quarta-feira, 18 de setembro de 2019

1Rs 19 - ERRO DE FOCO: PORQUE AS PESSOAS FICAM DECEPCIONADAS COM DEUS

Pense numa sociedade onde tudo tem regras bem definidas. Se todos cumprirem todas as regras, tudo vai funcionar, tudo vai dar certo. É o que acontece quando você tem um equipamento que só funciona em 110w e o proprietário só insere o plug na tomada com a voltagem adequada. Sabemos que se você ligar um aparelho na voltagem inadequada não vai funcionar corretamente. Um aparelho 220w ligado em 110w pode até ligar, mas vai funcionar precariamente. Já o contrário é um pouco pior: qualquer aparelho 110w ligado em 220w vai virar uma torrada. Creiam-me, é assim mesmo, já passei por isso algumas vezes.
Voltemos àquela sociedade funcional. Sempre que faziam o que era certo tudo ia bem, mas de vez em sempre eles tomavam algumas decisões e enveredavam por práticas que sempre davam errado, como vemos descrito no livro dos juízes (Jz 17:6 - Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que achava mais reto).
Esta oscilação entre obediência e desobediência tornou-se uma constante. Períodos de obediência e bonança eram alternados com períodos de desobediência e penúria até que o fundo do poço foi atingido. Aquele povo rejeitou o que era justo e resolveu seguir seus próprios e tortuosos caminhos liderados por um casal: um homem que desprezou todas as prescrições e fez tudo o que era possível de fazer errado (1Rs 16:30 - Fez Acabe, filho de Onri, o que era mau perante o SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele).
Sua esposa era ainda pior que ele. Filha de um povo inimigo, praticante de atos repulsivos conduzia o próprio esposo em práticas abusivas e repulsivas (1Rs 21:25 - Ninguém houve, pois, como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mau perante o SENHOR, porque Jezabel, sua mulher, o instigava), incluindo falso testemunho e a morte de um homem inocente por um capricho cobiçoso (1Rs 21:13 - Então, vieram dois homens malignos, sentaram-se defronte dele e testemunharam contra ele, contra Nabote, perante o povo, dizendo: Nabote blasfemou contra Deus e contra o rei. E o levaram para fora da cidade e o apedrejaram, e morreu).
Estamos contando a história do povo de Deus e seus constantes desvios da lei do Senhor, com as óbvias e conhecidas consequências: invasões, opressão, fome e exílio, porque foram estes os termos da aliança que o Senhor estabeleceu com seu povo (Is 1:19 - Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. 20 Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse).
Acabe e Jezabel são os seus nomes. Acabe era filho de Onri, e foi um rei arrogante, cheio de caprichos e birrento, mas também ameninado, dependendo da astúcia de sua esposa para conseguir seus objetivos. Jezabel era filha de Etbaal, rei sidônio, e sendo profundamente religiosa a ponto de ter cerca de 450 profetas de Baal e 400 profetas idólatras a seu serviço (1Rs 18:19 - Agora, pois, manda ajuntar a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas do poste-ídolo que comem da mesa de Jezabel), logo induziu seu incauto e influenciável marido a andar na idolatria sidônia, adorando a Baal (1Rs 16:31 - Como se fora coisa de somenos andar ele nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e o adorou).
Não podia dar nada certo mesmo: um homem ímpio que não reconhecia a Deus e uma mulher ímpia que não conhecia ao Senhor. E este casal influenciou todo o Israel a abandonar ao Senhor, andar em maus caminhos e o juízo de Deus não tardou a ser lançado sobre este povo rebelde com grande seca (1Rs 17:1 - Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo como vive o SENHOR, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra) e fome extrema sobre toda a terra da Samaria (1Rs 18:2 - Partiu, pois, Elias a apresentar-se a Acabe; e a fome era extrema em Samaria). Os animais estavam morrendo por falta de água e alimento (1Rs 18:5 - Disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água e a todos os vales; pode ser que achemos erva, para que salvemos a vida aos cavalos e mulos e não percamos todos os animais) mas a dureza de coração de Acabe e Jezabel os impedia de verem sua culpa (1Rs 18:18 - Respondeu Elias: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do SENHOR e seguistes os baalins.) e não do profeta do Senhor (1Rs 18:17 - Vendo-o, disse-lhe: És tu, ó perturbador de Israel?).
É neste contexto, em que Acabe e Jezabel estavam matando os profetas que ainda serviam ao Senhor (1Rs 18:3-4 - Acabe chamou a Obadias, o mordomo. Obadias temia muito ao SENHOR, 4 porque, quando Jezabel exterminava os profetas do SENHOR, Obadias tomou cem profetas, e de cinqüenta em cinqüenta os escondeu numa cova, e os sustentou com pão e água) e queriam matar a Elias que o profeta do Senhor ordena ao rei que convoque todos os seus falsos profetas para o célebre desafio no monte Carmelo.
Mas não é o que acontece durante o desafio de fé no monte Carmelo, retratado no capítulo 18, versos 20 a 40 que chama a nossa atenção nesta ocasião, mas o que acontece depois com o profeta que cai em profunda angústia de alma que alguns chegam a considerar depressão, e pede ao Senhor o fim da sua própria vida. O que houve com Elias? Porque seu emocional decaiu tão rapidamente? Acredito que tudo tem a ver com visão de mundo e de interpretação das circunstâncias que o cercavam. 
Eu quero falar com você, que talvez esteja, por algum motivo, se sentindo decepcionado com Deus. Não fique!

I. PODEMOS FICAR DECEPCIONADOS COM DEUS SE OLHARMOS APENAS PARA NOSSA REALIDADE

1Rs 19:1-10 - Acabe fez saber a Jezabel tudo quanto Elias havia feito e como matara todos os profetas à espada. 2 Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias a dizer-lhe: Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles. 3 Temendo, pois, Elias, levantou-se, e, para salvar sua vida, se foi, e chegou a Berseba, que pertence a Judá; e ali deixou o seu moço. 4 Ele mesmo, porém, se foi ao deserto, caminho de um dia, e veio, e se assentou debaixo de um zimbro; e pediu para si a morte e disse: Basta; toma agora, ó SENHOR, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais. 5 Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come. 6 Olhou ele e viu, junto à cabeceira, um pão cozido sobre pedras em brasa e uma botija de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. 7 Voltou segunda vez o anjo do SENHOR, tocou-o e lhe disse: Levanta-te e come, porque o caminho te será sobremodo longo. 8 Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus. 9 Ali, entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe veio a palavra do SENHOR e lhe disse: Que fazes aqui, Elias? 10 Ele respondeu: Tenho sido zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida.
Algumas coisas extraordinárias estavam acontecendo ao redor de Elias. Primeiro, sem qualquer intervenção humana, aliás, com ações humanas que pareciam atrapalhar o plano de envergonhar e vencer os profetas de Baal no monte Carmelo jogando água (item raríssimo naqueles dias) três vezes sobre a lenha (1Rs 18:33-35 - Então, armou a lenha, dividiu o novilho em pedaços, pô-lo sobre a lenha 34 - e disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. Disse ainda: Fazei-o segunda vez; e o fizeram. Disse mais: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez. 35 De maneira que a água corria ao redor do altar; ele encheu também de água o rego).
Deus falara com ele, ordenara que enfrentasse os profetas de Baal e do poste-ídolo, fizera descer fogo do céu para consumir o sacrifício e, diante da ameaça da religiosíssima e idólatra Jezabel que ameaçara matá-lo em nome de deuses que o Senhor acabara de mostrar serem inexistentes e impotentes Elias se enche de temor. Mas nem assim o Senhor o desampara, envia anjos para cuidar dele e dá-lhe comida que supre suas necessidades para caminhar por 40 dias e quarenta noites. E agora o Senhor continua falando com ele, mostrando o seu cuidado e interesse no seu bem-estar, mas algo estranho acontece.
Elias pede a morte para si. A pergunta é: porque? Porque Elias balança? Porque Elias se prostra? Porque o servo do Senhor tão fiel a ponto de servir de parâmetro para a profecia veterotestamentária no Novo Testamento como Moisés foi para a legislação (Lc 1:17 - E irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos, converter os desobedientes à prudência dos justos e habilitar para o Senhor um povo preparado) e ser trazido para presenciar aquele que alguns entendem como o maior milagre, a transfiguração do Senhor Jesus (Mt 17:2-3 - E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. 3 E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele) desiste de viver? A resposta é encontrada em suas palavras:
10 Ele respondeu: Tenho sido zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida.
Por três vezes Elias centra o seu discurso nele mesmo. Ele tira os olhos do autor e consumador da fé e passa a olhar para si mesmo, para o que ele fizera e para o que queriam lhe fazer. E este foi o problema. E este pode ser o nosso problema. Queremos que o que nos acontece seja centrado no que fazemos e somos e isto pode ser frustrante. Queremos que a resposta de Deus seja um reflexo de como nós vemos o que fazemos e somos, e isto pode ser frustrante. Queremos condicionar o plano de Deus à nossa visão de mundo e isto pode ser frustrante. E isto certamente vai ser frustrante porque o plano de Deus não se adequa aos nossos planos. O propósito de Deus não está condicionado ao que nós somos ou fazemos, ou ao que achamos que somos e achamos que fazemos – e como isso é frustrante.
Na verdade, até o que achamos ser certo pode ser uma grande falácia, como vemos na tola religiosidade da sidônia idólatra Jezabel (1Rs 19:2 - Então, Jezabel mandou um mensageiro a Elias a dizer-lhe: Façam-me os deuses como lhes aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um deles) ou do arrogante sírio Ben-Hadade (1Rs 20:10 - Ben-Hadade tornou a enviar mensageiros, dizendo: Façam-me os deuses como lhes aprouver, se o pó de Samaria bastar para encher as mãos de todo o povo que me segue) ou no clube dos 40 que intentaram matar Paulo (At 9:1-2 - Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote 2 e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém) ou até no próprio Paulo (At 9:1-2 - Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote 2 e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém).
Se você não quer se frustrar, mesmo sendo um servo fiel, então, mantenha os olhos fitos firmemente no autor e consumador da fé, Jesus Cristo (Hb 12:2 - ...olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus) certos que receberemos de suas mãos a recompensa que ele preparou para os seus servos fiéis (Ap 2:10 - Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida).

II. PODEMOS FICAR DECEPCIONADOS COM DEUS SE OLHARMOS APENAS PARA AS AÇÕES DAS PESSOAS

1Rs 19:14 - Ele respondeu: Tenho sido em extremo zeloso pelo SENHOR, Deus dos Exércitos, porque os filhos de Israel deixaram a tua aliança, derribaram os teus altares e mataram os teus profetas à espada; e eu fiquei só, e procuram tirar-me a vida.

Segunda vez Deus pergunta a Elias o que estava acontecendo com ele e ele insiste nos mesmos argumentos. Os seus olhos estão no lugar errado. E certamente isto é terrivelmente frustrante a ponto de às vezes nos perguntarmos: onde Deus está nisto? Porque Deus permite que estas coisas aconteçam com seus servos? Porque Deus permitiu que José fosse jogado em uma cova e vendido como escravo? Porque José, mesmo sendo fiel, foi lançado numa prisão e a adúltera esposa de Potífar se deu bem com suas calúnias? Porque Deus permitiu que servos seus fossem serrados pelo meio e sofressem todo tipo de injúria e maus tratos (Hb 11:37 - Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados)? Porque os amigos de Daniel foram lançados em uma fornalha ardente? Porque Daniel foi jogado em uma cova cheia de leões famintos depois de 70 anos de fidelidade? Porque? Porque? Porque Deus? Você clama! Porque?!!!
É esta a angústia que oprime o coração de Elias. A ímpia Jezabel e o amolecado rei Acabe queriam matá-lo, acusando-o de perturbar a nação. De Jezabel ele podia esperar isto, afinal ela era filha de um inimigo de Israel, adoradora de um deus que não é Deus, mas receber isto das mãos de Acabe, do rei de Israel?
Acabe era judeu. O nome do Deus de Abraão, Isaque e Jacó fora honrado maravilhosamente diante de todo o povo mesmo dentro de um contexto idólatra inaugurado por Jeroboão – 1Rs 12:27-30 - Se este povo subir para fazer sacrifícios na Casa do SENHOR, em Jerusalém, o coração dele se tornará a seu senhor, a Roboão, rei de Judá; e me matarão e tornarão a ele, ao rei de Judá. 28 Pelo que o rei, tendo tomado conselhos, fez dois bezerros de ouro; e disse ao povo: Basta de subirdes a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito! 29 Pôs um em Betel e o outro, em Dã. 30 E isso se tornou em pecado, pois que o povo ia até Dã, cada um para adorar o bezerro). Acabe deveria restaurar o culto ao Senhor que havia provado diante de todos ser o Deus verdadeiro (1Rs 18:39 - O que vendo todo o povo, caiu de rosto em terra e disse: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus!). Mas não é isto o que Acabe faz.
O povo deveria voltar todo à antiga aliança... mas não voltara... mesmo a empolgação com o fogo descido do céu que consumira o altar e a admissão de que o Senhor é Deus parecia-lhe apenas uma empolgação passageira e não uma volta para Deus. Ninguém se levantara para defendê-lo das ameaças de Jezabel. E com seus olhos nos que lhe queriam fazer o mal só lhe restava sentir-se abandonado por todos e só.
Não se esqueça do que disseram os amigos de Daniel: mesmo que Deus não te livre da fornalha ardente, ele continua sendo Senhor e Deus, e até as ações ímpias de pessoas ímpias serão usadas por ele para a consecução de seu propósito, como aconteceu com o apóstolo Paulo que queria ir a Roma e só chegou àquela cidade quando religiosos maus quiseram matá-lo e ele lá chegou sob patrocínio e escolta estatal. Se os teus olhos ficarem presos no mal que os homens são capazes de fazer certamente sua fé vai enfraquecer. Homens maus fazem coisas más. Homens de Deus, como os filhos de Jacó, são capazes de fazer coisas más.
É isto mesmo. A maior parte das pessoas que eu conheço que se dizem decepcionadas com Deus na verdade estão decepcionadas com o que as pessoas fizeram e fazem. A decepção não é com Deus, é com pessoas que compõem a Igreja visível.
Se você fiar os teus olhos nas ações dos homens sua fé vai desfalecer, portanto, ainda que todos os sinais exteriores sejam de degradação, faça como o profeta Habacuque (Hb 3:17-18 - Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, 18 todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação) e mantenha sua fé firme, como fez o profeta Jeremias (Lm 3:21 - Quero trazer à memória o que me pode dar esperança).
Talvez sua família não te entenda, seus colegas na escola te repilam ou façam bullying ou seus patrões te pressionem de todas as maneiras possíveis e injustas. Talvez você esteja realmente abandonado por todos. Talvez você esteja sendo perseguido injustamente (Mt 5:11 - Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós). Talvez sinta as trevas anuviando seus olhos, então, faça como o salmista, contemple o Senhor (Sl 34:5 - Contemplai-o e sereis iluminados, e o vosso rosto jamais sofrerá vexame).

III. PODEMOS FICAR DECEPCIONADOS COM DEUS SE OLHARMOS APENAS PARA AS CIRCUNSTÂNCIAS

1Rs 19:11-13 - Disse-lhe Deus: Sai e põe-te neste monte perante o SENHOR. Eis que passava o SENHOR; e um grande e forte vento fendia os montes e despedaçava as penhas diante do SENHOR, porém o SENHOR não estava no vento; depois do vento, um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto; 12 depois do terremoto, um fogo, mas o SENHOR não estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranqüilo e suave. 13 Ouvindo-o Elias, envolveu o rosto no seu manto e, saindo, pôs-se à entrada da caverna. Eis que lhe veio uma voz e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?

Elias é chamado para sair da caverna. É grande o risco de alegorizar o “sair da caverna” como deixar o seu próprio mundinho, o mundinho de sua própria dor e angústia para poder ver as coisas mais claramente. É óbvio que queremos ver com mais clareza, ter uma melhor percepção das coisas, mas o fato é que o que acontece aqui é que Deus chama o profeta para falar com ele. E eventos extraordinários começam a suceder.
Primeiro, um forte vento fendia os montes e despedaçava pedras. Qualquer adorador de Baal, numa situação destas, enalteceria o poder de sua divindade. Seria uma excelente resposta para o fiasco do monte Carmelo. Logo depois, um terremoto abalou as estruturas dos montes, a terra tremia e certamente teria sido perigoso permanecer na caverna, mas nada lhe acontece ali. Que excelente oportunidade de enaltecer a providência de seu Deus – mas ainda não era isso o que Deus queria comunicar a Elias. Em seguida, um fogo. O quadro de destruição era generalizado ao redor de Elias. Quanta demonstração de poder e quanta destruição. Mas faltava algo. Ainda não era isto o que Deus queria falar. E, por fim, um cicio tranquilo e suave. Era isto então? Deus estava na tranquilidade? Não, também não é dito que o Senhor estava no cicio também.
Onde estava Deus? Onde estava Deus quando as pedras eram destroçadas? Ele estava presente! Onde estava Deus quando o terremoto assolava a terra? Ele estava presente! Onde estava Deus quando o fogo consumia a já pouca vegetação? Ele estava presente! Então Deus está na tranquilidade, que bom? Na verdade, Deus sempre esteve presente! Deus sempre está presente.
Talvez a dor e a tristeza, a decepção com as coisas tumultuosas e as tribulações que acontecem tenham te levado a alguma forma de desespero (2Co 1:8 - Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida) e falta de percepção da presença do Senhor, como aconteceu com Maria na entrada do túmulo agora vazio (Jo 20:13 - Então, eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela lhes respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram).
O que precisamos compreender é que o Senhor sempre está presente! Ele está presente e governando quando os crentes fazem coisas de crentes. Ele está presente quando o crente obedece aos seus mandamentos, ama os seus irmãos, anuncia a salvação em nome do Senhor. Ele está presente em todo o tempo, isto é inquestionável (Mt 28:20 - ...ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século).
O Senhor também está presente quando os crentes fazem coisas indignas de crentes. Seus santos olhos estão sobre o que fazem os filhos dos homens e sua justiça não deixará de ser retribuída sobre atos de rebelião e desobediência (Sl 62:11-12 - Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: Que o poder pertence a Deus, 12 e a ti, Senhor, pertence a graça, pois a cada um retribuis segundo as suas obras). Os irmãos de José sofreram e se angustiaram de medo depois de tê-lo vendido como escravo aos midianitas, mesmo sem haver qualquer intenção de vingança por parte dele (Gn 50:20 - Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida).
O Senhor também está presente quando homens maus agem, como Faraó cujo coração foi endurecido para que, em sua frustrada rebelião contra Deus o nome do Senhor fosse engrandecido (Rm 9:17 - Porque a Escritura diz a Faraó: Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra) e também como aconteceu com a Assíria que, apesar de toda a maldade dos ímpios assírios, era apenas um instrumento de Deus para disciplinar os infiéis judeus (Is 10:5 - Ai da Assíria, cetro da minha ira! A vara em sua mão é o instrumento do meu furor).
É Deus quem faz com que homens maus façam coisas boas para o bem do povo de Deus, como Ciro, a quem o Senhor chama de meu pastor (Is 44:28 - ...que digo de Ciro: Ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz; que digo também de Jerusalém: Será edificada; e do templo: Será fundado), ou o faraó dos dias de José, que o colocou como segundo no governo do Egito (Gn 41:43 - E fê-lo subir ao seu segundo carro, e clamavam diante dele: Inclinai-vos! Desse modo, o constituiu sobre toda a terra do Egito).
As circunstâncias por si mesmas não dizem nada sobre o caráter e sobre o governo de Deus. Embora difícil a caminhada do crente deve ser por fé e não pela maneira como interpreta as circunstâncias (2Co 5:7 - visto que andamos por fé e não pelo que vemos). É difícil não se deixar levar pelo olhar para o mal que nos cerca, mas Deus é Deus apesar da ventania, terremoto, fogo e do cicio. Deus é Deus o tempo todo, em todo lugar, ontem, hoje e eternamente. Pode parecer impossível quando seus olhos estão cheios de lágrimas, seu coração partido de dor, mas Deus ainda é e sempre será Deus, o seu Deus, que cuida de ti (Is 41:13 - Porque eu, o SENHOR, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo) e te atende antes que você chore (Is 65:24 - E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei).

CONCLUSÃO: DEUS NUNCA NOS DECEPCIONARÁ PORQUE ELE É SEMPRE O SENHOR DE TUDO, DE TODOS E DE TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS

1Rs 19:15-21 - Disse-lhe o SENHOR: Vai, volta ao teu caminho para o deserto de Damasco e, em chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria. 16 A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. 17 Quem escapar à espada de Hazael, Jeú o matará; quem escapar à espada de Jeú, Eliseu o matará. 18 Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou. 19 Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou o seu manto sobre ele. 20 Então, deixou este os bois, correu após Elias e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. Elias respondeu-lhe: Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo. 21 Voltou Eliseu de seguir a Elias, tomou a junta de bois, e os imolou, e, com os aparelhos dos bois, cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram. Então, se dispôs, e seguiu a Elias, e o servia.


A resposta de Deus às angústias de Elias passa por algumas observações importantes. Em primeiro lugar Deus concorda que seu servo foi fiel, e apesar daquele momento de abandono ainda o tem como instrumento para realização de sua vontade. A vontade de Deus é resumida em uma só palavra: “Vai”.

Em seguida Deus reafirma o seu poder sobre todas as coisas, porque seu poder não está circunscrito às coisas que podem ser observadas, e isto inclui tanto a fidelidade do profeta quanto a infidelidade de Israel sob a liderança dos perversos Acabe e Jezabel. Elias tem uma missão: proclamar a soberania de Deus sobre as nações, como mais tarde o profeta Isaías mostraria Deus levantando a Ciro para este mister (Is 45:1 - Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face, e para descingir os lombos dos reis, e para abrir diante dele as portas, que não se fecharão).

Em terceiro lugar Deus mostra que os que procederam perfidamente não se manteriam tranquilamente desfrutando dos resultados de sua perfídia. Jeú seria levantado para tomar o lugar de Acabe (2Rs 9:7 - Ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para que eu vingue da mão de Jezabel o sangue de meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do SENHOR) e Jezabel teria sua carne devorada pelos cães no meio da rua (2Rs 9:10 - Os cães devorarão Jezabel no campo de Jezreel; não haverá quem a enterre. Dito isto, abriu a porta e fugiu) num triste destino para a filha de um rei.

É provável que você já tenha se sentido tão angustiado a ponto de ter vontade de desistir. Talvez chegue ao ponto de pensar em abandonar a Igreja, deixar de ser crente. Mas isto é impossível. É impossível deixar de ser crente. É possível deixar de ser membro de uma Igreja por não ser crente, amando mais o mundo que ao Senhor. Mas só faz isto quem não é crente de verdade (1Jo 2:19 - Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos).

É até possível um crente de verdade deixar a congregação temporariamente por causa de um problema pessoal ou de um pecado, mas um crente de verdade não deixa de ser crente. Ele confia no Senhor, ele sabe que o seu Deus é Senhor sobre toda a terra. Ele sabe que os escudos das terras (símbolos de poder e soberania) pertencem ao Senhor (Sl 47:9 - Os príncipes dos povos se reúnem, o povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos da terra; ele se exaltou gloriosamente).

O descanso que Elias pediu viria. Embora tenha se tornado conhecido como o ápice do movimento profético de Israel, ele seria substituído por um homem duas vezes mais incisivo do que ele, que continuaria fazendo o papel de boca de Deus e braço do Senhor mesmo que Israel preferisse a babugisse de 850 falsos profetas de falsos deuses.

Quando a prova vier, lembre-se que o propósito de Deus sempre será cumprido, lembre-se que no tempo certo o Senhor lhe dará o descanso, confie no Senhor em todo o tempo, não cometa o erro que Ben-Hadade cometeu, de confiar em carros e em cavalos, ou como fizeram os contemporâneos do profeta Isaías, buscando apoio na iniquidade (Is 31:1 - Ai dos que descem ao Egito em busca de socorro e se estribam em cavalos; que confiam em carros, porque são muitos, e em cavaleiros, porque são mui fortes, mas não atentam para o Santo de Israel, nem buscam ao SENHOR!). O perverso vai continuar vivendo perfidamente praticando suas perversidades, mas o crente deve continuar vivendo como crente fazendo coisas de crentes (Ap 22:11 - Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se) até que o Senhor venha e retribua com justiça, o que deveria arrepiar de medo ao injusto e deve trazer gozo e alegria antecipadas ao crente (Ap 22:12 - E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras).

Confie no Senhor, faça o bem, habita na terra e alimenta-te da verdade até que o Senhor faça a justiça brilhar como o sol ao meio dia.

Sl 37:1-6 - Não te indignes por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade. 2 Pois eles dentro em breve definharão como a relva e murcharão como a erva verde. 3 Confia no SENHOR e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade. 4 Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. 5 Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará. 6 Fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol ao meio-dia.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

O DIA EM QUE A MORTE FOI VENCIDA


51 Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, 52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. 53 Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. 54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. 55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? 56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. 57 Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo (1Co 15.51-57).
Há alguns anos, mais precisamente em 2016, o cardeal Bergoglio, bispo maior da Igreja romana com o título de Francisco I, afirmou que, como homem, Jesus Cristo fracassou ao morrer na cruz, afinal, a cruz é lugar de morte, maldição, cessação de vida. Ao mesmo tempo, junto com esta afirmação, ele, recentemente, disse que ateus também podem ser salvos porque o alcance da graça de Deus é maior do que podemos pensar. Do alto da pretensa “infalibilidade papal” o bispo romano estaria com a razão? Estaria ele certo ao jogar por terra toda a base da fé cristã?
A resposta é: não, o cardeal Bergoglio não tem razão. Ele está equivocado tanto no que se refere a doutrina quanto às suas intenções. O que as Escrituras têm a nos dizer sobre esse assunto? Nada melhor do que observarmos o que a bíblia diz a uma Igreja especialmente sugestiva neste caso, a Igreja de Cristo em Roma.
Datada da metade do primeiro século, a carta de Paulo aos romanos estabelece verdades inquestionáveis para a fé cristã - verdade que somente alguém imbuído de espirito de heresia ousaria abandonar:
Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação (Rm 5.6-11).
Vejamos aqui o que a bíblia diz sobre a morte de Jesus.
I. CRISTO É VENCEDOR
Em primeiro lugar, a morte de Cristo não foi um fracasso (Mc 10:45 - Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos) e isto deve continuar a ser anunciado pela Igreja (1Tm 2:5-6).  A morte de Cristo foi, na verdade, uma grande vitória porque, na cruz, ele, sozinho, substituiu todos os que ele veio buscar. A cruz simboliza o nosso destino, o que era nosso por direito adquirido (Rm 6:22-23). Cristo, na cruz, efetivamente pagou o preço dos nossos pecados e, longe de sentir-se derrotado, suas palavras são de vitória ao clamar “está consumado” (Jo 19.30), entregando, em seguida, seu espírito não ao inferno, mas ao seu pai celeste (Lc 23.46) exatamente como estrava predito pelas Escrituras (Sl 31:5). Na cruz o justo morreu pelos injustos (I Pe 3:18: ímpios – v. 6; pecadores - v. 8 e inimigos – v. 10, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito) alegrando-se grandemente pelo fruto do penoso trabalho de sua alma (Is 53:11). Derrotado na cruz? Fracassado? Só se desprezarmos o ensino do próprio Jesus nas sagradas páginas das Escrituras.
II. CRISTO CUMPRIU SEU PLANO
Em segundo lugar, a morte não interrompeu a vida ou os planos de Cristo (Jo 10:18). A morte de Cristo não foi um acidente nem foi decretada pela traição de Judas (Jo 17:12), nem pelos conluios dos escribas, fariseus, herodianos e sacerdotes (Jo 8:40).  É verdade que os ímpios se ajuntaram contra o ungido do Senhor (At 4:26) exatamente como havia sido dito pela bíblia que aconteceria (Sl 2:1-2) mas isso só aconteceu no momento que o Senhor quis que acontecesse (Jo 7:30).  Cristo morreu no tempo determinado por Deus (Rm 5:6), sem esperar que deixássemos de ser o que sempre seriamos sem ele – fracos, isto é, impotentes para resolver nosso estado de perdição (Ef 2:4-5).
III. CRISTO FOI EFICIENTE
Em terceiro lugar, a morte de Cristo teve eficácia total, não foi em vão. Na sua morte Deus provou o seu amor para conosco (v. 8). Quando as pessoas pedem alguma prova de carinho e amor para outra, certamente estão pedindo muito menos do que o que Deus fez (1Jo 4:9) e o que Cristo fez em sacrifício que foi aceito pelo Senhor (Ef 5:1-2). É até normal uma pessoa dar uma prova de amor por alguém que ama e que imagine que seja por ela amada, mas dar prova de amor por inimigos, só Deus é capaz de algo assim;
Na sua morte Cristo também concede justificação aos ímpios (1Co 6:11) porque ele paga os seus débitos na cruz (Cl 2:13-15) e um débito pago não pode ser cobrado uma segunda vez pois isso seria uma flagrante injustiça;
Na sua morte Deus nos reconcilia consigo mesmo (Cl 1:21-23) por intermédio de seu filho, Jesus Cristo. Deixamos de ser considerados sem Deus no mundo e passamos a ser vistos em Cristo, o que o apóstolo Paulo considera a coisa mais sublime do mundo (Fp 3:8-9);
Por causa da morte vitoriosa de Cristo passamos da morte para a vida (Jo 5:24) e se antes éramos merecedores da ira de Deus (Jo 3:36) agora somos considerados seus filhos, e recebemos, então, o princípio de uma nova vida que se manifestará em glória (1Jo 3:2);
Ao invés de cometermos o equívoco de consideramos a morte de Cristo na cruz um fracasso, como fez o cardeal Bergoglio, devemos olhar para os efeitos dela em nós e percebermos o quão bem sucedido ele foi, porque, por intermédio de Cristo fomos livrados da morte, recebemos vida eterna, temos paz com Deus (Rm 5:1) e podemos nos alegrar na presença do Senhor (Sl 97:12) em substituição ao terror e fuga comum aos filhos de Adão (Gn 3:10) porque o amor que ele nos concedeu e que nos leva a amá-lo (1Jo 4:18) é perfeito, e o perfeito amor lança fora toda forma de medo.
Não, Jesus não foi um fracassado – ele venceu, e crer nele é garantia de vitória (1Co 15:57 - Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo). Em Cristo, mesmo enfrentando dificuldades imensas, podemos, sim, ser mais do que vencedores – mas só em Cristo (Rm 8:37), pois do contrário, mesmo que um homem ganhe o mundo inteiro, será um grande fracassado por perder o que ele tem de mais importante: a sua própria alma (Lc 9:25 ).
Por fim, a vitória de Cristo é a vitória que concede salvação aos pecadores que nele crerem, e isto, certamente, não inclui a salvação de ateus, porque ateus não creem. A palavra do Senhor é claríssima: a salvação é somente para os que creem em Jesus (Jo 1:11-13), sobre os demais permanece a ira de Deus (Jo 3:36) pelo fato de recusarem, obstinadamente, a graça salvadora de Deus em Cristo Jesus (Ap 21:8). E isto, nem Bergoglio, nem igreja alguma pode mudar.

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

FORÇA E CORAGEM PARA SER JUSTO

Tão-somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei1 que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que sejas bem-sucedido por onde quer que andares [1].
Josué 1.7


Embora estejamos relativamente habituados a tomar decisões afinal todos temos uma série de responsabilidades profissionais, familiares e pessoais, todos temos, em algum momento, uma certa dúvida, uma certa relutância sobre que rumos tomar, sobre o que é melhor a fazer e sobre se fazer o certo é o melhor a fazer. Pode parecer contraditório, mas não é incomum acreditarmos erroneamente que fazer o certo não é a melhor opção. Porque tantas dificuldades para tomar as decisões certas e agir corretamente?
Eu gostaria de oferecer algumas razões, certamente não todas, para esta dificuldade porque também é possível que existam propósitos ocultos e inconfessáveis [justificados até com pensamentos piedosos ou práticos] que não queremos que as pessoas saibam, embora Deus saiba.
Observe no texto que escolhemos para nossa meditação que Deus chama Josué e lhe diz para ser forte e mui corajoso para fazer o que é certo. Bom, crentes devem querer ser fortes e corajosos, mas fortes e corajosos em relação a que? Certamente não para a prática do mal. Qual era o maior perigo que Josué e os hebreus corriam?
Sem dúvida o grande risco era o de se desviarem do caminho da obediência ao Senhor (Js 23:12), como efetivamente vamos ver acontecer nos dias dos juízes (Jz 21:25) como foram advertidos por Josué (Js 24:19).
Não era o exército de Faraó, que já não os ameaçava há mais de 40 anos. Não eram os povos da terra na qual eles peregrinavam. É preciso força e coragem para fazer tomar decisões corretas quando o mundo inteiro quer que sejamos injustos.
Josué precisava ser forte e muito corajoso para tomar uma única atitude - mas uma atitude que influenciaria toda a sua vida, uma única atitude que determinaria o curso de sua vida e que deveria ser mantida por toda a sua vida.
Josué não precisava de coragem para enfrentar os exércitos inimigos - ele já tinha provado que a possuía. Josué não precisava de coragem para atravessar um deserto - ele já fazia isso há 40 anos. Josué não precisava de coragem para entrar e sair de território hostil - ele já o havia feito 40 anos antes e Deus conhecia seu coração.
Josué precisava de força e muita coragem para algo que parece muito mais simples, uma coragem de que muitos carecem - coragem para fazer a vontade de Deus em meio a sua geração, em meio a seu povo, entre seus parentes, entre aqueles que nos conhecem bem.
Observe que Deus diz a Josué:
i. Seja forte e muito corajoso para fazer segundo toda a lei;
Deus não queria que Josué guardasse um pouco da lei, ou que fizesse as coisas mais ou menos - ele não se agrada de quem faz sua obra relaxadamente (Jr 48.10) preferindo até mesmo que nada fosse feito (Ml 1.10). Como um dos primeiros líderes dos hebreus que dariam sequência de juízes, Josué deveria se lembrar da lei do Senhor (Dt 16.19). Lembremos que o ensino das Escrituras é que aquele que tropeça num só ponto da lei se faz devedor de toda a lei (Tg 2.10).
ii. Seja forte e muito corajoso para não te desviares da lei nem para a direita nem para a esquerda;
Deus não queria que Josué fosse extremista, caindo no legalismo de muitas regras e nenhuma liberdade ou escorregando no liberalismo de tudo é permitido e nada é proibido e muito menos fazer como Saul e cair no erro do politicamente correto (1Sm 15.24). Deus não deseja que ninguém seja escravo de mandamentos (Cl 2.20-23) mas também não aceita que usem mal da liberdade que nos é dada em Cristo (Gl 5.13).
iii. Seja forte e muito corajoso porque se obedeceres a lei serás bem-sucedido por onde quer que andares.
Vale a pena obedecer a Deus. Do ponto de vista de Deus o sucesso na vida é construído à partir da fidelidade ao Senhor (Jó 1.22). Ninguém é bem-sucedido, por mais que consiga ajuntar bens ou atingir seus alvos tão insistentemente perseguidos sem ter o temor do Senhor no coração (Sl 127.2). O que acontece é justamente o contrário: ajuntar riquezas desprezando o temor do Senhor é loucura, é falta de sabedoria (Lc 12.20-21).
É preciso ser forte e muito corajoso para tomar a atitude de obedecer ao Senhor em todos os seus caminhos quando há caminhos que parecem direitos (Pv 14.12) mas se não são os caminhos do Senhor são caminhos tortuosos (Ez 18.29) embora pareçam mais interessantes (Mt 7.13).
Lembre-se ainda que, segundo as Escritura, somente os que tiverem a coragem de deixar tudo por amor de Cristo herdarão o reino dos céus (Mc 10.29).
De fora do reino de Cristo ficam, junto com os ladrões, mentirosos, assassinos, idólatras e feiticeiros uma categoria aparentemente inofensiva, mas que não teve a coragem necessária para confessar a Cristo como Senhor: os medrosos, os covardes (Ap 21.8).
A única direção que vale a pena tomar na vida é aquela orientada pela Palavra de Deus. E para isso precisamos ser fortes e mui corajosos. E você? É corajoso o suficiente para seguir a Cristo, agir com justiça e suportar a inimizade do mundo (Mt 10.22)?
Não temas quando tiveres que optar entre obedecer a Deus, em a pressão para agir de acordo com a vontade da maioria ou agir com justiça: o Senhor se agradou em dar-lhe o seu reino (Lc 12:32). 


[1] O que é ser justo? O conceito usual de ser justo é o de uma pessoa que não faz nada errado ou que analisa criteriosamente as situações e toma uma decisão sem ferir o direito, independente de quaisquer circunstâncias ou preferências pessoais. Uma rápida pesquisa num dicionário traz os seguintes sinônimos: equânime, probo, reto, íntegro, segundo a lei, moralmente irrepreensível. Religiosamente indica aquele que não tem falha moral ou espiritual. Moralmente irrepreensível. Teologicamente justo é aquele que se encontra em estado de graça perante Deus, isto é, justificado, que não tem justiça própria (Fp 3.9-11). No AT o justo era o guardador da Lei, irrepreensível em seus caminhos, que nao tinha o que esconder, que não precisava fazer nada às escondidas e que nao se envergonhava de nada do que fazia. Exemplos de justiça piedosa: Jó (Jó 1.8), Abraão (Tg 2.23) e outros como José e Daniel.

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