quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

QUANDO AS FÉRIAS ACABAM


Não há nenhuma novidade nisso. Todo ano é a mesma coisa, e para alguns chega a ser duas vezes por ano. Durante alguns dias ou semanas a rotina muda e todos os horários cuidadosamente cultivados durante o ano inteiro são abandonados: dormir, acordar, alimentar-se. A vida vira uma bagunça que só é suportável em nome das tais férias.
Não há nenhum problema em você mudar seu horário de acordar ou o horário de suas refeições, exceto pelo fato de que você terá que se readequar rapidamente (e haja criança dormindo na aula nos primeiros dias de aulas). Mas há algo que nunca deve ser motivo de férias: o seu relacionamento com Deus, em todos os níveis e formas. Como assim? Existem níveis e formas diferentes de relacionar-se com Deus?
Em primeiro lugar, você não deve sequer cogitar perder de vista a necessidade de um relacionamento pessoal, íntimo, somente você e Deus. Jesus ensinou isso de maneira muito clara e objetiva quando disse que você deve ir orar em secreto e aguardar que o aquele que vê em secreto te ouça e atenda (Mt 6.6). Este relacionamento é a base de tudo o mais da vida cristã. Sem relacionamento com Deus, nada do que você faça pode ser considerado como uma ação cristã (Ef 2.10). Nunca tire férias de Deus.
Em segundo lugar, em decorrência de um relacionamento pessoal com Deus outros níveis serão possíveis, como relacionar-se com Deus através de sua criação. Isso não é um absurdo ou uma inovação, pois o Senhor Jesus diz para amarmos ao tanto a Deus, e isto em primeiro lugar, quanto ao nosso próximo (Mc 12.30-31). Nunca tire férias do caminho das boas obras que Deus estabeleceu para os seus.
Em terceiro lugar, mas não menos importante, nosso relacionamento com Deus se dá através dos nossos irmãos em Cristo Jesus, dos quais devemos cuidar com denodo (Gl 6.10), com os quais temos mais que afinidade de interesses ou gostos, mas recebemos e nos esforçamos por manter a unidade do Espírito no vínculo da paz (Ef 4.3). Como qualquer família sofremos quando este vínculo é quebrado, quando irmãos se levantam contra irmãos por diferenças de opiniões (Rm 14.1). É por isso que o Senhor diz para nos exortarmos mutuamente quando houver qualquer pretensão de tirar férias da comunhão dos santos (Hb 10.25).
Posso ir mais um pouco e dizer: nunca tire férias da casa de Deus. Pode parecer pouco importante, mas o seu relacionamento com Deus está diretamente ligado à maneira como você se relaciona com a casa de Deus. O salmista dizia anelar pela casa de Deus (Sl 84.10) e pelas ações cúlticas que realizava porque isto trazia grande alegria ao seu coração (Sl 42.4). Repito: não tire férias da casa de Deus.
Não mude a sua agenda para atender seus interesses em detrimento da sua comunhão com Deus ou do cuidado que você deve ter com aqueles que foram criados à imagem de Deus, especialmente aqueles que Deus chamou à comunhão da fé e deu-lhe como uma nova, grande e abençoadora família.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

COMO JESUS LIDA COM EXPECTATIVAS RELIGIOSAS EQUIVOCADAS - Lc 18.18

Quando você tiver um encontro real com Jesus você vai entender que estava vivendo para satisfazer expectativas erradas de seu coração.
Gosto de séries policiais, e, dentre as que mais gosto, destaca-se Criminal Minds. Meu filho de 7 anos também gosta de assistir. Parece inapropriado, mas ele assiste comigo, e assistimos conversando. Perguntei para ele o que ele aprendeu assistindo esta série e ele respondeu que a pessoa ruim, mesmo que seja muito esperta, sempre vai se dar mal no fim, por isso não compensa ser mau.
Certa vez teve uma verdadeira overdose de Criminal Minds, todos os episódios da série foram apresentados em sequência ininterrupta durante uma semana inteira.
Quero compartilhar com vocês a cena inicial de um destes episódios. No interior de um avião cerca de 160 pessoas viajavam mais ou menos tranquilos, cada um com suas preocupações. Um analista de mercados fazia cálculos em seu lap top. Uma mãe reclamava desesperada porque havia esquecido de trazer as fraldas para o seu bebê enquanto seu marido lhe dizia para não se preocupar porque eles não estavam indo para o Afeganistão e, quando pousassem, comprariam o necessário.
Um outro reclamava que, porque uma mulher tinha alergia a amendoim ninguém no avião podia comer amendoim. Depois de uns dois solavancos no avião uma jovem reclamava que, agora que finalmente tinha conseguindo um noivo, ia acabar morrendo naquele avião.
Isso parece tolice para você? Cada um em seu mundo particular, cuidando de seus interesses parece tolice para você? Fraldas, amendoim, dinheiro, casamento... cada um se incomodava e se acomodava a seu modo.
De repente o avião começa a cair. Um terrorista assassino havia conseguido tomar remotamente o controle do avião e faz com que ele se despedace no solo. 160 vítimas. 160 vidas interrompidas enquanto se preocupavam com fraldas, amendoim, dinheiro, casamento, etc...
Na mesma noite fui dormir, e estava meditando no texto que lemos, bem como neste episódio da série que, naquele momento, já havia decidido compartilhar com vocês como ilustração da mensagem desta noite. E, dormindo, tive um sonho. Não, não foi nenhuma revelação! Não estou tendo sonhos e visões como alguns profetas tinham no passado e outros alegam fraudulentamente hoje em dia.
Apenas, tive um sonho curioso. Estava no carro, com a família, quando resolvi pegar uma pedrinha que estava sobre um muro de aproximadamente 80cm de altura. Quando me aproximei, a pedrinha fugiu de mim, mas permaneceu perto, à vista. Tentei novamente, e a mesma coisa aconteceu. E eu insisti, e novamente ela fugiu. Pedi ajuda a um policial (influência do que assisti durante a noite?) e, depois de mais quatro tentativas finalmente consegui capturar a pedra fujona. E então... nada... nenhuma satisfação especial, nenhum uso especial, nenhuma mensagem especial... era só uma pedrinha que eu queria.
Desculpe te decepcionar com esta história de um sonho sem sentido, mas eu também fiquei decepcionado. Acordei pensando sobre a pedrinha, a queda do avião e Lucas 18. Parece não ter nada a ver, não é? Mas o que eu quero compartilhar com você agora não é o episódio de Criminal Minds, nem o sonho non sense com a pedrinha sem sentido. Quero compartilhar com você o que aprendi estudando Lucas 18.

UM ENCONTRO DE GRANDES HOMENS?

18 Certo homem de posição perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
O autor deste Evangelho é Lucas, um gentio. Mas não um gentio qualquer. Lucas era um homem estudado e estudioso. Era o que chamavam na época de um istor, um homem que pesquisava para dar um relato mostrando sua visão de uma determinada sequência de acontecimentos. Era, literalmente, o homem que fazia a história da qual geralmente não era personagem, ou, quando era, ocultava-se como podemos vê-lo fazendo no livro de Atos dos apóstolos.
Lucas prendia-se a detalhes que eram importantes e deixava de fora coisas que nós julgamos importantes, mas eram só detalhes. Um exemplo é o fato de que ele não nos traz o nome deste homem – como não traz também o nome daquele homem que se levanta no meio da multidão para pedir que Jesus aja junto a seu irmão em uma partilha de herança (Lc 12.13, literalmente “um do meio da multidão”).
Lucas diz aqui “alguém em posição de chefia perguntou-lhe”. Certamente no momento a atenção da multidão foi voltada para quem perguntava e para o que perguntava. para Da mesma maneira que aquele homem anônimo na multidão, este magistrado dirige-se a Jesus colocando-o numa posição de onde todos deveriam esperar uma resposta superior, chamando-o de “bom mestre”. Para muitos dos persentes era um encontro de duas autoridades, de dois grandes homens.
E o anônimo magistrado faz uma pergunta que não era nada despretensiosa: ele queria simplesmente que Jesus lhe desse um método para ele seguir, e então ter o direito de “obter” a vida eterna. Obviamente que todos os presentes iriam se interessar pela resposta.
Ele havia conseguido chamar a atenção, todos iriam comentar sobre sua sabedoria ao perguntar, agora, cabia a Jesus estar à sua altura na resposta.
Em sua pergunta está embutida praticamente toda a filosofia religiosa judaica. Ele queria mandamentos que fosse capaz de praticar, da mesma maneira que os judeus que ouviram a mensagem de Pedro (At 2.37) também se perguntam: e agora irmãos, que faremos. O verbo usado nos dois diálogos é o mesmo (poiew). Mas ele queria uma receita definitiva. O modo verbal usado por ele indica que ele queria saber qual a maneira de ele passar a ter direito infalível à vida eterna (literalmente “o que fazer para a vida eterna obter”).
Deixe-me chamar a atenção para alguns detalhes sobre este homem: ele tinha sua vida bem arranjada. Era um dos magistrados do lugar. Tinha reconhecimento social. Para ser um magistrado em Israel ele tinha que ter uma família bem constituída, tinha que ser zeloso praticante da religião ou pelo menos adepto de um dos dois principais grupos religiosos de então (saduceus ou fariseus).
É mais provável que ele fosse um fariseu, pois se orgulhava de cumprir a lei. Era um homem sem problemas econômicos, com o próprio texto diz. O que mais alguém poderia querer? Ele queria: um jeito de ter paz com Deus, de saber que tinha garantia de descansar no seio de Abraão. Mas como obter isso? Ele, apesar de estar tudo bem, de estar “de boa”, ainda não tinha.

UM GRANDE ENCONTRO COM UM GRANDE HOMEM


19 Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus. 20 Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe. 21 Replicou ele: Tudo isso tenho observado desde a minha juventude.
Uma das coisas mais preciosas em Jesus é que ele nunca foi adepto do politicamente correto. Ele poderia ter aceito o tratamento quase bajulador daquele homem. Muitos mestres religiosos talvez dessem prosseguimento à conversa com frases como: “Já que você reconhece minha bondade, e sabe que eu sei mais do que você, então, vou lhe ensinar o segredo que eu aprendi com meus estudos, minhas pesquisas, minhas orações, meus sonhos, etc...”, ou coisas do tipo. Não há nada mais pernicioso para a integridade do coração de um homem de Deus do que a baba dos bajuladores.
Jesus imediatamente corrige o que estava por trás das palavras daquele homem influente. Se ele queria um método infalível para alcançar por si mesmo a salvação este método já havia sido dado há muito tempo pelo bom Deus.
Jesus não está dizendo que ele não é bom, ou que ele não é Deus, como alegam alguns adversários da divindade de Jesus. Ele está dando a Deus a glória que é de Deus (Jo 17:3-4).
Se aquele homem esperava que Jesus lhe dissesse algo diferente do que Deus já havia dito certamente não tinha conhecimento nem do caráter e tampouco da intenção de Jesus (Jo 12:49).
É por isso que Jesus lhe diz que Deus é o bom mestre, e que ele já lhe deu o método para “obter a vida eterna fazendo algo”.
De maneira muito sutil Jesus lhe diz que conhece o seu coração. Jesus não lhe pergunta se ele sabe os mandamentos, mas diz-lhe: “Tu sabes os mandamentos”, citando de maneira rápida quatro dos mandamentos relacionais apenas para ilustrar o Seu conhecimento a respeito coração do homem (Lc 5:22).
Antes mesmo que aquele homem atestasse que as palavras de Jesus a seu respeito eram verdadeiras (v. 21 Replicou ele: Tudo isso tenho observado desde a minha juventude) Jesus já está lhe dizendo: “Eu sei quem você é. Sei o que você faz. Sei dos seus esforços. Sei que tenta ser uma pessoa religiosa, cumpridora de seus deveres. Sei que conheces as Escrituras, conheces os mandamentos. Sei até que se esforça em cumpri-los”. Jesus não o recrimina por sua vida religiosa.
Jesus não diz que ser religioso é ruim. Se ir ao templo fosse ruim, Simeão não iria esperar o menino nascido rei dos judeus no templo. Se ir ao templo fosse ruim, Ana não estaria lá para louvá-lo. Se congregar no templo fosse ruim Davi não diria que se alegrava quando chegava o momento de ir à casa do Senhor.
Se dizimar e ofertar fossem coisas ruins Jesus não observaria com prazer e aprovação a oferta da viúva pobre, ou tampouco diria aos fariseus para eles continuarem fazendo o que a lei manda.
O problema é que, assim como Jesus disse ao fariseu Nicodemos, toda a religiosidade, todo o cuidado em guardar os mandamentos é insuficiente. O homem de posição que conversa com Jesus, que provavelmente não era nenhum jovem, diz que há muitos anos guardava todas estas coisas que Jesus mencionara.
Ele podia afirmar que não era adúltero, ou assassino, ou ladrão, ou mentiroso e ainda podia afirmar que honrara seus pais. Ele não tinha dúvidas quanto a isto – e nem Jesus tinha. O problema era que estas coisas, embora úteis, necessárias e justas, eram insuficientes.
 UM HOMEM PEQUENO DEMAIS PARA TÃO GRANDE ENCONTRO
22 Ouvindo-o Jesus, disse-lhe: Uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me. 23 Mas, ouvindo ele estas palavras, ficou muito triste, porque era riquíssimo.
Ouça com atenção o que Jesus diz a este homem. Ele estava certo. Ele estava fazendo coisas certas. Ele não era reprovável pelo que ele fazia. Ele fazia o que ele aprendeu e que lhe fora mandado fazer pelo próprio Deus. Mas a questão essencial ainda estava de fora da sua percepção. Ele não era aceitável pelo que ele fazia de errado, mas pelo que ele não fazia.
Jesus diz-lhe ainda lhe falta mais uma coisa: venda todas as suas posses e distribua aos pobres ou mendicantes. Eis uma proposta que poucos homens ricos no mundo aceitariam. Vender tudo o que possuía, abrir mão de tudo pelo qual renunciou a lazeres e prazeres para conquistar?
Negar a si mesmo usufruir de coisas pelas quais lutou arduamente durante anos para dar a quem nada fez para alcançar?
Tomar a sua fazenda e distribuir entre sem-terra de Stédille? Tomar a sua casa e entregá-la a Boulos e seus sem-teto?  Você aceitaria tomar os valores em sua conta bancária e entregá-la aos sem saldo?
E é exatamente isto o que Jesus diz que falta àquele homem riquíssimo. Ele precisa considerar seu valor todas as coisas que valorizou a vida inteira. Jesus está dizendo, de uma maneira diferente, que ele precisa de uma mudança total de perspectiva, uma mudança mental tão grande que pode ser comparada a um novo nascimento. Jesus lhe diz isso porque conhece o seu coração. Porque sabe o quanto ele ama estas coisas.
O que você tem escrito em sua Bíblia está aí justamente para que você queira fazer o que você não quer fazer.
Jesus lhe faz uma proposta simplesmente inaceitável – mas sem dúvida é a melhor proposta que alguém já ouviu em toda a sua vida. Jesus lhe diz para abrir mão dos tesouros que podem ser roubados, confiscados, gastos e perdidos para receber um tesouro inigualável.
Aquele homem perguntou o que fazer para merecer o reino dos céus e Jesus lhe diz que ele simplesmente precisa abandonar tudo o que fez até o momento. É a condição. Ele precisa simplesmente amar a Deus sobre todas as coisas que ele tem.
Ele tinha casa para voltar e Jesus lhe diz que o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça (Lc 9:58) mas ele deve segui-lo se quiser ter o tesouro no céu.
Ele tinha família para voltar, e Jesus lhe diz que a sua família deveria ser composta daqueles que ouvissem a sua palavra (Lc 8:21).
Ele tinha um tesouro na terra – e Jesus lhe diz para ajuntar tesouros no céu (Mt 6:20-21).
 CONCLUSÃO: UMA GRANDE RIQUEZA NÃO SUPRE UMA GRANDE FALTA
Àquele homem riquíssimo, que guardava os mandamentos da melhor maneira possível, que tinha algum grau de reconhecimento popular faltava apenas uma coisa: priorizar o que deve ser priorizado.
Faltava-lhe ser um seguidor de Jesus. Faltava-lhe ser um discípulo de Jesus (Lc 14:26). Faltava-lhe disposição a tomar a sua cruz e segui-lo ao custo que fosse, mesmo que fosse ao custo da própria vida (Lc 14:27).
Quando Jesus lhe diz que ele deveria abrir mão de suas posses Jesus estava lhe dizendo para amar menos o que possuía e amar a Deus sobre todas as coisas.
Apesar de seus verdadeiros esforços para ser um bom religioso ele não estava disposto a tornar-se um discípulo de Jesus (Lc 14:33).
Um homem que dizia querer saber como herdar a vida eterna estava conversando com aquele que é o doador da vida eterna (Jo 10:28) e recebe a proposta de ganhar a vida eterna mas, por causa de suas prioridades erradas, acaba rejeitando-a.
Você entende agora o porque do episódio de Criminal Minds me chamou tanto a atenção? Porque aqueles personagens a bordo do avião estavam se preocupando com coisas que julgavam importantes como trabalho e casamento, outras com coisas necessárias, como as fraldas de um bebê, e outro ainda com a impossibilidade de comer amendoim.
E tudo isto acontecendo enquanto suas vidas estavam chegando ao fim.
Entende agora o porque de lhes ter contado o meu sonho? Dois homens tentando capturar uma pedrinha que, no final, era só isso, só uma insignificante e irrelevante pedrinha.
Preste um pouco de atenção nisto: você pode estar desperdiçando sua preciosa vida em nada – pode estar desperdiçando-a neste exato momento enquanto eu lhe digo que Jesus é muito mais que importante que suas atuais prioridades: ele é essencial.
 SOMENTE AMANDO A JESUS MAIS QUE TODAS AS COISAS SUA MAIOR NECESSIDADE SERÁ SUPRIDA
É possível que você queira viver pra sempre. É possível que você queira a vida eterna. É possível que você deseje o tesouro celeste. Mas é bem possível que você esteja priorizando seu trabalho, sua carreira, seus relacionamentos e tudo isto seja o tesouro da terra que te impede de ter o tesouro dos céus.
É possível que você esteja fazendo tudo o que lhe foi ensinado fazer – e é possível que seja justamente isto o que lhe impede de receber o que você talvez deseje com tanta ansiedade. Você precisa entender que você não pode fazer nada para merecer – você precisa compreender que o que você precisa é seguir a Jesus, é confiar nele, é parar de achar que você é bom e que sua religiosidade é suficiente ou que, se não for, basta que algum iluminado lhe diga que tem uma nova descoberta religiosa e então você vai fazer para obter a vida eterna.
Não quero lhe desanimar, mas você não vai obtê-la assim. Não quero lhe desanimar, não quero que fique desmaiado em sua alma, pelo contrário, eu quero lhe animar, quero lhe exortar a se levantar da letargia que tem tomado conta de sua vida e ir humildemente aos pés de Jesus dizer que você quer, que você precisa, que você anseia pela vida que só ele pode lhe dar e que está disposto a perder a sua que não vale nada (Lc 9:24) para obter a nova vida, de valor eterno e inestimável.
Jesus nunca disse que você não pode ter uma casa, ou uma família – mas ele certamente disse que se você priorizar estas coisas você vai perde-las.
Ele diz que se você as prioriza você não é, de fato, discípulo dele, e, neste caso, é preciso arrependimento, conversão, por mais religioso que você seja, como Nicodemos ou este milionário anônimo. É preciso nascer de novo.
Deixe-me concluir te fazendo uma pergunta e te oferecendo uma exortação muito simples. Você já nasceu de novo? Já?! Jesus, seu reino e sua justiça já ocupam o centro, já se tornaram o maior amor do seu coração (Mt 6:33)? Então, como está sua dedicação ao maior amor do seu coração?
Para assistir a mensagem, CLIQUE AQUI!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

O ANO NOVO VAI SER BEM MELHOR! VAI?


Tenho conversado com muitas pessoas nos últimos dias e tem sido recorrente a afirmação de que o ano que está se encerrando foi, na melhor das hipóteses, um ano muito difícil, obviamente com algumas conquistas, mudanças importantes, das quais a que considero mais importante, a nível nacional, o fim da hegemonia política da esquerda iniciada ainda nos tempos de Fernando Henrique Cardoso e que chegou ao fundo do poço com os governos Lula (preso, como eu já dizia que iria acontecer há mais de 10 anos e ninguém concordava comigo) e Dilma e suas tolices gigantescas (a que ponto  chegamos). Alguns chegam a afirmar mesmo que foi um ano perdido, com retrocesso, com o que não consigo concordar. A nível local conseguimos retomar o trabalho da Igreja Presbiteriana em Paragominas depois de uma tempestade pseudopuritana que, com sua poeira secular, cegou a muitos. Mas até isto foi tornado irrelevante, como uma pequena anotação à margem da página da história.
Se olharmos para os indicadores econômicos somos forçados a concordar que não foi fácil, 12 milhões de desempregados procurando emprego, sem falar em outro tanto que está fora do mercado de trabalho. Do ponto de vista político acredito que houve um avanço - embora a desfaçatez e a falta de vergonha dos nossos políticos continue a mesma. Na saúde pública também não temos o que comemorar - mais uma vez o país de 207 milhões de habitantes à mercê de um inseto de menos de 1cm. Dengue, chicungunha, zica e sabe-se lá o que ainda vem por aí no verão 2019.
Outra expressão que ouço é “Ainda bem que está terminando, agora é virar a página. Ano novo, vida nova”. Esta expressão é comum - e pode ser encontrada tanto na fala de um incrédulo quanto de um crente. Mas será que é assim mesmo? Basta rasgar a última folha do calendário de 2018 e zera tudo? É claro que não. As consequências das ações, dos investimentos, dos desencontros do ano anterior estarão nos esperando quando, no dia primeiro, acordamos cansados da longa noite de festejos, comilança e fogos - estarão conosco no tão aguardado “ano novo”.
Quer saber mesmo como ter um 2019 melhor? Até porque, convenhamos, ter um 2018 melhor é impossível, a oportunidade já passou, o ano já terminou e, se você não aproveitou de nada adianta ficar se lamentando. O jeito é, mesmo, esperar que 2019 seja melhor. E o que você vai fazer para alcançar este desejo?
A melhor e mais simples orientação neste sentido encontrada na Palavra de Deus é: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará”. Se você fizer planos, lembra-te da orientação de Tiago: “Diga: se o Senhor quiser...”
Quer experimentar maior comunhão com Deus? Ore mais, conheça-o mais através da sua Palavra, congregue mais. Acho impressionante crentes que querem ser abençoados, que vivem reclamando das dificuldades da vida mas cuja vida é autônoma, independente, descompromissada com Deus e com as coisas de Deus. Não adianta você dizer que quer mais intimidade com Deus se sua vida com Deus se resume a uma hora por semana de vez em quando. Sem comunhão com o povo de Deus não há comunhão com Deus – sem comunhão com Deus mediante estudo, meditação, oração e aplicação da Palavra em sua vida não há como ter intimidade nem com Deus nem com seu povo.
Como fazer para ter um lar abençoado? É tolice esperar que a bênção de Deus seja presente e abundante onde Deus não é temido, respeitado e amado. Isso só vai acontecer em um lar onde sua vontade é considerada prioritária e tem força de lei - doce, suave e agradável, mais que o mel e o destilar dos favos.
É errado desejar a si mesmo e aos outros um “feliz ano novo”? Claro que não. Podemos e devemos desejar o melhor. Mas não vai ser melhor, de forma alguma, se não for com Deus e na presença de Deus.
Feliz ano novo, são os votos do coração do pastor para você e sua família. Mas um feliz ano novo com Jesus, com compromisso com o Senhor e com sua obra, senão será só mais um ano que você vai desperdiçar.
Do coração do pastor

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

O ANTÍDOTO DE JESUS PARA O RESULTADO DAS PRIORIDADES ERRADAS: A ANSIEDADE (Lc 12.22-34)

Fim de ano é uma época interessante, uma época de avaliações e de planejamento. Costumo ouvir que é a época mais sublime do ano, e realmente parece a época de sentimentos mais sublimes – fala-se o tempo todo em amor, paz, harmonia. Fala-se em festas e alegria.
Fim de ano é uma época também, de sublimação. É a época em que muitos analisam sua vida e percebem que não realizaram tudo o que planejaram, que não alcançaram todas as metas e, em muitos casos, nem mesmo começaram muitas das coisas que diziam desejar alcançar com o começo do novo ano.
Fim de ano é a época de usar abundantemente a palavra “mas”... e consolar-se com frases como “Este não eu não consegui, mas...” o ano novo vai ser bem melhor. Vou alcançar minhas metas, vou atingir meus objetivos. Assim fica mais fácil conviver com as frustrações, atirar a realização dos projetos, muitos sequer iniciados, mais pra frente, pro futuro, mais pro futuro ainda...
O problema é que muitos de nós ficam apenas na sublimação, no planejamento utópico, e não estabelecem prioridades. E a palavra desta noite fala sobre prioridades. Fala sobre estabelecer prioridades e não tirar os olhos delas, não tirar a mente delas, não tirar o coração delas. Quais são as suas prioridades neste novo ano? 
Não diga que você não pensou nisso. Não diga que você não tem nenhuma prioridade. Ninguém minimamente inteligente coloca realmente em prática o lema daquela música tola do Zeca Pagodinho (Deixa a vida me levar). Todos nós temos prioridades na vida. Mesmo entre nossas prioridades temos aquelas que são mais prioridades do que outras. Dinheiro, trabalho, realização, fama, amizades, família, Igreja, estudos, lazer, carro, casa, fazenda, etc...
Se você tivesse que organizar estas prioridades, ainda se surpreenderia que nas prioridades existem subprioridades, com o perdão do neologismo: pai, mãe, filhos, cônjuges, tios, cunhados, parentes consanguíneos, etc.
Há prioridades que são conscientes, que nós conhecemos e que admitimos e administramos, e outras que são inconscientes. Algumas são tão básicas que chegam a ser classificadas como instinto: autopreservação, alimentação, reprodução, etc... e, veja, mesmo quando se trata de autopreservação podemos nos perguntar: o que é mais importante, a preservação da honra ou a integridade física? Fácil? Pergunte isto para um japonês de família tradicional?
Agora, pergunte a você mesmo, e responda para quem te conhece melhor neste lugar: você mesmo. Pergunte-se: qual a sua maior prioridade? Não responda o que você sente que deveria ser a sua principal prioridade, não pergunte qual deveria ser sua principal prioridade, mas qual é a sua principal prioridade. Se você tivesse um papel agora, e tivesse escrito qual ela é, honestamente, o que você teria escrito?
Jesus ensinava sobre prioridade: por um lado ele dizia que, de algum modo, contamos com o cuidado prioritário de Deus sobre as nossas vidas, mas também mostrou que é imperativo de confessá-lo como Senhor. Jesus falava sobre o reino de Deus e sua natureza celeste – nós sabemos que o reino de Deus não é deste mundo, não é nada deste mundo, não é nem mesmo as nossas necessidades mais essenciais, como comida e bebida, ou segurança. Jesus diz que quem experimentasse o seu reino poderia passar fome e sede, poderia ser perseguido e até morto (Mt 5:11). E, naquele ambiente, havia alguém que não estava devidamente sintonizado naquilo que Jesus estava ensinando. Enquanto Jesus falava sobre o reino dos céus havia um homem interessado nas coisas da terra.

O ANÚNCIO DO FIM DA ANSIEDADE É PARA OS DISCÍPULOS DE JESUS

22 A seguir, dirigiu-se Jesus a seus discípulos, dizendo: Por isso, eu vos advirto: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer, nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. 23 Porque a vida é mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes. 24 Observai os corvos, os quais não semeiam, nem ceifam, não têm despensa nem celeiros; todavia, Deus os sustenta. Quanto mais valeis do que as aves!
Lucas diz que (Jesus) falou tendo como alvo os seus discípulos (maqhtej). Embora pareça que Jesus deixou o meio da multidão para tratar com seus discípulos a continuidade do texto mostra que a multidão ainda estava presente (Lc 12:54-56).
Isto está de acordo com o ensino das Escrituras de que o Senhor fala e muitos não ouvem, ou ouvem e não entendem, e mesmo vendo e tendo conhecimento não percebem a profunda implicação das palavras do mestre (Mc 4:11-12).
Com certeza naquela multidão estava um grande número de pessoas que podiam ouvir o chamado do reino, mas que se orgulhavam de não serem escravos (douloj) de ninguém, e certamente não admitiriam qualquer idéia de serem servos daquele estranho profeta que veio logo da desprezada vila de Nazaré (Jo 1:46).
 As palavras de Jesus estão de acordo com este chamado para submissão incondicional. Quando ele se dirige aos seus discípulos ele fala (legw) com autoridade, ele exorta, dirige, comanda.
Aquele homem na multidão estava ansioso. Ele queria uma parte da herança que estava de posse de seu irmão. Esta ansiedade o impedia de usufruir da presença de Jesus da melhor maneira possível. Ele não conseguia aprender, ele não conseguia ter paz. Ele só tinha tempo e pensamentos para sua própria ansiedade. A primeira parábola que Jesus conta é justamente para mostrar que não é a quantidade de coisas que se alcança que põe fim à ansiedade.
Ter tudo, ter mais que o suficiente não era suficiente para por fim à ansiedade. O fim da ansiedade está em confiar em Deus, em conhecer o Deus que cuida dos seus. Jesus diz que os seus discípulos não deveriam andar ansiosos porque, se Deus cuida dos mais desprezados animais certamente cuidará dos que o amam e são amados por ele. Mas...
Mas esta promessa de Jesus é para seus discípulos, para sua Igreja, mesmo que possa ser ouvida pela multidão só pode ser atendida e experimentada por suas ovelhas (Jo 10:27). A promessa de Jesus de por fim à ansiedade de seus discípulos é pelo fato de que eles se satisfazem com seu pastoreio (Sl 23:1) porque seu pastor é sua mais absoluta prioridade, porque ser pastoreado pelo Senhor é satisfatório. É isso o que Jesus quer que você saiba, hoje, aqui, agora...

A ANSIEDADE É INÚTIL PORQUE NÃO PRODUZ NENHUM BENEFÍCIO TERRENO

25 Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? 26 Se, portanto, nada podeis fazer quanto às coisas mínimas, por que andais ansiosos pelas outras? 27 Observai os lírios; eles não fiam, nem tecem. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 28 Ora, se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais tratando-se de vós, homens de pequena fé!
Pergunte para você mesmo quando foi que a ansiedade te ajudou a resolver alguma coisa? A ansiedade tem a capacidade de tornar o visível invisível. Um exemplo é o que aconteceu com Maria Madalena. Sua ansiedade pelo futuro após a perda da esperança no Messias e por isso não via que o messias estava vivo e ressurreto e falando com ela e cuidando do coração ferido dela (Jo 20:14-16).
Jesus é muito claro para os seus ouvintes – e, dentre estes, aquele homem que se levantou no meio da multidão e expressou sua ansiedade por uma parte da herança. A ansiedade não resolve nada, não acrescenta nada, não produz nenhum benefício, por mínimo que seja.
Faça mais uma pergunta a você mesmo: o que te deixa ansioso? O que tem ocupado a sua mente, o que tem enchido o seu coração de desejos ardentes? Você acha mesmo que sua ansiedade vai tornar sua família melhor, ou vai ser mais um componente para prejudicar a paz dos relacionamentos familiares?
Você acha mesmo que sua ansiedade vai mesmo melhorar sua nota ou vai apenas prejudicar seu raciocínio e talvez impedir você de passar naquela prova cuja matéria você domina ao menos razoavelmente? Ou talvez sua ansiedade atrapalhe o desempenho de seu filho ou filha.
Quando você está ansioso esperando um transporte, e andando de um lado para outro da plataforma de embarque, responda-me: dez passos a mais ou a menos vai fazer com que o transporte chegue mais cedo? Talvez tudo o que você consiga seja fazê-lo sair um pouco mais tarde por atrapalhar o motorista e atendentes.
Você acha mesmo que sua ansiedade vai fazer a comida ficar mais gostosa quando você está prestes a receber uma visita? Vai melhorar seu desempenho no emprego ou atrapalhar sua produtividade e, ao invés de conseguir um aumento ou promoção entrar rapidamente na lista de demissões justamente por ser considerada uma pessoa ansiosa, tensa, elétrica e explosiva ou, simplesmente, dispersa, com a cabeça em outro mundo, o mundo da ansiedade?
Você já entendeu o que Jesus disse: sua ansiedade não vai te ajudar com as coisas mais corriqueiras, mais banais, mais comezinhas. Se a ansiedade não resolve coisas simples, se ela atrapalha a resolução das coisas mais simples, então, como esperar que ela ajude a resolver as coisas mais complicadas? Um lírio não fica ansioso. Uma erva do campo não fica ansiosa. Um pássaro não vive ansioso – ele apenas vive, recebendo o cuidado de Deus, recebendo o que vem das mãos de Deus (Sl 23.1).

A ANSIEDADE É INÚTIL PORQUE ATRAPALHA A OBTENÇÃO DO QUE REALMENTE É IMPORTANTE

28 Ora, se Deus veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais tratando-se de vós, homens de pequena fé! 29 Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber e não vos entregueis a inquietações. 30 Porque os gentios de todo o mundo é que procuram estas coisas; mas vosso Pai sabe que necessitais delas. 31 Buscai, antes de tudo, o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas.
A ansiedade não apenas é inútil porque é incapaz de resolver os problemas mais simples como, por outro lado, atrapalha a busca do que é realmente importante. A ansiedade pode ser descrita como um olhar fixo demais nos desejos e necessidades do tempo presente e menos confiança naquele que prometeu cuidar dos que confiarem nele (Sl 37:5).
A ansiedade é uma marca característica de pouca confiança em Deus ou, pior ainda, de falta de fé. Observe que Jesus diz que seus discípulos ansiosos possuem uma fé pequena, ou, mais precisamente, possuidores de uma fé insuficiente ou oligopistoi, “aqueles que são incrédulos”.
Dizer que alguém possuía pequena fé poderia ser duro, mas mesmo assim não era um grande problema na Judéia do séc. I. Havia muitos judeus nacionalistas e que não acreditavam no Deus de seus pais, nem tampouco tinham qualquer esperança na vinda de um Messias. Por causa da terra, a mesma terra que podia ser parte da herança disputada por aquele herdeiro ansioso, estavam prontos a lutar contra os romanos, queriam melhor comida, queriam melhor bebida, queriam libertar-se de uma escravidão que interiormente negavam.
Mas Jesus vai adiante, e é ainda mais incisivo e diz que a ansiedade é característica dos gentios. Ele diz que “todos os gentios do mundo” (panta ta eqnh tou kosmou) é que vivem numa busca ansiosa por estas coisas. Para Jesus não há nenhum gentio no mundo que não sofra de algum grau de ansiedade por coisas deste mundo. E mesmo a ansiedade por coisas tidas por espirituais não passam de projeções deste mundo, a ponto de se matarem por elas, como no caso dos muçulmanos.
Antes que você pergunte: “quer dizer que todas as pessoas que estão ansiosas são gentias ou não creem em Jesus?” eu preciso te dizer que não é isto o que está sendo ensinado, mas o que Jesus diz é que aquela demonstração de ansiedade daquele homem, como as nossas demonstrações de ansiedade são,  sem sombra de dúvida, demonstração de algum grau de falta de confiança. Foi assim com aquele pai que tinha um filho terrivelmente endemoninhado – sua fé ou a fé dos discípulos foram tão pequenas, tão insignificantes que ele teve que admitir: sou um incrédulo (Mc 9:24). Mas, mesmo assim, ele pediu ajuda a Jesus.
É isto o que Jesus quer que entendamos – a solução para a nossa ansiedade não está em nós, não está em nossa força, não está em nosso pensamento positivo, não está na aglomeração da Igreja, não está em você adentrar os portais da Igreja, não está na placa que resolve miraculosa e universalmente todos os problemas. A solução é a mesma que foi indicada por aquele pai desesperado e sem fé (apistia): pedir ajuda. João batista afirmava que o reino de Deus estava próximo e Jesus diz que o reino de Deus é chegado. Jesus diz para seus ouvintes buscarem o reino de Deus – mas este não é um reino visível e tangível (Rm 14:17), mas interior, do coração, que só pode ser obtido por fé, e fé em Jesus Cristo (Lc 17:21).
A ansiedade atrapalha a busca do que é mais importante, mantém a fé incipiente e produz incredulidade. A solução, a única solução para isto é parar de procurar satisfação nas coisas deste mundo e começar a buscá-la onde ela realmente existe: no reino de Deus.

A ANSIEDADE SÓ PODE SER CURADA PELA SATISFAÇÃO QUE TEM ORIGEM EM DEUS

31 Buscai, antes de tudo, o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas. 32 Não temais, ó pequenino rebanho; porque vosso Pai se agradou em dar-vos o seu reino. 33 Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome, 34 porque, onde está o vosso tesouro, estará também o vosso coração.
Eu tenho tentado, nestes dias, mostrar para você que se você tem prioridades erradas você nunca obterá a satisfação para suas necessidades mais essenciais. Aquele homem que fala no meio da multidão tinha prioridades erradas e desprezava o que era realmente importante. Não sabemos como ele reagiu após o ensino de Jesus. Marta tinha prioridades equivocadas e foi ensinada por Jesus que a melhor coisa era não deixar o seu coração ser tomado pelas preocupações do dia-a-dia e desprezar o seu ensino.
Os incrédulos também se entregam à ansiedade buscando satisfazer os anseios do seu coração com as coisas deste mundo – e esta será uma jornada absolutamente frustrante. Esta é uma frustração que deve ficar com os incrédulos e com os gentios. E para os crentes, o que resta? Já foi dito no começo que a ordem de Jesus para abandonar a ansiedade foi dada aos seus discípulos. Só eles podem ouvir, entender e obedecer o mandamento do mestre (Jo 8:31-32) e ser liberto da ansiedade paralisante e cegante.
Mas Jesus diz que enquanto os gentios buscam todas as coisas, os crentes devem buscar o reino de Deus, e a justiça de Deus, e toda a satisfação que os gentios procuram pode lhes ser dada por Deus. Aos ansiosos ele diz para que não tenham medo (mh fobou), diz-lhes que os que nele creem são o pequeno rebanho de Deus a quem o pai agradou dar-lhes o seu reino.
Esta é a resposta – aos crentes o Pai satisfaz a necessidade, dá-lhes o que seu coração busca, satisfaz-lhe sua mais profunda necessidade e chama-os a confiarem, dependendo dele para sua satisfação mais plena: a experiencia de amar e ser amado por Deus (1Jo 4:18).
A ansiedade é egoísta – ela exige dedicação total, exige exclusivismo, e sabemos que é impossível dar exclusividade a duas pessoas. Ou você atende à sua ansiedade ou você busca em primeiro lugar o reino de Deus. Ou você se torna um servo da ansiedade ou você depõe a sua ansiedade aos pés de Jesus e se contenta com seu senhorio (1Pe 5:6-7). A ansiedade só pode ser curada mediante a aceitação íntima do cuidadoso senhorio de Cristo sobre as nossas vidas.
Andar ansioso e temoroso das coisas deste mundo é desconsideração para com as palavras amorosas do salvador (Fp 4:6). Já mencionamos anteriormente – se experimentamos, de fato, o amor de Deus, se de fato o amor de Deus é derramando sobre nós então já sabemos que o seu amor é perfeito e completo, e, então, não há o que temer, não há pelo que ansiar.
E não há pelo que ansiar porque as coisas deste reino se desfarão ou poderão ser arrebatadas de nós a qualquer momento, e por isso também podemos nos desfazer delas sem temor ou buscar lucro (v. 33) porque o Pai já deu ao seu pequenino rebanho o Seu reino, eterno, que é imperecível e não pode ser tomado de nós por nada nem por ninguém.
Ansiedade é medo de perder o que será perdido, é desejo de ter o que será tirado. Ansiedade é querer estocar vento, é querer guardar pensamento. Ansiedade é edificar sobre areia só porque está perto do mar – e é justamente o mar que há de destruir aquilo que se edifica. Ansiedade é desobediência, é construir sobre a rocha, é tentar manter coisas importantes em detrimento das coisas essenciais, é fixar-se em coisas terrenas e desprezar as coisas espirituais.
A solução para a sua ansiedade não está em nenhuma palestra de auto-ajuda, nenhuma postagem de facebook ou tampouco em qualquer corrente de WhatsApp – a solução para a sua ansiedade está pura e simplesmente em entregar o seu caminho ao Senhor, confiar nele, e aguardar nele com a certeza de que ele já deu ao seu pequenino rebanho o seu reino, e as demais coisas que forem necessárias aos seus Ele certamente dará.
Aqui Jesus conclui o ensino àquele homem ansioso pela parte da herança – por causa de uma pequena herança terrena ele desprezava o reino de Deus que o Pai dá ao seu rebanho. Aqui tenho que exortar você para tomar cuidado para que seu trabalho, sua família, sua saúde, sua segurança, seus estudos, sua comida, sua bebida, sua casa, seu carro, sua fazenda, seu lazer, seu namorado, sua namorada, seus amigos, sua cerveja, seu vinho, seu vício, seja lá o que for, tenho que te exortar para a urgente necessidade de você priorizar o que deve ser priorizado, priorizar o reino de Deus. Deixo para ti as impressionantes palavras do sábio: “Deus te pedirá contas! De todas estas coisas Deus te pedirá contas!”
Faça o que você quiser, faça o que você achar que tem que fazer, mas, quando for fazer, lembre-se: de todas estas coisas Deus te pedirá contas! (Ec 11:9).
E, a propósito do fim do ano, ou do começo de um novo ano, que tal você priorizar o que deve ser priorizado, planejar para glorificar a Deus e, quando for chamado para prestar contas, ouvir do Senhor: (Mt 25:23 - Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor).

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