terça-feira, 20 de junho de 2017

ESSE MALDITO OUTRO EVANGELHO

Aqueles que me conhecem e convivem comigo sabem que o prazer que tenho em falar e ouvir palavrões é nenhum. Então, quanto ao título acima, não se trata de um palavrão, de um xingamento, mas de uma profunda revolta causada pelos efeitos de um falso e inútil evangelho (Gl 1.8-9), disseminado como praga através de todos os meios possíveis - tanto pelos meios de comunicação formais e informais quanto nos púlpitos, revistas, livros, etc.
Primeiro, quero compartilhar com vocês uma história, uma conversa tida com uma pessoa no dia seguinte às comemorações do XXX aniversário da Igreja Presbiteriana em Xinguara. Ao sair da Igreja cumprimentei um senhor que tem sido frequentador dominical assíduo, e sempre oferta durante os cultos mas que não havia aparecido no fim de semana. Brinquei com ele dizendo que tinha ficado um lugar vago na Igreja - ele retrucou dizendo que tinha muita gente então. Continuei, dizendo-lhe que o lugar que ficara vago era o dele, e só ele poderia ocupar. Ele sorriu, e, tímido, tentou se explicar, afirmando que não veio à Igreja porque não tinha dinheiro para ofertar, e que, quando tivesse, voltaria. Calmamente expliquei-lhe a relação entre culto e oferta. Culto você presta a Deus sempre, oferta você traz quando ele te abençoar e você tem o que ofertar. Pode-se prestar culto sem oferta monetária - e não é nada incomum ofertar sem cultuar. Aparentemente ele entendeu, e disse que estaria presente no próximo culto dominical.
Continuei meus afazeres refletindo sobre o que havíamos conversado. Ali estava mais uma vítima do outro evangelho, do falso evangelho, do evangelho pregado pelos ministros de satanás. O evangelho mercenário, que diz às pessoas que elas são importantes na medida em que prosperam e ofertam. O evangelho que lhes diz que o importante é um bolso aberto mesmo com um coração fechado. Um evangelho que faz tropeçar a muitos pequeninos, propagado por vigaristas religiosos mas que é extremamente sedutor para os interesseiros de plantão, cultos ou não, que resumem sua experiência religiosa em ser servido na Igreja e acreditam que fazem a sua parte “pagando” por este serviço. É um maldito outro evangelho que faz com que as pessoas pensem que o interesse de Deus é por seu ouro e prata, e não por seus corações vidas consertadas e santificadas (Mq 6.8).
Este não é o evangelho de Cristo. Não o siga! Não o propague!

terça-feira, 6 de junho de 2017

OS EFEITOS TRANSFORMADORES DO EVANGELHO DA GRAÇA DE DEUS - I Ts 1.6-10

O QUE O EVANGELHO PODE FAZER POR VOCÊ
6 Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo, 7 de sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia. 8 Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa alguma; 9 pois eles mesmos, no tocante a nós, proclamam que repercussão teve o nosso ingresso no vosso meio, e como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para servirdes o Deus vivo e verdadeiro  10 e para aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura.
Com a chegada de Paulo entre os tessalonicenses eles creram em Jesus Cristo. Eles se converteram porque receberam a Cristo (Cl 2:6 - Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele) e foram feitos filhos de Deus (Jo 1:12 - Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome).
COMO OS TESSALONICENSES RECEBERAM O EVANGELHO
Os tessalonicenses receberam o evangelho, receberam a Palavra de Deus, foram transformados pelo poder do Espírito Santo e viviam o evangelho com tal convicção que não havia como não dar frutos. E estes frutos eram uma fé operosa, viva, um amor abnegado que não buscava o próprio bem, e o único bem que desejava era ser achado em Cristo e ser por ele considerado um servo fiel, quando, pela fé, numa esperança que não podia ser abalada por nenhuma circunstância ou criatura porque ela estava alicerçada na rocha que é Cristo. Embora a Igreja dos tessalonicenses não fosse uma Igreja perfeita ela é certamente uma Igreja que muitos pastores gostariam de ter como rebanho e uma Igreja da qual muitos que certamente teriam muito prazer em serem membros. Sabemos bastante desta Igreja, por isso podemos fazer algumas afirmações a respeito de sua fé, do modo como receberam o evangelho. O livro de atos registra a chegada de Paulo à região, sua pregação nas sinagogas, a conversão de alguns judeus, de mulheres piedosas e de muitos outros gentios. Logo Paulo, Silvano e Timóteo tem que enfrentar oposição, perseguição e tentativa de prisão, mas os adversários só conseguem prender a alguns crentes, dentre estes aquele que mais tarde se destacaria como seu líder, Jasom, que logo é libertado mediante o pagamento de uma fiança. Apesar de ficarem pouco tempo em Tessalônica, a estada deles foi tempo suficiente para que eles aprendessem como poderiam viver a nova vida em Cristo. Paulo e companheiros passaram entre eles tempo suficiente para dar-lhes um testemunho eficiente e impactante de tal modo marcante que eles foram capazes de atender à orientação e exortação de Paulo para que fossem seus imitadores da mesma maneira e nas mesmas coisas em que ele, Paulo, conseguia imitar a Cristo. Além disso, eles foram capazes de continuar imitando a Paulo, vivendo evangelho como crentes verdadeiros, mesmo em sofrimento, perseguição e tribulação. O que é impressionante é o fato que, assim como Paulo aprendeu a viver contente em toda e qualquer situação eles viviam a sua tribulação com alegria, considerando uma bênção o fato de que, além de crerem, também padecerem por causa de Cristo.
QUEM É O SEU MODELO? RECEBER O EVANGELHO É PASSAR A TER O PRÓPRIO CRISTO COMO MODELO
Quando Paulo foi encontrado por Jesus no caminho de Damasco ele foi mudado, certamente viu o modus vivendi da Igreja, depois recebeu o evangelho do próprio Cristo e viu que não lhe restava outra coisa a não ser atender ao seu chamado, anunciar a salvação em Jesus, orientar os convertidos a se arrependerem de seus pecados, se converterem a Deus e, este é o ponto crucial aqui, ele lhes dizia para viverem por modo digno do evangelho de Cristo. O problema é que ele, Paulo, era um judeu dizendo a gentios como viver uma nova fé que não era em nada parecida, nem com judaísmo nem com as muitas formas de paganismo. O jeito mais simples era Paulo lhes dizer para observarem-no e imitarem-no. Era mais que uma lista de “não pode” ou “três passos que deve adotar”. Era todo um estilo de vida, uma nova vida, um jeito de viver em obediência a Cristo que, mesmo considerado estranho pelos gentios que podiam acusá-los de muitas coisas, eram obrigados a reconhecerem o seu procedimento exemplar. E foi isso que os tessalonicenses fizeram. Eram discípulos de Paulo, tinham Paulo e seus companheiros por modelo e, agindo como ele acabaram se tornando, também eles, discipuladores, modelo de crentes para toda a região, para todos que esteavam em contato com eles.
QUAL É O SEU OBJETIVO? RECEBER O EVANGELHO É BUSCAR LEVAR PECADORES AO ARREPENDIMENTO
Por causa do testemunho dos tessalonicenses pecadores se converteram. A vida dos crentes, tanto em sua fé, obras, amor, abnegação, firmeza diante das perseguições e esperança em Cristo para avida eterna logo se tornou conhecida por toda a província e na região. Seu testemunho era de tal forma coerente e eficiente que o apóstolo julgou desnecessário fazer qualquer nova orientação ou observação. A fé dos crentes é uma realidade palpável, observável. Não dá para acreditar que alguém é convertido, que crê em Jesus Cristo como seu salvador e o tem como seu Senhor se não apresentar frutos que demonstram esse arrependimento, esta transformação. A conversão afeta os aspectos mais relevantes e importantes da vida do convertido, aliás, afeta e transforma todas as áreas da vida de alguém que conhece a Cristo. No mundo antigo o culto público era mais do que uma simples questão religiosa. Envolvia civismo, direitos de cidadania, privilégios e até cumprimento de leis civis. O culto era parte de um estilo de vida e os crentes mudavam seu estilo de vida, mudavam sua visão de mundo e passavam a ver como sem valor o que antes era essencial agora se tornava abominável e inútil. O Deus que era visto como tolice agora é o que não apenas dá sentido à vida como é o próprio doador da vida, é, a final a própria vida do crente. O pecado, antes desejável, agora é motivo de arrependimento e vergonha. O que antes era indesejável e até motivo para perseguição agora é a razão última da existência. E isto não tem como passar desapercebido pelos pecadores que acabam ou crendo no Senhor Jesus e sendo salvos ou se tornando injustificáveis e se vendo obrigados a glorificar a Deus mesmo quando estiverem sofrendo as punições do juízo de Deus.
QUAL É A SUA ESPERANÇA? RECEBER O EVANGELHO É LEVAR A MORTOS A ESPERANÇA DE VIDA ETERNA
O evangelho anunciado e vivido por Paulo, crido pelos tessalonicenses e conhecido por todos nós produz um maravilhoso efeito colateral. A fé na ressureição de Jesus produz a esperança da ressureição dos mortos. A fé na ressureição dos mortos produz a fé na própria ressureição para a vida e não para o julgamento e condenação, com justiça por parte de Deus. Cristo é o primeiro, e só existe primeiro porque existe um segundo, senão seria único. Jesus é o primogênito por existirem outros gerados pelo Espírito, senão não teríamos primogênito e sim unigênito. A fé no Cristo ressurreto é que foi o motivo de alegria na perseguição e firmeza diante da morte. Do contrário, se não aguardassem a vida porvir os cristãos seriam apenas um bando de tolos fanáticos com uma crença estranha e inútil, e, por isso, os mais indignos e infelizes de todos os homens.  Mas o crente aguarda o seu Cristo, seu Senhor, que voltará dos céus repleto de glória, para reinar com os seus, de modo que os sofrimentos atualmente enfrentados são muito pequenos e insignificantes se comparados com a recompensa que o Senhor tem reservada para os seus fiéis. Mas isso só era e só é possível para quem crê na promessa de Jesus de dar a vida eterna para todo aquele que nele crê.
O QUE O EVANGELHO PRODUZ EM SUA VIDA: O EVANGELHO É A BOA SEMENTE QUE SEMPRE PRODUZ FRUTO
Quando escreveu sua carta aos gálatas Paulo fala da existência de um evangelho falsificado, adulterado, misturado com as coisas antigas já tornadas obsoletas e por isso mesmo ineficiente, incapaz de produzir a liberdade que só é fruto do verdadeiro evangelho. Com um mínimo de atenção encontramos as mesmas perversões da antiguidade em nosso tempo. Encontramos o legalismo, a descrença de quem quer escolher o que é digno ou indigno de ser obedecido. A modernidade uniu o uso ignorante da Bíblia com muitas noções pagãs de religião e inovações de marqueteiros espertos e ávidos por ganhar o máximo de seguidores (e de dinheiro também). Este evangelho é exatamente igual em seus efeitos à religião anterior dos tessalonicenses e seus ídolos mudos. Mas não é assim com o evangelho de Cristo. Ele é o poder de Deus para salvação de todo aquele que nele crê. Ele produz conversão, produz salvação, produz uma fé operosa, produz um amor abnegado e produz a certeza da vida eterna, porque comia nas promessas de Jesus Cristo que garantia e garante que todo aquele que nele cresse teria a vida eterna, a realização do propósito da sua eleição. O evangelho que anunciamos para você é o mesmo evangelho anunciado por Paulo, por Silvano, por Timóteo e pelos demais apóstolos. É o mesmo e imutável evangelho de Jesus Cristo, que fala do pecado do homem e seus terríveis resultados, que lembra que todos são pecadores e por isso não são capazes de fazer nada para agradar a Deus porque estão mortos espiritualmente. É o mesmo evangelho que diz que Deus viu que nenhum de nós conseguiria agradá-lo e assim fugir da ira vindoura e por isso enviou seu próprio filho como pagamento, como propiciação, como sacrifício para resgatar você da escravidão do império das trevas. É o mesmo evangelho que diz que Jesus morreu na cruz em Jerusalém para que você não passasse a eternidade na morte eterna no inferno. E este evangelho que diz que Ele ressuscitou e está do lado do Pai para garantir a sua ressureição. É este evangelho que diz “crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa”. É este evangelho que lhe diz para buscar ao Senhor agora, neste exato momento, enquanto se pode achar. É com base neste evangelho que eu posso te dizer que hoje pode ser o dia de sua salvação, sem as exigências da lei, apenas confiando, pela fé, na graça redentora de Cristo Jesus. Mais uma vez, vem, vem para Cristo, e seja salvo de seus pecados, seja salvo desta geração perversa. Vem! Vem para Jesus. 

AS MANIFESTAÇÕES PRÁTICAS DA DOUTRINA DA ELEIÇÃO DIVINA - I Ts 1.3-5

ELEITOS DE DEUS. PARA QUE? MANIFESTAÇÃO PRÁTICA DA ELEIÇÃO.
Mateus e Mathias são irmãos. Nasceram no mesmo dia. São tão parecidos que seus pais tinham o cuidado de manter cortes de cabelo diferente para não correr o risco de confusão. Dormiam no mesmo quarto, estudaram nas mesmas escolas, frequentavam o mesmo clube, gostavam do mesmo esporte, ouviam as mesmas músicas. Foram criados no mesmo ambiente onde religião era algo a ser lembrado duas ou três vezes por ano, especialmente na páscoa (bom, não era algo tão religioso assim, afinal, tudo girava em torno do coelhinho e do chocolate) e natal (bom, natal é bom, tem família reunida, panetonne e ceia). Um dia um colega em comum convida-os para uma gincana. Ambos entram em contato com a Igreja ao participarem da gincana, conhecem novos amigos e acabam aceitando o convite para participarem de um culto. No culto, participam da mesma liturgia, cantam os mesmos cânticos e ouvem o mesmo pregador. Mateus sai dali transformado, crendo no Jesus que estava sendo pregado. Mathias gostou muito do que viu e ouviu, mas em seu coração nada mudou.
Qualquer teólogo reformado não tem dúvida alguma em afirmar que Matheus acreditou por ser um eleito de Deus. Quanto a Mathias, o que se sabe é que, se for um eleito, sua eleição não se manifestou naquele momento. Para ele ainda era necessário continuar dizendo que ainda era tempo de buscar ao Senhor, de invocá-lo (Is 55.6). É pela fé, que vem pela pregação da Palavra de Cristo (Rm 10:17) que se manifesta a eleição daqueles que foram, de antemão, destinados para a salvação (At 13:48). Sei que isto sempre gera alguma discussão, mas o fato é que em Antioquia da Psídia só creram os que foram destinados para a salvação. Lucas é enfático ao afirmar creram os que foram destinados para a salvação. Além disso, também precisamos destacar que todos os que creram haviam sido destinados para a salvação, nenhum dos que haviam sido destinados para a salvação se perdeu (Jo 17:12).
Ao escrever para a Igreja dos tessalonicenses que estava em Deus pai e no Senhor Jesus Cristo, uma Igreja que experimentara a graça de Deus manifesta em Cristo e estava em paz com Deus por meio de Cristo (At 3:16) e pela qual Paulo orava incessantemente recordando-se que aquela Igreja possuía uma fé verdadeira, viva e operosa ao lado de um amor abnegado e uma firme esperança em Jesus Cristo. Era por estas características que Paulo continua descrevendo esta comunidade de crentes no Senhor Jesus.
1 Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo, graça e paz a vós outros.
2 Damos, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar, 3 recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo,
4 reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição, 5 porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós.
UMA IGREJA COMPOSTA POR ELEITOS DE DEUS
4 reconhecendo, irmãos, amados de Deus, a vossa eleição, 5 porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós.
Como alguém pode provar que é foi eleito por Deus antes mesmo que existisse (I Pe 1:2)? Como pode um eleito de Deus demonstrar para quem não vê o coração (I Sm 16:7) que é, de fato, um eleito de Deus? O apóstolo Paulo afirma ter certeza da eleição dos irmãos tessalonicenses. E não estamos falando aqui de um discernimento especial do Espírito Santo, mas por motivos mais palpáveis, mais concretos. Ele diz que era possível reconhecer (eidw=), isto é, perceber, notar por meio de algum dos sentidos ou pela atenção, saber com certeza algo a respeito de um fato. Paulo usa uma palavra que se refere a algo histórico, concreto, comprovado. Em outras palavras, era possível reconhecer a eleição dos tessalonicenses, aos quais chama de irmãos amados (I Pe 2:17) que pertencem a Deus. E é só pelo fato de que eles pertencem a Deus é que podem ser chamados de irmãos. Só pelo fato de estarem em Cristo (I Ts 1.1) que eles podem ser chamados por Paulo e por nós de irmãos (Rm 8:29). Ordinariamente somos ensinados que somente o crente pode ter certeza da sua própria salvação – ninguém mais pode ter esta certeza porque ela é de foro íntimo, é resultado de um relacionamento especial do redimido com o redentor mediante o Espírito Santo. Este ensino é verdadeiro. O cristão verdadeiro sabe que é um redimido porque é habitação do Espírito Santo que lhe diz o tempo inteiro: “você é de Deus. Você pertence a Deus. Cristo morreu por você. Ele não te rejeitará” (Rm 8:16). Mas, e isto é verdade, há algo mais. A salvação não é algo apenas intra nos, isto é, não é algo para ficar dentro de nós. O crente foi chamado, foi eleito com um propósito. Paulo diz que o crente foi tornado crente, sem dúvida, para a salvação, mas, também, para fazer com que aquele que não creu tenha algum vislumbre das virtudes do salvador (I Pe 2:9) e, se essa salvação realmente existe, se este relacionamento com Cristo é uma realidade, então, será impossível de ser ocultado (I Tm 5:25). Tradicionalmente costumamos nos levantar com acidez e muito vigor contra a doutrina da salvação através das obras ou da salvação que é completada pelas obras assistidas pela fé, onde, no fim, a própria fé é vista como uma obra que o homem é capaz de realizar, daí expressões como “exercer fé, exercitar fé”, etc... Mas, lutando dedicadamente em uma fronteira esquecemos da retaguarda, esquecemos que, embora ninguém seja justificado por obras (Tt 3:5) ou salvo por quaisquer méritos que eventualmente se ache detentor, também ninguém foi redimido para tornar-se apenas um dado na paisagem de uma Igreja (Ef 2:10) mas para demonstrar visivelmente o fato de que foram eleitos por Deus e esta eleição resulta em ações práticas que são percebidas por todos para glória de Deus (I Pe 2:12).  E era isto o que acontecia com os tessalonicenses: gentios eleitos para glorificarem a Deus através de suas vidas em sua geração (Rm 15:18). Eram eleitos e sua eleição podia ser vista através de sua vida de obediência ao Senhor. Responda a duas perguntas bem simples, e lembre-se que aquele que elege está sondando os seus pensamentos (Sl 139:1): Você é um eleito de Deus? Você vive como um eleito de Deus?
UMA IGREJA COMPOSTA POR CRENTES NO EVANGELHO
5 porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós.
FORAM CONVENCIDOS PELA PALAVRA
Paulo considera que a vida do cristão é importante para a confirmação de seu relacionamento com Deus chegando ao ponto de mostrar aos coríntios que a vida deles, coríntios convertidos, era o que ele tinha de melhor para mostrar sobre o seu próprio apostolado e relacionamento com Deus (II Co 3:2-3) mas estes mesmos coríntios sabiam que a estada de Paulo entre eles fora frutífera porque Paulo lhes anunciara o evangelho (I Co 2:1). O ministério de Paulo era basicamente a pregação do evangelho, e ele se regozijava nisso (I Co 1:17) porque queria que seus ouvintes cressem em Cristo e fossem salvos (At 16:31) e não há outro modo de salvação a não ser pela fé em Cristo, e a fé em Cristo vem somente pela palavra do próprio Cristo, o verdadeiro evangelho (Gl 1:8) que deve ser pregada (Rm 10:17). Não há cristão verdadeiro que não seja convencido e convertido pela Palavra de Cristo. É possível que alguém se aproxime da Igreja por outras razões. É até possível que fique na Igreja e se torne membro de uma Igreja por uma série de razões. Por ser filho de crente, por ser cônjuge de crente, por ser amigo de crente mas só se torna verdadeiramente membro da Igreja se crer em Cristo segundo as Escrituras (I Co 15:1-4). Jesus fez questão de ensinar até mesmo para aqueles que não queriam crer que eles precisavam, antes de mais nada, examinar as Escrituras corretamente porque eram elas quem testificavam dele (Jo 5:39), que anunciavam ser ele o Cristo (At 3:20). Eles não creram não foi por falta de ouvirem o evangelho, mas porque não eram das ovelhas de Jesus (Jo 10:26) e eram, portanto, incapazes de reconhecer a voz do bom pastor (Jo 8:47). Eles eram do mundo, amavam as coisas do mundo e continuariam amando as coisas do mundo – mas não amariam as coisas de Deus, porque não amavam ao próprio Deus (Jo 15:19), pelo contrário, o sentimento que devotavam a Deus e às coisas de Deus era ódio. Para ser membro da Igreja de Cristo, o que é mais do que ser membro da Igreja Presbiteriana, você precisa crer nas Escritura Sagradas. Precisa compreender e aceitar que ela é a Palavra inspirada de Deus (II Tm 3:16) e que ela traz orientações preciosas para a sua vida (Pv 7:2): Porque você está na igreja? O que te convenceu a se tornar membro dela? O que te convence a ficar nela?
FORAM RENOVADOS PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO
5 porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós.
Ninguém pode ir ao Senhor Jesus se não for dado pelo Pai e não for levado pelo Espírito Santo que é quem convence o pecador de que ele é um pecador e que há uma justiça divina que ele não é capaz de alcançar, por isso correndo o risco de sofrer duro juízo (Jo 16:8-11).
É pela atuação do Espírito que o pecador, morto, é renascido. É pela atuação do Espírito que o pecador, convencido de seu pecado, volta-se para Deus. É pela atuação do Espírito que o pecador, convencido de seu pecado, volta-se para Deus e recebe a aplicação dos benefícios da obra de Cristo. Paulo resume tudo isto ao dizer que só aguardamos a justiça que provém da fé por causa da atuação do Espírito Santo (Gl 5:5).
Sem a atuação do Espírito é impossível ao pecador enxergar as coisas de Deus porque elas precisam ser ensinadas pelo próprio Deus (I Co 2:13) e por mais que os homens viessem a se esforçar (e não se esforçam) eles não as conseguiriam compreender por que elas só podem ser discernidas espiritualmente (I Co 2:14).
O problema não é só que o pecador, morto em delitos e pecados, não consegue discernir – ele não as aceita, ele as conhece mas não pode entendê-las e se inclina contra elas (Rm 8:5) e por isso é necessário que o Senhor o incline, segundo o seu querer (Pv 21:1) mediante uma ação regeneradora em todo o ser do homem (Tg 1:18) e especialmente uma renovação da vontade (Fp 2:13) efetuada pelo seu Espírito Santo que guia os eleitos de Deus a toda a verdade (Rm 8:14). O que garante que você é mesmo um eleito de Deus? Qual foi o maior argumento para você crer que é um eleito de Deus?
FORAM TRANSFORMADOS EM SUAS INCLINAÇÕES
5 porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós.

Já dissemos que é pela atuação do Espírito, que convence o pecador do seu pecado, da justiça de Deus e do juízo iminente que o pecador é convertido. Paulo pregava com convicção, os apóstolos anunciavam sem receio que a salvação só podia ser obtida por intermédio de Jesus Cristo (At 4:12). No mundo politeísta do séc. I eles faziam questão de afirmar que há um só Deus, que só o Senhor é Deus verdadeiro e que somente Jesus (Jo 14:6) conduz o pecador à redenção e à reconciliação com Deus (I Tm 2:5). Paulo, Pedro, João e Estêvão não tinham receio de afirmar que somente Jesus é o salvador. Eles tinham tanta convicção disso que estavam dispostos a viver a sua vida anunciando isso e, mais ainda que isso, estavam dispostos a perdê-la (Lc 9:24) para anunciar esta verdade da qual tinham plena convicção. Diante de uma multidão disposta a apedrejá-lo, Estevão anunciou ousadamente  que Cristo era o messias. Pedro e João, obrigados a se calarem pelo Sinédrio (At 5:28) preferiram o risco de sofrerem o mesmo destino que seu mestre mas deixaram claro que obedeceriam a Deus porque isto era o mais importante a fazer, isto é, eles tinham que pregar o evangelho do Senhor Jesus, mesmo que o sinédrio e todos os poderes da terra fossem contra eles (At 5.29). A convicção de Paulo era tal que ele via como uma obrigação maior do que preservar a sua própria vida a de pregar o evangelho (I Co 9:16) para que os eleitos, dispersos entre as gentes, pudessem ouvir a voz do bom pastor (Jo 10:27) e atende-la, tornando-se, então, irmãos preciosos em Cristo.  Não é possível ser verdadeiro crente no Senhor Jesus, verdadeiramente nascido de novo se não receber as Escrituras como uma criança recebe as palavras de seu pai (Mc 10:15).  Você não pode dizer, sou crente, mas não acredito nisto ou naquilo outro. Isto não é ser crente, é ser juiz. Você não pode dizer, sou crente, mas não vou fazer isto ou aquilo outro. Isto não é ser crente, é ser rebelde. Ser crente é fazer a vontade de Jesus, é obedecer aos seus mandamentos (Jo 15:14), é recebe-lo como seu salvador e Senhor absoluto.  Ser crente é amar a Jesus e tudo fazer para agradá-lo, por mais caro que isto possa lhe parecer porque você, se é crente, o ama integralmente, inteiramente, totalmente, mais do que a própria vida (Jo 14:21). Você tem certeza que ama a Deus? Está disposto a viver para obedecer a Deus? Está disposto a morrer para obedecer a Deus?

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