terça-feira, 24 de março de 2020

A Vontade de Deus - Aula I de Introdução Doutrinária


Conhecer a vontade de Deus sempre foi um desejo do ser humano, independente de qual corrente religiosa ele siga. Neste vídeo você pode conhecer sobre a verdadeira vontade do verdadeiro Deus.

segunda-feira, 23 de março de 2020

A divina didática do dízimo


Falar em dízimo sempre gera alguma polêmica.
Há aqueles que não gostam do assunto porque acham que questões financeiras não devem ser tratadas com muita frequência na Igreja.
Há aqueles que conhecem casos (que lamentavelmente possuem mais que um simples fundo de verdade) de exploração das pessoas por parte de mercenários e se revoltam contra a doutrina da contribuição para a manutenção da Igreja.
Há ainda os que acham que o dízimo é um assunto restrito ao antigo testamento e que teria sido abolido no Novo Testamento, mesmo com o Senhor Jesus afirmando que havia justiça na prática dos fariseus de dar o dízimo de tudo – o problema era que eles se omitiam de guardar o espírito da Lei: justiça, misericórdia e fé.
O texto de Dt 14.22-26 é um dos muitos que tratam da instituição e da sistematização da contribuição do povo de Deus para a manutenção da casa do Senhor, como, séculos depois, de maneira bem apropriada e dura, lembra o profeta Malaquias:
Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida (Ml 3.10).
Um olhar atento para o que Moisés escreve, a mando de Deus, traz algumas informações que precisam ser interiorizadas pelo cristão que deseja ser fiel ao Senhor. O dízimo foi instituído para que o povo do Senhor cultuasse ao seu Deus. Não é uma instituição para incrédulos, portanto, quero falar ao coração do povo de Deus. Para incrédulos a mensagem é: arrependa-se de seus pecados, converta-se ao Senhor que se compadecerá de ti e viva de forma digna, demonstrando este arrependimento e conversão - inclusive praticando a entrega do dízimo.

sábado, 14 de março de 2020

O IMEDIATISMO E SEU FILHO PRAGMATISMO


Leia o artigo anterior: HÁ TEMPO PRA TUDO E TUDO TEM SEU TEMPO.
Somos imediatistas. Queremos resultados rápidos e não gostamos de esperar. Por isso vivemos na era do fast... Tudo é fast. Comida? Fast food. Entregas? Fast... Serviços? Fast. Há quem gaste quantias consideráveis em aparelhos eletrônicos para ganhar 1 segundo (isso mesmo, 1 segundo) de melhora de desempenho. Há quem fique exasperado por mandar uma mensagem num aplicativo de comunicação e ter que esperar 1 minuto pela resposta enquanto o outro já está digitando.
Imagine se vivesse há uns 30 anos atrás em que uma carta podia demorar meses para obter uma resposta?
Somos imediatistas, apressados, queremos tudo para ontem, e, se não for possível, no mínimo para 1h atrás. E às vezes nos exasperemos porque alguns obtém resultados em algumas coisas mais rápido do que nós. O celular de alguém ao nosso lado liga e conecta mais rapidamente que o seu. Acinte! Absurdo! O carro ao lado responde desafiadoramente mais rápido à aceleração? Hora de trocar a lata velha (será que é tão velha assim). O computador demora 60s para ligar e o do vizinho liga em 55s? Inaceitável.
Na Igreja também não é diferente. Há muitos projetos que respondem positivamente mais rapidamente que outros. E às vezes nos sentimos culpados por não ver resultados a curto prazo. Queremos que o nosso trabalho dê certo logo. Queremos ver o fruto abençoado do trabalho das nossas mãos.
Queremos ver Igrejas cheias, cultos transbordantes. Queremos vidas se rendendo aos pés do Senhor Jesus e se tornando membros das nossas comunidades. Queremos tantas coisas, queremos logo, queremos para já.
E é possível que observemos com algum sentimento de frustração ou inquietação o fato de que haverá outros que obterão resultados mais rapidamente do que nós (e é provável que haja que nos olhe com a mesma sensação) e a pergunta: o que está acontecendo lá que está dando certo para eu fazer aqui também?
Cuidado! Isto pode levar a um erro terrível chamado pragmatismo. Não se perca pelo caminho. Não perca sua identidade em busca de resultados.
Na minha caminhada ministerial já vi muitas coisas estranhas às Escrituras acontecendo nas Igrejas e elas crescendo rapidamente. E o pior é que muitas delas estão crescendo muito rápido e parece que estão prosperando. Estão cheias de gente e de recursos.
Isto não é incomum de acontecer (Sl 73:2-3) e talvez você se sinta espiritualmente frustrado e tentado a fazer as mesmas coisas para ver se dá certo (Sl 73:13). Mantenha-se firme, não deixe que seus pés resvalem. Espera... Espera em Deus.
Mas há uma outra questão, já mencionada anteriormente “au passant”. Pode ser também que justos prosperem. Pode ser que em algum lugar o trabalho de alguém que é fiel ao Senhor esteja indo bem. E pode ser que você sinta uma pontinha de inveja santa do justo. Você quer a mesma bênção. Você não quer que o outro seja amaldiçoado. Não quer que ele caia nem que perca nada. Você só quer ser abençoado. É a bênção do Senhor - e desejá-la não é mal algum. É o tempo do Senhor - e Deus resolveu que, neste tempo, vai abençoá-lo. E, enquanto isto... 
Enquanto isto, trabalhe. trabalhe perseverantemente, fazendo o que o Senhor lhe tem confiado às mãos para fazer, na certeza de que é seu dever semear diligentemente até que chegue o tempo da colheita (Gl 6:9), o tempo de Deus.
Pode ser que preparar o solo seja árduo e demorado. Pode ser que o tempo da semeadura implique em uma longa espera até ver a semente brotar. E pode ser que demore até poder usufruir da colheita ou ver outro colher.
Entre os orientais havia um ditado que ajudava a orientar os imediatistas: “Quem planta palmeiras não quer comer tâmaras”. Estranho? Não. Era um fato. Entre a plantação e a colheita demorava-se entre 80 anos e 100 anos. Mas sempre havia quem as plantasse.
Imaginemos se Noé e Moisés fossem tomados de imediatismo? O primeiro demorou um século para construir uma arca, o segundo peregrinou por 40 anos no deserto e, ambos, pela graça de Deus, obtiveram o resultado que Deus queria que eles obtivessem no tempo determinado por Deus. Isto está de acordo com o ensino bíblico de que um planta, outro rega, outro colhe, mas o tempo é sempre o de Deus (1Co 3.6-7).
Na vida cristã e no ministério não importa se você vai colher - o que importa é que você não pode deixar de plantar. Você deve plantar, deve cultivar mesmo que não seja apenas para você, mas que pode ser uma fonte de bênçãos para o futuro de muitos.
Tudo tem o seu tempo. Algumas coisas podem até ser aceleradas, mas, será que isto é realmente saudável? Nossa pressa, nossa tendência a acelerar as coisas e querer tudo fast pode não ser saudável no final. Tudo tem seu tempo. E às vezes o tempo das coisas é mais do que estamos dispostos a aguardar. Acelerar pode omitir etapas importantes do desenvolvimento das coisas - falhas podem não ser percebidas e resultados amargos podem ser colhidos.
Não se apresse, o tempo pode ser importante para corrigir as falhas que não podem ser percebidas inicialmente mas vão se evidenciando aos poucos. Enquanto os resultados não aparecem tão rapidamente quanto você gostaria tire os olhos daquilo que está do seu lado e permaneça olhando firmemente para o autor e consumador da fé. Olhe para Jesus, confie nele, pois há tempo para tudo - até para você colher as bênçãos do Senhor. Sim, há tempo para tudo, até para sua colheita.

segunda-feira, 9 de março de 2020

NÃO HÁ PRESSA, HÁ TEMPO PARA TUDO, E TUDO TEM SEU TEMPO


Há algum tempo estive intensamente comprometido com um trabalho de recuperação de uma Igreja que havia sido devastada por uma ideologia conhecida no meio presbiteriano como neopuritanismo (talvez você a conheça por outros nomes, como confessionalistas embora eu prefira chamá-los, por motivos óbvios, de pseudopuritanos). Terra arrasada, tentativa de roubo do patrimônio da igreja, adulteração e ocultamento de documentos, ameaças, disputa judicial, membros dispersos por outras igrejas e até em Igreja nenhuma. Havia muito por fazer e vontade de fazer muito. Em pouco tempo o trabalho começa a dar frutos, e, de 26 membros que haviam restado (número que logo diminuiu com a mudança de 6 para outro estado, logo no primeiro mês) em três meses a primeira assembléia da comunidade em restauração foi realizada, com a presença de 42 membros comungantes. Foram dias intensos, e queríamos tudo muito rápido. Ao fim do primeiro ano podíamos apresentar uma estranha matemática: 26-6=93. Isso mesmo. Mas, havia algo na estratégia de trabalho que, no final, produziria frutos amargos: havia pressa, vontade de fazer mais, de colher mais e mais, cada vez mais rápido.
Não é incomum que, no afã de apresentar resultados rapidamente um trabalho de revitalização venha a incorrer em grandes equívocos como o de não conhecer bem o rebanho [sempre há ovelhas e bodes] ou dar tempo de maturação à plantação [sempre há trigo e joio] que se tem sob sua responsabilidade, vendo como dom o que era só disposição para executar funções em busca de espaço, reconhecimento social, status e até torpe ganância, e assim pode acontecer de pessoas inaptas e repreensíveis (1Tm 3:2) virem a ocupar cargos de liderança e até ordenadas precipitadamente (1Tm 5:22) para ofícios para os quais não estavam nem moral nem espiritualmente qualificadas.
A conclusão a que, como estudioso de projetos e trabalhos de restauração, mas não apenas um estudioso diletante, mas um ministro praticante, acabei chegando é que trabalhos de restauração eclesiásticos geralmente requerem tempo. Alguns podem até apresentar resultados rápidos, e bem feitos, mas sempre existirão adversários de todos os lados. Adversários internos que não querem mudanças no status quo, ou que querem aproveitar eventuais espaços existentes para alcançarem postos para os quais não estão qualificados. Existirão adversários próximos, alguns muito próximos que poderão até privar da mesa do ministro restaurador, e, mais raramente adversários externos podem se apresentar - mas estes geralmente são os menos danosos. 
Mas a restauração e edificação espiritual, efetuada apressadamente, sem tempo de maturação, não produzirá resultados benéficos e duradouros. Vários motivos podem ser apontados, mas sem dúvida a falta de tempo de maturação impedirá a correção de problemas que surgirão e porque o velho fermento do divisionismo, do amor a facções e contendas e práticas condenadas pelas Escrituras [Lv 19.16] ainda estarão presentes na comunidade de acordo com a máxima do sr. João Mendes, que costumava dizer que couro ruim não dá selim bom.
Esta introdução nos leva a refletir sobre uma passagem das Escrituras que afirma: “tudo tem seu tempo determinado”.
Tudo tem o seu tempo determinado, há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer. (Ec 3:1-2)
Quem escreveu este texto não era um homem qualquer. Era um homem muito sábio. Discussões à parte se foi Salomão ou outro autor quem escreveu, o fato é que quem escreveu este texto era alguém tremendamente sábio porque foi inspirado pelo próprio Deus para nos instruir com estas sábias palavras. É evidente que o sábio não estava pensando diretamente na situação descrita antes da citação do verso bíblico, ou naquilo que pretendo abordar em seguida, mas há uma referência clara à duração da vida humana, e o que fazemos durante este período que Deus nos dá. Há tempo para todo tipo de atividade, como trabalho, lazer, devoção, família, descanso e muitas outras coisas. Só precisamos aprender a dar tempo para todo propósito debaixo do céu.
Podemos entender que para todo o propósito que se estabeleça durante a nossa vida, há tempo para eles nascerem, e há tempo para eles se desenvolverem, e até se completarem, ou seja, quando começamos a perseguir e realizar o propósito estabelecido, seja um projeto, uma etapa na vida escolar, uma carreira profissional tudo se desenvolverá no seu devido tempo. 
Estamos em um novo tempo ministerial. Tudo isso tem um tempo de começar, ou recomeçar, ou de nascer - e renascer. Este é o nosso tempo.
É tempo de nascer. E nascimentos requerem tempo de gestação, de maturação. Antecipar e apressar um nascimento pode gerar muitas deficiências, e algumas delas podem ser insanáveis, como no processo de restauração eclesiástica anteriormente citado – fenômeno que pode ser verificado, também, em inúmeros casos de crianças nascidas prematuras. Quanto mais pressa, menos prontas elas estão.
Não é fácil conhecer e reconhecer o tempo de Deus. Não é fácil reconhecer dons e talentos, vê-los desabrochar no serviço do Senhor e esperar que eles maturem até que chegue o momento da colheita. Somos quase sempre muito apressados, imaginamos que temos pouco tempo (70 ou 80), e queremos agir como os trabalhadores retratados por Jesus na parábola da semente:
Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe perguntaram: Queres que vamos e arranquemos o joio? Não! Replicou ele, para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo. Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro (Mt 13:28-30).
A pressa prejudica a colheita, machuca a plantação e se traduz em menos frutos. Colher frutas antes do tempo não fará com que elas amadureçam mais rapidamente, e sim deficientemente, murchas e sem vigor. Tudo tem seu tempo.
Mas talvez você insista: temos pouco tempo. A resposta é não. Nós não temos pouco tempo. Temos todo o tempo que o Senhor nosso Deus nos deu. Temos a vida inteira pela frente. Se não temos todo o tempo do mundo, temos todo o tempo no mundo.
Ninguém vem ou vai desta existência antes do tempo. Todos os nossos dias estão certos e determinados (Jó 14:5 - Visto que os seus dias estão contados, contigo está o número dos seus meses; tu ao homem puseste limites além dos quais não passará).
O que precisamos aprender a fazer é remir o tempo (Ef 5.16), aproveitar bem as oportunidades (Cl 4:5) e não desperdiçá-lo com cochilos improdutivos (Pv 6:9-11).
Anos atrás fiz uma prova de redação para um vestibular que tinha como tema uma frase de uma canção de Almir Sater (Tocando em frente), que dizia: “Ando devagar porque já tive pressa, e levo esse sorriso porque já chorei demais. Hoje me sinto mais forte mais feliz, quem sabe? Só levo a certeza de que muito pouco sei ou nada sei”.
Sim, a música é fortemente existencialista, nada fala de Deus (e aqui talvez caiba uma outra discussão, à qual poderemos retornar em ocasião oportuna: pode o cristão ouvir música não cristã?) mas a própria Escritura nos diz que nada sabemos sobre o amanhã, e quem diz isto é Tiago e não o escritor do Eclesiastes, acusado por muitos de ser um depressivo existencialista em fim de vida (Tg 4:14).
Resta-nos, então, como cristãos, viver um delicioso paradoxo: correr com perseverança a carreira que nos está proposta (Hb 12:1) sem tirar os olhos do alvo que nos foi proposto (Hb 12:2) com a certeza que completaremos a carreira (2Tm 4:7), atingiremos o alvo (Fp 3:14) e receberemos a coroa da vitória das mãos do supremo juiz (2Tm 4:8). Entretanto, enquanto corremos, esperamos (Sl 27:14) e nos aquietamos sem abatimentos (Sl 42:5) e descansamos no Senhor (Sl 37:7) fazendo o bem (Sl 37.3).
Talvez outros obtenham resultados mais rapidamente. Talvez você veja coisas estranhas às Escrituras acontecendo e outros prosperando. Isto não é incomum de acontecer (Sl 73:2-3) e talvez você se sinta espiritualmente frustrado tentado a fazer as mesmas coisas para ver se dá certo (Sl 73:13). Cuidado, a maior vitória que um ímpio pode ter não é tirar a vida de um justo, mas torná-lo semelhante a si mesmo nos pensamentos, escolhas e práticas. Mas... espera em Deus.
Pode ser também que justos prosperem. Pode ser que em algum lugar o trabalho de alguém que é fiel ao Senhor esteja indo bem. É a bênção do Senhor. É o tempo do Senhor. E, enquanto isto...   
Enquanto isto, trabalhemos perseverantemente, fazendo o que o Senhor nos tem confiado às mãos para fazer, na certeza de que devemos semear diligentemente até que chegue o tempo da colheita (Gl 6:9), o tempo de Deus.
Leia o próximo artigo: IMEDIATISMO E SEU FILHO PRAGMATISMO

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