quarta-feira, 28 de outubro de 2015

QUEM É JESUS

É importante saber quem é Jesus, mas mais importante ainda do que responder quem é Jesus é ter a resposta adequada para esta outra: “Quem é Jesus para você?”
Uma pessoa pode ser conhecida de diferentes maneiras, por pessoas diferentes. Nos dias de seu ministério Jesus se tornou uma figura controversa e as multidões se perguntavam: quem é este (Mt 21:10 - E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, e perguntavam: Quem é este?). E parece que até mesmo seus discípulos tinham alguma dificuldade com o que ele dizia ser e das coisas que ele fazia (Mt 8:27  E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem?).
Como os discípulos viam a Jesus? Para dar-lhes a oportunidade de refletirem sobre si mesmos (embora eles tenham achado que a pergunta era a respeito de Jesus) Jesus lhes dirige duas perguntas. A primeira é: o que o povo dizia a respeito de sua identidade (Mt 16:13 - Indo Jesus para os lados de Cesaréia de Filipe, perguntou a seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem?).
O povo podia pensar qualquer coisa. Jesus não os censura por pensarem que ele era João Batista, ou Elias, ou algum dos profetas que havia ressurgido - mas os discípulos não podiam ser ignorantes (Mc 4:11 - Ele lhes respondeu: A vós outros vos é dado conhecer o mistério do reino de Deus; mas, aos de fora, tudo se ensina por meio de parábolas).
A segunda pergunta é dirigida aos discípulos: qual era a percepção deles a respeito de Jesus Cristo? Um homem, um profeta (Mt 16:15 - Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?)? E Pedro, adiantando-se aos demais, fornece a única resposta aceitável, reconhecendo Jesus como o Cristo, o filho de Deus (Mt 16:16 - Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo).
A estas duas perguntas, eu acrescento uma terceira que é de suma importância para você porque a resposta dada a ela é determinante para o destino eterno de sua alma:
Qual a importância disto? Jesus quer que nós tenhamos uma clara percepção de quem ele é, porque só reconhecendo-o pelo que ele efetivamente é nós estaremos dispostos a segui-lo. Os discípulos de Jesus após reconhecerem definitivamente sua divindade e sua vitória sobre a morte perceberam que não precisavam mais temê-la: ela era um inimigo vencido.
Os inimigos de Jesus questionavam quem ele era não para conhece-lo ou para recebe-lo, mas porque o odiavam e como já o haviam rejeitado em seus corações, queriam apenas saber a quem haviam rejeitado (Jo 10:24 - Rodearam-no, pois, os judeus e o interpelaram: Até quando nos deixarás a mente em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o francamente).
O diabo também buscou lançar dúvidas a respeito da identidade de Jesus, tanto quanto a sua humanidade (Mt 4:3 - Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães) quanto à seu direito de ser adorado (Mt 4:6 - ...e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra).
Religiosos (Mt 27:40  Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz!) e criminosos (Lc 23:39  Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós também) duvidaram de sua identidade - mas os que não eram seus, como os soldados romanos, reconheceram-no como o que ele realmente era, o filho de Deus (Mt 27:54 - O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus).
Deixe-me perguntar mais uma vez:
Jesus queria que seus discípulos soubessem quem ele era. Ele fez questão de lhes mostrar sua glória como do unigênito do pai (Jo 1:14  E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai) e eles acabaram reconhecendo-o como verdadeiro messias e verdadeiro Deus (Jo 20:31 - Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome).
Somente conhecendo Jesus como ele verdadeiramente é, conhecendo-o pessoal e intimamente, você pode realmente responder esta pergunta que é de crucial importância. A bíblia nos fornece várias respostas para esta pergunta, mas, neste emaranhado de dúvidas, nós ficaremos com uma delas agora:
Jesus é mais do que o fundador de uma religião, mais do que uma lenda, mais do que um mestre filosófico. Se alguém conhece Jesus de alguma  destas maneiras, então ainda não conhece o verdadeiro Jesus. Jesus não é o que a academia diz, nem o que a ciência diz - ele é inigualável, ele é o próprio Deus pois nele habita a plenitude da divindade (Cl 2:9 - ...porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade).
Porque você precisa saber quem é Jesus? Porque só nele há salvação (At 4.12 - E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos) e somente reconhecendo-o como seu salvador pessoal você pode ser salvo (Rm 10:9  Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo).

MINHA IGREJA SOU EU

Você já parou para pensar - qual a cara da sua Igreja? É estranha esta pergunta? Acho que não. Acredito que Igrejas tem “caras”. Algumas são sorridentes, outras carrancudas. Umas parecem acolhedoras, outras chegam mesmo a ser opressivas. Algumas são simples, outras bastante estranhas. Qual a cara da sua Igreja?
Pensemos. A Igreja é composta de pessoas - pessoas como eu e você. Por mais bonita que seja a fachada de uma Igreja ela é apenas uma fachada - e fachadas nunca são a cara da Igreja. Podem servir para fotos de divulgação, para cartazes, mas a cara da Igreja são pessoas.
Dito de outra maneira, a sua cara é a cara da sua Igreja. É através de você que as pessoas conhecerão a sua Igreja. É vendo as vossas boas obras que até mesmo os ímpios terão que reconhecer que, de fato, conhecer a Jesus faz toda a diferença na vida de pessoas como nós. Embora nós às vezes não gostemos, é natural que a Igreja Presbiteriana seja a igreja de Fulano, de Beltrano ou de Sicrano. Quando esta percepção não se refere aos chamados “donos da Igreja” não há problema algum. Acredite, este tipo de membro de Igreja existe, que acha que tem o direito de mandar no pastor, decidir quem fica ou sai, quem faz o que e semelhantes [já vi casos até de alguns quererem definir o que pode ou não pregado - e, como resultado de sua valiosa contribuição, cheguei a identificar 14 famílias que não ficaram na Igreja - e continuaram a congregar em outras denominações).
Se alguém, por outro lado, identifica você com sua Igreja por causa do seu bom testemunho, por causa do testemunho da Igreja, então, não há problema algum. Já tive algumas alegrias ao me identificar como pastor da Igreja Presbiteriana e alguém elogiar alguém da Igreja por seu testemunho. É isso que eu chamo ser “a cara da Igreja”.
Mas, para ser a cara da Igreja é preciso que algumas condições antecedentes estejam presentes. Por exemplo, ninguém pode ser a cara da Igreja se for apenas um frequentador da Igreja. Se alguém está apenas indo à Igreja, então, jamais poderá ser a cara da Igreja pelo simples fato de não ser Igreja. Pode ser frequentador, pode ser membro, pode ser sócio de alguma das sociedades internas e mesmo assim não ser Igreja - e, não sendo assim, não pode ser a cara da Igreja. Ninguém pode ser a cara da Igreja se apenas estiver na Igreja, acompanhando alguém, com algum interesse ou seguindo alguma tradição familiar. Isto não é ser Igreja, e estar na Igreja não qualifica ninguém a ser a cara da Igreja.
Por fim, para poder ser a cara da Igreja você precisa ser, verdadeiramente, Igreja. Se você não é Igreja, isto é, se não nasceu de novo, se não é crente, então não pode ser a cara da Igreja. Assim, qual é a cara da sua Igreja? Que percepção as pessoas possuem da Igreja Presbiteriana em Xinguara por intermédio de você? Já parou para pensar que, por sua causa, pessoas podem estar se aproximando ou se afastando da Igreja? Pessoas podem ter uma boa ou uma má impressão da Igreja por que você é o que eles conseguem  ver da Igreja?

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

EVIDÊNCIAS DA NOVA VIDA EM CRISTO - Cl 3.11-17

O apóstolo Paulo, que passou da morte para a vida, de perseguidor a perseguido, de blasfemo a pregador, de insolente a piedoso (I Tm 1:13) ensina aos colossenses que estar em Cristo é uma mudança completa, não apenas o abandono do mal mas também a prática do bem (I Pe 2:15) através das boas obras que o Senhor, de antemão, preparou para que seu povo andasse nelas (Ef 2:10) como evidência de terem se convertido a Deus (At 26:20).
Ele não apenas ordena aos colossenses – e a todos os crentes – que se desviem das obras infrutíferas das trevas (Ef 5:11) como também passem a praticar as obras da luz. Ele não apenas diz para eles se despirem dos trapos que caracterizavam o velho homem mas, também, que se revistam do novo homem. Ele diz para eles se despojarem dos penduricalhos do velho homem, que, como pesos, lhes causariam obstáculos à sua caminhada como, também, lhes diz para vestirem nova armadura.
12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. 13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; 14 acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. 15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos. 16 Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. 17 E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai (Cl 3.12-17).

INTRODUÇÃO

 O início deste capítulo incentiva os crentes a mortificarem o velho homem no corpo da sua carne, não atendendo às suas concupiscências. Literalmente o texto diz para deixar “necrosar’ aquilo que já está morrendo, já está vencido e não deve ser alimentado para ter alguma forma de sobrevida.
Dar alento ao velho homem é como segurar um bastão de cobre num campo aberto durante uma tempestade. Assim como o bastão atrai os raios, o velho homem e suas práticas tem sobre si a sentença da ira de Deus – sobre ele, virá, inevitavelmente, a punição do santo em face aos pecados nos quais o velho homem se deleita.
Vamos nos debruçar um pouco mais sobre essa luta – luta que é de cada homem nascido de novo. Só não a luta quem já está morto (Ef 2:1) ou quem já descansou no Senhor, tendo combatido o bom combate e completado a carreira (II Tm 4:7). É uma luta que cada um de nós enfrenta, e, às vezes, é fragorosamente derrubado, embora não derrotado porque nossa vitória é a vitória de Cristo, pela fé (Rm 5:2) porque ele fez o que nos era impossível, cumprir as exigências da lei (Gl 2:16).

PRIMEIRA EVIDÊNCIA: MUDANÇA NAS MOTIVAÇÕES DO CORAÇÃO

12 Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.
Assim como o cristão é exortado a mortificar o velho homem, a despir-se de seus apetrechos que servem como peso e impedimento para que ele possa correr eficazmente a carreira que lhe está proposta, também é um fato que ele não pode combater o bom combate se não estiver devidamente preparado.
Por isso o apóstolo Paulo diz que o cristão deve revestir-se (mais precisamente, deve desejar e buscar deixar-se vestir) do novo homem. Da mesma maneira que sobre o velho homem permanece a ira de Deus (Jo 3:36 - Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus) e seus atos são objeto da aplicação de sua justiça sobre o novo homem há alguns qualificativos que lhe dão segurança quanto à sua nova vida.
Somente os eleitos de Deus, escolhidos por sua graça desde antes da fundação do mundo (Ef 1.4-5) podem receber este revestimento. O Senhor não coloca remendo novo em pano velho (Mt 9:16), e isto indica que, assim como Nicodemos tinha que nascer de novo (Jo 3:7) qualquer outra pessoa que venha a ser revestido também, necessariamente, terá que passar pelo novo nascimento – e estes nascem pela vontade de Deus, e não de homens.
A Escritura é clara quando diz que aos seus eleitos Deus chama com o propósito de fazê-los santificados em Cristo e promoverem neles um estilo de vida santo (I Co 1:2) fruto do amor de Deus que é derramado em seus corações (Rm 5:5), aliás, novos corações porque o coração do velho homem não pode experimentar o amor de Deus, não tem nenhum discernimento sobre as coisas de Deus (I Co 2:14).
Este novo estilo de vida do novo homem expressa-se em um contraste com as antigas obras da carne que abundavam no velho homem, através de sentimentos que brotam do fundo do seu ser, sem hipocrisia. Estes sentimentos expressam-se em ações de compassiva misericórdia pelos seus semelhantes, por uma benigna integridade moral, por humildade no trato com o próximo, por um espírito de brandura e uma paciente perseverança que contrasta com a natural atitude vingativa e irada do velho homem.

SEGUNDA EVIDÊNCIA: RELAÇÕES INTERPESSOAIS SANTIFICADAS

13 Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; 14 acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. -
Por causa dos sentimentos verdadeiros, que brotam de um coração renovado pela graça de Cristo, as relações interpessoais que antes eram caracterizadas por dissenções, porfias, disputas insanas e sem sentido e que resultavam em amargura (mesmo entre irmãos – Hb 12:15), sofrem uma mudança radical. Onde havia, por exemplo, a mentira (Cl 3:9) ou as palavras torpes passamos a encontrar palavras boas para a edificação (Ef 4:29).
A ordem apostólica é para que os crentes ofereçam suporte mútuo – que se sustentem e se perdoem mutuamente. Isso seria desnecessário em uma Igreja perfeita, mas sabemos que nem em Colossos nem em Jerusalém houve uma Igreja perfeita. A Igreja perfeita é aquela que só é vista pelos olhos do Senhor, através do corpo da carne de Cristo, e que será conhecida dos homens apenas no último dia. O que conhecemos da Igreja colossenses é que era uma Igreja imperfeita, com inimigos internos e suas heresias e inimigos externos e suas armas e paganismo, como os romanos.
Este novo tipo de relacionamento mútuo não é possível em sociedades nas quis os homens ainda permanecem inclinados para seus próprios interesses – é por isso que doutrinas econômicas como o comunismo, por exemplo, nunca são, de fato, comunistas. São apenas burocracias oligárquicas. A única razão forte o suficiente para estabelecer uma verdadeira relação de mutualidade é o fato de que Cristo não apenas perdoou todos os pecados dos seus eleitos mas os chamou a uma nova relação de irmandade, tendo todos um só pai e um só Senhor (I Co 8:6).
Por causa disso, se todos são de um só Senhor, ninguém deve julgar-se de posse do direito de, mesmo com razão, acusar o próprio irmão, antes deve perdoá-lo – na mesma proporção e nas mesmas condições que foi perdoado por Deus. Um perdão incondicional, livre e gracioso.
Só existe uma forma de perdoar: movidos pelo amor de Deus, que perdoou quem não merecia e uniu a todos, embora diferentes, em um só corpo perfeito, o corpo de Cristo – e uma das piores doenças que pode atacar o corpo acontece quando o próprio corpo produzi aquilo que o aniquila, como é o caso de um câncer. Diferente desta doença, é o amor de Cristo que une todos os que nasceram de novo para que, em Cristo, alcancem a perfeição espiritual.

TERCEIRA EVIDÊNCIA: VIDA PACÍFICA

15 Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.
Apesar de tão almejada, de tão procurada, a paz é justamente o que jamais se encontrou no planeta terra – os dados disponíveis indicam que nunca houve um período em que não houvesse guerras na terra. Mesmo o esplendor da tecnologia e da cultura, que os teólogos do sec. XIX achavam que traria a paz universal, tem resultado em mais guerras, e guerras cada vez mais sangrentas com imagens chocantes, como as que temos visto nos atos do Estado Islâmico, mas não nos enganemos, estas atrocidades não são exclusivas deles. Nunca foram.
Quando dois irmãos não conseguem se entender, alguém tem que fazer a intermediação – e o único que realmente é isento é o Senhor de ambos, Jesus. Paulo diz-nos que a paz, que é de Deus, e que é não apenas anunciada como boas novas (Ef 2:17) mas também é dada por intermédio de Cristo Jesus (Jo 14:27) é quem deve arbitrar e controlar os corações dos crentes.
O primeiro anúncio a respeito da vinda de Cristo, assim que ele nasceu, falava de paz na terra entre os homens a quem ele quer bem (Lc 2:14). É óbvio que ele estava falando da paz entre os piedosos (Rm 12:18), não entre todos os homens e nem mesmo entre os piedosos e o resto dos homens (Mt 10:34).
A paz de Deus é, assim como o novo nascimento e o revestimento de ternos e verdadeiros afetos, é uma dádiva de Deus aos seus eleitos, porque ele é Deus de paz e seus eleitos foram tornados um com ele (Rm 12:5). Esta disposição para buscar a paz é uma característica que surge do fato de estarmos em Deus, porque ele dá, aos seus, paz em todas as circunstancias (II Ts 3:16).
Paz com Deus – e, consequentemente, com os demais eleitos, santos e amados, não é algo opcional, mas é condição para a santificação, sem a qual é impossível ver ao Senhor (Hb 12:14).
E é a paz de Deus, que independe das circunstancias, que move o crente para mais perto do seu próximo e, com isso, o abençoa no processo de santificação mutua, que deve levar o cristão a uma vida de gratidão a Deus. Ele não poderia alcançar esta paz. Ela não está disponível no mercado político. Ela não pode se obtida nas bolsas de valores do mundo. Ela é fruto da comunhão com o Senhor – por isso, o coração do cristão deve estar cheio de gratidão a Deus por esta paz, e vivê-la com seu próximo.

QUARTA EVIDÊNCIA: ADORAÇÃO COMUNITÁRIA

16 Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus (Senhor), com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.
 Paulo afirma que em seu corpo, em seus membros, isto é, na sua carne (obviamente refere-se à sua natureza terrena, carnal, que ele incentiva os crentes a deixar necrosar, a fazer morrer – Cl 3.5) habita o pecado e de uma forma tão insinuante e poderosa que ele chega a dizer que nem mesmo compreende o seu modo de agir (Rm 7:15).
Isto não serve de desculpa – é uma triste realidade com a qual temos que lutar o tempo inteiro, vigiando sempre. O ideal é que conseguíssemos vencer sempre, mas, infelizmente, este não é o caso, e por isso o Senhor nos diz que temos um advogado junto ao pai quando pecarmos (I Jo 2:1). Não é o caso de desanimar, pelo contrário, é nosso dever lutar, mortificar a carne e clamar por ajuda do Senhor (Rm 7:24).
A resposta obtida mediante inspiração do Senhor é: contra o pecado a resposta é uma nova lei, que Paulo chama de lei do Espírito da vida (Rm 8:2) e da Palavra de Cristo, referindo-se, evidentemente, às boas novas da salvação em Cristo Jesus que lhe trouxeram libertação e alegria (Rm 7:25).
Para que a nova vida se manifeste ela é motivada pela influência, pela habitação abundante da Palavra de Cristo através da vida comunitária – assim como o perdão é mútua, também a edificação deve ser mútua. E não é só isso. A nova vida, a vida do corpo de Cristo é de tal forma comunitária que, embora admita e exija momentos de devoção individual (Mt 6:6) ela é majoritariamente vivida com os demais irmãos. Foi assim com a Igreja nos seus primeiros dias em Jerusalém (At 2:42) e é para viver assim que os cristãos são exortados pelo escritor da carta aos hebreus (Hb 10:25).
Edificação mútua, louvor comunitário, bênção de Deus impregnando a Igreja com suas Palavra – que é viva e que liberta, principalmente do velho homem, resultando em louvor que provém do coração.

QUINTA EVIDÊNCIA: VIDA ÍNTEGRA

17 E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.
Já vimos que deixar revestir-se do novo homem atinge as motivações, os afetos do coração do crente – seus relacionamentos pessoais são alterados, ele experimenta a paz de Cristo, o que significa paz com Deus e com os seus semelhantes, ainda que não haja paz com o mundo e ele é capacitado a viver esta nova vida alimentado pela Palavra.
Obviamente Paulo não queria fazer do cristianismo mais uma das muitas religiões de regras, preceitos e mandamentos (embora tenhamos, sim, que seguir regras, preceitos e mandamentos do Senhor – mas estes são colocados no coração, afetam as disposições interiores e não são aprendidos maquinalmente - Is 29:13). Legalismo por legalismo o judaísmo era mais antigo – e havia dezenas de outras formas religiosas semelhantes naqueles dias, onde bastava cumprir um ou outro, ou vários deveres religiosos e estava tudo certo com a divindade.
Encontramos nas Escrituras numerosas listas de coisas condenáveis – conhecemos cada uma delas, e elas servem basicamente para nos alertar sobre o quão somos pecadores, e quantos caminhos diferentes o velho homem tem para satisfazer as concupiscências de sua carne. A bíblia poderia conter um mandamento para cada uma das inclinações pecaminosas, para cada um dos erros e para cada uma das falhas, cada uma das armadilhas e dardos inflamados do inimigo – mas ela simplesmente nos adverte que o problema não está nas coisas, está em nós (Tg 1:14).
Somos ensinados a nos preparar para a batalha com as armas espirituais que Deus coloca à nossa disposição (II Co 10:4) e nos vestirmos da armadura que ele mesmo proporciona (Ef 6.13-18).
A orientação de Paulo é que tudo seja feito – seja o falar, seja o agir, todas e cada uma das ações sejam feitas de acordo com o mandato do Senhor Jesus – sem murmuração, sem contenda (Fp 2:14), mas pela mais absoluta gratidão pelo fato de ter sido liberto do império das trevas (Cl 1:13).

EXORTAÇÕES FINAIS

Sei perfeitamente, não apenas por estudo das Escrituras, mas pela experiência pessoal, assim como Paulo também tinha esta mesma experiência, que o assédio do pecado é constante. Sei que a luta de Paulo é a luta da cada um de nós aqui – em áreas diferentes, mas todos enfrentamos o assédio incessante do pecado e as armadilhas do mundo (Sl 141:9).
Sei também que a vitória sobre o pecado não pode ser alcançada pelo braço mortal – não é por nossa força que poderemos vencer o mundo, mas sim pela nossa fé (I Jo 5:4-5) naquele que venceu o mundo e nos diz que somos mais que vencedores (Rm 8:37).
E se não conseguirmos fazer tudo como deveríamos fazer, lembremos que nossas disposições interiores são santificadas pela graça de Deus que nos ajuda a fazer não o que queremos, mas o que o Espírito quer (Gl 5:17).
O erro que não podemos nos deixar enredar é o de desistir. As tribulações virão. As tentações virão. Até mesmo as quedas virão. Não podemos parar no verso 24 do capítulo 7 da carta de Paulo aos romanos. Não podemos simplesmente entrar em desespero e chorar dizendo que somos desventurados e miseráveis condenados à morte (Rm 7:24). Antes que o fôlego lhe acabasse Paulo lembra de seu Senhor e salvador Jesus Cristo e por ele dá graças (Rm 7:25).
Não, não devemos desistir nem retroceder (Hb 10:39) mas dos que prosseguem, deixando para trás os pecados anteriormente cometidos e buscando alcançar o alvo da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3.13-14). E se uma nova queda surgir? E se novas tribulações se apresentarem? Façamos como Paulo, lembremos que
8 Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; 9 perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; 10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. 11 Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal (II Co 4.8-11).

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

DISCIPULADO SEM CRUZ?

Cristianismo sem cruz é cristianismo sem morte, cristianismo sem morte é cristianismo sem novo nascimento, cristianismo sem novo nascimento é cristianismo sem vida e, obviamente, não é cristianismo.
27 Então, Jesus e os seus discípulos partiram para as aldeias de Cesaréia de Filipe; e, no caminho, perguntou-lhes: Quem dizem os homens que sou eu? 28 E responderam: João Batista; outros: Elias; mas outros: Algum dos profetas. 29 Então, lhes perguntou: Mas vós, quem dizeis que eu sou? Respondendo, Pedro lhe disse: Tu és o Cristo. 30 Advertiu-os Jesus de que a ninguém dissessem tal coisa a seu respeito.
31 Então, começou ele a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do Homem sofresse muitas coisas, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e pelos escribas, fosse morto e que, depois de três dias, ressuscitasse. 32 E isto ele expunha claramente. Mas Pedro, chamando-o à parte, começou a reprová-lo. 33 Jesus, porém, voltou-se e, fitando os seus discípulos, repreendeu a Pedro e disse: Arreda, Satanás! Porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens.
34 Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. 35 Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á. 36 Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? 37 Que daria um homem em troca de sua alma? 38 Porque qualquer que, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos.
Mc 8.27-28

INTRODUÇÃO

Cristianismo sem cruz é cristianismo sem morte, cristianismo sem morte é cristianismo sem novo nascimento, cristianismo sem novo nascimento é cristianismo sem vida e, obviamente, pode ser qualquer coisa, menos verdadeiro cristianismo.

O Brasil experimenta um verdadeiro fervor religioso, ser cristão (especialmente evangélico, e, mais especial ainda, de uma das Igrejas emergentes) entrou na moda e rende muitos benefícios. Políticos, atletas e especialmente artistas aderem ao chamado “segmento evangélico” na busca por salvar sua decadente carreira. Muitos ganham alguma sobrevida e geralmente um bom dinheiro, e alguns são tão bem-sucedidos que logo passam a considerar o eclético mas exigente meio evangélico pequeno demais, e logo retornam para o secularizado, amplo e rentável ambiente não cristão, ou, no mínimo, cristão não evangélico, dizendo-se cristãos mas não seguindo o evangelho, ou seguindo a seu próprio modo.
Este mal não é um fenômeno novo, pois pode ser verificado na adoração formal do Antigo Testamento (Ml 1:10 - Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar. Eu não tenho prazer em vós, diz o SENHOR dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta), nos homens que iam a João Batista sem arrependimento (Mt_3:7 - Vendo ele, porém, que muitos fariseus e saduceus vinham ao batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura?) e nas hipócritas orações dos fariseus em praça pública (Mt 6:5 - E, quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa).
O problema é que discipulado verdadeiro não é modinha, não traz benefícios temporais mas sim uma cruz. Discipulado não traz conforto nem conformidade com o mundo (não vos conformeis) mas renúncia aos prazeres e a aparência em nome de uma transformação radical e de essência (não nascer de novo).
Discipulado é um desafio fascinante sem promessa de glória terrena (Mt 24:9 - Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome) com a exigência de um alto preço a ser pago – a renúncia de si mesmo.
O chamado de Jesus é claro e desafiador: se alguém quer ser seu discípulo deve negar a si mesmo, tomar a sua cruz e andar pelo caminho dele, com ele e nele.

OS TERMOS DA CONVOCAÇÃO

34 Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.

A convocação feita pelo Senhor Jesus aos que desejavam segui-lo consta de pelo menos três condições: a substituição da vontade própria pela vontade do Senhor, a substituição do desejo de glória pela disposição para o opróbrio e a troca do caminho pessoal pelo caminho do Senhor. Estas são condições inescapáveis que devem ser observadas por todos os que se dispuserem a chamar Jesus de Senhor sem querer correr o risco de ouvir dele, no último dia, que este chamado foi em vão porque foram rebeldes aos seus mandamentos (Lc 6:46 - Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?).
Discipulado implica em uma completa transformação da vontade, uma substituição do egocentrismo natural do homem, da sua própria vontade, até mesmo de sua identidade, ambiente familiar, projetos de vida, estabilidade profissional e, então, ouvir e se se submeter ao chamado de Jesus.
Há uma aparente contradição nas palavras de Jesus: se alguém quer segui-lo, (o que é importantíssimo) e isto pressupõe o exercício da vontade pessoal, deve, primeiro, abrir mão de seus desejos mais importantes.
Será que os cristãos secularizados do nosso tempo estariam dispostos a seguir a Jesus como Mateus, Pedro, Tiago e João? Assumiriam a sua fé em um ambiente hostil como os mártires dos primeiros séculos?
Ou talvez sejam cristãos num ambiente cristãos da mesma maneira que seriam islâmicos num ambiente islâmico ou budistas num ambiente budistas e até mesmo ateus num ambiente ateísta?
Observe que Jesus não exige a mesma coisa de todos que tiveram contato com ele e seu chamado ao discipulado. Vamos observar três exemplos: o jovem rico, o publicano Zaqueu e o religioso Nicodemos.

O JOVEM RICO

21 Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. 22 Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades. 23 Então, disse Jesus a seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus.
Mt 19.21-23
O jovem rico era um zeloso guardador da lei, criterioso em seus costumes e, também, apegado ao fato de ser um homem de grandes posses.

ZAQUEU

8 Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. 9 Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão.
Lc 19.8-9
Zaqueu era o maioral dos publicanos, homem desprezado socialmente, motivo de zombaria por sua pequena estatura mas possuidor de riquezas.

NICODEMOS

3 A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. 4 Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez? 5 Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus.
Jo 3.3-5
Nicodemos aparentemente não tinha apego à riqueza, mas era um fariseu importante, membro do sinédrio, e dava muito valor à sua vida religiosa irrepreensível e sabia que até mesmo uma visita a Jesus poderia lhe causar algum tipo de problema.

JESUS E OS TRÊS HOMENS

Percebemos de imediato que Jesus exigiu, como condição para que o jovem rico fosse seu seguidor, que ele desse toda a sua fortuna – mas ele não fez o mesmo com Nicodemos ou com Zaqueu. Porque?
Porque cada um deles possuía algo diferente governando sua vida, o seu querer. O jovem rico, sem dúvida, era governado pelo amor à riqueza, e isto fica bastante claro quando ele segue seu próprio caminho sem seguir a Jesus.
Nicodemos tinha a sua religiosidade farisaica como seu ídolo interior, confiava em sua vida de retidão legalista (Mt 5:20 - Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus), provavelmente mais reta do que a da maioria de nós (Lc 11:42 - Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças e desprezais a justiça e o amor de Deus; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas) mas Jesus lhe diz que ele precisava nascer de novo, isto é, aquilo tudo de nada lhe aproveitaria para abrir-lhe a porta do céu. Sua religiosidade era terrena e ele demonstra isso ao retrucar falando de outro nascimento terreno.
Já o problema do publicano Zaqueu era de caráter – e sem entrar no mérito financeiro ou de algum eventual ato de justiça praticado por Zaqueu Jesus, que conhece os corações e os pensamentos dos homens afirma que entrou salvação naquela casa (Mt 9:4 - Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Por que cogitais o mal no vosso coração?).

UM DISCÍPULO IMPROVÁVEL

Dos três homens Zaqueu é o que nos pareceria mais improvável de ser aceito como discípulo de Jesus ou em uma Igreja. Era o menos religioso, o menos justo, mas foi o único que abriu mão de seu ídolo interior e expos sua necessidade de Jesus para lhe dar um novo coração e um novo espírito (Ez 11:19 - Dar-lhes-ei um só coração, espírito novo porei dentro deles; tirarei da sua carne o coração de pedra e lhes darei coração de carne).
Os cristãos do sec. XXI estão redondamente enganados ao acreditarem que o chamado feito por um pregador para se decidirem por Jesus e se tornarem membros de uma Igreja é o mesmo que seguir a Jesus. Pode até ser uma atitude decisiva, mas está longe de ser a mesma coisa.
No mais das vezes muitos se tornam meros seguidores de líderes religiosos ávidos por fama e benesses, como Simão, o mago (At 8:10 - ...ao qual todos davam ouvidos, do menor ao maior, dizendo: Este homem é o poder de Deus, chamado o Grande Poder), ou Demas, o mundano (II Tm 4:10 - Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica; Crescente foi para a Galácia, Tito, para a Dalmácia).
Estes são especialistas em estimularem, antes de mais nada, a satisfação do ego, em busca de riqueza para satisfazer as concupiscências da carne (I Tm 6:9 - Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição), exatamente o contrário do que Jesus diz significar ser seu discípulo.
Ser discípulo de Cristo significa substituir o “eu quero” pelo “seja feita a sua vontade” (Mt 26:39 - Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres), mesmo que isso signifique um amargo cálice, pois este é o mandamento que nos é dado: ter em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus (Fp 2:5 - Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus).

E então, crente, está pronto para negar-se a si mesmo ou prefere continuar sendo, apenas, membro de Igreja? Mas tem mais uma coisa, esta mensagem não estaria completa sem as palavras de Jesus: sem autonegação é impossível ser discípulo dele. Sem discipulado, sem glória. Simples assim. E então, crente?

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