domingo, 26 de fevereiro de 2012

SALVOS PELA LOUCURA DA PREGAÇÃO

5bI Co 1.18-21

21 Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que creem. 22 Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; 23 mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; 24 mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.

Paulo passa agora a lembrar que a mensagem de redenção através do salvador, Jesus Cristo, chegou até eles de uma maneira simples, objetiva e convidando-os a uma tomada de posição que exigia um certo radicalismo. Não havia nenhuma condição de acomodação - ou bem eles se encontravam dispostos a seguir a Jesus Cristo, certamente tendo que sofrer o opróbrio do mundo, ou então não eram dignos de serem chamados de cristãos, discípulos de Jesus e, assim, alvos da sua soberana e graciosa salvação. O centro da mensagem paulina é a cruz. Por mais que trate de outros assuntos, todos convergem para a cruz. É dela que emana poder para a pregação, é na aceitação com fé de sua mensagem que reside a salvação dos eleitos de Deus e suas implicações como o arrependimento, a conversão para Deus e a vida digna e santa. Paulo sente a necessidade de lembrar-lhes algumas coisas, especialmente para aqueles (e parece que era grande parte da igreja) que tentavam demonstrar retoricamente a superioridade de seus “partidos”, embora os pretensos líderes não estivessem envolvidos e nem desejassem a existência deles. Diz-nos Paulo que:

A mensagem a ser divulgada é a da cruz de Cristo: Em Corinto e em todo o império greco-romano vicejavam numerosas formas de filosofia. Estoicos, epicureus, judaizantes, gnósticos, proto-docéticos e tantas formas de filosofia quantas fossem as mentes que resolvessem ensinar alguma coisa. Paulo conhecia bastante bem todas as sutilezas da oratória e da filosofia do seu tempo - ele usa abundantemente os métodos dos escritos filosóficos para demonstrar verdades espirituais. Em Atenas Paulo fez uma tentativa de conciliar os hábitos dos filósofos gregos com a teologia cristã e foi rejeitado, concluindo que, ao final das contas, mesmo com todas as fórmulas argumentativas, era Cristo quem deveria ser tornado conhecido. Era a sua cruz que deveria ser lembrada aos corações dos pecadores, como um poderoso e impactante aviso de que era ali que os pecadores mereciam estar, e só escapariam dela pela recepção da graça salvadora de Cristo Jesus. Já vimos que foi na cruz, mensagem que deve ser anunciada, que Deus decidiu salvar os pecadores. Para os escribas isso era um absurdo teológico - como o santo, o Deus todo poderoso, poderia ter sido colocado em lugar de maldição [Dt 21.23]. Para os filósofos era uma contradição inaceitável alguém proclamar-se vencedor tendo morrido na cruz. Para os cientistas, inquiridores, não havia como provar que Cristo havia de fato vencido e que estava assentado à destra de Deus. Logo, para todos estes a mensagem da cruz era rematada loucura. Mas é justamente na incapacidade do homem de obter a salvação que está o poder da cruz. Ela não é para o homem natural. Ela é para ser discernida espiritualmente. Ela é para aquele que tem fé [I Co 2.14]. A cruz não pode ser misturada com mais nada, pois deixará de ser a pura mensagem da cruz. A salvação completa dada na cruz não pode sofrer acréscimo ou diminuição, pois assim deixará de ser a legítima mensagem de Deus.

A mensagem da cruz exige um posicionamento: Diante desta mensagem dois grupos irão se formar, inevitavelmente: os que a aceitam e os que a rejeitam. Pouco importa se sábios, escribas, inquiridores, gentios, bárbaros, homem, mulher, culto ou inculto, jovem ou velho. A divisão é feita com base na aceitação da mensagem ou em sua rejeição. Não há como se posicionar de maneira diferente.  Quando Jesus purificou o templo [Jo 2.14-25] houve os que rejeitaram a sua atitude, fugindo dele ou questionando-o. E houve os que a aceitaram. Os homens sempre tiveram e terão muitas razões para dizer não à mensagem da cruz. É loucura, dirão uns. É tolice, dirão outros. É um retrocesso, dirão ainda outros. É escravidão, gritarão alguns. Desculpas não faltarão. Alguns serão educados e outros grosseiros. Alguns dirão para deixar para mais tarde, outro dia quem sabe. Há aqueles que pedirão tempo para “arrumarem a vida”. Todos estarão, igualmente, dizendo: “Eu não quero seguir a Cristo”. Se agora ou depois, não importa, a resposta será sempre de rejeição a Cristo e à mensagem do evangelho. Do outro lado temos a aceitação da mensagem, a resposta pronta e disposta [Is 6.1], a negação de si mesmo e de suas conquistas e status [Mt 9.9]. Diante do convite de Jesus para ir a ele e achar descanso, o que você diz? Veja, não se trata de perguntar o que você diria ou faria, mas de perguntar: o que fará? A resposta é imediata. O que você fará? Rejeitará? Zombará? Se oporá? Dirá agora não? O chamado do evangelho é absolutamente urgente. Os evangelistas insistiam para uma tomada de posição imediata [Mt 3.2; 4.17; Mc 1.15]. Não há meio termo. Não há depois. Hoje é o tempo aceitável da salvação. Buscai o Senhor enquanto se pode achar [Is 55.6], é o ensino da palavra - e isto quer dizer que um dia não será mais possível acha-lo [Pv 1.28]. O que você fará? Agora ou esperará ser tarde demais? Você não tem escolha. Você vai se posicionar agora.

Os efeitos da mensagem são diferentes: No verso 18 Paulo afirma que a palavra da cruz é vista de duas maneiras pelos ouvintes: ou é loucura, ou é poder. Ou é algo para se rejeitar, ou para aceitar. Ou vira-se as costas ou atende-se à mesma. Não há meio termo. Se para os judeus é escândalo, para os gentios é loucura, para o crente é poder para salvar. Às vezes parece que a palavra não está produzindo efeitos, mas esta é uma visão equivocada e às vezes desanimadora. Deus afirma que ela não volta, jamais, vazia, mas faz o que apraz a Deus e prospera naquilo para a qual foi designada [Is 55.10-11]. Se aprouve Deus salvar alguns pela loucura da pregação, a palavra sempre vai ter o resultado que apraz a Deus. Para os que ouvirem, atendendo ao chamado, a loucura da pregação, a palavra de Deus produzirá salvação. Para os demais, que a rejeitarem sob as mais diversas justificativas, o resultado vai ser torná-los indesculpáveis [Rm 1.20]. Não importa a cultura, o status, o poder, a fama. Nada disto importa. Sábios segundo o mundo acabam tornando-se loucos ao rejeitarem a mensagem da cruz. Cientistas famosos mostram-se estultos ao rejeitarem a verdade de Deus. Filósofos, que se dizem amantes da sabedoria, rejeitam o convite da verdadeira sabedoria.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O resultado é sempre eficaz: Ao final da argumentação de Paulo, chegamos à seguinte conclusão: os coríntios estavam se preocupando demais com quem falava, e como estava sendo dito. Suas discussões estavam gerando um resultado danoso no seio da Igreja: divisões. E dissensões são frutos da carne, e não do Espírito. Logo, o que Paulo pretende é chamar a Igreja para atentar aos resultados do que lhes foi dito, isto é, aos resultados da pregação da palavra no seu meio, seja através dele, Paulo, de Pedro, de Apolo ou de qualquer outro. Se eles estão ouvindo e atendendo a mensagem da cruz devem lembrar-se de que ela é poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Isso para os crentes. Somente descrentes podem ouvi-la de outra forma. Somente descrentes podem dar-se ao luxo de ouvi-la apenas para discussão e deleite intelectual e muito menos para partidarismo ou glória humana. Considerando que ela produz frutos, que frutos ela produz em você agora? Você vai rejeitá-la? Vai dizer que não quer atender ao gracioso convite para satisfação e salvação? E se esse convite fosse para uma festa, um churrasco, uma viagem a algum paraíso tropical? E quanto ao convite da salvação? Vai rejeitar a palavra? Vai considera-la loucura? Recebe-a como Palavra de Deus para a sua salvação? Entende que ela é a mensagem de Deus para transformar sua vida? Aceita-a como a exigência de Deus para seu coração pecador? Está pronto a moldar sua vida pelo padrão de Deus?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

PARA QUEM DEUS FALA

IMG_4510Nas duas noites anteriores vimos que, de acordo com Hb 1.1-2, Deus fala e transmite a sua mensagem, através dos seus servos, com insistência e fidelidade, não adulterando-a nem mudando-a ao longo dos anos. Mas porque esta mensagem não é recebida com igual alegria pelos homens? Porque as reações vão desde a alegre aceitação até a irada oposição, passando pela zombaria e indiferença? Até aqui vimos que DEUS FALA e, também, O QUE DEUS FALA. Hoje vamos ao terceiro ponto das nossas devocionais em Hb 1. Nosso próximo passo é analisar PARA QUEM DEUS FALA.

DEUS FALA PARA SUAS CRIATURAS CAÍDAS

Apesar do distanciamento causado pelos pecados que os homens cometem, Deus ainda lhes fala. Fala ao justo e, igualmente, fala ao ímpio. Podemos perceber isso com clareza quando ele manda avisar ao justo, mas, também, ao ímpio de seu comportamento ofensivo [Ez 33.8-9: 8 Se eu disser ao perverso: Ó perverso, certamente, morrerás; e tu não falares, para avisar o perverso do seu caminho, morrerá esse perverso na sua iniquidade, mas o seu sangue eu o demandarei de ti. 9 Mas, se falares ao perverso, para o avisar do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniquidade, mas tu livraste a tua alma]. Deus repreende duramente Israel porque se recusou a ouvir a sua mensagem [Jz 2.20: Pelo que a ira do SENHOR se acendeu contra Israel; e disse: Porquanto este povo transgrediu a minha aliança que eu ordenara a seus pais e não deu ouvidos à minha voz]. Da mesma maneira que Deus falou para advertir Caim [Gn 4] e Faraó, muitos outros tem sido alvo da mensagem de Deus. Entretanto, a mensagem não é apenas de advertência, mas de salvação, como foi para Noé e, especialmente, em Jesus para os seus ouvintes [Mt 17.5: Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi] o objetivo é que, ouvindo, atendam, e, atendendo, tenham vida. Mas esta mensagem chega, em um primeiro momento, para aqueles que se encontram espiritualmente mortos. É algo que só Deus pode fazer. Talvez um dia os médicos consigam fazer alguém completamente surdo ouvir, mas alguém que está morto ouvir é um poder que só Deus tem. E Deus efetivamente fala a mortos. Se foi possível falar a mortos naturais [como o filho da viúva de Naim, ou Lázaro, ou a filha de Jairo] quanto mais é, para o Senhor, falar para aqueles que estão espiritualmente mortos, uma vez que ele é Deus de vivos e não de mortos [Mt 22.32: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos]. Mas devemos insistir neste ponto: quando a mensagem chega, é para caídos que chega. Desde a transgressão de Adão o falar de Deus é para criaturas caídas, pecadores que não conseguem, de maneira alguma, alcançar o alvo que Deus estabeleceu para suas criaturas. É para mim e para você que a mensagem de Deus é enviada: para homens exatamente iguais a nós, que, talvez, se entreguem mais descaradamente às suas sujidades, mas, todos, igualmente merecedores do castigo divino.

DEUS FALA PARA RESTAURAR SUAS CRIATURAS

O falar de Deus nunca é em vão. Já vimos que Deus tem um propósito eterno, que é o de fazer convergir, em Cristo, todas as coisas, quer as do céu, quer as da terra. E nesta lista de coisas a serem levadas a Cristo estão os pecadores [Jo 10.29: Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar]. Desta maneira podemos afirmar que Deus tem um objetivo: restaurar os caídos [jr 31.23: Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Ainda dirão esta palavra na terra de Judá e nas suas cidades, quando eu lhe restaurar a sorte: O SENHOR te abençoe, ó morada de justiça, ó santo monte!]. Deus não deixa de cumprir as suas promessas: Jr 30.17: Porque te restaurarei a saúde e curarei as tuas chagas, diz o SENHOR; pois te chamaram a repudiada, dizendo: É Sião, já ninguém pergunta por ela.]. É para homens que amam mais as trevas que a luz que o Senhor envia sua mensagem. É pra transformá-los, de filhos da ira em filhos de Deus, que o anúncio do evangelho lhes chega aos ouvidos. Quando Jesus manda que o evangelho seja pregado, é para criaturas que ele será pregado [Mc 16.15: E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.] Mas é justamente para estas criaturas que ele promete a transformação em filhos do seu amor [I Pe 2.9: Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz]. É para transformar pessoas como nós, mudando nossa história, nos dando um novo princípio de vida, que Deus demonstrou sua graça comunicando-se conosco quando nós não queríamos nada de Deus. Cabe-nos crer pois esta mensagem é para salvação de todo aquele que crê [Jo 12.46: Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.]

Mas esta historia não acabou ainda, pois o Senhor insiste em afirmar o poder de Deus através do evangelho: [Rm 1.16: Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego].

DEUS FALA PARA SUAS CRIATURAS TRANSFOMADAS EM FILHOS

III. Um terceiro aspecto no que se refere a quem Deus fala é o fato de que ele fala a seus filhos. Se, inicialmente, ele fala igualmente a todos os homens caídos em suas impiedades, em seguida percebemos que ele fala para transformar alguns destes ímpios, cujo número e identidade só ele conhece, em justificados pela sua graciosa dádiva em Cristo Jesus. Resta-nos agora observar que a mensagem continua frutificando da maneira que Deus determinou [Is 55.11: ...assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei]. Ao esmiuçar a penha dos corações ímpios, transformando-os, dando-lhes um coração de carne [Ez 11.19: Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei coração de carne], capaz de sentir e amar, de alegrar-se na presença de Deus e em comunhão com outros que foram igualmente transformados. O Deus que fala a ímpios e transforma-os em filhos continua falando para edificar a vida de seus filhos. Continua orientando-lhes, mostrando-lhes sua vontade e seus caminhos [Dt 4.6-8: Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente. Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o SENHOR, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho?]. Alegra-se o Senhor quando seu povo demonstra-lhe amor através da obediência [Jo 15.14: Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando]. Todavia, há grande tristeza no coração de Deus quando seu povo lhe vira as costas [Is 1.2: Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o SENHOR é quem fala: Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim].

DEUS FALA PARA QUE HAJA PRAZER MÚTUO

Quando Deus fala aos seus filhos é com o propósito de conduzi-los a um caminho de gozo e alegria na sua presença, a ponto de Neemias afirmar que a sua força era que sua vida fosse agradável ao seu Senhor [Ne 8.10: Disse-lhes mais: ide, comei carnes gordas, tomai bebidas doces e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do SENHOR é a vossa força] porque só Deus é capaz de fazer uma operação que nenhum supercomputador moderno pode fazer: ele multiplica o nada [Is 40.29: Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor]. O prazer de Deus é ver seus filhos bem. O prazer dos filhos de Deus é alegrar seu boníssimo coração. Deus não nos fala simplesmente para nos deleitar com discursos. Há uma diferença fundamental entre discurso e mensagem. E mais ainda entre discursos de homens e a mensagem de Deus. A palavra de Deus transforma, edifica, capacita, anima, restaura. O falar dos homens não conduz alugar algum, entretém, distrai e, em muitos casos, destrói. Quero concluir lembrando que Deus não tem necessidade alguma de bem algum que possamos fazer [Is 64.5: Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam]. Nós é quem temos a mais absoluta necessidade de que Deus se agrade de nós. Somos nós quem precisamos de sua aprovação - e ultimamente parece que os crentes estão achando que estão fazendo algum favor para Deus. Vão ao culto como se fizessem um sacrifício para alguém que não merece [Sl 51.16-17: Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus] quando, na verdade, devem apenas expressar sua gratidão a quem tudo fez por eles [Sl 56.12: Os votos que fiz, eu os manterei, ó Deus; render-te-ei ações de graças]. Lembremos as palavras de Paulo que expressam um terrível desespero [Rm 7.24: Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?] e, ao mesmo tempo, um imenso e grato alívio pelo que Deus fez por ele [Rm 7.25: Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado] redundando num brado de vitória [Rm 8.1: Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus].

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O QUE DEUS FALA

clip_image002Introdução da II Mensagem do acampamento de Carnaval das Igrejas de Gurupi [I, II e III] e Alvorada do Tocantins: O que Deus fala

Na noite passada nós vimos que, de acordo com Hb 1.1, Deus fala. E fala com autoridade de criador, senhor e salvador. Esta é a primeira das QUATRO VERDADES que levaremos em consideração nestes dias, em relação à palavra revelada de Deus. A segunda verdade refere-se AO QUE DEUS FALA. Muitas vezes e de diferentes maneiras Deus tem enviado sua mensagem através de seus mensageiros, os profetas, e até mesmo pelo Filho, Jesus Cristo. De Genesis ao apocalipse a mensagem, de diferentes maneiras, com ênfases diferentes, é sempre a mesma e uma só, a ponto de a bíblia falar de muitos propósitos do homem, mas de apenas um propósito de Deus [Ef 3.11]. Desde o verso 8 deste capítulo Paulo afirma enfaticamente que o propósito de Deus sempre foi revelar aos homens o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo. Podemos exemplificar esta mensagem em SETE subdivisões inter-relacionadas e interdependentes:

I. DEUS SE REVELA COMO O CRIADOR DO SER HUMANO

Parte I da II Mensagem do acampamento de Carnaval das Igrejas de Gurupi [I, II e III] e Alvorada do Tocantins: O que Deus fala

Em todas as páginas das Escrituras, tanto no antigo quanto no novo testamento, paira sobre os homens a presença de Deus, mostrando-se como aquele que criou todas as coisas [Gn 2.3; Jo 1.3]. Como criador ele conhece profundamente o ser humano - e não apenas conhece, como tem o direito de legislar sobre o seu funcionamento. É ele quem entretece o homem ainda no ventre materno [Sl 139.15], é por seu desígnio que o homem veio a existir. Nada do que existe seria sem a vontade de Deus. Somente ele é. Somente ele não depende de mais nada nem de ninguém para existir. Acertadamente o apóstolo Paulo lembra que “nele nos movemos e existimos” [At 17.28]. Não há vida fora de Deus, se ele retira do homem o seu Espírito toda a carne imediatamente expira [Jó 34.15].

II. DEUS REVELA AO HOMEM A SUA DÍVIDA IMPAGÁVEL

Parte II da II Mensagem do acampamento de Carnaval das Igrejas de Gurupi [I, II e III] e Alvorada do Tocantins: O que Deus fala

Por ser criador e legislador, Deus deu ao homem um alvo moral e espiritual, entretanto, este alvo não foi alcançado [Rm 3.23]. Isto deixou o homem na condição de devedor - mais precisamente na qualidade de transgressor, de ofensor, de inimigo. O ensino das escrituras é que todos pecaram contra Deus [Lc 15.18], transgredindo sua bondosa lei [I Jo 3.4]. Ao invés de amigos de Deus tornaram-se seus inimigos [Rm 5.6], filhos da ira [Ef 2.3], merecedores do justo castigo porque, voluntariamente preferiram afastar-se de Deus na prática de atos ofensivos contra o Senhor [Is 59.2]. Ao homem, como um ato da graça de Deus, é revelado sua dívida - sem que Deus falasse ele sequer saberia de seu débito [Ez 33.8-9] e muito menos do meio de saldá-lo, porque com seus esforços é impossível [Sl 49.7] e só piora a situação.

III. DEUS REVELA A SUA JUSTIÇA TENDO DIREITO DE PUNIR O TRANSGRESSOR

Parte III da II Mensagem do acampamento de Carnaval das Igrejas de Gurupi [I, II e III] e Alvorada do Tocantins: O que Deus fala

Ao criar o homem Deus deu-lhe algumas ordens. Ordens claras, precisas, justas. Não havia como não entendê-las, ainda mais que ainda não havia sofrido os efeitos noéticos do pecado. Sua mente era perfeita, ele entendia perfeitamente que deveria cultivar o jardim, exercer domínio sobres os animais, cuidar da sua esposa e, ainda, prestar um culto sem barreiras a Deus [Gn 3.8]. Deus deu ao homem tudo o que ele precisava, e ordenou-lhe obediência sob pena de morte. O homem preferiu desobedecer, experimentar o proibido e Deus não podia deixar de cumprir a sua promessa: o homem experimentou imediatamente a morte espiritual, o afastamento de Deus, a perda da comunhão com o criador, com a esposa e com resto da criação. A Escritura afirma que o julgamento de Deus é absolutamente justo [Sl 7.11; Jr 11.20], seu modo de julgar é imparcial [Sl 9.4] e ele não faz acepção de pessoas [Jó 34.19].

IV. DEUS REVELA A SUA GRAÇA EM DAR JESUS COMO SUBSTITUTO

Parte IV da II Mensagem do acampamento de Carnaval das Igrejas de Gurupi [I, II e III] e Alvorada do Tocantins: O que Deus fala

Para entendermos o que significa a graça de Deus precisamos entender claramente o que nós somos e o que merecemos. Somos pecadores. Rejeitamos a justiça de Deus. Preferimos ser injustos. Não apenas preferimos como amamos e sentimos prazer na injustiça [Hb 10.26]. Estamos contaminados em nossa essência, desde o ventre materno, apesar do cuidado de Deus em nos entretecer, já somos pecadores [Sl 51.5; Jo 9.34]. Dizemos constantemente não ao amor de Deus. Não nos importamos com sua vontade. Viramos-lhe as costas ao chamamento de pai amoroso. Declaramos-lhe inimizade, zombando constantemente dele, chamando-o mentiroso. Mas, mesmo assim, Deus ainda decide demonstrar, graciosamente, seu amor aos pecadores rebeldes [Jr 3.22]. Deus ama e dá seu filho para morrer por pecadores [Mt 9.13], ofertando-lhes, em lugar da morte, a vida eterna [Jo 3.16], que precisam apenas receber [Jo 7.3]. Cristo veio exatamente para morrer em lugar de pecadores, aos quais ele demonstrou sua amizade [Jo 15.13] de maneira inquestionável. Jesus Cristo, o justo, morreu por nós, com todas as nossas injustiças [I Pe 3.18].

V. DEUS TORNA SEU CHAMADO CONHECIDO AOS HOMENS

Parte V da II Mensagem do acampamento de Carnaval das Igrejas de Gurupi [I, II e III] e Alvorada do Tocantins: O que Deus fala

Ao contar a parábola das bodas Jesus fez questão de enfatizar o fato de que não haveria empecilhos humanos ao seu desejo de reunir pessoas para as bodas. Ricos, pobres, coxos, cegos, todos igualmente teriam o privilégio de conhecer o chamado para as bodas. Observe que o ensino é: não foram os homens quem descobriram a festa, como se penetras fossem — foi o Senhor quem os convidou através de seus servos comissionados [Lc 14.23]. Entretanto, devo ressaltar que este não é um chamado comum. É o chamamento do Senhor, daquele que tem autoridade para exigir a presença daqueles a quem está convidando. Por isso que os que rejeitaram o convite [cheios de desculpas, é verdade] serão duramente castigados e, mesmo que resolvam aceitar o convite [Is 55.6], tal decisão pode se dar muito tardiamente [Pv 1.24-30]. Para nós termos uma leve ideia do interesse de Deus em tornar seu chamado conhecido apenas através de Jeremias Deus afirma que enviou os seus servos, os profetas, desde o início do dia, 4 vezes [Jr 7:25; 26:5; 29:19; 44:4]. Mas, mesmo diante de tanta insistência, a resposta muitas vezes, foi um surpreendente descaso.

VI. DEUS RECOMPENSA OS SEUS OUVINTES

Parte VI da II Mensagem do acampamento de Carnaval das Igrejas de Gurupi [I, II e III] e Alvorada do Tocantins: O que Deus fala

A recompensa de Deus para os seus ouvintes tem uma dupla expressão:

A. O ponto máximo do convite a salvação, tão bem expresso através de Isaías [55.1-3] é enfatizado por Jesus [Mt 11.28-30], que, além de convidar vem buscar aqueles a quem deseja salvar [Lc 19.10]. Talvez o texto mais claro a este respeito, e, provavelmente o menos entendido também, seja de João [Ap 3.20]. João registra o desejo do Senhor em festejar com sua igreja, a quem ele já havia convidado anteriormente, e também, comprado com o seu sangue. A carta foi direcionada a uma Igreja [Laodicéia]. E a Igreja de Laodicéia era composta por cristãos. E era com estes cristãos que Jesus desejava festejar. E o mesmo escritor completa a mensagem que ele já havia iniciado no evangelho [Jo 1.11-12]. Aos que aceitaram a mensagem [Jo 20.31] e receberam a vida, João completa registrando as palavras de Jesus, numa promessa maravilhosa: ao vencedor ele dá a coroa da vida [Ap 2.10], num sinal claro de aprovação.

B. Por outro lado, a rejeição do convite importa em condenação dos ímpios. Na verdade, não há mudança em seu status espiritual. Eles não são tornados réprobos. Eles já eram, e, segundo o mesmo João, o que acontece é que sobre eles permanece a ira de Deus [Jo 3.36]. Eles não são das ovelhas de Jesus [Jo 10.26], não ouvem as palavras de Jesus, não lhe reconhecem a voz e não o seguem. Não se desviam do caminho largo e espaçoso que conduz à perdição [Mt 7.13].

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O CONTEÚDO DA MENSAGEM DE DEUS AOS HOMENS

Parte final da II mensagem baseada em Hb 1.1-2, no acampamento de carnaval das igrejas: I, II e III de Gurupi e Alvorada do Tocantins.

Certamente há outros aspectos da mensagem que não foram mencionados, mas ela não mudou nos últimos milênios, e não vai mudar porque o propósito de Deus é um só e o mesmo eternamente, já que ele, o Senhor, não pode sofrer mudança de qualquer espécie [Tg 1.17]. Já vimos que Deus fala, e faz isso com o direito de criador, autoridade de Criador e poder de salvador. Sua mensagem é clara, mas, infelizmente, há um sério problema de comunicação - ou ela é incompleta e ineficiente, e teríamos um Deus incapaz, ou então temos que buscar a resposta em outro lugar. Já que cremos num Deus repleto de perfeições, resta-nos olhar para o outro lado - o receptor da mensagem. O doador é perfeito, a mensagem é completa, perfeita e eficiente, logo, o problema tem que estar no receptor. E é sobre ele que nos debruçaremos no nosso próximo estudo: para quem Deus fala.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

UM DEUS QUE SE COMUNICA PARA SALVAR

Mensagem I/4, com base em Hb 1.1-2, para acampamento durante o carnaval 2012, Gurupi, To

clip_image002Os teóricos da comunicação afirmam que a humanidade atravessou várias fases ao longo de sua historia. Assim, a primeira fase foi a oral, onde os conhecimentos eram transmitidos apenas pelas narrativas e discursos presenciais, onde a oratória era sumamente enfatizada. Era a geração que ouvia. Com o advento da escrita e principalmente sua disseminação através da imprensa, o conhecimento passou a ser transmitido através da leitura. Temos a geração que lia. A seguir, os novos meios de comunicação deram ênfase ao som [rádio] e à imagem [TV]. Eis a geração que assistia. Finalmente o séc. XX viu nascer uma nova forma de comunicação, em que a audição, leitura, visão e respostas foram de tal maneira misturadas que, na falta de outro termo, denominou-se esta nova geração de “geração multimídia”.

Nós somos parte e herdeiros desta geração. Lemos, ouvimos e assistimos, respondemos e questionamos, tudo ao mesmo tempo. Para esta geração parece um absurdo pensar que alguém pode acumular conhecimento somente através da leitura e, pior ainda, sem um aparelho cheio de teclas diante dos olhos. Por isso que estudar a bíblia parece um anacronismo, um desafio insuperável e enfadonho. Mas não é, é algo essencial, e há QUATRO verdades que precisamos levar em consideração quando tratamos das Escrituras Sagradas. A primeira que vamos abordar neste acampamento é QUEM FALA. O escritor da carta aos hebreus afirma que Deus falou. São as suas palavras que estão registradas, sua vontade, seu querer, ou, de uma maneira tão cara aos reformadores do séc. XVI, seus decretos. Não vamos fazer uma coletânea de quantas vezes Deus falou, mas devemos levar em consideração o caráter de quem fala.

ELE É O CRIADOR DE TODAS AS COISAS

Parte I da mensagem I/V com base em Hb 1.1-2

clip_image002Deus fala com a autoridade de criador de todas as coisas.

O profeta Isaías faz uma pergunta a Israel que temia os inimigos humanos mas se esquecia de temer ao Senhor [Is 51.13]. Por três vezes Isaías diz que foi o Senhor hwhy quem criou Israel. Deus lembra aos hebreus que o Senhor é não apenas o criador dos céus e da terra, como, também, o criador de sua nação, através de eventos que eles todos conheciam muito bem. Se ele foi capaz de criar uma nação à partir de um amontoado de escravos, tirando-os de sob o poderio Egípcio, abrindo o mar Vermelho, o rio Jordão, derrubando as muralhas de Jericó e tantas outras ações extraordinárias. Como criador, ele tem direito de falar, e, como criaturas, nós temos a obrigação de ouvir. Infelizmente há uma certa inversão que eu também chamaria de perversão. O homem já não reconhece Deus como o seu criador, prefere ser um mero acidente molecular, um parente distante do macaco numa teoria improvada e improvável.

Na sua sabedoria científica o homem inculca-se por louco, rejeita a sabedoria de Deus e rebaixa-se, deixando de considerar-se [porque não pode deixar de ser o que real e essencialmente é] uma criação especial de Deus, segundo a Sua imagem e semelhança, a coroa da criação, a mais bela e preciosa obra feita pelas mãos do Criador, para advogar para si um lugar ao lado das feras. Triste inteligência, tola sabedoria a dos homens da ciência.

ELE É O SENHOR DE TODAS AS COISAS

Parte II da mensagem I/V com base em Hb 1.1-2

clip_image002Deus fala com a autoridade de Senhor sobre todas as coisas.

Mas este é apenas um dos aspectos do problema. Há outro, de igual seriedade, que é o que segue: a quem estamos dando atenção. São tantas vozes, muitas ao mesmo tempo, chamando nosso nome, clamando por nossa atenção. Amigos, família, carreira, estudos, lazer que muitas vezes não conseguimos distinguir a voz de Deus no meio da multidão que clama insistentemente por nós. Não que queiram nos dar algo importante, apenas querem o nosso tempo para nos tirar o que poderíamos ter de mais importante, que é ouvir a voz de Deus.

O rei-salmista Davi canta de maneira dolorida a possibilidade de não ouvirmos ou não atendermos o chamado do Senhor [Sl 97.5-6], o que, infelizmente, é uma triste realidade. Quando deixamos de ouvir a voz de Deus para dar ouvidos às demais vozes experimentamos uma mundanização da nossa mente e das nossas atitudes, radicalmente diferente do que o apóstolo Paulo orienta [Rm 12.2].

O mundo sempre vai tentar dizer à igreja o que fazer, com quem e como namorar, onde ir, que atitudes tomar. E para isso vai usar profissão, lazer, amigos, companheiros e até a própria igreja [se já mundanizada] pode ser um instrumento neste processo. O homem moderno não quer mais um Deus que seja senhor, quer um deus de quem ele seja senhor. Mas um Deus que não é Deus não me serve nem como servo. É incapaz e fraco. Mas é o deus que os homens estão construindo, que não é digno de ser ouvido, algo como um gênio da lâmpada, sempre pronto a conceder os desejos mais mesquinhos [Tg 4.3].

ELE É O SALVADOR DE TODOS OS CRENTES

Parte III da Mensagem I/IV com base em Hb 1.1-2

Deus fala com a autoridade de Salvador, fruto de sua conquista na cruz.

clip_image002O terceiro aspecto que pretendo abordar é que, associado ao fato de ele ser Senhor por direito de criação, ele o é também pelo fato de nos ter comprado [I Pe 1.17-21], salvando-nos da justa ira de Deus e tornando-nos filhos do seu amor. Se o fato de ser o criador e preservador não é suficiente para mover o coração de um homem a ouvir a voz de Deus [e deveria ser, por uma questão de direito], então, este, o fato de ele ser o salvador dos crentes, é mais do que suficiente. Rejeitar ouvir a voz do doce salvador, que, sem escândalos, convida a irmos a ele [Is 44.3; Mt 11.28] é sinal de impiedade, mesmo que tenhamos nascido e crescido na igreja, mesmo que sejamos membros, batizados, professos, preguemos, toquemos, cantemos ou façamos muitas coisas na igreja. Nada disto tem valor se não dermos ouvidos à voz do Salvador. É ele quem fala, o Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Não nos é dado o direito de não ouvirmos. É necessário esclarecer o conceito de ouvir - que não é apenas captar e interpretar os sons. É mais que isso. É ouvir no sentido de colocar em prática o que está sendo dito [Dt 8.20]. Esta é uma dura advertência para cada cristão: os mandamentos do Senhor são para serem obedecidos [Sl 119.4] sem alternativas ou relaxamento [Jr 48.10]. Foi pela obediência, e não apenas pelo conhecimento teórico da vontade de Deus, que Abraão se tornou o pai da fé [Hb 11.8]. Rejeitar ouvir a voz do salvador para praticar a sua vontade é dizer não amá-lo [Jo 14.15]. Ele não tem interesse em amor só de palavras [I Jo 3.18], pelo contrário, conhece os nossos corações, sonda-nos [Pv 21.2] e sabe quem realmente somos [Jo 2.24].

CONSIDERAÇÕES SOBRE A MENSAGEM DE DEUS AO HOMEM: DEUS FALA

Conclusão de mensagem número I/IV, baseada em Hb 1.1-2

clip_image002O grande problema do homem do séc. XXI não é falta de informação. Informação ele tem até em demasia, e não sabe o que fazer com ela - e acaba rejeitando as mais importantes em favor das mais atrativas, coloridas e vistosas. O problema é a deformação causada pelo secularismo, pelo mundanismo que tem tentado adentrar na igreja com uma força muito grande - tanto de fora pra dentro, sendo empurrada portas adentro pelos ímpios através de todo tipo de meio de comunicação mas, também, de dentro para fora, puxada por cristãos que já se mundanizaram e, infelizmente, não percebem isso. É interessante observar que a igreja gasta mais energia em combates intramuros, como questões litúrgicas, administrativas e metodológicas do que com um esforço consciente em identificar o mundanismo que já entrou e que precisa ser expurgado.

Aliás, mesmo identificado, haverá, ainda, muita resistência interna para, incrivelmente, evitar a purificação da igreja. Foi assim com Lutero e os reformadores. Antes deles outros tentaram e não conseguiram. A igreja precisa ouvir novamente a voz de Deus. Precisa ouvi-la para colocar em prática. Precisa ouvir para por ela viver. Embora usado e aplicado com sentido diferente do sentido do texto, permanecem verdadeiras as palavras de Jesus através do apóstolo João: o Senhor está à porta, e bate. Sua igreja, a quem ele chama, seu povo, com quem ele quer cear, é alertado sobre a necessidade de abrir-lhe a porta. Mas como fazê-lo, sem ouvir? Como fazer se o som do mundo está muito alto? Como fazer se os fones de ouvido impedem a audição do chamado? Como fazer se o som do chamado dos interesses pessoais está atraindo tanto a atenção que outras vozes, mesmo a mais importante de todas, acaba sendo rejeitada?

Cabe-nos levar em consideração que, durante estes dias, tentaremos afastar os nossos ouvidos dos clamores do mundo e ouvir a voz de Deus. Nosso compromisso, como acampantes, deve ser o de Samuel [I Sm 3.10]. E como palestrante, cabe-me assumir o compromisso de Micaías: falar somente o que o Senhor me disser [I Rs 22.14]. E é exatamente isto o que pretendemos fazer nestes dias: se Deus falou, então, vamos proclamar todo o conselho de Deus, e nada aquém nem além disso.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

INSCRIÇÃO PARA ACAMPAMENTO DE CARNAVAL

FILE2377Conforme prometido, eis o link para a ficha de inscrição do acampamento de Carnaval, na chácara do Basa, Gurupi. Participação confirmada da I, II e III igrejas Presbiterianas de Gurupi e da Igreja Presbiteriana de Alvorada:  http://www.4shared.com/office/R2NPJfri/Ficha_de_inscrio_para_acampame.html. 

O valor da inscrição é R$ 50.00 individualmente, R$ 40,00 se forem dois da mesma família e R$ 35,00 se forem de 3 acima.

Crianças menores de 8 anos não pagam e entre 8 e 10 pagam R$ 15,00.

BOLETIM DA II IGREJA PRESBITERIANA DE GURUPI – 05.02

Segue o link para o segundo boletim do ano de 2012 da II Igreja Presbiteriana de Gurupi. Acesse, baixe e divulgue. Um fraterno abraço: http://www.4shared.com/office/xusnsak0/20120205_Boletim_Gurupi.html

sábado, 4 de fevereiro de 2012

ACAMPAMENTO DE CARNAVAL

acamp2012

VAI PERDER?

Em breve disponibilizarei aqui o link para baixar a ficha de inscrição.

Preletores: Rev. Eliel Matos, Rev. Marthon Mendes, Rev. Vagner, Dc. Rogério.

Palestrantes: Leonardo, Erlânia, Heichon, Robson.

Inscrições entre R$ 50,00 e R$ 35,00 para adultos, jovens e adolescentes.

Inscrições para crianças entre 8 e 10 anos R$ 15,00.

Refeição avulsa R$ 10,00.

UMA FAXINA

Estava precisando fazer uma faxina em mim... Jogar alguns pensamentos indesejados para fora, lavar alguns tesouros que andavam meio enferrujados... Tirei do fundo das gavetas lembranças que não uso e não quero mais. Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões... Papéis de presente que nunca usei, sorrisos que nunca darei; Joguei fora a raiva e o rancor das flores murchas que estavam dentro de um livro que não li. Olhei para meus sorrisos futuros e minhas alegrias pretendidas... E as coloquei num cantinho, bem arrumadas. Fiquei sem paciência!... Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão: Paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca queria ter dito, mágoas de um amigo, lembranças de um dia triste... Mas lá também havia outras coisas... e belas! Um passarinho cantando na minha janela... aquela lua cor-de-prata, o pôr do sol!... Fui me encantando e me distraindo, olhando para cada uma daquelas lembranças. Sentei no chão, para poder fazer minhas escolhas. Joguei direto no saco de lixo os restos de um amor que me magoou. Peguei as palavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima, pois quase não as uso, e também joguei fora no mesmo instante! Outras coisas que ainda me magoam, coloquei num canto para depois ver o que farei com elas, se as esqueço lá mesmo ou se mando para o lixão. Aí, fui naquele cantinho, naquela gaveta que a gente guarda tudo o que é mais importante: o amor, a alegria, os sorrisos, um dedinho de fé para os momentos que mais precisamos... como foi bom relembrar tudo aquilo! Recolhi com carinho o amor encontrado, dobrei direitinho os desejos, coloquei perfume na esperança, passei um paninho na prateleira das minhas metas, deixei-as à mostra, para não perdê-las de vista. Coloquei nas prateleiras de baixo algumas lembranças da infância, na gaveta de cima as da minha juventude e, pendurada bem à minha frente, coloquei a minha capacidade de amar... e de recomeçar...

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