terça-feira, 20 de maio de 2014

PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA UM LAR CRISTÃO

Um dos temas recorrentes na agenda eclesiástica é que maio é o mês do lar. Sem tentar correr atrás do porque - embora a razão seja fácil de encontrar no ciclo das estações europeias (era o início da primavera e, portanto, das flores, época ideal para os casamentos) quero tratar de um assunto mais relevante: quais os princípios bíblicos para um lar cristão?
I. O primeiro princípio é: o homem é o cabeça da família por ser esta a vontade de Deus desde o Éden. Nem mesmo o pecado mudou este quadro, apenas o deturpou pois coloca a submissão feminina como uma imposição punitiva e, não mais, como um estado de graça como era no Éden. O homem, no Éden, era uma “imago dei”, governando sob o Senhor, e, no lar, o que deveria ser o “pequeno Éden”, o principio permanece - Cristo, o cabeça do homem, o homem, o cabeça da mulher (Ef 5.23; I Co 11.3).
II. O segundo principio é: a mulher como auxiliadora, companheira, submissa mas não subjugada. Lamentavelmente o pecado deturpou os papéis originais, e o erro do primeiro casal tem tornado o que deveria ser harmonia na famosa “guerra dos sexos”, levada ao extremo nos últimos 100 anos com a emancipação feminina, luta por igualdade e, em sua vertente mais nociva, feminismo.
III. O  terceiro princípio é: pais provedores e educadores, protetores e condutores. Mais uma vez, não é o que se vê. Cada vez mais temos pais omissos na educação, na proteção e na condução dos seus filhos. Leva-se a criança a qualquer lugar, mas não se ensina mais a criança no caminho em que ela deve andar. Não é de admirar que estejamos em meio a uma sociedade cada vez mais corrupta e sem noção alguma de certo e errado.
IV. O quarto princípio é: filhos obedientes e respeitosos, honrando seus pais por saber que esta é a vontade de Deus e uma condição de reciprocidade estabelecida por Deus para abençoá-los. Não é o que se vê - em qualquer idade a honra tem se tornado uma palavra cada vez menos expressiva em vocabulário e conduta. Filhos envergonham os pais - e se colocam sob a dura condição de alvos da ira do Senhor.
Este texto estaria incompleto, porém, sem o aspecto mais importante de todos. É impossível uma família ser cristã sem Cristo. É impossível saber os rumos para a família sem a palavra de Cristo, as Escrituras. Pouco importa saber porque maio é o mês da família. O que importa, realmente, é que em maio e em todos os demais meses sua família lute com todas as forças para colocar em prática estes princípios.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

MEDO? SAI PT!


É evidente que o Partido dos Trapalhadores está com a razão ao colocar no ar o seu programinha terrorista, tentando atemorizar a população com a ameaça [que eles podem cumprir] de o Brasil voltar a ser o que era há algumas décadas. Vivi o tempo das dificuldades, o período dos atuais aliados dos trapalhadores: José Sarney e Fernando Collor. Tenho memória. Vi o Brasil atravessar um período de dificuldades e ajustes durante o governo Itamar Franco e, posteriormente, Fernando Henrique. Vi a piada de que brasileiro só comia frango quando um dos dois estava doente se tornar símbolo da mudança porque qualquer um podia comer frango após o início do Plano Real, combatido pelos trapalhadores.

Mas, porque afirmo que eles tem razão? Por dois motivos bastante simples,
1. Porque ELES estão aboletados em milhares de cargos, sindicatos, estatais, empresas particulares e de economia mista geridas pelo estado e podem dar início a um período sem precedentes e greves e manifestações que podem simplesmente parar o país, destruir a economia porque eles são adeptos da política de terra arrasada, ou, dito de outra maneira, quanto pior melhor. Sempre agiram assim, continuarão agindo porque faz parte do seu DNA corrompido.
2. Porque ELES perderão as mamatas de onde retiram dinheiro aos milhões, quando não atingem a cifra dos bilhões. Sei que muitos jovens, iludidos, que não conhecem a história das mudanças ocorridas no Brasil nos últimos 24 anos acreditam na cantilena petista. De certa maneira, sou parte desta história, e sei que antes havia corrupção, mas mesmo os mais escabrosos casos que se tinha notícia não passavam nem perto dos bilhões costumeiros que nos assombram diariamente - um escândalo após o outro. Recentemente vi um relatório que apontava mais de 300 escândalos com valores superiores a 1 milhão de reais envolvendo os trapalhadores e seus alugados.
Assim, digo sem medo: não temo o fim da era dos trapalhadores - será um benefício para o país, pois ninguém conseguiu elevar a roubalheira ao estado que eles conseguiram. Para eles, é uma arte - e uma piada de salão, onde o Brasil e os brasileiros que trabalham são os palhaços. Pronto! Disse!

sábado, 10 de maio de 2014

ORDUS SALUTIS: CONVERSÃO, I

A DOUTRINA DA CONVERSÃO
O que é a conversão? O que esta doutrina tem a nos ensinar? Qual a sua utilidade? É obvio que esta é uma doutrina indisputada, isto é, o cristianismo ortodoxo, mesmo em suas diferentes concepções, entende que a conversão é fundamental para que alguém se torne cristão e seja salvo.
Na conversão o pecador toma consciência existencial de que merece a mais terrível condenação – a eternidade afastado da presença graciosa de Deus e em sofrimentos infindáveis. Ao reconhecer isto, a fé implantada por Deus em seu coração está começando a manifestar-se conscientemente, e tende a crescer levando o convertido a confiar em Jesus Cristo para a sua salvação, apropriando-se da justiça de Cristo para si mesmo e abandonando qualquer arremedo de justiça própria: ele percebe que os méritos são de Cristo, e não seus.
Não podemos esquecer que a conversão é parte de um processo salvífico, ligado de modo orgânico, natural e intimo com as demais partes deste processo. É um equívoco pensar na conversão como se fosse o ponto final do processo redentivo – por isso a santificação e crescimento espiritual é olvidado. A conversão marca o início do despojamento do velho homem e, ao mesmo tempo, do revestimento do novo, da luta pela santidade como resultado da fuga do pecado. O princípio pecaminoso da velha vida, substituído pelo princípio santo da vida nova começa a perder o seu antigo vigor. Na conversão esta transição torna-se uma ação consciente.
Precisamos distinguir com clareza o que é a conversão dentro do processo redentivo, porque somente um bom entendedor pode ser um bom ensinador “Qui bene distinguet, bene docet.
A bíblia tem mais de uma palavra para se referir à conversão.
NO ANTIGO TESTAMENTO
nacham (expressando tristeza quando ativa e alívio alcançado quando passiva), e significa basicamente arrependimento acompanhado por uma mudança de ação. É esta palavra que aparece em Gn 6.6-7; Ex 32.14; Jz 2.18; I Sm 15.11.
shubh, significando voltar-se, volver-se, virar e retornar, com significado religioso e ético, referindo-se principalmente ao retorno de Israel, arrependido, após ter se apartado do Senhor. A idéia presente é de uma volta para Deus, de quem o pecado separou o homem (Os 14.2).
NO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento apresenta-nos três palavras:
metanoia, que é a mais comum para conversão e a mais importante, traduz com frequência nacham indicando uma mudança de cosmovisão, de maneira de ver e viver. É muito mais que um elemento emocional, indicando uma mudança de ação após a obtenção de uma nova forma de conhecer, com o consequente lamento em relação ao que foi feito e uma proposta de mudança quanto ao trato futuro. Esta mudança, para ser conversão segundo Deus, precisa ser para melhor, e não para pior, como foi o caso de judas (tomado de remorso). metanoia implica em que, anteriormente, a mente estava corrompida (Tt 1.15) e com a conversão é redirecionada, com consequências intelectuais (II Tm 2.25), volitivas (At 8.22) e emocionais (II Co 7.10). Há mais um aspecto que não pode ser deixado de fora – o desejo de não repetir o que se fazia (Ef 4.28) e agora sabe ser errado (I Tm 1.13).
epistrofe traduz shubh com o sentido de retornar, de voltar, com um significado mais amplo que metanoia, acentuando o estabelecimento de um novo direcionamento, ativo, para a vida (At 3.19). Esta palavra sempre inclui a ideia de que a fé está presente. Enquanto metanoia exige a presença da fé (piste/w) epistrofe já a subentende.
metameleia significa vir a afligir-se depois (Mt 21.29, 32; II Co 7.10; Hb 7.21) indicando arrependimento, com um aspecto basicamente emocional.
Concluímos que conversão e arrependimento andam juntos (At 26.20), e a verdadeira conversão tem que ser em direção a Deus. O arrependimento muda o sentimento e a atitude para com Deus, a conversão muda o posicionamento para com o mundo.
DEFINIÇÃO
A doutrina da conversão é bíblica, baseia-se nas Escrituras e refere-se à uma experiência consciente na vida daqueles eleitos que são alcançados pelo chamado externo da Palavra e interno do Espírito – eleição, vocação e regeneração são ações de Deus no homem, em relação às quais ele é absolutamente passivo, embora sofra seus efeitos.
Diz-nos Strong que a conversão é uma
“…mudança voluntária na mente do pecador em que ele se vira do pecado, por um lado, e para Cristo, doutro lado. O elemento primário e negativo da conversão, nomeadamente, virar-se do pecado, denominamos arrependimento. O elemento da conversão, último e positivo, nomeadamente virar-se para Cristo, denominamos fé.”
E outra vez:
“Conversão é o lado humano ou aspecto daquela mudança espiritual fundamental, que, vista do lado divino, chamamos regeneração.

ORDUS SALUTIS: CONVERSÃO, II

TIPOS DE CONVERSÃO DESCRITOS NA BÍBLIA
A bíblia relata diferentes tipos de conversões, e cada uma delas certamente tinha um propósito no propósito educador da graça de Deus.
Antes de falarmos de "tipos de conversões" precisamos afirmar que a conversão, a verdadeira conversão, é uma mudança única, irrepetível, que muda o estado do homem, iniciando nele um processo que podemos chamar de santificação.
I. CONVERSÕES COMUNITÁRIAS OU NACIONAIS
A Escritura fala algumas vezes de conversões comunitárias, especialmente a descrita em Jn 3.10 – reformas de natureza moral e social motivada por uma recepção do ensino das Escrituras. A questão é: eram conversões religiosas? É uma exemplificação de nacham e, geralmente, influenciavam uma geração, como nos dias dos juízes: ocorriam sob a liderança de um governante piedoso e só duravam enquanto houvesse governantes piedosos no trono – quando um ímpio alcançava o trono o povo todo se desviava em segui-lo.
II. CONVERSÕES TEMPORÁRIAS OU CIRCUNSTANCIAIS
São conversões sem evidências de mudanças essenciais no coração, embora apresente alguma característica externa e circunstancial de relacionamento com o Senhor e sua Igreja. Ao contar a parábola do semeador (Mt 13.18-23) o Senhor Jesus fala de pessoas que ouvem a Palavra, recebem-na com alegria mas não produzem frutos, não perseveram diante das tribulações, provas e perseguições, se ofendem facilmente e abandonam a "fé" (vs. 20-21). A parábola se personaliza em Himeneu, Alexandre e Demas que "naufragaram na fé" amando o presente século (I Tm 1.19-20; II Tm 2.17-18; II Tm 4.10). Estes e outros personagens são "dissecados" em Hb 6.4-6: foram iluminados pela Palavra, experimentaram em algum nível a comunhão dos santos e os poderes do Espírito mas não haviam, efetivamente, nascido novamente. João explica as razões para que isto acontecesse: eles não eram convertidos no sentido mais pleno da Palavra, embora possuíssem a aparência de convertidos (I Jo 2.19). Atentemos para o fato que uma conversão circunstancial, baseada em algum fato a respeito de Jesus, pode ser verdadeira, mas não é salvífica.
III. CONVERSÃO VERDADEIRA
A verdadeira conversão pode acontecer em um momento específico (como no caso da mulher samaritana) ou no decorrer de um processo mais demorado (como no caso de Nicodemos), resultando em uma vida de devoção a Deus (II Co 7.10). A conversão tem suas raízes na regeneração e é o primeiro sinal da nova vida do qual o pecador se torna consciente da presença do Espírito de Deus. Seus pensamentos mudam, seus desejos mudam, sua vontade muda – o pecador convertido olha para o passado e percebe a insensatez do curso de sua vida anterior.  A conversão é uma ação na qual o homem é tanto passivo quanto ativo: é passivo porque o regenerado recebe a ação de Deus, que muda-lhe o coração, e ativo porque, conscientemente, o pecador experimenta mudanças no curso de sua vida, voltando-se para Deus em arrependimento e fé, como nos exemplos de Naamã (II Rs 5.15), Manassés (II Cr 33.12-13), Zaqueu (Lc 19.8-9); do eunuco (At 8.30), de Cornélio (At 10.44), de Paulo (At 9.5), de Lídia (At 16.14) e de outros.
IV. CONVERSÃO SÚBITA OU IMEDIATA
A bíblia, entretanto, relata casos de conversão imediata, uma crise súbita e transformadora, à partir do instante em que se ouve a mensagem e reconhece-se Jesus como salvador, podendo tanto ser de uma multidão (At 2.37-41) outros casos, individuais, como os do carcereiro de Filipos que, impactado com a ação de Deus e a atitude de Paulo e Silas recebe a mensagem, testemunha e é recebido como membro da Igreja (At 16.30-33) ou de Lídia (At 16.14-15).
V. CONVERSÃO GRADATIVA
A conversão pode não ser uma crise, com dia e hora definidos, mas um processo no qual o pecador vai, paulatinamente, compreendendo não apenas quem ele é, mas, à luz do que vai conhecendo de Jesus passa a confiar nele de uma maneira inquestionável, dando, enfim, testemunho da sua nova fé. É o caso de Nicodemos. Em um primeiro momento Nicodemos vai a Jesus às escondidas, e o chama de Rabi (mestre), reconhecendo que ele, Jesus, possuía não apenas um tipo especial de conhecimento mas, também, reconhecendo-o como enviado da parte de Deus (Jo 3.2); a segunda aparição de Nicodemos é ainda relutante, mas indicando que ele desejava que não se praticasse injustiça contra Jesus (Jo 7.50-51), recuando quando exposto à possibilidade de ser exposto ao ridículo como discípulo de Jesus (Jo 7.52). Somente na terceira menção a seu nome é que Nicodemos aceita ser identificado como discípulo de Jesus (Jo 19.39).
VI. CONVERSÃO REPETIDA
Pode haver mais de uma conversão? Uma pessoa pode converter-se mais de uma vez? Note que "converter-se" não é uma impropriedade bíblica ou teológica (Is 31.6; Jr 3.14; Os 14.2; Is 55.7) resguardando as noções de ação de Deus e do homem como agentes. Quando falamos de conversões repetidas não queremos incorrer no erro arminiano do "cair da graça" ou da "perda da salvação", mas em um corrigir de caminhos após uma decisão pessoal de afastar-se de Deus sob qualquer que seja a circunstância. No sentido soteriológico, de salvação, a conversão nunca se repete. Um convertido pode cair nos laços do pecado, se atraído pelos seus encantos e luzes, andar longe do lar e na lama mas cairá em si e retornará para o lar do pai (filho pródigo). A primeira conversão é uma mudança na disposição regente do coração, enquanto que as conversões subsequentes podem ser definidas como um reavivar e evidenciar da primeira (Jo 13.10). Assim, a conversão repetida é, na verdade, um retorno à santidade e não uma segunda conversão.
ASPECTOS DIVINOS DA CONVERSÃO DO HOMEM
A conversão é fruto da ação de Deus no homem. Apresentamos alguns destes aspectos:
a.     O homem, naturalmente, não pode mudar a disposição regente de seu coração e, por si mesmo, abandonar o pecado (Jr 13.23);
b.     O homem, naturalmente, não pode fazer nada agradável a Deus (Rm 8.8), nada de bom pode sair da natureza carnal (Rm 7.18);
c.      O homem natural não aceita abrir mão de sua autonomia ou "independência" (Rm 8.7) e, por si m esmo, receber ao rejeitado (Is 53.3) como seu Senhor, pois o homem natural não pode "receber" as coisas espirituais (I Co 2.14);
d.     A conversão envolve a fé que opera pelo mesmo poder que levantou Jesus dentre os mortos (Ef 1.19-20), e esta é um dom de Deus (Ef 2.8);
e.     A conversão é a doação de uma nova vida – e é evidente que um morto não pode dar a si mesmo o que não possui (Ef 2.4-6);
f.       A conversão envolve o "ir a Cristo" como um ato de doação do pai (Jo 6.37) e não como uma ação intrínseca do homem (Jo 6.35).
Somente pelo poder vivificador de do os homens podem ser habilitados a virem a Cristo.

ORDUS SALUTIS: CONVERSÃO, III

A NECESSIDADE DA CONVERSÃO
Sem a conversão é absolutamente impossível a qualquer homem entrar no reino dos céus (Mt 18.3). Qualquer tentativa de entrar no reino dos céus por outro modo é indigna, como indigno é entrar na casa de alguém por outro lugar que não a porta (Jo 10.1) e a porta é Jesus (Jo 10.7).
Como a conversão se dá? Desde o início temos insistido que a ordo salutis deve ser entendida como um processo didático para entender a ação de Deus para salvação dos pecadores. Assim, o processo da conversão também será abordado sob o mesmo prisma – dentro de um conceito lógico/cronológico, lembrando que é Deus quem opera a conversão (Lm 5.21; Jr 31.18) no e com o homem tomaremos como base a parábola do filho pródigo (Lc 15.11-32).
CONHECIMENTO DE SUA PRÓPRIA MISÉRIA
Apesar dos judeus serem o "povo de Deus" é fato mais que pacífico que eles "não receberam Jesus" (Jo 1.11), de modo que podemos usar o exemplo de um "filho de Israel" que não era, na verdade, filho de Abraão (Lc 3.8). Do ponto de vista legal aquele já não era. Em terra estranha, desonrado e faminto, em absoluta penúria e solidão a ponto de ser julgado menor que os animais, desperto pela dor, o filho faz uma comparação entre o que há na casa do pai e o que ele não tinha e reconsidera sua maldade de coração (Sl 119.59) e seus caminhos tortuosos (Sl 64.9). Observe que este conhecimento de si mesmo é motivado por um fator externo – não parte de si mesmo. De si mesmo só partiu a maldade e o desprezo para com o pai (Lc 15.11-13). Este conhecimento só pode leva-lo à fase seguinte: o arrependimento.
UMA DISPOSIÇÃO EMOCIONAL
Após a percepção de quem é segue-se o arrependimento, isto é, uma percepção de que está aquém do que poderia estar, de que se tem menos do que lhe é não mais de direito, mas que ainda tem na casa do pai. Por causa do sentimento de perda, de tristeza, surge a disposição para voltar à casa do pai, mas para isso há uma condição: arrependimento, expresso pela visão de que não pode entrar na casa do pai sem, primeiro, confessar seu pecado e pedir perdão. Lembremos que é o Espírito quem convence o pecador de que ele é um pecador (Jo 16.7-11). Os pensamentos se voltam da realidade miserável à sua volta para a casa do pai, tipo de uma realidade espiritual (I Co 2.14) e então vai produzir uma nova volição (Lm 3.40).
UMA DISPOSIÇÃO VOLITIVA
Um coração impactado pela compreensão de sua miséria e atento ao chamado restaurador do Espírito vai sentir-se irresistivelmente chamado para retornar à casa do pai (Jo 6.37). A primeira tem a ver com a percepção, com o Senhor abrir os olhos e o coração para que se compreenda a grandeza da graça de Deus (At 16.14) em contraste com a desgraça do homem pecador, que, então, arrependido pelo que fez para merecer tal estado, e tendo o seu coração irresistivelmente inclinado pelo Senhor para as coisas celestes (Fp 2.13) e tendo recebido uma nova capacidade de querer, passa, efetivamente, a querer as coisas celestes. Como o personagem da parábola, abandona os prazeres transitórios do pecado e resolve ir ao Pai para pedir perdão (Lc 15.18-20). É uma excelente figura para a conversão: virar as costas para o rumo escolhido e ir para o único lugar onde há real satisfação – a casa do pai. Pensamento e reflexão transformados em ação.
UM RESULTADO SURPREENDENTE
Ainda aqui, mesmo com a efetiva participação do pecador, que tomou a decisão e a atitude de ir, temos a surpreendente participação do pai que vai ao encontro do filho perdido (buscar e salvar), prepara-lhe a pureza necessária (Tg 4.8) oferece-lhe uma festa de recepção como a um convidado de honra, e efetivamente ele o era (festa no céu por um pecador) e o estado do filho é o que sempre foi, e jamais deveria ter deixado de ser: o de filho amado (estava morto e reviveu).

ORDUS SALUTIS: CONVERSÃO, IV

AS BÊNÇÃOS DA CONVERSÃO
Uma vez que a conversão é o início da vida ativa e consciente do novo convertido, podemos afirmar que ele, passando da morte para a vida, percebe que:
TEM UM NOVO PRINCÍPIO DE VIDA
Com a ação do Senhor de tirar o coração de pedra e dar um novo coração, um coração de carne (Ez 36.26) o homem tem, agora, um novo coração, capacitado a não apenas perceber (I Co 2.14) mas a inclinar-se para fazer a vontade do seu pai.
TEM UM NOVO SENHOR
Com a ação do Senhor de tirar o coração de pedra e dar um novo coração, um coração de carne (Ez 36.26) o homem tem, agora, um novo coração, capacitado a não apenas perceber (I Co 2.14) mas a inclinar-se para fazer a vontade do seu pai.
TEM UM NOVO DESTINO
Antes de conhecer a Deus o homem é escravo de satanás, debaixo do seu império de trevas (Cl 1.13a), escravo do diabo e inimigo de Deus (Ef 2.23) mas o conhecimento de Cristo traz não apenas liberdade (Jo 8.32) mas um novo destino (Cl 1.13b).
TEM UMA NOVA MOTIVAÇÃO
João faz um contraste entre dois tipos de pessoas (Jo 8.38): aquelas que tem ao diabo como pai (Jo 8.44) e por isso vivem sem Deus no mundo (Ef 2.13), e aquele que tem a Deus por pai (Jo 8.42) e fazem a sua vontade.
TEM UM NOVO ALVO
O alvo do homem natural é, naturalmente, coisas naturais. O amor às coisas do mundo, aliás, é uma evidência da ausência do amor a Deus (I Jo 2.15). Seu novo alvo é agradar a Deus, sendo-lhe obediente (Jo 14.15) como prova do amor que tem por Jesus Cristo (Jo 14.21).

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