. Toda quebra de mandamento inclui o exagerado amor a si mesmo. Qualquer pecado que mencionarmos tem no seu âmago o auto-amor, pois o pecado é sempre o desejo de possuir ou experimentar algo que é vedado pela lei de Deus. Rejeitando a Deus, o pecador transgride sua lei, e torna-se escravo de si mesmo e do diabo.

b. Amando o pecado [II Tm 3.4]. É evidente que, se o pecado não fosse algo atrativo para a nossa natureza [pecaminosa], não seria necessária nenhuma proibição para a prática do mesmo. Nós simplesmente o abandonaríamos assim que descobríssemos suas consequências ou achássemos algo mais atrativo. O problema é que nada é mais atrativo para o coração enganoso e corrupto do homem do que o pecado. O homem ama o pecado. Desde o Éden ele abriu mão da comunhão com Deus por causa do pecado. É notável que um drogadicto saiba que está viciado numa droga, que o está matando aos poucos. Um fumante sabe que está aspirando venenos que lenta e inevitavelmente o matarão, mas jocosamente afirma “não estar com pressa”. Um beberrão diz gostar da “malvada”, como certa vez vi um homem, condenado por cirrose, mandar colocar um vasilhame de bebida sobre a sua cama, instalando nele um tubo e uma pequena torneira. Sequer se levantava para beber.

c. Amando o mundo [II Tm 4.10]. Somos exortados a não amar o mundo, nem as coisas que há no mundo. A escritura apresenta um contraste entre o mundo e Deus. Este contraste pode ser mais facilmente entendido se trocarmos as palavras e colocarmos em seu lugar as coisas naturais em contraste com as espirituais. O contraste não é com as coisas materiais, porque a matéria em si mesma não é boa nem má, mas é quando se ama as coisas que Deus criou mais do que ao próprio Deus é que pecado. A troca da adoração ao Criador pelo amor às suas criaturas é uma ofensa a Deus que é comumente cometida pelo ser humano. A humanidade tem criado sistemas de valores, formas de organização levando em conta seus anseios, mas invariavelmente esquecendo-se da vontade daquele que o criou. Foi assim desde o episódio de Babel, e, infelizmente, até mesmo na igreja [do passado e do presente, judaica ou cristã] encontramos esta mesma infiltração do mundanismo.

Estes amores acalentados no coração dos homens ocupam um lugar que não lhe pertence. As Escrituras nos exortam a amar a Deus sobre todas as coisas. O amor de Eva por si própria, o desejo de crescer em conhecimento chegando a ser como Deus, experimentando a única coisa do mundo que lhe era proibida poderia ser evitado se ela, e seu esposo, simplesmente tivessem amado a Deus mais do que a seus desejos. Quem ama verdadeiramente a Deus não quebra os seus mandamentos, especialmente os quatro primeiros - e também os outros seis. Mas o amor ao próximo como a nós mesmos, também evitaria a quebra dos outros seis mandamentos. Quem ama ao próximo não rouba, não adultera, não deseja o que é do próximo, não o ofende nem mente para prejudicá-lo. Quem ama a Deus, que é amor, não consegue odiar seu próximo, muito menos intentar matar o próprio irmão. Quem intenta matar o irmão é como Caim, do maligno.

O amor do mundo, portanto, diz-nos o apóstolo, é inimizade contra Deus porque coloca no lugar de Deus uma criatura - e isto gera desobediência ao criador, o único digno de honra e louvor.

PODE UM CRISTÃO TER CERTEZA DA SALVAÇÃO?

Jo 10.28; Jo 17.3

A base para uma vida cristã verdadeira e espiritualmente saudável só pode ser encontrada no conhecimento de Cristo. Mas precisamos saber que este conhecimento é mais do que informações sobre Cristo - é conhecimento que significa experiência, semelhante ao que uma criança tem com seu pai.

Para aquele que está em Cristo a salvação é mais do que uma mera expectativa. A salvação é uma certeza decorrente dos seguintes fatos:

a. O fundamento da salvação é inabalável [II Tm 2.19]. Nossa salvação não é fruto de qualquer arranjo por cuja manutenção sejamos responsáveis [o que não exclui a nossa responsabilidade de viver como um salvo em Cristo Jesus]. Na verdade, nossas ações constantemente militam por quebrar a aliança estabelecida por Deus. Mas o fundamento da nossa salvação não está no homem - está em Deus e na obra de Jesus Cristo, nosso Senhor. Aquele que exclamou ‘está consumado’ não faltou com a verdade: tudo o necessário para a salvação de pecadores está realmente feito.

b. O edificador da salvação não deixa nenhuma obra inacabada [Fp 1.6]. O mesmo Senhor que orienta os homens a calcularem bem se tem condições de terminar uma obra antes de iniciá-la certamente é capaz de terminar todas as obras que iniciou [Lc 14.31]. E isto é uma doce garantia de que, uma vez que ele começou uma obra em nós, não desistirá no meio do caminho [Fp 1.6]. O homem pode [e constantemente] faz isso: deixa de concluir as coisas que começa, porque não dispõe de todos os recursos, nem de todo o conhecimento para garantir a conclusão de suas obras.

c. O alvo [glorificação dos crentes] será inevitavelmente alcançado [Ef 5.27]. A escritura afirma que Cristo, enquanto se entregava na cruz, também vislumbrava o fruto do penoso trabalho de sua alma. E fazia isto com satisfação, o que implica que ‘nenhum dos que o pai lhe deu se perderia’. E o Senhor Jesus também afirma que ‘todos os que o pai lhe deu iriam a ele’, dos quais nenhum se perderia. O único exemplo de ‘discípulo’ de Jesus que se perdeu é Judas, e justamente porque este era o ‘filho da perdição’ e ali fora colocado para este fim específico.

O conhecimento destes fatos de imediato já serviria para acabar com dois erros muito comuns dentro das nossas igrejas.

O primeiro erro é o da vanglória, isto é, a arrogância pretensiosa de achar que pode fazer algo para merecer a salvação ou para merecer algo mais de Deus, como numa bênção suplementar. É inútil tentar merecer a bênção de Deus, mas é necessário desejá-la ardentemente e viver buscando glorificar a Deus em todos os atos. Mas devemos nos lembrar que Deus garante a nossa salvação, e, tendo começado a obra, há de completá-la plenamente [Fp 1.6].

O segundo erro é o da insegurança, isto é, o medo injustificado de perder aquilo que Deus garante mediante o sangue de Jesus Cristo, afirmando que nem a morte, nem a vida, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem principados ou potestades, isto é, nada pode nos separar do amor de Cristo Jesus [Rm 8] . O verdadeiro conhecimento de Deus lança fora a insegurança [I Jo 4.18].

Podemos confiar plenamente em Cristo, nosso Senhor e Salvador. Ele, Cristo, é o autor e o consumador da fé. A nós cabe crer, confiar, com a certeza de que nosso tesouro está guardado nas mãos do todo-poderoso.

sábado, 22 de janeiro de 2011

A MUTABILIDADE DO HOMEM – BENÇÃO OU MALDIÇÃO

Ao longo dos meus breves anos de vida já tive a ventura de mudar de residência por nada menos que 25 vezes. Pelo menos duas delas foram feitas absolutamente contra a minha vontade. Outras foram fruto da necessidade, para fugir a inconvenientes ocasionais, como uma enchente. Outras apenas aconteceram. Não merecem qualificativos. Mas todas elas ocasionaram alguns ganhos e algumas perdas. Tudo o que nós conhecemos – exceto o ser divino – sofre mudanças. Podemos dizer que elas são não apenas inevitáveis, mas, também, sob certos aspectos, desejáveis. Há mudanças que são planejadas e executadas, e, há, também, as que são planejadas e abandonadas no meio do caminho ou antes mesmo de serem iniciadas. Há aquelas que sofremos ao longo da vida, ou aquelas que são necessárias. Há algumas que gostamos, outras que gostaríamos de nunca ter experimentado. Mas, no fim, a experiência de passar por mudanças é comum a todos nos, porque somos, todos, mutáveis. Não há como fugir a isto. Fomos criados assim, esta e a um só tempo a nossa alegria e a desgraça da humanidade.

A bíblia nos conta a história da primeira mudança ocorrida no homem após Deus ter criado tudo muito bom, como nos atesta Gn 1.31 [e a única vez que esta expressão aparece na bíblia, mostrando a total aprovação de Deus para com sua criaçã]. Em nenhum outro momento e dito nas escrituras de algo que seja muito bom. Isso só aconteceu uma vez, após a criação do homem. Mas a história da criação do homem também é a historia da sua queda, da primeira mudança sofrida pela e na criação divina. O relato bíblico é bastante conhecido, e vamos encontrá-lo em Gn 3. De acordo com o relato bíblico da conversa da mulher com a serpente podemos perceber algumas mudanças ocorridas na nossa mãe primeva, e nosso primeiro pai, Adão.

A primeira mudança que percebemos é UMA MUDANCA DE FOCO

Ao invés de olhar para tudo o mais que Deus criou, e jubilar num canto de alegria a atenção da criatura voltou-se para a única coisa que lhe era vedada. Os olhos deixaram de olhar para a dádiva para deterem-se no proibido. O que não deveria ser toma a atenção do que era pra ser. Deus poderia ter criado o mundo sem aquela árvore. Deus poderia ter criado o mundo, também, com um único tipo de alimento para o homem [inúmeras outras criaturas tem esta limitação]. Deus poderia ter criado o mundo em escala de cinza – muitas criaturas tem esta limitação visual. Mas Deus preferiu, graciosamente, dar ao homem uma imensidão de cores, sons, sabores, sensações. Era nisto que deveria estar o foco da criatura – e ela preferiu voltar-se para o que era proibido. Não apenas para o que era proibido, mas para a única coisa que lhe era proibida.

A segunda mudança percebida é UMA MUDANÇA DE PERSPECTIVA

E fácil perceber que nossa atenção se prende facilmente ao que foge ao padrão, como um risco num carro [proporcionalmente o risco é muito menor que o carro], ou uma mancha de tinta numa roupa, ou ainda uma sujeira de mosca num lençol branco. Deus tinha orientado ao homem e a mulher sobre a ordem da criação. Eles tinham a perspectiva correta, a perspectiva de Deus. A cosmovisão que lhe fora oferecida era a daquele que criara o cosmo. Não poderia haver uma ruptura entre o que Deus fez e o que Deus dizia para o homem ser o melhor. Esta era a única perspectiva correta. Mas nossa mãe Eva preferiu trocá-la por uma outra forma de ver as coisas e o mundo, a cosmovisão de satanás. E esta mudança de perspectiva lhes foi fatal. Como hoje tem sido fatal para o homem [pai ou mãe, esposo ou esposa, filho ou filha], para a família, para a igreja e para a sociedade o fato de que definitivamente trocaram a verdade de Deus por suas próprias mentiras.

A terceira mudança ocorrida é UMA MUDANÇA NA INCLINAÇÃO DO CORAÇÃO

Deus criou o homem com a capacidade de deliciar-se com as coisas majestosas que Ele fizera. Deu-lhe poder sobre a criação – e deu-lhe acesso a sua presença de uma maneira que nenhum de nós tem atualmente. Mas, as mudanças anteriormente sofridas [de foco e de perspectiva] produziram uma nova mudança – esta agora mais interior, pois afetou os desejos da mulher. O que lhe fora proibido agora torna-se desejável. O que para ela, alem de não poder ser comido não deveria ser sequer tocado, agora torna-se ‘desejável para se comer’. Enquanto o foco estava no que Deus havia dito, enquanto a percepção que a mulher tinha das coisas era orientada pela vontade revelada de Deus a humanidade estava a salvo dos problemas – e do pecado. Mas as mudanças de foco e de perspectiva já haviam acontecido. Novos desejos surgem.

A quarta mudança é UMA MUDANÇA NAS ATITUDES PESSOAIS

A escritura afirma categoricamente que o pecado é fruto tão somente da conjugação de dois fatores: oportunidade e vontade. Sem oportunidade não há pecado, sem vontade – seja qual for o custo – também não há pecado. Por mais que queiramos justificar algum pecado que porventura tenhamos cometido – e geralmente tentamos fazer isto mudando o foco e a perspectiva que temos das coisas, com frases como “não é bem assim” a verdade é que o desejo, quando nos é oportuno, ao ser consumado, gera o pecado. Caim só se tornou assassino após matar seu irmão, Abel. Ele fora advertido, mas não poderia ser condenado – o pecado estava ali, seminalmente, mas cabia a Caim dominá-lo. Ele preferiu consumá-lo. Davi só se tornou adúltero após trazer Bath Seba aos seus aposentos. E só se tornou mandante de assassinato após despachar Urias com a fatídica carta. As oportunidades para pecar são numerosas – temos sempre a possibilidade de resistir – se quisermos. Mas só resistiremos se quisermos.

A quinta mudança, além de outras que se sucederiam, e que não vamos abordar neste texto, é UMA MUDANÇA NAS ATITUDES INTERPESSOAIS

Num mundo onde só havia duas pessoas, deveria ser absolutamente natural que um desejasse a companhia do outro. Logo após a desobediência de Eva percebemos duas atitudes que são muito comuns na humanidade atual: a primeira é o desejo de ter alguém mais com quem dividir as conseqüências das nossas atitudes. O governo, os pais, as estradas, o carro, etc. Mas é tão difícil ouvir alguém dizer espontaneamente: “a culpa é minha, o erro foi meu”. Eva rapidamente instiga seu esposo a cometer o mesmo erro dela: ambos acabam desobedecendo. Mas eu quero chamar a atenção para Adão, que “aceita” a desobediência de sua esposa como algo natural, como um caminho pelo qual ele também devesse andar. Não houve censura, não houve disciplina. Apenas aceitação do mal como natural, normal.

Todas estas atitudes anormais tomadas pelos nossos primeiros pais ainda podem ser encontradas – com todas as suas danosas conseqüências, nos nossos dias. A questão com a qual nos deparamos não é sobre a inevitabilidade destas mudanças – nem da inescapabilidade de suas consequências. A questão com a qual a igreja se depara é: já que elas estão presentes, já que não podemos escapar delas, que atitude devemos tomar diante de cada uma delas. Ora, a resposta é simples, a mudança difícil, mas não é, absolutamente, impossível, afinal, a escritura nos exorta a “não nos conformarmos com este mundo, mas transformá-lo pela renovação da nossa mente”. Quero resumir o que fazer numa frase: Quando tudo vai mal, volte ao começo.

Para um foco distorcido, a única alternativa que temos e retornarmos à configuração original. Os programas mais recentes de computador oferecem na sua configuração a opção “retornar a configuração anterior”. Para uma perspectiva inadequada, como quando vamos colocar um carro em uma garagem, a única alternativa que temos é fazer uma manobra, e tantas outras quantas forem necessárias, até atingirmos a perspectiva correta. Quando você não consegue conectar um plug ou tomada, a única maneira de fazê-lo e colocando-o na perspectiva correta. Mas as coisas se complicam quando a vontade está corrompida. Para fazer o mal todos somos inclinados, faz parte da nossa natureza herdada em Adão. Para dar vazão ao pecado só precisamos de oportunidade. Para resistir a ele precisamos de uma mudança de vontade que passa pelo sincero desejo de fazer a vontade de Deus, sujeitando a carne ao espírito. Para adquirir o vício basta a prática. Para fugir dele e preciso adquirir o hábito, e isto só se consegue com disciplina. A vontade precisa ser dominada, o corpo precisa ser esmurrado e reduzido à escravidão. A vontade do homem precisa ser sujeita a vontade de Deus. Só assim as atitudes serão modificadas. É uma luta difícil, onde as recaídas serão mais comuns e constantes do que qualquer cristão verdadeiro deseja, mas é uma luta que não pode ser abandonada. E não pode ser abandonada por dois motivos: só retrocedem os que não são de Deus – pois para os que são de Deus a vitória é mais que certa.

Uma vez que tivermos adquirido autoridade moral sobre nossos próprios atos, poderemos deixar de sermos escravos do politicamente correto, que nada mais é do que o medo de ter os próprios pecados expostos. O politicamente correto é uma praga que, infelizmente, esta tomando conta da sociedade e da igreja, e o resultado é que em nome do politicamente correto a igreja esta aderindo ao moral e espiritualmente incorreto. Porque passa a dar ouvidos a voz de Satanás e não a de Deus. Se Deus disse para não comer – então comer é não somente indesejável como abominável, e, ainda, repreensível. Precisamos ter nossa mente moldada pela mente de Deus. Precisamos ter o foco correto, olhar para onde Deus nos manda olhar. Precisamos ter a perspectiva correta e única, que é a expressa na palavra de Deus, sem buscar atalhos, subterfúgios ou justificativas. Precisamos, como igreja, assumir uma atitude firme contra o pecado e dizer não, ainda que haja um preço a ser pago se assim o fizermos. E, finalmente, precisamos dizer ao mundo que pecado ainda é pecado, que Deus ainda abomina o pecado. E, mesmo que nos digam que todas as religiões são boas, que cada um tem o direito de fazer o que bem entender precisamos lembrar que apenas em Cristo Jesus há salvação e, que cada um receberá a retribuição segundo as suas obras.

ESTÁ DIFÍCIL

Nestes últimos dias tem sido difícil postar alguma coisa – a net não ajuda, os afazeres continuam os mesmos, mas agora que consegui uma pequena ‘brecha’, segue um estudo sobre as mudanças ocorridas com nossos primeiros pais, Adão e Eva, bem como as que ocorrem conosco, e, ainda, as que precisam ocorrer na igreja moderna. Um abraço, e até os próximos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

NOTÍCIAS… APENAS PARA DIZER: “ESTOU VIVO”

Você que priva da minha amizade sabe o que quero dizer com “estou vivo”. Graças a Deus. Em breve algumas notícias:

i. CPO, versão 2011: Três intensos dias de aula de História Eclesiástica para uma turma excelente.

ii. CE-SCJ: reunião da executiva na cidade de Conceição do Araguaia.

iii. SAF-PRCA: rápida visita às irmãs do PRCA.

iv. Mackenzie: início da viagem dia 11, de carro, em companhia do Rev. Roberto e sua esposa Vera.

Em breve notícias mais completas. E tem mais sobre:

i. Homofobia invertida;

ii. Novela Ronaldinho Gaúcho.

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