domingo, 19 de abril de 2015

Is 65.1-10 - O DEUS VERDADEIRO É O ÚNICO CAPAZ DE SUPRIR SUAS NECESSIDADES ESSENCIAIS

O DEUS VERDADEIRO: PARA A VIDA PRESENTE E PARA A ETERNIDADE

QUEM É DEUS?

INTRODUÇÃO

Onde está Deus?, perguntam os ímpios (Sl 115.2-3). Deus pode ser encontrado? Perguntam os céticos (Jr 29:13). Como encontrar um ser que não pode ser visto, porque é puro Espírito?
Apesar desta dificuldade, afirmamos que conhecemos o nosso Deus (I Jo 2:3). Ousamos ir além, afirmamos conhecê-lo intimamente (Sl 25:14). E vamos ainda mais além, dizemos que ele habita em nós, testifica ao nosso Espírito que somos seus filhos e não nos desampara jamais (II Tm 1:14).
De que outro deus é possível afirmar estas coisas? Pode um muçulmano afirmar que seu Alá habita em seu coração sem estar sendo metafórico? Pode um católico advogar a morada de Maria em seu corpo? Pode um espírita – bem, um espirita até pode dizer que um espírito faz morada eventual nele, mas não pode afirmar que possui Deus dentro de si mesmo.
Sim, diferente dos atenienses, não adoramos a um Deus desconhecido (At 17:23). Nós o conhecemos, nós o experimentamos e sabemos que ele é quem tem nos guiado a toda a verdade. É deste Deus que falamos, é o nome, os feitos, o caráter e a vontade deste Deus que proclamamos com tanta veemência, como se disto dependesse a nossa vida – espere, não apenas a nossa, mas da proclamação da mensagem deste Deus depende a sua, porque, se ele é nosso Deus, então já passamos da morte para a vida (I Jo 3:14). E você, já o conhece? Como conhece-lo? Através da verdade revelada nas Escrituras (Jo 5:39). E é pelas páginas das Escrituras que vamos tentar conhecer mais de Deus. Se você quer conhecer algo sobre alguém, a melhor pessoa para lhe dar informações é ela mesma. Então, vamos ver o que Deus nos diz a seu respeito através do profeta Isaías.

MENSAGEM I

DEUS É DEUS PARA TER SATISFAÇÃO NESTA VIDA

DEUS É DEUS QUE SE DEIXA ACHAR

1 Fui buscado pelos que não perguntavam por mim; fui achado por aqueles que não me buscavam; a um povo que não se chamava do meu nome, eu disse: Eis-me aqui, eis-me aqui.
Deus é um Deus que se revela e que quer ser conhecido. Deus é um Deus que dá testemunho de si mesmo (At 14:17). Deus não tem nenhum interesse em se manter desconhecido, por isso ele não se esconde. Deus só é desconhecido onde sua revelação é rejeitada, deturpada ou trocada por invenções humanas (Rm 1:25 - ...pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!).
O profeta Isaías fala de Deus usando um modo que não existe na nossa língua, o perfeito profético, referindo-se a um evento futuro como certo e determinado, como se já tivesse, de fato acontecido, como se ele estivesse presente assistindo e descrevendo o que estava diante de seus olhos. Antes mesmo de Paulo perguntar Isaías oferece resposta às suas indagações retóricas em Rm 10 sobre aqueles que invocariam o Senhor mediante a pregação do evangelho ordenada pelo Senhor Jesus àqueles que antes não o buscavam e não o buscariam por nada terem ouvido dele (Rm 10.13-15), finalmente deixando de viver sem Deus no mundo e podendo ser, então, tornados filhos de Deus.
Em seus dias Isaías via Israel rejeitar ao Senhor assim como Israel rejeitou o Senhor Jesus nos dias de sua carne – mas nem por isso Deus deixou de ter seu remanescente (Rm 11:5), criando para si mesmo um novo povo, uma nova nação, uma nação santa constituída de gente vinda de todas as famílias da terra. Independente da tribo, do povo, da raça, de classe, todos, ricos e pobres, brancos, amarelos, vermelhos e negros, cultos ou iletradas, livres ou escravos, todos, sem qualquer forma de discriminação são chamados para fazer parte deste povo que o adora e que é salvo por sua graça (Ap 7:9).
Chamados por Deus, alcançados por seu evangelho, de todo o coração buscam e Deus e por isso encontram (Jr 29:13). Onde está Deus? Ora, nosso Deus está nos céus, está assentado num alto e sublime trono, mas também está perto do abatido e contrito de Espírito. Deus é Deus de perto, nosso Deus é Deus presente. Deus é Deus que se deixa achar – a menos que, em seus pecados, você prefira manter distância dele para praticar as obras dos filhos das trevas. Mas, se você quiser, nem mesmo seus pecados podem te afastar do amor de Deus revelado em Cristo porque, quem nele crê, é feito nova criatura. Quem confessa seus pecados e os abandona acha misericórdia. Então, procure ao Senhor em tempo de poder encontrá-lo (Sl 32:6).

DEUS É DEUS QUE MANIFESTA FAVOR IMERECIDO

2 Estendi as mãos todo dia a um povo rebelde, que anda por caminho que não é bom, seguindo os seus próprios pensamentos; 3 povo que de contínuo me irrita abertamente, sacrificando em jardins e queimando incenso sobre altares de tijolos; 4 que mora entre as sepulturas e passa as noites em lugares misteriosos; come carne de porco e tem no seu prato ensopado de carne abominável; 5 povo que diz: Fica onde estás, não te chegues a mim, porque sou mais santo do que tu. És no meu nariz como fumaça de fogo que arde o dia todo.
O nosso Deus, o Deus que se fez conhecido dos pais, o Deus que se revelou através dos profetas, o Deus que se mostrou de muitas maneiras e que, finalmente, se revelou plenamente em seu filho Jesus Cristo (Hb 1.1-2) desvendando, até para nós, gentios, o mistério que fora oculto pelos séculos (Cl 1:26), se revela como aquele que manifesta seu favor para aqueles que não apenas não o buscavam, mas também não o mereciam, pois andavam na vaidade de seus próprios pensamentos (Ef 4:17).
Reflitamos um pouco sobre nós mesmos. O que havia ou há em nós para que o Deus santo, perfeito e pleno, o Deus que tem todo o universo a proclamar a sua glória, o Deus que tem miríades de santos anjos a louvarem-no, o Deus que tem comunhão perfeita intra-trinitária – o que havia em nós para atrair sua atenção e merecer sua graça, para ser alvo do seu favor? Reflitamos mais um pouco – como esperar o favor deste Deus que abomina o pecado e outra coisa nós não somos além de pecadores? Como imaginar algum mérito em nós se estávamos mortos em nossos delitos e pecados, e os cometíamos com grande prazer? Como almejar o favor de Deus se, ao invés de fazer a sua santa vontade nos dedicávamos em fazer a vontade da carne e do príncipe da potestade do ar, o diabo?
Para nossa surpresa este Deus se revela e o faz propondo-se a manifestar graça e favor a rebeldes que abandonaram o reto caminho e seguiam seus próprios pensamentos. Deus estende a sua benfazeja mão a um Israel idólatra, adorador de mortos, filhos que foram engrandecidos e se rebelaram em graves ofensas a ponto de encolerizá-lo até mesmo com seus cultos (Is 1:13). Quanto mais santos deveriam ser, mais se tornaram repreensíveis, praticando todo tipo de pecado – mas mesmo assim Deus não desiste de manifestar a sua graça.
Este mesmo Deus que manifestou sua graça prometendo que manteria um remanescente de Israel (Rm 9:27), também continua manifestando sua graça e o faz inclusive a cada um de nós aqui presentes – sejam quais forem os nossos pecados, Deus é o mesmo, ontem, hoje e eternamente e ainda chama pecadores ao arrependimento, ainda chama pecadores para que o ouçam e sua alma seja vivificada – e você sabe que um morto não pode nem mesmo desejar a vida a menos que o doador da vida aja nele, gerando-o novamente para uma nova forma de viver.

DEUS É DEUS QUE MANIFESTA JUSTIÇA

6 Eis que está escrito diante de mim, e não me calarei; mas eu pagarei, vingar-me-ei, totalmente, 7 das vossas iniqüidades e, juntamente, das iniqüidades de vossos pais, diz o SENHOR, os quais queimaram incenso nos montes e me afrontaram nos outeiros; pelo que eu vos medirei totalmente a paga devida às suas obras antigas.
Deus é Deus que se deixa achar, manifestando sua graça mesmo àqueles que não o procuravam. Mas o mesmo Deus que conclama para que pecadores o busquem enquanto ele pode ser encontrado mostra-se em sua justa ira para com aqueles que se mantém rebeldes (Is 1:20). Aliás, é justamente a rebeldia um dos pecados que mais aborrecem ao Senhor – Deus trata de uma maneira menos dura os pecados cometidos na ignorância, mas com duro rigor aqueles que, tendo sido iluminados por sua palavra, tendo experimentado as graças que Deus derrama sobre a Igreja, preferem virar-lhe as costas (Hb 10:31).
Não há injustiça em Deus ao retribuir a cada um segundo as suas obras – de maneira que, quando um pecador recebe o pagamento pelos seus pecados, ele está recebendo exatamente aquilo que merece (Ap 20:13). Israel rejeitou o filho de Deus, não quis ser tornado filho de Deus em uma nova aliança, e, por isso, muitos deles foram denunciados como filhos do diabo (Jo 8:44).
Israel resolveu fazer exatamente aquilo que fora proibido pelo Senhor – foram instruídos a acabar com a idolatria, e tornaram-se idolatras. Foram instruídos a destruir todas as formas de culto dos povos pagãos ao seu redor e se tornaram tão abomináveis quanto eles. O que esperar das mãos de Deus além do cumprimento da aliança estabelecida ao entrarem na terra prometida. Os obedientes comeriam o melhor da terra, os rebeldes seriam destruídos à espada e lançados por entre as nações – e foi exatamente isto o que Deus fez com Israel após os dias de Isaías.
Mas não sejamos apressados em condenar Israel – as uvas verdes que eles comeram embotaram os dentes deles, e tanto histórica quanto espiritualmente já tem sofrido terrivelmente. Eles mataram o messias, foram rejeitados pelo Senhor, banidos de sua aliança – muitos podem e tem voltado, mas não como povo, apenas como membros de um povo que se torna parte do novo Israel. Eles pagam pelas próprias culpas – mas nosso espelho não deve nos deixar esquecer que também nós ouvidos os pais, os profetas, somos privilegiados por termos já a revelação completa e ainda assim quantos não continuam rebeldes, tão dignos de receber a cobrança da justiça divina? O Deus que se revela gracioso também se revela justo – e certamente derramará sua ira sobre todos aqueles que rejeitaram seu oferecimento de graça na pessoa bendita de seu filho (Sl 2:12).

DEUS É DEUS QUE MANIFESTA MISERICÓRDIA

8 Assim diz o SENHOR: Como quando se acha vinho num cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, pois há bênção nele, assim farei por amor de meus servos e não os destruirei a todos. 9 Farei sair de Jacó descendência e de Judá, um herdeiro que possua os meus montes; e os meus eleitos herdarão a terra e os meus servos habitarão nela. 10 Sarom servirá de campo de pasto de ovelhas, e o vale de Acor, de lugar de repouso de gado, para o meu povo que me buscar.
A manifestação da misericórdia de Deus se dá em preservar um remanescente para si mesmo – nos dias de Isaías seria uma porção tão pequena, inferior à décima parte... menos que um toco, apenas uma semente. Israel merecia graça? A resposta é: não. Mesmo Isaías se apresenta como um homem de lábios impuros – mas sem esquecer que habita no meio de um povo de impuros lábios. Uma coisa não justifica a outra. Seu pecado é pessoal, mas o pecado de Israel não é decorrente do pecado de Isaías.
Deus manifesta sua misericórdia sem baseá-la nos méritos de Israel, mas por causa de sua própria promessa aos pais, Abraão, Isaque e Jacó. É por sua fidelidade à si mesmo, mesmo envolvendo infiéis, que Deus não muda de idéia. É por causa da sua misericórdia que Israel (e nós) não somos consumidos (Lm 3:22). - É por causa da misericórdia de Deus prometida a Davi (Is 55:3) que Deus mantém a promessa de um herdeiro que possua os montes.
Deus não precisava de Israel, pelo contrário, Israel é que precisava descobrir que precisava desesperadamente de Deus, assim como Deus não precisa de nenhum de nós e nós precisamos ser lembrados constantemente que, sem Deus, nós simplesmente não existiríamos (Jo 34.14–15) porque nele nós não apenas nos movemos, como, também, existimos (At 17:28 - pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração).
A misericórdia de Deus é expressa na promessa de dar-lhes o que eles já tinham perdido o direito de possuir – a terra. A misericórdia de Deus se revela a nós na promessa de Deus de dar-nos o que também não temos o direito de possuir – a vida eterna, a habitação no novo céu e na nova terra. Esta misericórdia simplesmente não nos dá o que, em nosso estado miserável de pecado, nós merecemos – a ira de Deus – e oferece-nos a salvação em Jesus Cristo (Ef 2:3).
Deus é misericordioso dando-nos seu filho, Jesus, fazendo-o conhecer as nossas fraquezas para que possamos recorrer a ele e encontramos graça em ocasião oportuna (Hb 4:16). Quando pedimos ao Senhor misericórdia em uma situação de anseio moral, espiritual ou material podemos ter certeza que ele nos entende porque as experimentou (Hb 4:15).

RESULTADO DO CONHECIMENTO DE DEUS – I PARTE

Não podemos pensar que Deus é como um ator que se manifestou apenas para saciar sua curiosidade ou deleite temporário. Veja o que acabamos de expor:
i. Em relação à esta vida:
a.    Deus manifesta a si mesmo, deixando-se achar por você que você não o procurava;
b.   Deus manifesta seu favor para quem não merece;
c.    Deus manifesta sua justiça repreendendo o mal, inclusive do coração do homem;
d.   Deus manifesta sua misericórdia concedendo vida a quem merecia a morte.
O fato de Deus manifestar estes seus atributos, estas suas ações, devem nos levar a perguntar: porque? Porque Deus quis que eu soubesse dessas coisas? Qual o seu propósito (Ec 3:1)? De que me adianta saber estas coisas, afinal?
Então, vamos verificar o que aprendemos:
             i.            Se Deus se manifestou mostrando da sua vontade e o seu caráter, e você sabe disso, então, quando chegar o dia do julgamento você vai ser julgado de acordo com este conhecimento – se ele é Deus, e ele é Deus, porque você não o adorou (Sl 150:6)? Não é melhor louvá-lo agora, por seu amor, do que ter que dobrar-se diante dele e louvá-lo por reconhecer que ele é justo (Rm 14:11)?
          ii.            Se Deus manifestou seu favor a quem não merece, colocando-o diante de ti de maneira salvadora, como será no dia do juízo quando você perceber que você não recebeu, de graça, a única coisa que realmente importa? Como se sentirá sabendo que rejeitou a pérola de grande valor para ficar com um monte de bijuterias e quinquilharias? Se Deus já provou o seu amor para conosco, porque preferir continuar sendo seu inimigo (Rm 5:8)?
      iii.            Se Deus manifesta sua justiça restringindo o mal, punindo as ações más dos homens até para que estes sirvam de exemplo para os que também desejam o mal, e se já sabemos que não há como escapar da justiça de Deus, nem mesmo escondendo-se sob os montes (Lc 23:30 - Nesses dias, dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos!), então não há sabedoria em continuar caminhando para longe de Deus, desafiando a sua justiça;
       iv.            Se Deus é Deus que manifesta sua misericórdia, isto é, o sofrimento e a desgraça do homem caído não lhe passam desapercebidos, pelo contrário, ele não fica insensível à nossa miséria, então, porque virar-lhes as costas quando ele, que não precisa de nós, oferece exatamente tudo a quem tudo necessita (Fp 4:19). É um absurdo rejeitar a satisfação daquilo que mais se necessita, e, pior, rejeitar a oferta do único lugar de onde pode vir esta satisfação.

CONCLUSÃO

Há muitos ‘deuses’ sendo oferecidos no que mais parece um mercado – deuses de todo tipo, deuses para todos os gostos. Deuses liberais, que aceitam tudo... deuses exigentes, que proíbem tudo... deuses pequenos demais que precisam ser carregados... deuses que nem mesmo possuem personalidade... há deuses de todos os tipos, com mercadejadores gritando: escolha o seu, escolha o que mais te agrada.
No meio evangélico não é nada diferente do que é encontrado fora do ambiente chamado cristão. Para cada inventor de moda sempre há seguidores, porque sempre houve e sempre vai haver pessoas como as descritas por Paulo, com coceiras nos ouvidos (II Tm 4:3) e que se deixam seduzir facilmente.
Mas, mesmo neste meio confuso, sempre haverá a voz clara do Senhor chamado (Mt 11:28), com carinho e mansidão, as suas ovelhas (Jo 10:27).
É possível que você esteja real e sinceramente interessado em conhecer o Deus verdadeiro e experimentar as suas bênçãos (Jo 17:3) – se é assim, seja como os bereanos e dê ouvidos apenas às Escrituras (Jo 5:39). O que você conheceu agora é suficiente para saber que Deus já te mostrou tudo o que você precisa para viver sob a sua maravilhosa graça.
E permanece de pé o convite feito pelo Senhor através de Isaías: dê ouvidos ao Senhor, obedeça-o e experimente o melhor desta vida – andar com Deus (Is 1:19). Como é possível a um pecador andar com Deus? Buscando o Senhor enquanto se pode achar, invocando-o enquanto está perto (Is 55:6).
Nunca é demais lembrar: entregue seu caminho ao Senhor que se revelou a você, que mostrou seu favor, sua justiça e misericórdia. Confia sua vida às suas mãos e ele satisfará os desejos do seu coração restaurado por sua graça (Sl 37:5).

Quando nós não sabemos o caminho ainda temos a desculpa por errar – mas quando temos todas as placas e alguém nos diz qual o caminho certo, errar não é mais uma questão de desconhecimento, é uma questão de escolha, e escolhas erradas conduzem a resultados danosos (Pv 14:12) – faça como Josué, pois só existe uma atitude correta a ser tomada: servir ao Senhor (Js 24:15).

domingo, 12 de abril de 2015

DISCIPULADO EM QUATRO ETAPAS: ESTUDO nº I – O QUE SOMOS

INTRODUÇÃO

Existem verdades que nos ajudam a resolver problemas de todos os tipos. Por exemplo, é verdade que 2+2 = 4. Também é verdade que um objeto, qualquer que seja ele, solto no espaço, tende a dirigir-se ao solo pela força da gravidade. São verdades que não podem ser questionadas na área científica e do senso comum. Mas há outras verdades que estão em outros campos, e que requerem explicações mais elaboradas.

NINGUÉM É PERFEITO

Por exemplo, é verdade que ninguém é perfeito. Como explicar isso. Filosofia… biologia… muitas explicações são oferecidas. Todas as explicações tentam fugir da única explicação verdadeira, que, mesmo nos locais onde elas deveriam ser oferecidas com maior simplicidade e sinceridade, muitos tentam escapar mascarando-a como erro, falha, deslize – quando o nome é, simplesmente, pecado.
Assim, para explicar a imperfeição que existe em todos devemos apelar às Escrituras que nos dizem, de uma maneira clara: todos são pecadores.
Rm 3:23 …pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.

A ORIGEM DA IMPERFEIÇÃO

É, é verdade que ninguém é perfeito. E ninguém é perfeito porque todos são pecadores, não há ninguém que, eventual e constantemente, não se extravie pelo caminho
Sl 14:3 Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.
O que é pecado, afinal? Segundo a própria bíblia pecado é toda desobediência à vontade de Deus revelada nas páginas das Escrituras
I Jo 3:4 Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei.

MAIS OU MENOS PERFEITO

Uma teoria recorrente é a de que, se alguém fizer algo errado, deve, de alguma forma, compensar, numa espécie de balança moral. Será que, realmente, é possível compensar? Vejamos o que diz-nos as Escrituras:
Tg 2:10 Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos.
Por exemplo, alguém que passe 50 anos de sua vida sem matar ninguém, e, de repente, comete um assassinato, é um criminoso, digno de ser colocado numa cadeia da mesma maneira que outro que matou, roubou ou cometeu outros crimes.
Outro exemplo: se alguém resolver fazer um bolo e colocar 11 ovos bons e 1 estragado no liquidificador, quanto da massa foi estragada? Evidentemente, estragou não apenas os outros ovos, mas o trigo, o fermento e todos os demais ingredientes.
O pecado é isto: um fator de contaminação total, geral (se quiser saber mais pesquise sobre a doutrina da depravação total).

O PADRÃO DE DEUS

Se fossemos pensar em uma balança onde as ações dos homens fossem colocadas para serem avaliadas por Deus, mesmo que elas pudessem ser, de alguma forma, boas, e não são
Is 64:6 Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam.
Ainda assim qualquer ato errado já deixaria o homem abaixo do padrão que Deus estabeleceu, que é a perfeição
Mt 5:48 Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.

VAMOS FAZER UM TESTE?

E, como já vimos, ninguém é perfeito. Nem eu, nem nenhum de nós, não é? Para comprovar, tente passar uma semana sem fazer nada errado – e podemos fazer coisas erradas aos olhos de Deus pensando, fazendo ou deixando de fazer. Tente, se quiser, e no nosso próximo encontro nós retornarmos para verificar se houve sucesso.

DISCIPULADO EM QUATRO ETAPAS: ESTUDO nº II – O QUE MERECEMOS

INTRODUÇÃO
Certamente que a experiência de tentar passar uma semana sem cometer alguma espécie de erro, sem pensar coisas erradas, sem fazer o que é reprovável e, mais difícil ainda, fazendo sempre o que é certo e devido é frustrante – chegamos ao final tendo que olhar no espelho e dizer: não somos realmente perfeitos
Rm 7:19 Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.

O SALÁRIO DO PECADO

Então, após admitirmos que o pecado é uma realidade na vida de todas as pessoas, a pergunta a ser feita é: o que um pecador deve receber em retribuição por suas ações? Quem trabalha, merece como salário aquilo que foi combinado entre ele e o patrão. Também houve um acordo feito pelo Criador com a criatura quando tudo se iniciou
Gn 2:17 …mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
De novo, podemos apelar para a nossa experiência para admitir que as Escrituras estão absolutamente corretas. A morte é um fato da existência. Nascer, crescer e morrer. Mas é só isso?

OS BONUS DO PECADO

ENFERMIDADES FÍSICAS E MORAIS

Por causa do pecado a morte entrou no mundo – trazendo todas as mazelas que experimentamos: doença, inimizade, mentira e tudo o mais que gostaríamos de evitar.
Gl 5.19 Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, 20 idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, 21 invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.

INIMIZADE CONTRA DEUS

Mas este não foi o pior dos males. O pior foi entrar em inimizade contra Deus, alheios ao seu amor, sem vida
Ef 4:18 …obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração.

MORTE ESPIRITUAL

Antes mesmo de experimentar a morte física o homem já experimenta a morte espiritual, isto é, o afastamento de Deus, e, pior ainda, este seu estado de inimizade contra Deus faz dele, naturalmente, "filho", isto é, herdeiro, da ira de Deus
Ef 2.1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, 2 nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; 3 entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais.

MORTE ETERNA

Mas isso ainda não é tudo. Andando de um lado para outro, espiritualmente morto, tendo a certeza da morte física, tudo poderia ser resumido em: morreu, acabou! Mas não é isso o que a Escritura – que já vimos estar certa ao falar da realidade do pecado e da própria morte – continua a ensinar. Ela nos fala de uma outra morte, a morte eterna. É inevitável que o homem passe pela morte
Hb 9:27 E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo.
Mas, lamentavelmente, a grande maioria enfrentará uma segunda forma de morte, não a física, porque esta não põe término à existência, mas a eterna:
Ap 20:14 Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo.
Se nossa experiência comum é que todos os homens, indistintamente, praticam o pecado, e se o salário do pecado é a morte, isto quer dizer, então, que todos os homens estão inevitavelmente condenados à morte eterna, isto é, ao inferno? Para que não fiquemos desesperados, fiquemos com o consolo da Palavra de Deus para aguardar nosso próximo encontro:
I Jo 4:18 No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.

DISCIPULADO EM QUATRO ETAPAS: ESTUDO nº III – O QUE PRECISAMOS

INTRODUÇÃO
O fato sermos pecadores e, por isso, merecedores da morte, tanto espiritual, quanto física e eterna, nos adverte que temos um débito que não temos condições de saldar porque é uma ofensa ao próprio Deus
Rm 3.19 Ora, sabemos que tudo o que a lei diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus, 20 visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.

UM DÉBITO REAL

A desobediência à lei nos faz devedores, e, querendo ou não, é inútil toda tentativa de obter a justiça através das obras da lei simplesmente porque é impossível ser obediente à lei todo o tempo. Ninguém consegue, mesmo que seu coração esteja cheio de boas intenções – e mesmo esta (im)possível boa intenção está contaminada pela jactância
Rm 3:27 Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé.

UM DÉBITO IMENSO

O nosso problema é o tamanho da dívida. O pecado é a transgressão à lei divina, à lei de Deus. É uma ofensa ao próprio Deus – e é, por isso, e o débito desta ofensa é proporcional ao ofendido, isto é, é um débito imenso e impagável.
Sl 51.4 Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar
Sem qualquer preocupação com ideias politicamente corretas de defensores de animais, vejamos uma comparação bastante simples: qual atitude seria mais gravemente punida pelo sistema judicial: (a) um chute em um cachorro morto; (b) em um cachorro vivo e sem dono; (c) em um cachorro vivo, pertencente a uma autoridade como um presidente da república; (d) um chute num presidente? Obviamente que o primeiro seria totalmente ignorado e o último poderia render algum tipo de processo ou até mesmo uma temporada numa cadeia.

UM DÉBITO IMPAGÁVEL

Como pagar uma dívida infinita? Uma vez que sabemos que a dívida é proporcional à magnitude do ofendido, logo, a ofensa contra Deus é infinita – e o devedor não é infinito. Somos informados pelas Escrituras que é simplesmente desnecessário tentar
Sl 49:8 (Pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre.)
Dada a magnitude da dívida, precisamos de ajuda para saldá-la. Todavia, mesmo que todos os homens do mundo se juntassem para pagar um único pecado tudo o que poderiam apresentar como oferta pelo pecado ainda seria insuficiente. Nenhuma obra feita por pecadores seria boa o suficiente para pagar a dívida de um pecador perante Deus, por isso a Escritura afirma que era necessário que alguém assumisse esta dívida. E precisava ser alguém que não houvesse experimentado o pecado, uma oferta pura para que tivesse valor diante de Deus, porque ofertas impuras seriam prontamente rejeitadas
Is 1:15 Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.

A NECESSIDADE DE UMA AJUDA INFINITA

A primeira ofensa foi feita por um homem perfeito contra um Deus infinito. A exigência para compensar a ofensa feita tem que ser algo exigido pelo próprio ofendido – e ele requer nada menos que uma oferta perfeita, sem qualquer influência do pecado. Como é obvio que ninguém imperfeito pode oferecer um pagamento perfeito, na forma de um sacrifício perfeito, e, além disso, ninguém também pode oferecer nada que Deus já não possua
Ag 2:8 Minha é a prata, meu é o ouro, diz o SENHOR dos Exércitos.
Sl 50:10 Pois são meus todos os animais do bosque e as alimárias aos milhares sobre as montanhas.

O FIADOR DA REDENÇÃO

Sabendo disto, e sendo o plano eterno de Deus salvar pecadores que não mereciam a sua atenção e seu amor, Deus propôs um pagamento que ele mesmo providenciou, dando-o no tempo determinado para resgatar os pecadores do estado de condenação no qual eles mesmos se colocaram
Rm 3:25 …a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos;
Deus fez isso por amor, um amor que não encontrava motivação nos homens mas em si mesmo, e isto mesmo quando os homens agiam como inimigos. Não temos como duvidar do amor de Deus, porque é um amor que foi manifestado e provado de maneira que não restasse qualquer dúvida
Rm 5:8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.

UM AMOR INIGUALÁVEL

Para que ninguém duvidasse da extensão do amor de Deus ele deu o que havia de mais valioso, oferecendo o sacrifício perfeito, de valor perfeito porque sem pecado, e de valor infinito: seu próprio filho, homem perfeito e Deus eterno.
I Pe 3:18 Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito.

Uma vez que nossos pecados foram pagos, totalmente pagos pelo Senhor Jesus, o que resta a nós, agora redimidos, fazermos? É o tema do nosso próximo estudo.

DISCIPULADO EM QUATRO ETAPAS: ESTUDO nº IV – O QUE RECEBEMOS

INTRODUÇÃO

Já aprendemos três verdades em nossos estudos: o pecado é uma realidade para todos os homens; a morte é a consequência do pecado que todos os homens cometem e que, para evitar a morte eterna de todos os homens Jesus morreu em lugar de pecadores. O que, então, estes pecadores ganham com a morte de Jesus?
Is 53:11 Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si. 12 Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu.

VIDA OU MORTE

Assim como nos adverte sobre a morte, e, ainda, sobre a existência de uma segunda morte, a Escritura também nos aponta para a possibilidade de ter uma vida que é superior em essência à esta que ora desfrutamos. A esta vida, que não é uma utopia mas uma realidade assim como tudo o que vimos até o momento, a bíblia chama de vida eterna
Dn 12:2 Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno.

O DESEJO DE VIVER

Como experimentar esta vida? Como alcançá-la? O desejo de viver eternamente, ou o medo da morte, está presente em todas as pessoas em todos os lugares. E são muitas as tentativas de fugir à morte. Encontramos este anseio em um jovem que vai ao Senhor Jesus
Mt 19:16 E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?
O problema é que a vida eterna não é alcançada por obras humanas, mas por algo que a maioria das pessoas não está disposta a fazer: obedecer a Deus acima de tudo, isto é, amá-lo acima de toda e qualquer coisa, seguindo a Jesus sem qualquer reserva, entregando-se a ele na mais absoluta confiança
Mt 19.21 Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me.

COMO OBTER A VIDA

CONQUISTADA

O que o homem deve fazer para obter a vida eterna? Qual o preço a ser pago? Que sacrifícios são exigidos? Diferente do que muitos pensam, a vida eterna não é obtida por algo que se faz, nem por alguma espécie de troca com Deus, mas por algo que não se faz, isto é, por deixar de confiar em si mesmo e confiar totalmente no Senhor
Sl 37:5 Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará.

RECEBIDA

A vida eterna não é uma conquista do homem, mas é uma dádiva de Deus aos homens através de Jesus Cristo. Quando Jesus morreu na cruz ele conquistou o direito de dar a vida eterna a quem ele desejasse, a quem ele resolvesse chamar
Jo 10:28 Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão.
E ele efetivamente tem chamado para dar-lhes a salvação aqueles a quem ele diz que são suas ovelhas, o que possui um duplo simbolismo, o de Jesus, como o bom pastor que faz tudo pelo bem das suas ovelhas e também o das ovelhas, que ouvem a voz do pastor, conhecem a sua voz e o seguem
Jo 10.14 Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, 15 assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.

UM PRESENTE CARO

E foi exatamente isto o que ele fez: deu a vida por suas ovelhas. A pergunta que precisamos responder neste momento é: você é uma das ovelhas de Jesus ou é contado entre aqueles que ele chama de cabritos
Mt 25.32 …e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; 33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda; 34 então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.
O benefício de ser contado entre as ovelhas de Jesus é ser feito filho de Deus, receber a vida eterna e ir morar com ele no paraíso pra todo o sempre.
Jo 1:12 Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.

FILHOS DE DEUS

Enquanto os homens, por sua natureza, são filhos da ira, aqueles que recebem Jesus como seu Senhor e salvador são chamados por Deus de seus filhos, amados por ele e alvo dos seus cuidados paternos. E se é muito bom poder chamar alguém de pai, imagine ter o próprio Deus como nosso pai
Rm 8:15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.
O que não podemos esquecer é que só podemos ser feitos filhos de Deus através de Jesus. Ninguém mais pode nos fazer filhos de Deus, nem tampouco instituição nenhuma, mesmo que cheias de boas intenções
At 4:12 E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.
Lembre-se: somente Jesus, e ninguém mais, pode nos conduzir ao Pai, porque só ele morreu na cruz em lugar de pecadores. Só ele é homem perfeito, só ele é o filho eterno de Deus, portanto, divino
Jo 14:6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.
Assim, só nos resta uma atitude, um conselho: orar ao Senhor para que ele incline o nosso coração para que andemos em seus caminhos, e o amemos de todo o nosso coração
I RS 8:57 O SENHOR, nosso Deus, seja convosco, assim como foi com nossos pais; não nos desampare e não nos deixe; 58 a fim de que a si incline o nosso coração, para andarmos em todos os seus caminhos e guardarmos os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, que ordenou a nossos pais.

QUE EVANGELHO É ESSE? - UMA MENSAGEM EM Cl 1.24-29

O VERDADEIRO EVANGELHO É A NOSSA CARTA DE LIBERTAÇÃO

Paulo conclui a seção anterior (Cl 1.23 - ...se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro) apresentando-se como ministro do evangelho. E o que é o ministério evangélico, do ponto de vista de Paulo? O que um ministro do evangelho tem a oferecer? O que o evangelho traz para aqueles que, anteriormente, eram alheios às promessas, alheios à aliança de Deus, sem Deus no mundo?
Os colossenses foram chamados à fé pelo evangelho que lhes foi pregado por Epafras. Paulo lhes diz que eles são concidadãos dos santos (Ef 2:19 - Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus), herdeiros das promessas, reconciliados com Deus na medida em que perseveram no evangelho. Epafras ofereceu aos colossenses o que ele possuía de melhor – as boas novas da salvação em Jesus Cristo, o genuíno evangelho de Cristo. Qualquer pregador que ofereça algo diferente disso é como um garimpeiro mal intencionado que oferece pirita aos incautos. Pirita é uma espécie de mineral também conhecida como ouro de tolo e de nenhum valor. Pode até parecer com um ministro do evangelho, mas é ministro de satanás de quem segue os passos e manhas (II Co 11.14-15 - E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras).
Ninguém é capaz de oferecer mais do que o evangelho – pode até ir além nas suas promessas, mas será como alguém que oferece uma grande soma por algum objeto mas entrega apenas dinheiro falso ou um cheque sem fundo. Mas, afinal, que evangelho é esse que foi recebido pelos colossenses, pregado por Epafras e a respeito do qual Paulo diz que nem ele tinha direito de acrescentar absolutamente nada por que qualquer acréscimo seria absolutamente inútil (Gl 1:8 - Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema)?

QUALQUER DOS FALSOS EVANGELHOS PRODUZEM FALSA LIBERDADE

Paulo já lutava contra outro evangelho. E mais tarde a Igreja teria que enfrentar outros “evangelhos” que surgiriam – gnósticos, docéticos e muitos outros. A Escritura nos diz que, nos dias de Paulo, havia outra mensagem que também se apresentava como evangelho – mas não era o evangelho de Cristo. Era uma novidade que, ao invés de trazer novidade de vida, fazia o homem mergulhar ainda mais na escravidão. Era uma novidade semelhante à pregação dos fariseus – rodeavam o mar para fazer um prosélito e dele faziam duas vezes mais filho do inferno do que eles próprios (Mt 23:15 - Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!).
Que evangelho era esse que levou homens medrosos a se tornarem ousados? (At 5:29 - Então, Pedro e os demais apóstolos afirmaram: Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens). Que evangelho era esse que transformava homens tidos como de pouca ou nenhuma cultura em pessoas reconhecidamente portadores de um conhecimento diferenciado (At 4:13 - Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus).
Que evangelho era esse que levava Paulo a pregar, e a continuar pregando mesmo sob ameaça de morte (At 23:21 - Tu, pois, não te deixes persuadir, porque mais de quarenta entre eles estão pactuados entre si, sob anátema, de não comer, nem beber, enquanto não o matarem; e, agora, estão prontos, esperando a tua promessa) e, ainda mais, mesmo quando perseguição e a morte se fizeram presentes, como no caso de Tiago e de Estevão (At 7.60-8.1 - Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado! Com estas palavras, adormeceu. E Saulo consentia na sua morte. Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria)?
Que diferença tem este evangelho dos falsos evangelhos que surgiram e desapareceram? Que diferença tem este evangelho dos falsos evangelhos que continuam surgindo o tempo inteiro como se fossem pragas em jardim? A resposta é: este é o evangelho do Senhor Jesus, é o evangelho da salvação (Rm 1:16 - Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego), este é o evangelho que é, simplesmente, a Palavra eterna de Deus (Mt 24:35 - Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão). Somente este evangelho produz a verdadeira liberdade (Jo 8:32 - ...e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará). Vamos conhecê-lo melhor?

I.        É O EVANGELHO DO SENHOR ABSOLUTO (24)

24 Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja.
O evangelho do qual estamos falando é o evangelho que foi confiado aos discípulos do Senhor – e eles deveriam pregá-lo. Foram enviados para o mundo todo – poucos, para uma missão grandiosa: ir por todo o mundo, anunciar o evangelho a toda criatura (Mc 16:15 - E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura).
Por este evangelho, no cumprimento do mandato do Senhor, Paulo já havia experimentado vários tipos de sofrimento (II Co 11.23-27 - São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez) – mas o que realmente importava era que sobre ele pesava a obrigação de cuidar do rebanho em obediência ao mandato do Senhor do evangelho (II Co 11:28 - Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas).
Estes sofrimentos não eram motivo de tristeza, mas de regozijo por saber que, em meio a eles o Senhor estava abençoando as Igrejas por onde o evangelho estava chegando. As aflições do corpo de Cristo eram uma realidade na vida do apóstolo Paulo – a ponto de ele afirmar ter as marcas de Cristo e suportar as angústias que o Senhor avisou que seriam experimentadas pelos seus discípulos.
Em sua limitação e fraqueza, em seu sofrimento e tribulações as Igrejas eram beneficiadas – e era isto o que Paulo considerava quando se tratava de seu ministério. Ele desejava estar com Cristo, mas sabia também que, enquanto não fosse chamado pelo Senhor, as Igrejas seriam beneficiadas com seu trabalho (Fp 1.23-25 - Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne. E, convencido disto, estou certo de que ficarei e permanecerei com todos vós, para o vosso progresso e gozo da fé). Não importava a que custo, não importava o preço, o que importava era que o evangelho continuasse a ser proclamado (Fp 2:17 - Entretanto, mesmo que seja eu oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, alegro-me e, com todos vós, me congratulo).

II.     É O EVANGELHO QUE CUMPRE AS PROFECIAS (25)

25 da qual me tornei ministro de acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor, para dar pleno cumprimento à palavra de Deus:
O evangelho do qual estamos falando é aquele que confirma tudo quanto foi anunciado anteriormente através das páginas das Escrituras e que informa que tudo quanto foi revelado anteriormente apontava para Cristo, a plenitude da revelação de Deus (Hb 1.1 - Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo).
Paulo se tornou um ministro (ele não usa a palavra doulos - escravo, para indicar servidão, como faz em outras ocasiões), alguém que de bom grado zela para que o serviço seja bem feito, seja organizado e agrade ao seu senhor. O papel do ministro do evangelho é seguir os passos de Cristo, apontar para o que dizem as Escrituras (Lc 24:27 - E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras) que testificam a respeito do messias, do Senhor Jesus (Jo 5:39 - Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim).
O evangelho do Senhor que Paulo servia era simplesmente a consumação de um plano anunciado primariamente no Éden e que foi sendo, progressivamente, revelado ao longo de toda a história da redenção – desde os patriarcas, profetas, reis até chegar ao cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29 - No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!), Jesus, aquele que obteve o testemunho do próprio Deus de que tinha a sua inteira aprovação (Mt 3:17 - E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo).
Este evangelho reflete a programação de Deus, a sua vontade sendo executada cuja pregação foi confiada aos apóstolos, a Paulo e aos que creem no evangelho que salva pecadores anteriormente inexoravelmente condenados à morte. Deus, em sua infinita sabedoria, dispôs todas as coisas para que os colossenses tivessem pleno conhecimento da palavra de Deus – Deus, em sua infinita sabedoria, dispôs todas as coisas para que você tivesse o conhecimento necessário da palavra de Deus nesta noite. Deus dispôs tudo para que você viesse aqui e ouvisse nesta noite que o evangelho é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê, e isto independe de sua nacionalidade ou qualquer outro fator (Rm 1:16 - Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego). É deste evangelho que estamos falando – o evangelho que cumpre a promessa de salvação feita desde os portões do Éden.

III. É O EVANGELHO QUE É A PLENA REVELAÇÃO DA VONTADE DE DEUS (26)

26 o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos;
Este evangelho que anunciamos revela a vontade de Deus que, muitas vezes, era apenas sugerida, prefigurada, nas páginas do Antigo Testamento. Sabemos que os homens sempre quiseram conhecer a vontade de Deus – ou dos deuses, no caso da história de uma humanidade que preferiu adorar as criaturas ao invés de dar ao criador a glória que lhe é devida (Rm 1.22-23 - Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis).
A humanidade já tentou conhecer a vontade da divindade através de alucinógenos, entranhas de animais, pedras, ossos, búzios, oráculos – nada tão antigo, nada tão novo, como adverte o sábio (Ec 1:9 - O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol). Mesmo com todo este aparato continua sem conhecer a vontade de Deus se não for busca-la no único lugar onde ela pode ser encontrada – na auto revelação de Deus, nas páginas das Escrituras e na pessoa bendita de Jesus Cristo.
 É o evangelho que revela a vontade de Deus que muitas vezes era apenas prefigurada, mostrada como uma sombra e que ainda permanece oculto para os incrédulos, ainda permanece oculto para todos aqueles que se prendem a preconceitos religiosos ou filosóficos, como aconteceu com os fariseus que, diante de Jesus, vendo suas obras, ouvindo seus ensinos, ainda assim se negavam a admitir que diante deles estava o messias (Jo 10:24 - Rodearam-no, pois, os judeus e o interpelaram: Até quando nos deixarás a mente em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o francamente), e, mesmo Jesus dizendo claramente ser o autor da vida, o doador da vida eterna, o pai da eternidade, o filho de Deus e ser uno com o pai, ainda continuaram incrédulos (Jo 10.28-30 - Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. Eu e o Pai somos um).
Não é falta de conhecimento – é falta de discernimento – que leva à rejeição da revelação do mistério que foi revelado. Mistério, nas palavras do Novo Testamento, não é algo sinistro ou impossível de ser conhecido, mas algo que esteve oculto por muito tempo mas finalmente foi mostrado, no tempo exato, na plenitude dos tempos, de maneira plena, clara e definitiva (Tt 2:11 - Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens) e é percebido pelos que recebem a Jesus como seu salvador (Mt 13:11 - Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido).

IV.  É O EVANGELHO QUE GLORIFICA A DEUS (27)

27 aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória;
É o evangelho que traz o conhecimento da glória de Deus. Os atributos de Deus podem ser percebidos na criação, mas ela não diz quem ele é. Diz que há um criador grandioso, um sustentador sábio, um governador sempre atuante, mas não tem o propósito de dizer, para o homem caído e com o entendimento obscurecido pelo pecado, quem ele é – e é o evangelho quem traz este conhecimento. Os gregos adoravam vários deuses, eram acentuadamente supersticiosos embora já houvessem a muito abandonado seus escrúpulos religiosos – e neste ambiente o evangelho revela-lhes o Deus que eles não conheciam (At 17:22-23 - Então, Paulo, levantando-se no meio do Areópago, disse: Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos; porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio).
Por causa da incapacidade do homem em conhece-lo Deus designou fazer-se conhecido de maneira definitiva, revelando o esplendor da sua glória diante dos homens – e o fez na pessoa de Jesus Cristo. Esta revelação não se limitou aos judeus (Jo 1:11 - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam) mas foi também designada para os gentios, para todas as nações da terra, como havia sido preanunciado a Abraão e repetido inúmeras vezes nas páginas do Antigo Testamento (Is 55:5 - Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu correrá para junto de ti, por amor do SENHOR, teu Deus, e do Santo de Israel, porque este te glorificou).
É verdade que Deus preferiu restringir a sua revelação pessoal aos hebreus durante um tempo (Êx 19:6 - ...vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel) mas, mesmo neste período membros de outras nações puderam reconhece-lo como Deus, como Naamã (II Rs 5.15) e Dario (Dn 6.26) até que chegasse o momento certo, ao qual Paulo chama de plenitude dos gentios (Rm 11:25 - Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios) e estes pudessem, então, invocar livremente o nome do Senhor para que fossem salvos (At 2:21 - E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo) e obtivessem, também eles, a esperança de, mediante a fé, fazer parte desta nação de sacerdotes (I Pe 2:9 - Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz).

V.     É O EVANGELHO QUE ELEVA O HOMEM AO PADRÃO DE DEUS (28)

28 o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo;
A Escritura afirma que o padrão de Deus para o homem é nada menos que a perfeição (Mt 5:48 - Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste). Ela também afirma que nenhum homem jamais alcançou, alcança ou alcançará este padrão (Ec 7:20 - Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque).
É somente pelo conhecimento do evangelho, pelo nascer de novo que o homem pode, enfim, ser tornado apresentável diante do criador. E é este evangelho que Paulo pregava – o evangelho que transforma vidas, que leva pecadores a, convertidos, viverem não mais segundo as inclinações da sua própria carne e buscarem agradar ao Senhor em tudo quanto fizerem (I Co 10:31 - Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus). O evangelho é nada menos que a admoestação de Deus através de palavras humanas ao pecador para que ele se reconcilie com Deus (II Co 5:20 - De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus).
É somente mediante o evangelho de Jesus Cristo – e Jesus Cristo é o próprio evangelho, que o homem pode chegar a Deus (Jo 14:6 - Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim) e ser colocado diante dele, sendo, diante do pai, apresentado pelo próprio Cristo, tendo Cristo como mediador e fiador de uma nova e superior aliança (Hb 7:22 - ...por isso mesmo, Jesus se tem tornado fiador de superior aliança).
Somente em Cristo o pecador é finalizado, isto é, atinge o padrão que Deus estabeleceu. Somente em Cristo o homem pode ser considerado aperfeiçoado, não necessitando mais de complemento algum (II Co 5:17 - E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas). Embora pecadores, somos apresentados a Deus como regenerados, lavados pelo Espírito no precioso sangue de Cristo (Tt 3:5 - ...não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo).
Cristo, na sua morte, faz de todos aqueles que nele creem seu povo, sua Igreja, sua noiva – e a apresenta, orgulhosamente, ao seu pai como seus discípulos amados que se empenham em se manterem no caminho, andando com Cristo, aguardando, ansiosamente, o momento de seu retorno (II Pe 3:14 - Por essa razão, pois, amados, esperando estas coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele em paz, sem mácula e irrepreensíveis).

VI.  É O EVANGELHO QUE DEVE SER ANUNCIADO PODEROSAMENTE (29)

29 para isso é que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim.
O evangelho não pertence a homem algum, nem a Igreja alguma. O evangelho pertence ao Senhor e somos apenas embaixadores que ele mesmo escolheu para proclamá-lo (I Co 9:16 - Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!). Assim como o evangelho não nos pertence, embora seja nosso no sentido de que a verdade nos foi dada, não temos o direito de guardá-lo ou escondê-lo – ele deve ser pregado perseverantemente.
Este evangelho não pode ser falseado porque não nos pertence – ele é o evangelho da verdade, e a verdade não pode ser temperada com mentiras (Ef 1:13 - ...em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa).
O evangelho é a pura palavra de Deus, e não deve ser misturado com impressões humanas como se isso fosse dar maior credibilidade ou eficácia à palavra pregada (I Co 2:4 - A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder) porque uma pregação humanizada só vai produzir adesões e nunca verdadeiras conversões, porque estas são frutos da atuação do Espírito (Jo 1:13 - ...os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus).
Para que o homem seja aperfeiçoado, para que o cego veja, para que o coxo salte, para que o que está morto tenha vida – para isso o evangelho é anunciado. Para que o incrédulo creia. Para que a tristeza e desespero ceda o lugar à fé e à alegria – para isso o evangelho é anunciado. Para que você se converta e seja salvo – eis o motivo para este evangelho estar sendo pregado agora (Ez 18:32 - Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o SENHOR Deus. Portanto, convertei-vos e vivei).
Perigos e provas não devem desanimar ninguém em relação ao evangelho. Não sofremos o mesmo que os apóstolos sofreram ou que os primeiros cristãos sofreram. Não estamos sofrendo o que muitos irmãos nossos estão sofrendo na África e na Ásia. O máximo a que estamos sujeitos é à zombaria, desprezo e descaso dos amigos, dos sábios e poderosos deste mundo – mas nada disso deve ser suficiente para desanimar da proclamação incessante do evangelho – a nós cabe anunciar, a eficiência da proclamação está confiada ao poder do Senhor. Era o poder de Deus, e não a eloquência paulina, que transtornava o mundo antigo (At 17:6 - Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui).

O PERIGO DE SEGUIR OUTRO EVANGELHO

Cuidado com pirita – cuidado com o ouro de tolo. Cuidado com o que tem apenas aparência de piedade mas que, na verdade, é apenas uma luminosa armadilha para apanhar os incautos – se possível, até mesmo manter nas prisões do erro eleitos que desconhecem o verdadeiro evangelho (Mt 24:24 - ...porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos).
Cuidado com a aparência de piedade, com o uso constante do nome do Senhor e até com a realização de prodígios pela operação do erro (II Ts 2:11 - É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira) sem, todavia, guardar os mandamentos do próprio Senhor – estes serão rejeitados pelo Senhor no dia do juízo (Mt 7:21 - Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus).
E o que acontecerá com aqueles que seguirem a tais pregadores de falsidades, ministros de satanás (II Co 11:15 - Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras)? Mesmo que alguém afirme que eram inocentes e que não conheciam o verdadeiro evangelho, mesmo que alguém afirme que estavam enganados, a verdade é que seguiram a mentira ao invés de adorarem ao criador, e serão tornados semelhantes aos guias cegos que os guiavam (Sl 115:8 - Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e quantos neles confiam).

COMO RECONHECER UM FALSO EVANGELHO

Temos exemplos nas Escrituras de algumas pessoas que receberam o apostolo Paulo e, ouvindo o que ele ensinava, tomaram uma atitude bastante sábia, que é aconselhavam para nós também, mesmo vinte séculos passados: eles conferiam o que Paulo dizia com o que as Escrituras afirmavam. Vamos ver o que eles faziam:
Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim (At 17:11).
i.                   Em primeiro lugar, eles receberam a Palavra de Deus com avidez, com desejo de conhecer, afinal, eram as tão aguardadas boas novas do evangelho;
ii.                Em segundo lugar eles examinaram as Escrituras, conferiam as afirmações de Paulo com o que as Escrituras afirmavam a respeito do messias;
iii.             Em terceiro lugar eles procediam a este exame diariamente, porque assim como o alimento para o corpo é diário, também é a necessidade da alma em relação à Palavra de Deus.
Certamente os bereanos, após perceberem que o evangelho era o que haviam esperado, era o mistério que estivera oculto, eles certamente deram um quarto passo: eles abandonaram a vã esperança que depositavam em qualquer outra coisa e abraçaram a fé no Senhor Jesus Cristo, com todas as mudanças que isto poderia significar para suas vidas. Poderiam perder reconhecimento social, como Paulo, que, de enviado pelo sinédrio para perseguir cristãos, passa a ser perseguido por causa do nome de Cristo; poderiam ter dificuldades no emprego, como o cego que é curado por Jesus (Jo 9:8 - Então, os vizinhos e os que dantes o conheciam de vista, como mendigo, perguntavam: Não é este o que estava assentado pedindo esmolas?).

O QUE FAZER COM UM FALSO EVANGELHO

A mesma coisa que você faz quando lhe dão uma nota falsa de dinheiro, seja ade R$ 10,00 ou R$ 100,00 – considere-a inútil, sem proveito. Não a guarde, nem a passe adiante. Se você o fizer, se guardar, se tentar depositá-la no banco será envergonhado. Como Paulo adverte, considere-a sem proveito, inútil, anátema.
Não dê crédito a quem intenta lhe passar um falso evangelho – o fim do erro é a perdição. Não aceite seu veneno, não abra a sua casa.

O QUE VOCÊ DEVE FAZER

O que você deve fazer ao conhecer o verdadeiro evangelho? A mesma coisa que você faz com algo real, com algo verdadeiro, com algo que tem valor. O Senhor Jesus ilustra isso ao falar sobre a pérola de grande valor. O comerciante de perolas vende tudo o que possuía para adquirir algo que valia incomensuravelmente mais do que o que estava disposto a abrir mão (Mt 13:46 - ...e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra).
O que você deve fazer se já conhece o evangelho – viver de modo digno do evangelho (Fp 1:27 - Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica) e proclamar o evangelho da salvação por onde for (Mc 16:15 - E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura). Ser embaixador do ministério da reconciliação (II Co 5:18 - Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação). Ser sal e luz. Fazer a diferença num mundo que jaz no maligno.

O que nós todos nós, que sabemos qual o verdadeiro evangelho, devemos fazer? Sair daqui esta noite e dizer em alto e bom som hoje e sempre, em todo e qualquer lugar, que somos discípulos de Cristo – e que não nos envergonhamos de servir ao crucificado. Não nos envergonhamos do evangelho – somos embaixadores, não agentes secretos de Jesus (Rm 1:16 - Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego). Embaixadores no trabalho, na escola, no lazer, em casa, na rua. Embaixadores entre amigos e entre opositores, mas sempre embaixadores (II Tm 1:12 - ...e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia).

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