terça-feira, 21 de março de 2017

A IGREJA PRESERVA SUA IDENTIDADE E DESEMPENHA SUA MISSÃO QUANDO É TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

Todos devem ter plena certeza de que as práticas ilícitas devem se rejeitadas por todos os cristãos. Não há meio termo, e quem desejar tornar-se cristão deve compreender que as decisões que venha a tomar vão impulsioná-lo a deixar de fazer o mal e praticar o bem, pois a conversão ao Senhor leva a prática de obras que demonstrem este arrependimento.
 Santificação é mais do que fazer ou deixar de fazer – santidade é ser do Senhor, é deixar-se orientar pelo Senhor e por sua Palavra e ser habitação do seu santo Espírito. Ser cristão é mais do que seguir uma tal de “lei de crente” que, quando muito, são regras existentes dentro das Igrejas e na maior parte das vezes não passam de mandamentos de homens (Is 29:13) com os quais a Igreja sequer deve se ocupar (Tt 1:14). A única lei que realmente importa, que deve imperar no coração do povo de Deus é a inclinação do Espírito, que leva os corações dos crentes a prática do que é justo diante de Deus e dos homens, independente da cultura e da época.
Em nossa cultura permissiva a santificação é, muitas vezes, confundida com deixar de fazer algumas coisas, mas, mesmo o “deixar de pecar” pode tornar-se num orgulho pecaminoso, num julgamento menos correto de si mesmo, num desconhecimento da real natureza do pecado e num julgamento mais duro a respeito das fraquezas dos outros. Santificar-se significa, inicialmente, separar-se de tudo o que impede o pecador de buscar a glória de Deus. Santificar-se significa tudo fazer buscando a gloria de Deus – e arrepender-se dos pecados por amor ao Senhor, e não por temor das consequências, sem dúvida, corresponde à glorificar o Senhor que deseja que sua Igreja seja santa (Lv 20:7 - Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus).
Para preservar sua identidade e desempenhar sua missão a Igreja de Cristo

I. POSSUI POR GRAÇA A BÊNÇÃO DE SER TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO

Perguntado sobre como um soldado pode desempenhar sua missão da melhor maneira possível o soldado simplesmente respondeu: conhecendo a missão e sabendo quais os obstáculos que podem surgir entre ele e a meta final (Hb 12:14). Evidente que não havia a menor preocupação com a questão de santidade no que ele disse – mas o fato é que esta resposta diz muito sobre como podemos definir santidade: conhecendo a vontade de Deus e, para sermos obedientes até o fim, evitarmos os obstáculos, os pecados, que podem atrapalhar esta jornada (Hb 12.1).
Ainda usando a linguagem militar, santidade é, de certo modo, definido pelo apóstolo Paulo como “cumprir satisfatoriamente a vontade do chefe” (II Tm 2:4). Imagine um soldado que precisa entregar uma mensagem crucial para a movimentação de uma tropa em uma guerra impreterivelmente em 1 dia e percorre apenas 90% do percurso dentro do prazo, mas só consegue chegar 1 semana depois. Que espécie de tratamento ele deve esperar de seus superiores, se superiores ainda existirem?
Como a Igreja poderia manter a sua identidade e cumprir a sua missão sem obediência – se ela perder a sua identidade (Lv 20:7) evidentemente será incapaz de cumprir a sua missão, que é dar frutos (Mt 7:16) que testemunhem a transformação que o Espírito faz na vida do pecador convertido (Ef 4:28) que passa a ter como alvo na vida glorificar o Senhor, fazendo, diariamente, a mesma oração feita pelo salmista (Sl 69:6), aplicando o ensino das Escrituras às situações diárias e não se deixando moldar pelos costumes da cultura em que vive (I Pe 1:14) porque o que é aceitável numa cultura pode ser visto como ofensivo e inconveniente em outra, e por isso escandaloso (Mt 18:7).
Vamos ver o que a Escritura nos diz sobre a necessidade de cada membro ser Igreja e, através da santificação diária, realmente se mostrar como o templo do Espírito e ter a santificação como uma característica constante em seu modo de viver.
12 Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.
13 Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos; mas Deus destruirá tanto estes como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo.
14 Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
15 Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não.
16 Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne.
17 Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele.
18 Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo.
19 Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
20 Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.
I Co 6.12-20
Como a Igreja pode, obedecendo à Palavra de Deus, evitar os erros quanto às suas exigências e mover-se segundo a direção do Espírito Santo? A primeira maneira de a Igreja andar segundo Cristo é

i.                   PRATICAR O QUE É LÍCITO

12 Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.
13 Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos; mas Deus destruirá tanto estes como aquele. Porém o corpo não é para a impureza, mas, para o Senhor, e o Senhor, para o corpo.
14 Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.

A Igreja em Corinto estava localizada em péssima companhia. Havia numerosos templos, e milhares de pessoas dispostas a cultuarem aos deuses pagãos de todas as formas, inclusive as mais imorais possíveis – e esta prática imoral não era vista como ilícita, pelo contrário, jovens coríntios, de ambos os sexos, se colocavam durante um tempo à disposição dos “adoradores” que vinham de todas as partes do mundo greco-romano para comercializarem seus produtos na cidade.
A promiscuidade era generalizada e a prostituição cultual institucionalizada tornavam a vida da Igreja complicada em diversos aspectos, a ponto de Paulo insistir que o corpo não é para a impureza (I Co 6:13) e que a prostituição cultual nada tem de culto, na verdade (I Co 6:15) sendo somente mais uma obra da carne (Gl 5:19).
Apesar de tantos templos em Corinto, um só era necessário: o próprio crente que, abandonando as obras infrutíferas das trevas (Ef 5:11) se tornava em santuário do Espírito de Deus (I Co 3:17) tornando obsoletos todos os demais, e, pior ainda, reprovando com sua vida aqueles templos destinados à idolatria e lascívia.
Paulo não usa de ambiguidade quando reprova as práticas pecaminosas existentes em Corinto – suas palavras são diretas e duras, e ele as reprova na sociedade coríntia e faz o mesmo quando estas práticas começaram a entrar naquela Igreja e que, ao invés de promover a comunhão, estavam causando divisões, pois uns diziam ser seguidores de Paulo, outros de Pedro, outros de Apolo e havia os que usavam o nome de Cristo para, aparentando superespiritualidade, justificar seu divisionismo (I Co 1:12).
As práticas que a Igreja estava adotando, práticas lícitas na sociedade coríntia, estavam se tornando um padrão de conduta que diminuíam a comunhão entre os irmãos e, mais ainda, com o Senhor. Abandonar o padrão do mundo, não se deixar levar pelo que “todo mundo faz” é um imperativo cristão (Rm 12:2) porque o mundo jaz no maligno (I Jo 5:19) e o cristão é chamado à santidade que antes desprezava (I Pe 1:14 ) por ignorância da Verdade que é libertadora (Jo 8:32).
O problema detectado e combatido por Paulo em Corinto era que os cristãos estavam se utilizando da liberdade para, insensata e insensivelmente, ser motivo de escândalo para outros e, assim, tornando a liberdade em ocasião para pecar fazendo outros tropeçarem (I Co 8:9). É comum que uma atitude que, em si mesma, não é pecaminosa, seja ofensiva e atrapalhe o crescimento espiritual de outros irmãos menos experimentados. Podemos ilustrar isto com o fato de que grandes teólogos protestantes do séc. XIX tinham o hábito de fumarem cachimbos, ou que reformadores do séc. XVI recebiam parte de seus proventos em barris de vinho (em tempo, não há registros de que tenham se embriagado). Em seus dias e onde moravam isto não era visto como pecaminoso, mas seria terrível para a Igreja evangélica brasileira que seus pastores agissem desta maneira – certamente o habito de fumar era pecaminoso, mas cada um deve andar segundo a luz recebida.
Devemos, pois, ter comportamento contrário ao dos crentes de Corinto, pois usaram da “liberdade Cristã” para aumentar seus pecados. Devemos usar os nossos corpos como aquilo que eles efetivamente são – nosso ser, contaminado pelo pecado e remido pelo sangue de Cristo. A salvação e a santificação não é uma coisa apenas espiritual, ela envolve todo o nosso ser e influencia definitivamente o que fazemos com ele (Rm 12:1).
A Escritura nos diz para não nos iludirmos – mesmo aquilo que é lícito socialmente pode ser um terrível pecado, por isso somos chamados de peregrinos e forasteiros, com uma lei interior diferente daquela que rege o mundo ao nosso redor (I Pe 2.11-12).
Sem dúvida que a prática de coisas lícitas à luz das Escrituras é absolutamente necessária, mas precisamos andar um pouco mais e compreender que a Igreja preserva a sua identidade e cumpre a sua missão vivendo em santidade ao

ii.                UNIR-SE A DEUS

15 Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não.
16 Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne.
17 Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele.
18 Fugi da impureza. Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo.

A identidade da Igreja é ser corpo de Cristo, edifício de Deus (I Co 3:9). Não há Igreja se ela não estiver essencialmente ligada ao Senhor Jesus, a videira verdadeira da qual a Igreja é apenas ramos (Jo 15:5). A mentalidade coríntia permitia ser religioso, frequentar um templo, ser devoto de um ou vários deuses e deusas sem que isto tivesse qualquer impacto prático em suas vidas. Podiam até mesmo participar de um culto ao imperador (mesmo detestando e não o considerando em nada divino) simplesmente porque eram cidadãos romanos e deviam dizer que César é senhor (I Co 12:3). Estar unido ao Deus vivo significa mais do que os coríntios estavam habituados a pensar, era mais do que um simples ritual, por mais impactante que fosse. Estar unido a Deus significa viver uma nova vida, uma nova vida em Cristo, podendo afirmar que já não se vive mais, mas que é Cristo quem vive no crente (Gl 2:20).
Para viver unido a Cristo é preciso ter a vida de Cristo – e para ter a vida de Cristo é preciso morrer para si mesmo, numa renúncia total (II Co 4:8-11), algo que não tem sido muito comum na cristandade atual que pensam muito mais nas delícias deste mundo e para quem a palavra renúncia é incabível (Mt 10:37-38), como se não tivesse sido uma exigência do Senhor para aqueles que querem ser seus discípulos, para aqueles que querem ser Igreja.
A esta união os teólogos denominaram “união mística”, mas podemos simplesmente chamá-la de comunhão, de andar com Cristo, de considerar a vontade de Cristo como fonte de autoridade e, antes de tomar uma decisão buscar conhecer qual a vontade de Deus para seus filhos naquela área. Não pense que estamos falando de buscar uma revelação pessoal, mas a revelação normativa de Deus para seus filhos em todas as épocas. É por isso que Paulo fala que os crentes são diferentes, porque tem a vida de Cristo, tem o Espírito de Cristo (Rm 8:9) e a mente de Cristo (I Co 2:16).
União com Cristo significa fuga do pecado, como fez José, não importando o preço (Hb 12:4). União com Cristo significa resistir ao diabo até que ele fuja (Tg 4:7) embora permaneça nas proximidades com intuitos maléficos em seu negro coração (I Pe 5:8).
Para, como Igreja, cumprirmos nossa missão e resguardarmos nossa identidade precisamos, como templo do Espírito, praticar o que é lícito não apenas socialmente, mas essencialmente em harmonia com a nova vida que o Senhor nos dá, e, ainda mais, é preciso

iii.             GLORIFICAR A DEUS

19 Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?
20 Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.

Alguns cristãos agem como se Deus precisasse de seus louvores, ou de sua atuação para ser glorificado. Este é um equívoco porque Deus é eterna e imensamente glorioso. Deus não precisa de nada – tudo é dele, tudo é por ele e tudo é para ele (Rm 11:36) e toda a terra está cheia da sua glória (Is 6:3). Certa vez um professor de matemática que gostava de ensinar macetes aos seus alunos disse uma frase que marcou meu entendimento sobre glorificar a Deus. E note que ele era professor de matemática: “Quer aprender como glorificar a Deus? Quer um método mais fácil do que somar dois e dois? Aprenda a conjugar o verbo amar – e o conjugue no presente, todo o tempo.”
Para uma sociedade que pensava que para glorificar a Deus tinha que obedecer a muitos mandamentos (um rabino chamado Moshê ben Maimon, ou Maimônides, ou ainda Rambam, chegou a listar 613 deles). Se 10 já é impossível, imagine 613. Mas mesmo assim o Senhor Jesus apresenta apenas dois, e ambos conjugam o verbo amar: amar a Deus e à criação de Deus (Lc 10:27) porque quem conhece a Deus ama verdadeiramente (I Jo 4:8) e nem esses dois conseguimos cumprir integralmente.
Não há como duvidar disso, em toda a Escritura Deus se mostra como curador, provedor, consolador, como pai amoroso que através de obras de incomparável poder prova o seu amor para conosco (Rm 5:8) pagando um alto preço para satisfazer uma necessidade que era nossa, e não dele. Nós precisávamos conhecê-lo, amá-lo e para isso ele pagou um preço extremamente alto (I Co 6:20) e a maneira de expressarmos nossa gratidão e glorificá-lo é sendo, de fato, templo do seu Espírito sendo, afinal, um com ele (I Co 6:17-19).
Quer aprender como glorificar a Deus? Siga alguns passos muito simples. É um resumo, muito, muito simples, mas suficiente por ora: em primeiro lugar, conheça-o verdadeiramente (Jo 17:3) e isto só pode ser feito por intermédio do reconhecimento de Jesus Cristo como o Filho de Deus (Mt 16:17); em seguida reconheça-o como seu Senhor e salvador pessoal (At 16:31) e então passe a conhecer e reconhecer sua vontade como imperativa (Jo 15:14) guardando os seus mandamentos (Jo 14:21).
Sim, é somente através do andar no caminho das boas obras que o Senhor preparou de antemão que de fato o Senhor será glorificado. É pelo frutificar de seu povo (Jo 15:8 - Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos), pelo que ele fala e faz, que o nome do Senhor é glorificado não apenas na Igreja, mas também entre os incrédulos (I Pe 4:11).

CONCLUSÃO

Ser templo do Espírito Santo não é uma tarefa fácil. Não é uma simples questão de querer pessoal – é uma determinação do mesmo Deus que nos assiste em nossas fraquezas. É impossível à vontade desassistida do homem (Rm 7:19). O Espírito é o que habita o que crê e, ao mesmo tempo, o sustenta em sua fé.
É por isso que não é impossível ser templo do Espírito Santo – esta é uma ação de Deus, a santificação é uma ação de Deus na vida do crente (Jo 17:17), e a ação do crente é busca-la perseverantemente porque ela lhe é essencial para que ele tenha comunhão com o seu Senhor (Hb 12:14).
Paulo nos mostra que a maneira de glorificarmos a Deus é, diariamente, nos exercitarmos em obediência à sua vontade, através de um testemunho vivo de que somos seus instrumentos, prontos para o seu serviço em uma atitude que demonstre, antes de mais nada, amor total a ele, e, depois dedicação ao próximo.
Glorificar a Deus é, cumprindo sua vontade, encontrar recursos para fugir ao pecado, e viver obedecendo a sua Palavra é o melhor meio para não transgredir sua vontade (I Jo 3:4).
Para fugir do pecado (I Tm 6:11), e viver como templo do Espírito Santo de Deus o melhor, ou melhor, o único método infalível é viver sua Palavra, testemunhar seu amor e sacrifício e mostrar ao mundo que, mesmo que falem contra nós, a fé em Cristo realmente faz diferença na vida de um pecador (I Pe 2:12).
Faça um exame de você mesmo, se, sendo membro da Igreja, você efetivamente é Igreja, isto é
i.               Você efetivamente é templo do Espírito Santo? Você consegue perceber a atuação do Espírito em você ajudando-te a reconhecer o pecado que te assedia e te impulsionando a fugir dele (Hb 12:1);
ii.              Você, sendo Igreja, tem procurado efetivamente conservar seu corpo como templo do Espírito, usando-o para receber as bênçãos de Deus e tributar-lhe a glória que lhe é devida (Sl 103:1);
iii.            Você, sendo Igreja, sendo templo do Espírito e procurado manter sua vida pura para glória do Senhor, tem efetivamente mostrado a outros a diferença que faz na vida de um pecador conhecer a Jesus e reconhece-lo como seu Senhor e salvador (Ml 3:18).
Que testemunho você tem dado para mostrar que o seu corpo é o templo do Espírito Santo? Andar no Espírito (Gl 5:16) exige que se viva de acordo com a Palavra de Deus como se vive respirando o oxigênio.
Andar no Espírito é mais do que ler um pouco de bíblia, estuda-la de vez em quando ou fazer um curso aqui ou outro ali. É colocar em prática a orientação que Deus deu a Josué (Js 1:8), amando a Palavra de Deus, deleitando-se em sua vontade e cumprindo-a sem desvios (Js 1:7) e, com isso, exaltaremos a obra de Cristo, porque a obra do Espírito é exaltar a Cristo em nós e através de nós.
E este é o plano de Deus para todos os seus servos, e não apenas para uns poucos privilegiados (Tg 2:1) como se houvesse privilegiado diante do Senhor (Rm 2:11).

COMO AS DISTRAÇÕES INTERROMPEM A DEVOÇÃO

Vamos conversar sobre estas distrações e como elas servem de instrumento de afastamento da comunhão. Todos nós temos uma agenda pessoal – e quantos de nós não gostariam que o dia tivesse umas 30h para dar conta de tudo o que aparece para fazer, mas o fato é que, se 30h tivéssemos, 30h ocuparíamos com afazeres que aqui chamo de distrações.Como cristãos deveríamos estabelecer uma rotina que permitisse uma série de práticas como oração individual, culto familiar, leitura e meditação nas Escrituras e demais exercícios devocionais. Com o tempo alguma coisa surge com características de emergência que tomam o tempo de alguma destas atividades. É algo na escola dos filhos, ou uma visita inesperada. Novas coisas vão surgindo e estabelece-se o costume de aceitar a substituição normalmente. Até que a substituição deixa de ser a exceção e passa a ser a regra.

quinta-feira, 16 de março de 2017

AS DISTRAÇÕES E O AFASTAMENTO DA COMUNHÃO

VOCÊ ANDA DISTRAÍDO?


A vida – não apenas a vida moderna, mas a vida de um modo em geral – sempre tem alguém ou alguma coisa que chama a nossa atenção. Estas distrações podem ser classificadas sob diversas categorias, como família, trabalho, lazer, esporte, viagem, ação social, etc... como vemos, nem sempre as distrações que produzem um esfriamento na comunhão, uma diminuição à freqüência à Igreja são coisas ruins em si mesmas. É claro que coisas ruins também podem ser colocadas nesta lista, como álcool, drogas, amizades mundanas. Não deixe que as distrações interrompam a sua vida devocional, nem te afastem das atividades comunitárias ou prejudiquem a sua comunhão com Deus e com o povo do Senhor.

segunda-feira, 13 de março de 2017

A IGREJA PRESERVA SUA IDENTIDADE E CUMPRE SUA MISSÃO QUANDO POSSUI DISPOSIÇÃO PARA A OBEDIÊNCIA

Há três prioridades que a Igreja deve buscar: o reino de Deus, sua justiça mediante Cristo e uma entrega dos resultados ao Senhor, em absoluta dependência. À partir daí, acredito que surgirá, como fruto da atuação de Deus na vida da Igreja, uma disposição para a obediência, como ocorreu no coração de Esdras, que estava disposto a buscar, cumprir e ensinar a lei do Senhor (Ed 7.10) mesmo em um ambiente hostil à sua fé – tanto em Babilônia quanto em Judá nos primeiros dias da reconstrução, com oposição tanto de judeus quanto dos gentios do lugar.
A Igreja não é como a seleção de 1970 – segundo os relatos dos boleiros quando o técnico João Saldanha foi perguntado sobre como escalava o time e dava as orientações técnicas, ele respondeu que simplesmente escolhia os 11 e eles faziam o que sabiam fazer de melhor. Pode até ser verdade, e pode ter dado certo com a seleção de 70, mas quando o povo de Deus caminhou desta maneira, cada um fazendo o que melhor lhe parecia, o resultado foi o fracasso nos dias dos juízes. O chamado de Deus para sua Igreja é o mesmo para Israel – se ouvir, comerá o melhor da terra, mas em caso de contumaz rebelião, punição inescapável porque é o Senhor quem diz (Is 1.19-20).
Lamentavelmente o conhecimento que a Igreja tem adquirido tem se mostrado muito mais informativo, lúdico, descritivo, intelectivo do que o que realmente deve ser: o conhecimento da Palavra de Deus requer obediência porque a Palavra é imperativa – ela diz o que deve ser feito. É importante que a Igreja considere como prioridade absoluta ouvir e obedecer ao Senhor conforme ele instrui em sua Palavra, e esta obediência é ensinada pelo Senhor em pelo menos três ações concretas. Às vezes ouço cristãos dizendo: não sei o que fazer, não sei como aplicar a bíblia à minha vida. Bom, então, vou lhe apresentar três áreas onde ela pode ser eficientemente aplicada, áreas onde não há dúvidas sobre o que fazer ou como fazer. Eis três ações prioritárias que a Igreja jamais deve desconsiderar, se quiser, naquele dia final, ouvir do seu Senhor: “Bem está, servo bom e fiel” (Mt 25.21).
 16 Seguiram os onze discípulos para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara.
 17 E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.
 18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
 19 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
 20 ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
Mt 28.16-20
Observe que o texto lido começa falando de obediência – os onze discípulos restantes uma vez que Judas Iscariotes havia se matado (Mt 27:5) foram para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara, isto é, estavam obedecendo uma ordem de Jesus. A primeira atitude dos onze discípulos, ao verem Jesus, foi dar-lhe a honra que lhe era devida, isto é, o adoraram reconhecendo sua divindade e, ao mesmo tempo, uma possível tradução é que todos tinham dúvidas – certamente não a respeito de sua divindade, mas do propósito de estarem ali e para onde iriam agora – que rumo suas vidas tomariam? O texto não diz que dúvidas eram essas, e Mateus, que é testemunha ocular deste fato, não nos diz nada além disso. Adoraram a Jesus, mas, e agora? O que vem depois?
Jesus não lhes deixa sem a resposta que tanto necessitavam. Como ele mesmo foi enviado, agora ele os enviava (Jo 20:21). Como ele foi enviado na autoridade do Pai, agora ele lhes afirma possuir toda autoridade no céu e na terra, autoridade que já havia demonstrado mais de uma vez, como quando ordenou ao mar e aos ventos que se acalmassem. Sim, ele era “verdadeiro Deus” e recebia dos seus a adoração que era devida.
Com a autoridade divina, Jesus envia seus discípulos com uma missão. E é neste envio que encontramos a tarefa prioritária da Igreja que já adora a Jesus e já o reconhece como seu Senhor. A obediência não produz adoração – é a adoração, o reconhecimento de que Jesus é o Senhor e Deus que leva o crente a obedecer. Esta obediência implica em

i.                  FAZER DISCÍPULOS

19 Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Mt 28.19
Evangelização não é a tarefa prioritária da Igreja. Sua tarefa prioritária é glorificar a Deus, é adorá-lo. Evangelização é um aspecto desta glorificação (Jo 15.8) na medida em que outros conheçam a Jesus através do testemunho dos seus adoradores (II Ts 1.10) e isto não é opcional.
Fazer discípulos do Senhor Jesus é uma das tarefas mais sublimes da Igreja, pois nela ela adora ao Senhor e glorifica o salvador conduzindo outros pecadores à salvação graciosa que ele lhes deu. É a tarefa de compartilhar o que nada lhe custou, e, dando, nada perder, na verdade, ao dar ficar ainda mais enriquecido. Esta é uma das razões pelas quais o Senhor deixou sua Igreja na terra (I Pe 2.9).
É através do ‘fazer discípulos’ que a Igreja demonstra, de fato, querer ver cumprida o seu pedido na oração que o Senhor ensinou – que peçamos a vinda do seu reino (Lc 11.2). A ordem de Jesus, “fazer discípulos”, precisa ser compreendida e obedecida. As palavras de Jesus exigem compreensão e ação. Excesso de teoria nada produz, ação sem propósito pode levar ao caos.
Um discípulo é, em essência, alguém que está aprendendo ao mesmo tempo que pratica o que aprende. Aprendizado é algo prático. Um discípulo é um ouvinte praticante. A ordem de Jesus é para que as pessoas sejam ensinadas através do ouvir, e aprendam enquanto praticam. Um discípulo de Jesus nega-se a si mesmo para seguir a Jesus (Lc 14.26), amando a Deus, abominando o pecado e buscando a santidade (Lv 20.7), servindo e amando a Cristo e a sua Igreja, apesar das imperfeições da Igreja por amor do seu perfeito Senhor, amar os perdidos e deseja-los vê-los todos adorando a Jesus, buscando convertê-los através da pregação e de boas obras de amor, justiça e misericórdia (Tt 2.11-14).
Enfim, um discípulo é alguém que vive no mundo como se do mundo não fosse, e faz isso pela fé em Cristo e no seu evangelho (Rm 1.17) esperando em Cristo pela glória vindoura, não dando valor para a glória deste mundo (e nem para suas aflições) porque tem uma esperança que o sustenta em meio às muitas aflições (I Co 4.17-18).
Discípulos não são feitos ao acaso, mas por meio do ministério da Palavra, confiada à Igreja, mediante pregação, ensino, evangelização e aconselhamento (II Tm 3.16-17) e isto pode ser feito tanto formal quanto informalmente em conversas, tanto no templo como em qualquer outro lugar. E isto é um imperativo de Jesus para todos os seus seguidores (Mt 28.19).
Discipular significa exortar à partir da Palavra de Deus, chamando as pessoas a se tornarem mais parecidas com Cristo, ensinar as pessoas o que Cristo ordenou, ensinar as pessoas a obedecerem tudo o que Cristo mandou, ensinar as pessoas a obedecerem no contexto de sua vida, na Igreja e fora dela. Discipular, enfim, significa que a Igreja deve chamar gente de todas as nações para que sigam a Cristo e se tornem também seus discípulos.
Fazer discípulos, como ordena o Senhor, significa que os mesmos necessitarão ver o modelo de Cristo em nós (Fp 4.9), e não servindo de motivos para escândalo, fazendo tropeçar (graças a Deus não se perder) os que querem entrar no Seu Reino (Lc 17.1-2).

ii.               ZELAR PELA PALAVRA

20 ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
Mt 28.20
A primeira tarefa que a Igreja deve considerar, sob o mandato do Senhor, é a de fazer discípulos. Mas algumas perguntas se impõem: como? Sob que base? Qual deve ser o ensino a ser transmitido? A Igreja não pode ir por todo o mundo sem uma mensagem definida, consistente, coerente. E, mais do que isso, ela tem que possuir mais que uma simples mensagem, ela precisa transmitir a mensagem que é o poder de Deus para salvação do que vier a crer (Rm 1.16).
Isto não deveria ser algo necessário de ser lembrado para a Igreja, mas se tornou absolutamente essencial pelo fato de que é cada vez mais comum as Igrejas se guiarem por visões e estratégicas, dependendo mais do interesse e caráter dos seus líderes do que, propriamente, confiando no poder da Palavra que dá vida e impulsiona a vida da Igreja a uma vida de santidade (Jo 17.17e). Lamentavelmente é possível encontrar pessoas que, de bíblia em punho, falam tudo o que querem menos o que Jesus quer que seja dito.
Aos apóstolos, verdadeiros apóstolos que conviveram com o Senhor antes e depois de sua ressurreição, com exceção de Paulo que não teve o privilégio de ser chamado antes da cruz, o Senhor diz que o Espírito os guiaria a toda a verdade (Jo 16.13) que não seria nenhuma descoberta nova, nenhuma nova visão, mas a lembrança das coisas que Jesus lhes dizia (Jo 14.25-26). Isto quer dizer que não há novas verdades – somente aquelas que constam do “ensino dos apóstolos” (Ef 2.20). Qualquer que se apresente com novas visões e revelações não passa de enfatuados que querem enganar a Igreja para que os sigam, afastando-a de sua tarefa de zelar pela verdade (Jd 1.3) mesmo que isso exija uma batalha diligente e constante.
O que a Igreja precisa compreender é que ela deve guardar tudo o que o Senhor ensinou. Nada do que Jesus disse ou fez foi sem sentido ou propósito. E tudo o que ele fez e disse que fosse necessário para a nossa salvação e edificação foi registrado (Jo 20.31) pois só assim, só guardando as palavras do Senhor no coração ela evita o pecado da desobediência, intencional ou não (Mt 22.29) ou do desvio negligente (Dt 5.32).
Porque ninguém sem a sã doutrina não se pode chegar a “varão perfeito”, completo em Cristo, acabando por tornar-se como “meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina” (Ef 4.11-14). Apóstolos, profetas, mestres, evangelistas – todos eles têm a mesma função, com aplicações diferentes: anunciar o que o Senhor Jesus ensinou. O que passar disso nada mais é do que outro evangelho, e sem ser o poder de Deus, é absolutamente sem aproveitamento algum, anátema (Gl 1.8).
 Sem o genuíno leite espiritual, a Igreja simplesmente adoece, e, doente, não pode crescer para a salvação (I Pe 2.4-5). Como Timóteo cada discípulo do Senhor deve permanecer fiel, com raízes fortes e profundas naquilo que foi ensinado pelo Senhor através de seus servos (II Tm 3.14-15).
A Igreja contemporânea está ameaçada por muitos ensinos falsos que não passam de ensinos de demônios (I Tm 4.1), por isso, devemos combater veementemente tudo que coloca empecilhos à eterna vontade de Deus. Nada mais falso do que usar erroneamente a bíblia para combater o esforço doutrinário que a Igreja deve empreender (II Co 3:6) porque o que Paulo diz aos coríntios é que a lei aponta para o pecado e para a condenação, serve de luz sobre o pecado e de base para a condenação, mas é pela letra que conhecemos o evangelho que salva.

iii.            VALORIZAR A COMPANHIA DE JESUS

20 ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
Mt 28.20

A mesma Igreja que faz discípulos e Jesus, isto é, ensina os convertidos a guardarem as coisas que o próprio Senhor Jesus ensinou também deve dar valor a estar na presença do Senhor, como expressa magistralmente o salmista ao afirmar que um dia nas portas da casa de Deus vale mais que mil dentro das tendas onde o nome do Senhor não é temido nem honrado (Sl 84:10).
De todas as bênçãos que Deus concedeu a Moisés, nenhuma ele valorizava mais que a presença do Senhor (Ex 33.14-16). Quando Moisés terminou sua missão, Josué, seu sucessor também recebeu promessas, mas certamente nenhuma mais valiosa do que a de ser com ele por onde quer que fosse (Js 1:5).
Todas estas promessas de Deus apontam para o cuidado pessoal, direto e constante de Deus, a ponto de seu próprio Filho ser intitulado “Deus conosco” (Mt 1:23). Quando Jesus chamou seus discípulos ficou claro que seu chamado era para, prioritariamente, estarem com ele (Mc 3:14) pois só assim poderiam ser testemunhas oculares (II Pe 1.16).
A um grupo de discípulos atônitos que tinham acabado de passar pela experiência de perder seu líder e mestre, a ponto de se esconderem com medo dos judeus (Jo 20:19) e que experimentaram recuperar seu ânimo com a presença do mestre Jesus faz a promessa de ir para o Pai mas não deixá-los desamparados (Mt 28.20). Agora, porém, havia uma diferença fundamental – eles acreditavam naquilo que Jesus lhes dizia – e sua promessa era de estar com eles, todos os dias, até a consumação do século.
Foi esta certeza que impulsionou a Igreja, que fez dela a mais impactante agência de propaganda que a história jamais viu. Um grupo de galileus iletrados consegue, apenas com a força da Palavra, ser vitoriosa sobre a organização religiosa judaica, sobre a organização militar romana e sobre a filosofia grega (II Co 10.4-6).
É a presença do Senhor, e não a inteligência de seus membros, ou as estratégias dos planos anuais, bianuais ou plurianuais que garantem que a Igreja é, de fato, mais do que vencedora (Rm 8:37). A Igreja que sabe disso tem como sua prioridade andar com seu Senhor, andar na presença do seu Senhor, amá-lo incessantemente. Cristo tem grande prazer em ter sua Igreja consigo, e vem até sua Igreja para que ela goze da maior das bênçãos que uma Igreja pode desejar – sua presença festiva (Ap 3.20).

CONCLUSÃO

O grande erro de Adão e Eva, após pecarem, foi o de se esconderem da presença de Deus (Gn 3:8). É grande erro, mesmo quando estiver errado, afastar-se da presença de Deus como se isso fosse resolver os problemas causados pelo pecado (Ef 4:17). A Igreja deve valorizar a obra de Jesus, que veio para evangelizar paz (Ef 2:17), isto é, trazer boas novas de paz da parte de Deus para com os homens pecadores e rebeldes.
Qual a nossa relação com aquela Igreja que ouviu o Senhor ordenar-lhes que, sob sua autoridade, fizesse discípulos de todas as nações e ensinasse a estes convertidos as coisas que ele tinha ensinado? Toda, ou nenhuma. Pensemos:
i.          Ou é como se nós estivéssemos lá, ou não somos discípulos de Jesus, e este mandamento não é para nós. Todavia, eu acredito que, da mesma maneira que aprendemos no evangelho, é como se ouvíssemos estas benditas palavras de sua própria boca, ou, então, não somos seus discípulos;
ii.       Ou temos a mesma relação direta com aquela Igreja apostólica como ela estava em relação ao mundo que a cercava ou então o mundo não tem qualquer significado ou importância para nós. Os discípulos de Jesus foram compelidos a anunciarem o evangelho, mesmo que isto lhes custasse a vida (I Co 9:16). Desta maneira, ou o mandato do Senhor era urgente para os pecadores de então e já não faz mais sentido para nós hoje, e não somos mais necessários como discípulos que fazem discípulos, ou, então, ele continua urgente – ou então Deus não tem mais nenhum pecador como alvo do seu amor.
iii.    Ou o mandato do Senhor é, hoje, tão importante hoje como ontem e nós somos absolutamente inúteis. Mas eu creio que o mandato do Senhor é um mandato universal (para todos os discípulos e para todas as nações); é intelectual (é para discípulos entenderem e disseminarem seus ensinos) e é abençoador, pois leva o pecador, outrora inimigo, a tornar-se filho de Deus (Jo 1:12).

Ou nós somos parte da mesma Igreja, e, portanto, precisamos aprender a ser Igreja e a levar adiante o plano do Senhor para sua Igreja, ou então estamos apenas brincando de ser crente – e isto é uma absoluta perda de tempo. Temos uma identidade, somos Igreja do Senhor, temos uma missão – ser Igreja do Senhor. Não deixemos de fazer o que é nosso dever e razão de existir.

terça-feira, 7 de março de 2017

CANSAÇO TEM SOLUÇÃO

Permita-me concluir – este cansaço tem solução. E não será com reposição hormonal, exercícios físicos ou pensamento positivo ou algo do gênero. É preciso que você sujeite a sua vontade à vontade de Deus, e que espere nele. O problema não será resolvido por sua própria força, pois os jovens, os moços, os fortes se fatigam e caem exaustos. A solução está em esperar no Senhor, que fortalece o cansado e toma em seu poder aquele que não tem nenhum vigor e multiplica-o de maneira que ande, corra e alcance as alturas no poder do Senhor (Is 40.29-31). O salmista exorta os cansados a esperarem no Senhor, ter bom animo, fortificarem-se o coração esperando pelo Senhor. Provavelmente num dos versos mais repetidos ipsis literis na bíblia (Sl 42.5; 11 e 43.5) uma alma abatida para esperar em Deus, porque de Deus vem o auxílio.

VOCÊ PODE REALMENTE ESTAR CANSADO

Eu não duvido do seu cansaço. Você pode realmente estar muito, muito cansado. E pode até ter tido razões várias para se cansar. E quando o cansaço é tal que chega ao ponto de tirar o seu vigor e você não desejar ir à casa de Deus para congregar com seus irmãos, quando você já não encontra mais energia e forças para buscar a Deus – nem mesmo em sua casa, então, você tem duas possibilidades: entregar-se ao cansaço, esperando que ele passe (e qualquer um sabe que, quanto mais alguém se entrega ao desânimo mais desanimado fica, quanto mais tempo fica na cama menos disposição terá, por isso você pode fazer como Paulo, que afirmava esmurrar o seu próprio corpo, reduzindo-o à servidão, ou seja, diminuindo as vontades da carne, para que não fosse encontrado desqualificado – I Co 9:27).

VI. A IGREJA MANTÉM SUA IDENTIDADE E CUMPRE SUA MISSÃO QUANDO ESTÁ FOCADA NO QUE É ESSENCIAL

Toda a Igreja, do menor ao maior, do neófito ao ministro (e já dissemos muitas vezes, Igreja não é instituição, Igreja é o corpo vivo de Cristo, composto por pessoas que o amam e o servem), deve compreender que seu alvo prioritário é buscar a glória de Deus, é anunciar o que Cristo fez nela e por ela (Mc 5:19) – todas as coisas devem ser vistas como instrumentos para a glória de Deus, do contrário se tornam argueiros e traves a impedi-los de olhar firmemente para o autor e consumador da fé, Jesus (Hb 12:2). Cabe aos líderes conduzirem o rebanho, e ao rebanho não ser pesado aos seus guias. Existem inúmeras alternativas à fé cristã, tais como islamismo, budismo. Existem alternativas aparentemente cristãs, como espiritismo, adventismo e mormonismo, Legião da Boa Vontade. Existem até alternativas “cristãs à fé cristã”, isto é, que se parecem em quase tudo com a fé cristã, usando inclusive o nome do Senhor Jesus e sua Palavra, mas não dando ao Senhor a glória que lhe é devida (estas alternativas não merecem o nome de Igreja, mas de empresas ou, no máximo, instituições eclesiásticas). A Igreja deve cuidar para não ser enganada por ministros de satanás travestidos de ministros de justiça. A Igreja não deve se deixar seduzir por nenhuma das concupiscências do mundo (fortuna, profissão, fama, lazer, prazeres, etc.) e manter a sua identidade, podendo, assim, desempenhar sua missão a contento. Para isso a Igreja do Senhor não se desvia nem para a direita, nem para a esquerda, (Dt 5:32) mas

POSSUI FOCO NA SUA PRIORIDADE ESSENCIAL

Nem sempre é fácil estabelecer prioridades. Certa vez um pequeno empresário, do ramo de confecções, endividado, apresentou um dilema a um especialista em pequenas empresas: ele tinha uma grande quantia a receber de diversos clientes porque vendia a prazo. Ao mesmo tempo, tinha uma boa porção de produtos em exposição e um grande débito com fornecedores. Ele tinha algumas alternativas – continuar vendendo, mesmo a crédito (e, ao mesmo tempo, fazer mais compras para fazer uma promoção a vista para quitar as dívidas mais imediatas) ou parar de comprar e tentar receber o que estava espalhado entre os credores. Depois de algumas considerações, ele continuou de portas abertas, fez mais uma compra, se endividando ainda mais, e fez uma promoção. Chamou também os clientes com débitos e renegociou o que tinha a receber, dando um generoso (eu até diria desesperado desconto) para receber o máximo possível. E a empresa sobreviveu. Sobreviveu porque ele estabeleceu uma prioridade: receber o máximo possível para quitar as dívidas que estavam vencidas e vincendas, do contrário, sua empresa fatalmente iria a falência.
Mudando o que pode ser mudado, pois a Igreja não é uma empresa e, certamente, a Igreja do Senhor Jesus não pode falir (Mt 16.18) embora Igrejas locais possam desaparecer (onde estão as Igrejas às quais o Senhor endereçou suas cartas no livro de Apocalipse, mesmo a mais fiel delas?) como aconteceu com Igrejas outrora poderosas na Europa porque cometeram um grave erro – deixaram de olhar para o autor e consumador da fé, Jesus (Hb 12.2) e passaram a olhar para o espírito do tempo, passando de sal da terra e luz do mundo (Mt 5:13) para uma entidade que dialogava dialeticamente com ele, absorvendo seus conceitos humanistas e antiteístas e anticristãos deixando de cumprir seu propósito, tendo sido, definitivamente, pisada pelos homens. A Igreja não pode perder suas prioridades – não pode perder o foco, não pode olhar para os lados nem para trás (Lc 9.62) porque não deve perder de vista o fato de que nada há mais importante para ela do que o reino de Deus. A prioridade da Igreja deve ser espelhar Cristo, testemunhar o amor de Cristo, viver para Cristo e em Cristo (Gl 2.20), ser encontrada fiel, em Cristo.
A questão que se impõe é: a Igreja conhece realmente quais são as suas prioridades? O que o crente, Igreja do Senhor, deve ter, afinal, como prioridade? Uma lista muito comum é: Deus, família, sustento e Igreja (ou Igreja e sustento). Mas nesta lista não encaixa “Cristo é tudo em todos” (I Co 12.6). O que isto quer dizer? Ora, a própria bíblia ensina: tudo quanto fizerdes (adoração, comunhão, família, trabalho) deve ser feito no Senhor e para o Senhor (Cl 3:23). Deixe-me destacar: este homens inclui você. Cada ação da Igreja deve ser fundamentada pela firme determinação de tudo fazer para o Senhor – e isto só poderá ser feito por meio de Cristo (Jo 15:5). É Cristo, e não eu ou você, quem determinamos as prioridades para a Igreja. E Cristo nos mostra suas prioridades em sua Palavra: devemos viver para ele porque ele morreu por nós – a Igreja só está viva se estiver em Cristo, porque ela é nada menos que o corpo de Cristo – ou então não é Igreja.
 19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; 20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam;  21 porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.  22 São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; 23 se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!  24 Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
 25 Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?  26 Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? 27 Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?  28 E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. 29 Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.  30 Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?
 31 Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos?  32 Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; 33 buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. 34 Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.
Mt 6.19-34
Com base nesta mensagem de Jesus à sua Igreja no famoso sermão do monte podemos afirmar que a Igreja tem prioridades que devem ser buscadas. Um grande equívoco que a Igreja cometeu ao longo dos séculos é identificar-se com uma nação, como aconteceu com Israel, uma cultura, como a greco-romana cristianizada ou até mesmo uma pessoa, como o papa ou os modernos proprietários de “emprejas”. Isso limita tremendamente a visão que a Igreja possui de si mesma e, pior ainda, limita a capacidade da Igreja de ser o que realmente deveria ser – uma agência de anúncio das boas novas de salvação a todos os povos, de redenção a todas as culturas. A Igreja não é ocidental, não é oriental, não pertence a fulano ou beltrano. Uma Igreja assim particularizada certamente terá dificuldade em atingir culturas antagônicas. Se a Igreja é de “A” ou “B” (e tem muitas instituições eclesiásticas assim) ela não é verdadeiramente de Cristo. Se a Igreja é do Brasil ou dos Estados Unidos, e pretende propagar a cultura brasileira ou estadunidense, ela é apenas uma instituição deste mundo – e, se é deste mundo, não é do reino de Cristo (Jo 18.36). A Igreja é de Deus. Somente pertencendo a Deus é que a Igreja merece ser considerada verdadeira Igreja, o corpo vivo de Cristo vivendo sobre a terra, espiritualmente ligado ao seu Senhor e cumprindo o seu propósito, com uma missão bem definida e tendo como alvo principal de sua agenda servir ao Senhor, conhecendo sua vontade e buscando agradar-lhe em tudo. A Igreja vive e existe porque é um projeto do Pai e não porque tem projetos para o Pai. A Igreja de Cristo tem que poder dizer de si mesma: não vivemos por nós mesmos, Cristo vive em nós (Gl 2.20), não fazemos por nós mesmos, mas só fazemos porque fazemos em Cristo (Jo 15.5). Em Cristo a Igreja é capaz de viver como reino de Deus, proclamar sua justiça e viver em absoluta dependência de fé.
A Igreja deve ter como prioridade em seu viver buscar

i.                  O REINO DE DEUS

Um grande equívoco da Igreja foi o de comparar-se com Israel e julgar-se detentora do direito de ser (ou ter) um reino na terra, demarcando territórios e usurpando poderes que deveriam ser de autoridades instituídas por Deus, mas civis. Lamentavelmente ao longo dos séculos seus líderes se comportaram – e modernamente alguns ainda se comportam – como se fossem tiranos de uma instituição terrena, muitas vezes chegando a possuir poder bélico e condenando à morte aqueles que deveria se esforçar para salvar do inferno. Não retendo o cabeça (Cl 2.19) acabam sob o domínio de usurpadores, que estabelecem guetos que são tudo menos a verdadeira Igreja de Cristo. Uma verdade insofismável é que o reino de Deus não é deste mundo, Jesus afirmou isto claramente, não será estabelecido nesta terra – não como a conhecemos atualmente, mas somente quando vier o novo céu e a nova terra (II Pe 3.13). Todavia, em seu equívoco, quando a Igreja buscou ter um reino nesta terra ela se esqueceu que o reino de Deus é uma dádiva divina (Lc 13.32) e que viver neste reino implica, antes de mais nada, em renúncia a este mundo, aos prazeres e concupiscências deste mundo, inclusive o poder terreno (Ef 4.22). Ser parte do reino de Deus equivale a não ter nada com este reino onde são apenas peregrinos (I Pe 2.11) porque são cidadãos de outro reino (Ef 2.19) e você pode até possuir dupla cidadania em países deste mundo, mas ninguém pode possuir dupla cidadania, mundana e celeste porque não pode servir a dois senhores (Lc 16.13). Se você, que é a Igreja, que é parte do reino de Deus deseja realmente desfrutar deste reino precisa entender que, antes de mais nada, seu coração não pode estar demasiado ligado às coisas naturais (Rm 14.7) que trazem ansiedade e que exigem atenção, cuidados e muitos esforços diários (Lc 12:29).
Além de considerar como tendo primazia o reino de Deus que lhe é dado, a Igreja também deve buscar

ii.                   A JUSTIÇA DE DEUS

Podemos entender justiça (δικαιοσυνη) como uma condição aceitável diante de Deus, como pureza de vida ou mérito na retribuição. Se a justiça buscada for a do mérito, o pecador tem um sério problema porque o salário do pecado é a morte (Rm 6:23) e não há quem não peque (Ec 7:20). Por esta justiça ninguém é aceitável diante de Deus – a justiça dos homens está muito abaixo do padrão de Deus. Então, temos que entender a justiça do reino como aquela que nos é outorgada pelo Rei – em Cristo a justiça de Deus foi plenamente satisfeita, e é por ela que a Igreja é vencedora, é por Sua justiça que a fome e sede do pecador são saciadas (Mt 5.6) quando o Redentor clama “Está consumado” numa cruz, o justo pelos injustos. A incapacidade do homem de produzir a justiça torna essencial a demonstração da justiça divina (Jr 1:10). Nossa incapacidade de produzir qualquer coisa agradável aos olhos de Deus (Is 64.6) nos leva a admitir a justiça do reino, em Cristo, que nos criou para que andássemos em boas obras previamente preparadas (Ef 2:10) ao contrário do que é comum pensar, de que talvez fôssemos capazes de andar fazendo boas obras e merecêssemos o reino. Apesar de incapazes de merecer a salvação por obras de justiça segundo a lei (Gl 2.16) ainda é exigido dos cidadãos do reino que sua justiça exceda a dos meramente religiosos que geralmente mais criteriosos em demonstrar a justiça própria (Mt 5.20). O padrão de Deus de justiça (Mt 5.48) só pode ser alcançado em Cristo (Rm 8.1). O problema não está na prática das boas obras, mas a confiança nas próprias obras como forma de justificação (Fp 3.9) por isso somos exortados a confiar na justiça de Deus (II Co 5.21).
Além de buscar o reino e a justiça de Deus, a Igreja deve levar uma

iii.                 VIDA DE DEPENDÊNCIA DE DEUS

Das muitas coisas que o Senhor Jesus nos diz para fazer, algumas são extremamente difíceis. Dentre elas está a orientação para não nos inquietarmos (Mt 6.34). Somos por natureza inquietos. Ficamos inquietos pela expectativa de coisas boas e, também, pelo temor de coisas ruins. Os acontecimentos do futuro são uma grande incógnita para nós. Não sabemos quando chegarão. Não sabemos se chegarão. Não sabemos como chegarão. A inquietude invade o coração por coisas básicas, como o comer, o beber. A inquietude invade o coração por coisas secundárias, como o vestir e o morar. A inquietude invade o coração seja na manutenção ou na busca por recuperação da saúde. Tudo é motivo para a inquietude. A solidão é motivo para a inquietude. A pessoa amada é motivo para inquietudes. Jesus nos dá um modelo precioso sobre o cuidado de Deus para com os seus. Ele diz que o Senhor cuida dos pássaros (e eles nascem, vivem, comem, bebem e morrem). O Senhor cuida das ervas do campo (e elas nascem, vivem, florescem e morrem) mas o Senhor tem um cuidado especial pelos seus, na vida (Sl 37.25) e na morte (Sl 116:15). Para ilustrar o que significa confiar em Deus lembre-se que você não deve se inquietar por onde o Senhor te levará porque ele não apenas conhece o caminho, ele é o caminho. Nos inquietamos porque achamos que tudo depende de nós quando na verdade tudo está nas mãos de Deus, certo e determinado e nosso esforço deve ser sempre o de buscar estar no centro de sua vontade, porque, se ele quiser, faremos o que intentamos (At 18.21) ou, se ele quiser, morreremos (Dn 3.17-18) mas sem jamais deixar de confiar no Deus que dirige não apenas o nosso destino, mas o destino das nações (Sl 33.10). O Senhor conhece cada uma de nossas necessidades, conhece necessidades que não conhecemos, atende necessidades nossas que sequer imaginamos, que não pedimos (Mt 6:8) e o que a Igreja precisa aprender é buscar compreender o que Deus deseja para sua vida, confiar nele e lançar sobre ele a sua ansiedade (I Pe 5:7). O nosso problema não está em não termos o cuidado de Deus, mas em não confiarmos o suficiente e acreditarmos que só tendo o que desejamos, o que achamos necessário é que ficaremos realmente bem (Sl 127.). Confiar não é deixar de pensar nos meios e consequências – confiar é pensar nos meios e nas consequências, e entregar o resultado de tudo a Deus (Tg 4.15), e, se os meios não forem os que planejamos, a consequência será sempre aquela que o Senhor considera o maior bem para os seus (Rm 8.28).

CONCLUSÃO

É muito comum, ao fim do ano, os conselhos das Igrejas se reunirem com as demais lideranças para traçar alvos, metas e estratégias. Isto não é pecaminoso, planejar é necessário para organizar os trabalhos da Igreja, os eventos que acontecerão – o próprio Senhor Jesus nos orienta a planejar (Lc 14.28-30). É legal estabelecer alvos e trabalhar para alcançá-los. Cabe à liderança da Igreja conduzirem o rebanho, e cabe ao rebanho não ser pesado aos seus guias. Ambos precisam estabelecer alvos factíveis e prestar auxílio para alcançá-los. Alvos financeiros, alvos de crescimento, alvos de melhora na frequência e até mesmo alvos mais difíceis de medir, como a comunhão e a alegria da Igreja durante os cultos. Mas o alvo prioritário da Igreja não pode ser esquecido – ela foi criada para glorificar a Deus, dar testemunho da salvação mediante a fé em Jesus Cristo para que outros pecadores conheçam a graça de Deus.
Não podemos fugir a esta meta prioritária: glorificar a Deus. É possível encontrar Igrejas que não se preocupam com isso, que se propõem outras metas, que, na verdade, se colocam como alternativas “cristãs à fé cristã”, parecendo-se em quase tudo com a fé cristã, usando o nome de Cristo e com a bíblia nas mãos – mas glorificam a si mesmas, a gloria é da instituição ou de pessoas. Não nos deixemos enganar por ministros de satanás travestidos de ministros de justiça. Não nos deixemos seduzir por estas propostas de termos como alvos prioritários as coisas deste mundo, tais como fortuna, profissão, fama, lazer, prazeres, bens... lembremos que o amor ao mundo é um sintoma de uma terrível enfermidade – o desconhecimento de Deus (I Jo 2.15-17).

Lembre-se que seus alvos prioritários devem passar por estas três características essenciais: você deve priorizar o reino de Deus – que não é comida, nem bebida; você deve priorizar a justiça de Deus – que não pode ser alcançada pelo braço do homem mas é revelada na graça redentora de Cristo; você deve confiar que Deus vai te conduzir às águas tranquilas e pastos verdejantes – mesmo que no caminho tenhas que passar pelo vale da sombra da morte. Enquanto você caminha até lá, se você tem o Senhor como seu guia e senhor, você não sentirá necessidade, sua alma não arderá de desejos por mais nada além da gloriosa presença do Senhor ao seu lado. Qualquer outra meta que não tenha como prioridade glorificar a Deus não passa de um ídolo.

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