terça-feira, 13 de janeiro de 2009

LASTIMÁVEL! RENÚNCIA À SANTIDADE EM FAVOR DO MUNDANISMO

LASTIMÁVEL!
OU: RENÚNCIA À SANTIDADE EM FAVOR DO MUNDANISMO
De lástima: algo lamentável, desagradável, que não deve ser aceito, ruim. É este o significado da palavra que dá título a este artigo. Não tenho outra palavra melhor para definir uma conversa entre um cristão e um não cristão onde o primeiro se apresente ao segundo como evangélico, mas ao mesmo tempo nega todo o evangelho afirmando, mentirosamente, que na sua Igreja pode tudo: qualquer roupa, quaisquer costumes e, principalmente, usufruto de qualquer dos prazeres mundanos. Voltarei a tal declaração no fim deste artigo, porque, antes, é necessário que se faça uma pergunta: o cristão (o verdadeiro, porque a resposta do falso já está mais do que dada) pode tudo? Vejamos o que nos diz o manual de vida cristão (se não sabes qual, te informo: não é um conjunto de regrinhas editado em alguma editorazinha de fundo de quintal, mas a carta de Deus, a bíblia sagrada).
A primeira orientação bíblica é que mesmo entre as coisas lícitas (permitidas pela legislação vigente) nem tudo é permitido aos cristãos (I Co 6.12). Exemplos: em nosso país jogos de azar (desde que controlados pelo governo) são atividades lícitas (os que o governo não consegue cobrar impostos são ilegais), mas a Escritura nos diz para gastar nosso suor em coisas realmente satisfatórias (Is 55.2). Também é lícito o divórcio, mas não é este o propósito divino (Mt 19.3-6). Os fabricantes de cigarros e bebidas pagam impostos para produzir suas drogas (e não uso aqui o sentido pejorativo, mas técnico) e elas são vendidas nos mercados e bares – a pessoas de todas as idades. Produzi-las e vendê-las são atividades contempladas como lícitas pela nossa legislação. Comprá-las também é uma atividade lícita. Consumi-las não é uma transgressão à legislação brasileira. Mas são permitidas aos cristãos? Obviamente que não! E o que dizer dos festejos populares, tais como carnaval e festas juninas? Também são lícitas, organizadas pelas autoridades, inclusive. Mas são festividades mundanas, carnais, pagãs e idólatras. Um cristão deve abster-se de tais práticas. E por quê? A resposta é mais simples do que parece: porque são mundanas, não espirituais, não edificam e só trazem prejuízos emocionais, morais e principalmente espirituais. Nestas festividades o que predomina são os frutos da carne. Por favor: pense agora em uma festa na Fan House, em Jacundá (o nome deveria ser Fun House, mas dono de prostíbulo não precisa saber inglês, não é mesmo?) ou em outra "casa de festas, boite, ou semelhante em outra cidade qualquer e me responda à seguinte pergunta: é possível encontrar naquela festa que "bombou" coisas semelhantes a estas – amor (não erotismo), alegria (não euforia), paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (como se turvado pelo álcool e pelas drogas consumidas livremente?). Estas são obras espirituais, e lã não se encontra tais obras (Gl 6.22-23). Logo, alguém nascido de novo não pode, não deve e não sentirá nenhum prazer lá, pois o que se encontra lá é exatamente o que foi crucificado quando conheceu a Cristo (Gl 5.24) e foram feitos novas criaturas (II Co 5.17). Nestas festas o que predomina é a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, a inimizade, o ciúme, a ira, a discórdia, a dissensão, a inveja, a bebedice, a glutonaria, os vícios e muitas outras práticas carnais e que só satisfazem aos adoradores de satanás. Amar tais coisas é a prova mais evidente de que não tem, ainda, em seu coração, o verdadeiro amor a Deus (I Jo 2.15).
A segunda constatação bíblica é que o cristão verdadeiro é chamado a uma vida de renúncia ao mundo e dedicação a Deus, cujo conceito pode ser expresso pela palavra santidade. À partir daqui não vou mais usar o adjetivo verdadeiro para referir-me aos cristãos verdadeiros – por que cristão é cristão e pronto, os outros, mesmo que membros de Igrejas – evangélicas ou não, mas que amam o mundo, são mundanos, gostem disto ou não (e meu propósito não é agradar, é instruir). O apóstolo Pedro traz orientações seriíssimas aos cristãos, chamando-os de filhos da obediência (o contrário é filhos da desobediência ou da ira – veja Cl 3.5-8; Ef 2.2; 5.6). Pedro, com a autoridade que lhe foi concedida pela inspiração do Espírito Santo, exige dos cristãos que não se deixem moldar pelas práticas mundanas a que certamente muitos cristãos acediam prazenteira e naturalmente antes do novo nascimento. Aqueles que nasceram de novo fizeram morrer a sua velha e ignorante natureza, abandonando as paixões anteriores: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno, avareza, idolatria, ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena, mentira, etc. A injunção petrina é clara: se, filhos da obediência, os cristãos devem ser obedientes e buscarem a santidade em todo o seu procedimento (I Pe 1.14-16), deixando que a sua mente tome a forma desejada pela mente de Deus (Rm 12.2). É necessário, aduzir, entretanto, que não defendo uma vida de provações e privações do que de bom Deus nos deu na sua criação, desde que com sabedoria e gratidão a Deus. O ascetismo ou pseudo-pureza não é um substituto aceitável para a santidade. As ordenanças eclesiásticas proibindo o manuseio ou o consumo de determinadas coisas, características de movimentos sectários, são chamadas pelo apóstolo Paulo de rudimentos do mundo (Cl 2.20) e chegam mesmo a ter aparência de sabedoria, mas, na prática, são preceitos e doutrinas humanas, conduzindo a uma falsa humildade (porque baseada em pretensa justiça própria) e a um rigor ascético que não tem valor algum contra as obras da carne.
A terceira constatação bíblica é que, sendo percebida tal prática no seio da comunidade cristã, ela não deve ser tolerada de forma alguma. Aqueles que amam as coisas mundanas, que adotam as práticas mundanas não herdarão o reino de Deus (Gl 5.21). Ou, colocado de forma ainda mais clara, sem a santificação é impossível, mesmo à pessoa mais religiosa e ascética – quanto mais às lascivas e relaxadas – chegar à presença de Deus (Hb 12.14). O que fazer com tais pessoas, especialmente se for membro da sua Igreja? A primeira atitude bíblica requerida é que você se dedique, com brandura, à correção do faltoso, seguindo os passos prescritos pelo próprio Senhor em Mt 18.14-17. Todavia, é necessário lembrar que, sendo testemunha ou tendo conhecimento de alguma falta e não buscar corrigir o irmão faltoso é uma atitude de desamor e falta de espiritualidade (Gl 6.1) – e infelizmente já se criou, mesmo na Igreja, que deveria ser uma entidade espiritual com práticas espirituais, a visão de que seria fofoca ou desamor. Não é! À luz da Palavra de Deus desamor é deixar alguém na prática do pecado sem advertência, constituindo assim uma dupla falta: para com o faltoso e para com Deus (Ez 33.8). É óbvio que existe a possibilidade do faltoso irar-se contra aquele que busca corrigi-lo, mas isto só demonstrará sua estultice – quanto ao homem espiritual, corrigido, te amará ainda mais (Pv 9.8). Em caso de impenitência o ensino bíblico, embora duro, é verdadeiro e absolutamente necessário: aos falsos irmãos, aos impuros, avarentos, idólatras, maldizentes, beberrões e roubadores a atitude da Igreja deve ser a de evitar qualquer tipo de associação ou comunhão (I Co 5.11). Um beberrão te convidou para um almoço: diga não e diga as suas razões. Sei que a grande maioria vai preferir desobedecer à bíblia: lastimável. À todos aqueles que preferem desobedecer aos mandamentos bíblicos, especialmente no seio da Igreja, a ordem é clara: não vos associeis com eles com o objetivo de envergonhá-los (II Ts 3.14). Quem sabe em sua vergonha venham a cair em si, e retornarem ao reto caminho?
Voltando à conversa citada no princípio, devo apenas lembrar – uma das pessoas não era cristã. A outra era? Não sei, Deus o sabe, mas espero que tenha a oportunidade de se arrepender e buscar corrigir um erro tão terrível, porque certamente perdeu a oportunidade de dar um testemunho do amoroso chamado de Deus aos pecadores para uma vida de santidade, alegria e gozo espiritual. Lastimável – mas ainda pode ser corrigido por um verdadeiro cristão.

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