sábado, 21 de novembro de 2020

AVANÇANDO NA GRAÇA

 

AVANÇANDO NA GRAÇA

Fp 3:12 Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. 13 Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, 14 prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.

Imagine você um exército entrando pelo território totalmente dominado pelo inimigo, tendo que enfrentar não apenas os soldados adversários e suas estratégias de guerra cruelmente arquitetadas, mas também toda a população hostil. Para complicar um pouco mais o inimigo espalhou armadilhas, minas terrestres, por todo o território. E o exército tem que continuar avançando, cercado de inimizade por todos os lados, desviando das minas sendo guiado por um especialista, até chegar a um lugar determinado onde possa, então, vencedor, repousar tranquilamente. Exercite um pouco mais a sua imaginação e pense em um soldado que, cansado de tanta marcha, de tantas lutas, resolva descansar. Seu exército continua marchando, ele não se anima mais a lutar, para de avançar. Você consegue imaginar o que poderia acontecer com este soldado mais descansado, para dizer o mínimo? E se ele resolvesse correr atrás do exército, como saber onde estão as armadilhas? No fim, ele não apenas não usufruirá da vitória e do descanso com seu exército nem tampouco será bem tratado pelo adversário. Esta é uma analogia simples sobre a caminhada cristã. Como toda analogia, ela cobre apenas um aspecto de um todo muito mais complexo, mas serve-nos, neste momento.

DEFINIÇÕES

Sempre que vamos tratar de um assunto eu acredito que a primeira coisa que precisamos fazer é definir do que estamos falando. Assim, se o nosso tema é “AVANÇANDO NA GRAÇA” precisamos definir porque precisamos avançar e também o que é graça.

TERMOS QUE INDICAM NECESSIDADE DE PROGRESSO

Inicialmente, o texto da carta de Paulo aos filipenses fala de uma insatisfação pessoal do apóstolo. Paulo sentia que ainda não havia atingido o ponto máximo da vida cristã. Ele sabia que ainda não conseguia agradar a Deus com o que ele era e fazia. Ainda lhe faltava algo in essentiaÉ por isso que ele diz que sabia que ainda não tenha recebido ou alcançado a perfeição. Qualquer cristão que sentir-se satisfeito com o estágio alcançado em sua vida cristã ainda não compreendeu o que é viver pela fé. A chave do pensamento de Paulo neste texto é prosseguir, é avançarA palavra prosseguir é diwkw=. O verbo indica uma ação constante, com a participação ativa da vontade do agente. Entre muitos significados estão o de afastar-se (do que ficou para trás) e correr com determinação buscando alcançar o ponto de chegada. Metaforicamente diwkw= significa procurar ansiosamente, esforçar-se com todo o empenho para alcançar a meta proposta. Como a nossa meta é a perfeita varonilidade, a estatura de varão perfeito (e só Cristo é varão perfeito) não temos como dizer que já alcançamos (Ef 4:13). 

A segunda palavra que Paulo usa é avançar. e)pekteinomeno/j é usado referindo-se metaforicamente à um corredor que, no intuito de ganhar velocidade e chegar o mais rapidamente possível à linha de chegada inclina-se para a frente, e usa as mãos como alavanca para ganhar equilíbrio e mais velocidade. Note que as duas palavras usadas por Paulo para indicar a nossa necessidade de avançar são sempre indicando um esforço pessoal, constante e consciente. Dizendo de uma maneira mais simples e direta: “Você não vai crescer, não vai avançar se não tiver vontade, se não tiver disposição e se não agir neste sentido”(Fp 3:12-14).

GRAÇA

Embora a palavra graça não apareça neste texto da carta aos filipenses, o conceito está presente. Paulo fala claramente sobre o alvo da soberana vocação, o chamado de Deus que levanta os mortos, salvando-os de seu estado de condenação. Sobre a eficácia da graça de Deus o próprio Paulo menciona a graça de maneira mais direta em outro texto referindo-se à sua vida e ao seu trabalho (1Co 15:10).

Graça (kariti/) tem vários significados, inclusive na bíblia, mas o conceito que pretendemos abordar significa a influência divina do Espírito Santo sobre o coração (sede essencial do ser humano) com reflexos em todas as áreas da vida, ocasionando o novo nascimento, a experiência da vida eterna e a capacitação para viver por modo digno do evangelho já aqui (Fp 1:27).

Viver pela graça não significa uma vida de ócio confortável, acreditando que por Jesus já ter feito tudo o que era necessário para a salvação e que fará todo o resto não quer dizer que não haja a necessidade de cooperação responsiva no processo de santificação (Fp 1:6).

Não pense que, porque Jesus declarou que tudo está feito você não precisa fazer mais nada, bastando simplesmente descansar e esperar no Senhor, usando e maneira descontextualizada textos bíblicos (Sl 127:2).

Observe que o ensino das Escrituras não é o de ficar preguiçosamente sem fazer nada. O que é ensinado é que, sem a benção de Deus, trabalhar demais não resultará em prosperidade. Mas trabalhar de menos (ou não trabalhar) certamente trará de maneira inevitável a ruína (Pv 24:33-34).

Vamos notar três características da graça que nos ajudam a avançar, mesmo se tivermos que enfrentar os mais diversos tipos de obstáculos.

I. GRAÇA PODEROSA

Todos nós conhecemos numerosos versos das Escrituras que falam da graça de Deus. Quem não conhece, por exemplo, o texto no qual Paulo fala que pela graça somos salvos como um favor imerecido de Deus? (Ef 2:8).

E é justamente nesta expressão de Paulo, retirando do homem qualquer parcela de mérito pela sua salvação que nos leva a pensar: de onde vem, então, o poder para que o crente possa avançar na graça? A única resposta possível, encontrada nas páginas das Escrituras é: em Cristo Jesus, no autor e consumador da nossa salvação, para quem avançamos sem deixar que os nossos olhos sejam atraídos por outras coisas, por mais interessantes que possam parecer (Hb 12:2).

 Escrevendo ao jovem pastor Timóteo Paulo lhe diz para fortificar-se na graça. Qual o método? Não há método fácil, nem passos a serem observados como num ritual. Tudo o que Paulo ensina a Timóteo é para ter comunhão com o Senhor Jesus (2Tm 2:1).

Não há nenhuma novidade no que Paulo está ensinando. Este ensino está de acordo com o que Jesus diz a respeito de si mesmo e de todos aqueles que crerem nele (Jo 15:5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer).

Assim como Jesus não ensinou nenhuma novidade, mas apenas transmitiu aquilo que pelo Pai lhe foi dado para nos trazer como boa nova de salvação, Paulo também diz exatamente o que o Senhor Jesus disse porque o que ele ensinava ele aprendeu diretamente do Senhor Jesus (Gl 1:12).

Não há como avançar na graça sem cumprir este pré-requisito que é apresentado pelo próprio Jesus Cristo: estar em Cristo Jesus porque a graça é dele e por meio dele. Qualquer cristão que queira viver pela graça e crescer espiritualmente tem que estar conectado ao Senhor Jesus.

II. GRAÇA QUE SUSTENTA A ESPERANÇA

1Pe 1:13 Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo.

O cristão não vive sustentado apenas por dados e fatos. Existe algo mais que o impulsiona. Paulo define esta situação dizendo que o cristão vive por fé (2Co 5:7).

E é a fé que alimenta a sua esperançosa certeza de que as aflições do tempo presente são insignificantes se comparadas com a glória que há de ser revelada nos filhos de Deus (Rm 8:18).

Mas, enquanto isto não acontece, o cristão vai sendo sustentado pelo amor de Deus que é derramado em seu coração pelo Espírito de Deus - que é outorgado, isto é, dado sem merecimento, por graça (Rm 5:5).

Assim como a graça é instrumento de salvação e crescimento para o crente, ela também é a maneira como Deus comunica esperança ao que antes estava perdido.

O que aconteceria se tivéssemos que confiar a nossa salvação às nossas ações, e isto mesmo depois de termos ouvido o evangelho e aceito a mensagem? Como nossa historia de vida seria caracterizada? Jesus nos dá três tipos de histórias possíveis, porque sem sombra de dúvidas ele conhece o coração do homem e sabe que ele não é confiável (Jo 2:23-25).

Na parábola do semeador (Mc 4.1-20) Jesus fala das seguintes reações: dureza de coração, porque muitas pessoas estão com suas mentes e emoções totalmente escravizadas a satanás; superficialidade, onde as aparências e interesses momentâneos produzem uma fé instantânea mas inconsistente e sem fundamento e, por fim, sufocada, onde a agenda do mundo é mais importante que a agenda divina. É por isso que a Escritura fala de homens como Demas. Apesar de chegar a ser qualificado como cooperador do apóstolo Paulo mas termina retratado como um homem mundano. Qualquer um de nós conhece pessoas que corriam bem, como cantamos no hino 132, mas abandonaram a ocorrida e hoje são motivo de espanto e vergonha, não podendo dizer que completaram a carreira(2Tm 4:7).

Saíram do meio da Igreja, porque não pertenciam à Igreja. Sua história pode ser resumida como não tendo tido, jamais, vida em si mesmos, e também não terem experimentado a vida pela graça de Cristo e, por isso, retrocederam (Hb 10:39).

Esta conservação da alma a que o escritor se refere não depende do esforço do homem, mas justamente do fato do pecador receber a dádiva da graça que lhe dá esperança (Rm 9:16).

O ensino da Escritura é que vamos a Jesus porque somos ovelhas que o Pai lhe deu. E não nos perdemos porque o bom pastor nos guia em todas as situações, até que cheguemos ao lugar de descanso. A garantia que temos está no fato de que ele não deixa que nenhum de nós se perca (Jo 17:12).

É bom repetir isto: nenhum daqueles que forem dados pelo Pai, e forem a Jesus, será rejeitado ou lançado fora por ele, e muito menos poderá ser tomado por qualquer poder físico ou espiritual (Jo 10:28).

Note que so estará seguro, isto é, só poderá avançar pela graça quem estiver nas mãos do Senhor Jesus porque ele é o único que pode sustentar a nossa vida, já que ninguém mais possui autoridade suprema. Quem garante isto é a Escritura, que afirma que Jesus detém em suas mãos toda a autoridade, tanto nos céus quanto na terra (Mt 28:18).

Nossa esperança está alicerçada inteiramente na graça de Deus, e por isso podemos avançar confiantemente na direção daquele que faz dos seus mais que vencedores.

III. GRAÇA QUE PRODUZ CRESCIMENTO

2Pe 3:17 Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria firmeza; 18 antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.

Por fim, vamos abordar mais um aspecto da graça. É correta a idéia de avançar na graça, por que a graça não é estática. Pedro usa o verbo a)uca/no, no presente ativo imperativo (au)ca/nete), indicando que crescer na graça não é uma opção, mas é uma ordem bíblica que deve ser constante na vida do crente porque isto faz parte de sua natureza: crescer, frutificar abundantemente (Jo 15:16).

A preposição (e)n) usada por Pedro tem uma série de significados, mas aqui ela indica que o crescimento só é possível pela instrumentalidade da graça. Você pode ser um grande profissional em qualquer área se for uma pessoa esforçada e souber aproveitar as oportunidades (Pv 22:29).

Embora seja possível alcançar progresso em práticas espiritualistas com esforço e dedicação, independente da graça de Deus (e o nome disto é religiosidade, uma obra humana), só pode avançar, só pode crescer espiritualmente pela instrumentalidade da graça de Deus - e isto com dedicação, esforço e ação do Espírito Santo de Deus (Lc 13:24).

SEMPRE AVANÇANDO, SEMPRE CRESCENDO

Para que haja crescimento é necessário que o cristão esteja disposto a viver em Cristo Jesus, e isto é mais do que uma frase de efeito paulina, mas um desafio e um estímulo para você avançar - mas para avançar você precisa estar desembaraçado de tudo aquilo que atrapalha a sua corrida, como é dito no verso inicial: “esquecendo-me das coisas que para trás ficam”, isto é, não considerando-as dignas de serem carregadas. Note que tudo o que ocupar a primazia do coração do crente é indigna de ser levada adiante. O apóstolo Paulo menciona as suas experiências, e obviamente não se vangloria de algumas de suas realizações pessoais, família, cursos, status, pelo contrário, ele as considera como refugo porque poderiam atrapalhar o que havia de mais importante: ser encontrado em Cristo (Fp 3:8).

O cristão que quer crescer deve ter em mente que, sendo um discípulo de Jesus, deve ter um desejo ardente de ser cada dia mais conformado à imagem de Cristo, ser um cooperador de seu Senhor com a aspiração de poder apresentar-se diante de Deus como irrepreensível (Sl 119:80).

Isto só pode ser alcançado com um desejo e uma disposição de permanecer firme, progredindo diariamente na vida com Deus, confiando inteiramente que, por graça, Deus suprirá todas as nossas necessidades (não estou falando de necessidades materiais ou emocionais) no que se refere à vida com Deus (2Pe 1:3).

Quando falamos de avançando na graça estamos falando do processo de santificação do cristão. O crente tem que progredir sempre, diariamente, porque não fazer o que é devido é omissão, e omissão, segundo as Escrituras, também é pecado (Tg 4:17).

O crescimento na graça é fruto da vida com Deus, com conhecimento de quem ele é, do que ele quer e a prática obediente do que ele ordena, submetendo sua vontade e emoções à direção de Cristo por meio do Espírito Santo. Quanto mais relacionamento com Deus, quanto mais conhecimento de Cristo, mais avanço na vida pela graça. Isto vai ser percebido pela alegria em pertencer a Igreja, participar das suas atividades congregacionais, testemunho da obra de Cristo em sua vida que vai se caracterizar por prudência, conhecimento e experiência, sempre examinando o coração, as afeições que podem ser enganosas, e sua disposição para agir como Deus quer em circunstâncias de lazer, família, trabalho, estudos, vida religiosa na Igreja e devocional pessoa, e todas as demais situações possíveis buscando honrar a Cristo, o redentor, em tudo (1Co 10:31).

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

A QUEM NÃO INTERESSA CELEBRAR O NATAL

Primeiramente não interessa ao judaísmo porque eles se incomodam com o Jesus que veio, o Cristo, o Messias prometido e por eles o Natal seria esquecido, só pela força do determinismo econômico é que o Natal é tolerado em Israel, e celebrado pelos cristãos porque tem sido uma fonte de renda turística para aquela nação [visitas aos túmulos, montes, etc.] – mas, gostando eles ou não, o nome de Jesus é lembrado [Fp 1.18 – Lc 19.40].

Não interessa aos muçulmanos que preferem Maomé, a que querem enaltecer e para tanto é preciso colocar Jesus Cristo em segundo plano. Então não interessa de modo nenhum; eles se pudessem, apagariam o Natal da mente dos homens, riscariam do calendário esta data. Não interessa também aos budistas, as religiões orientais que tem os seus líderes, tem os seus deuses, tem os seus messias, a estes Jesus e o Natal não interessa [At 4.12].

Não interessa ao comunismo teórico (porque prático jamais existiu) porque viu em Jesus Cristo ameaça aos seus ideais, a sua ideologia. Os pseudo-comunistas europeus e os tolos seguidores latino-americanos faziam e fazem questão de não comemorá-lo e quando não podiam evitar que fosse comemorado procuravam distorcer todo o seu significado e relegar a uma festa simplesmente folclórica, desprovida de qualquer conteúdo verídico [I Co 15.14].

Não interessa, atualmente, aos adeptos do movimento sem forma conhecido como nova era. A Nova Era considera a Jesus Cristo um messias ultrapassado; começou a era de aquários e agora eles estão anunciando um novo messias que está vindo aí (o Maetrea) e por isso o Natal não interessa aos da Nova Era, porque eles não consideram Jesus Cristo o Messias, o Senhor, o Messias de Deus, o Cristo de Deus. Eles estão preparando um novo messias que seja a encarnação de Moisés, Zoroastro, de Buda, de Maomé e do próprio Jesus; seja uma reencarnação de todos esses pretensos messias (inclusive do verdadeiro, embora eles o rejeitem), para que haja o messias da Era de Aquário, um Maetrea que vem para solucionar os problemas do mundo segundo os seus critérios [Mt 16.14].

Então a esta gente não interessa celebrar o Natal. Mas não interessa sobretudo ao diabo. É o que mais se incomoda com o Natal porque ele é o inimigo da encarnação. Nos diz João na sua primeira carta, capítulo 4 de que para que se possa reconhecer se um espírito vem da parte de Deus é necessário que este espírito confesse que Jesus Cristo veio em carne [I Jo 4.2]. Então a doutrina da encarnação incomoda a Satanás, porque o espírito que não vem de Deus não confessa que Jesus veio em carne [II Jo 1.7].

É extremamente comum ouvir afirmações de que Jesus Cristo de fato não encarnou, o seu corpo era um corpo fluido, ele era um espírito. Enfatiza-se demasiado a espiritualidade de Jesus. Afirmam os espíritas que ele foi  o espírito mais iluminado que já veio na terra, contudo não confessam a encarnação. É bom lembrar que há, também, o outro lado, os que negam a divindade de Jesus: estudiosos, alguns até com diploma de teologia (mas que não são verdadeiros teólogos, porque pretendem ser estudiosos do que não conhecem – como é possível estudar o que, por eles, nunca foi encontrado ou conhecido?), arqueólogos, espirituólogos, sociólogos e tantos outros "logos" que negam a divindade do encarnado.

Porque a encarnação de Jesus Cristo incomoda satanás? Porque na encarnação o Verbo se fez carne e habitou entre nós e vimos sua glória como a glória do unigênito do Pai [Jo 1.14]. Porque a lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo [Sl 85.10; Jo 1.17] e ele liberta o homem da escravidão tanto do pecado, quanto do diabo e da morte e, também, da lei.  Ele é a luz, alumia a todo o homem [Jo 1.9] que vem ao mundo e na encarnação o homem é religado a Deus e faz parceria com Deus recebendo a dádiva da salvação, devendo, à partir da capacitação graciosa do Espírito Santo, combater o pecado no processo da santificação.

Há uma interação entre Deus e o homem e isto incomoda a satanás, porque ele fica marginalizado. Satanás está acostumado a dominar o homem com mão de ferro, espezinhado-o e humilhando-o durante tantos milênios agora é elevado não à categoria divina, como querem alguns, mas à habitação do próprio ser divino, com o qual Deus passa a habitar - Emanuel, Deus conosco [Mt 1.23]. Ele passa a ser o templo do Espírito Santo e a ser regenerado, transformado na imagem de Jesus Cristo, a semelhança de Jesus Cristo, na estatura, podendo ao menos almejar a estatura do varão perfeito e conseqüentemente usufruir do fato de a serpente ter tido a sua cabeça esmagada.

Então, a encarnação e a ressurreição são doutrinas que incomodam muitíssimo o maligno. É por isso que ele tem tentado, por todos os meios, apagá-la (já que é incompetente para negá-la) da mente dos homens. Se não é possível negá-la, deturpa-a através de uma pseudo-ciência ou do mercantilismo. Agora que, para os adeptos da nova era (e muitos tem seguido seus ensinos sem o saber) estaria começando a "Era de Aquário" e o domínio da Nova Era, desejam com todas as forças apagar da mente e da história humana o verdadeiro sentido do Natal, porque, para os adeptos da nova era Jesus já era.

Satanás é muito sagaz, e, certamente, já percebeu a impossibilidade da negação da encarnação, trabalhando, agora, para a sua descaracterização. Disputa-se sobre datas (como se a data da encarnação fosse mais importante do que a própria encarnação), sobre modos, sobre enfeites, mas não tenho visto grandes disputas pela pregação do nascimento de Jesus. Não me importa a data (não sei o dia em que o Senhor veio ao mundo como uma criança inocente, aliás, a única inocente), não me importam os enfeites, o que importa são os efeitos, mencionado pelos anjos quando anunciaram: "...trago novas de grande alegria que será para todo o povo, de todas as raças, em todos os lugares, de todos os momentos, de todas as línguas...".

O natal é a celebração da comunhão do homem com Deus – sem limitações nacionais, pessoais, culturais, sociais, econômicas, etc. No natal há o anúncio da comunhão universal dos santos (não importando se eram publicanos e pecadores, ou fariseus e saduceus, gregos ou romanos, gentios ou prosélitos). As barreiras criadas pelos homens não têm qualquer espécie de significado para o Senhor que se fez carne e rompeu a barreira da inimizade, o véu que fazia a separação entre nós e o nosso Deus, proporcionando a reconciliação entre Deus (o ofendido) e os homens (os ofensores). Deus vem a nós, para buscar e salvar o perdido.

A pretensão satânica de fazer esquecido o nascimento do Senhor Jesus deve ser repudiada pela Igreja e por seus líderes. O mercantilismo deve ser repudiado pela Igreja. A caracterização exterior sem uma renovação interior deve ser repudiada pela Igreja.

Mas, se o próprio Deus celebrou o nascimento de Jesus, organizando um grande coro de anjos e ordenando aos pastores que se alegrassem com aquele dia bendito, porque fazer diferente? Ah! Dizem alguns, a celebração do Die Solis Invictus é pagã. Tudo bem, se você quer ver apenas a questão da data, há, sem dúvida esta correlação – você pode fugir disto usando a data dos ortodoxos e dos armênios, por exemplo, ambos no mês de janeiro. Se isto te incomoda a ponto de evitar a celebração do nascimento de Jesus que é de origem celestial, tenho que lhe dizer que estás em numerosa companhia. Em outro momento já tratei da questão de que tipo de natal evitar, o natal comercializado, paganizado e idólatra, com papai Noel, renas, gnomos, etc., cheio de tolices e até contencioso. Estes você deve evitar.

Mas o fato é que a mensagem evangélica de paz, vida e amor deve ser proclamada aos corações dos pecadores. Muitos têm sido renovados para a vida justamente nesta época. É uma excelente oportunidade (tanto quanto a páscoa, o encontro no ônibus, o lanche na escola) para proclamar as boas novas de salvação.

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