segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

SEJA RADICAL



A frase "Você é radical" quase sempre dita em tom de reprovação, já foi muito comumente ouvida pelos cristãos evangélicos protestantes... Já foi! E hoje não é mais... Porque? E porque fazer questão de denominar com tantas palavras aqueles que eram, simplesmente, chamados de “crentes”.
Atualmente quase todo mundo se diz evangélico - já vi cartazes convidando para reunião espírita evangélica... Já vi uma placa em São Paulo onde se reuniriam católicos evangélicos... Os mórmons também possuem seu próprio evangelho...
Mas, e os evangélicos denominados protestantes? Eram diferentes, tinham estilo de vida diferente... Seu vestir e comportamento eram perceptivelmente diferentes... Lembro claramente de como agiam e como eram tratados na escola colegas evangélicos protestantes... Não participavam das “festinhas” culturais, tais como carnaval, páscoa, são João, entre outros.
E lá vinha a frase: “Você é muito radical”. Acompanhada de duas outras: “Que que tem?” e “Nada a ver!”
Acredito, entretanto, que seja exatamente isto o que esteja acontecendo. Há muito pouco de cristianismo radical no moderno cristianismo.
O desafio para os cristãos do sec. XXI é serem cristãos radicais.
Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças. Cl 2.6-7
Quando vejo o cristianismo do fim do século XX e início do XXI me pergunto: este é o cristianismo radicado em Cristo? Ou é um cristianismo adulterado, sempre em busca de novidade a ponto de uma “celebridade” gospel convocar seus celebritetes (seguidores de celebridades) para uma noite de louca cheiração da Bíblia... Vou ficar apenas neste exemplo para não dar cartaz a quem não merece.
Minha indagação é: Jesus faria tal convite? Ele aceitaria tal convite? Ou adentraria em tal lugar e lhes derrubaria as mesas dizendo-lhes que estavam absolutamente errados por não conhecerem as Escrituras?
Não precisamos viver correndo atrás de novidades nem de coisas maravilhosas - precisamos apenas estar radicados em Cristo, e, radicados nele, vivermos o amor de Deus e mútuo.
Seja radical!
Ser radical faz bem. Ser um cristão radical significa não ter a mente formatada pelo presente século [Rm 12.2] mas deixar-se guiar pelo Espírito do Senhor (Rm 8.14), ter a mente de Cristo (I Co 2.16).
Não sabe como ser radical? A receita está nas Escrituras - na dúvida, não é porque todos estão fazendo que é o certo, mas talvez seja o oposto, o que  é certo esteja justamente naquilo que poucos querem fazer.  
Seja radical!

A URGENTE NECESSIDADE DE TER UMA VISÃO CORRETA SOBRE JESUS - Mc 3 22-30

Ninguém nega que o objetivo dos escritores do Novo Testamento era mostrar que Jesus é o Filho de Deus. João é, provavelmente, o mais enfático nesta afirmação (Jo 20:31 Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome) embora os outros evangelistas também abordem esta questão.
Não era nada fácil para os judeus aceitarem uma reivindicação tão impactante como a de que Jesus era o Filho de Deus, titulo atribuído a Jesus 44 vezes no Novo Testamento – mas não havia outro jeito, pois negar a Jesus como o Filho de Deus significa negar a própria revelação de Deus e permanecer condenado com o mundo (I Jo 5:5 - Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?).
É muito fácil encontrar alguém que lhe diga que Jesus não é o Filho de Deus. Um vai lhe dizer que ele é só um espírito de luz, um iluminado mas não o Filho de Deus – alias, no fim das contas, nem Deus mesmo existe, apenas um ser supremo e inefável, e como poderia um ser assim possuir um filho? Também vai encontrar outro que lhe dirá que ele é o mais exaltado dos seres, a mais especial das criaturas, o homem perfeito, um anjo celeste, mas não o Filho de Deus. Mais adiante outro lhe dirá que ele foi um homem especial, um mestre moral inigualável, um profeta como nenhum outro que já existiu (ou um profeta de menor importância, como é o caso dos muçulmanos) mas sem admitir que ele seja o Filho de Deus.
Na sua escola você ainda vai encontrar pessoas que chamarão Jesus de mestre religioso, manipulador, mito, fraude… são tantas descrições diferentes. Mas não era muito diferente nos dias de seu ministério terreno. Muitos não sabiam quem ele era… tinham preconceitos por causa de sua origem… seus irmãos tinham um comportamento que demonstrava incredulidade. Mas o que fazer quando, finalmente, estivermos diante de Jesus e tivermos que responder a pergunta: você crê que Jesus é o Filho de Deus?

VOCÊ PRECISA EVITAR UMA VISÃO EQUIVOCADA SOBRE JESUS

Os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: Ele está possesso de Belzebu. E: É pelo maioral dos demônios que expele os demônios (Mc 3:22).
Após os espíritos imundos proclamarem que Jesus é o Filho de Deus (Mc 3:11 Também os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e exclamavam: Tu és o Filho de Deus!) os irmãos de Jesus não se contiveram ao vê-lo, em casa, cercado pela multidão e atendendo-os a ponto de não poderem, sequer, se alimentar. Para resolver o problema eles agiram no sentido de retirá-lo de lá como se estivesse fora do uso das suas faculdades mentais (Mc 3:21 E, quando os parentes de Jesus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está fora de si). Para eles a alegação de que Jesus, seu próprio irmão, fosse o Filho de Deus era uma loucura – e Jesus deveria ser detido antes que tivesse problemas com as autoridades religiosas.
E é justamente estas autoridades que se apresentam. Logo vem a Caná uma comissão de inquérito para investigar o que estava acontecendo. Marcos diz que os estudiosos da lei, examinadores dos mínimos detalhes e das maiores dificuldades legais do texto bíblico, os escribas, aqui chamados de gramáticos “foram descidos de Jerusalém”. Eles vieram investigar, e a conclusão a que estavam chegando era que Jesus realmente fazia os milagres de que ouviram falar. E mais ainda, que Jesus tinha autoridade sobre os espíritos imundos. Eles não podiam contestar o que estava acontecendo e o grande número de testemunhos a esse respeito. Mas… e este era o problema deles, eles tinham descido de Jerusalém para investigar um homem… não para admitir que este homem fosse o Filho de Deus.
Eles desceram com seus conceitos já estabelecidos e precisavam encaixar Jesus dentro destes conceitos. E a única explicação para a autoridade de Jesus sobre os demônios era que Jesus era instrumento de um demônio com maiores poderes do que os que ele expulsava.
Para eles não importava quão bem às pessoas Jesus podia fazer. Para ele não importava sequer que eles não conhecessem ou tivessem acompanhado o que Jesus fazia. Para eles só importava uma coisa: encaixar Jesus na sua caixinha de preconceitos. E como Filho de Deus ele jamais se encaixaria. Precisavam arrumar outra coisa. Se ele não era o enviado de Deus, então, com tanto poder assim só poderia ser enviado de belzebu ou, pior ainda, estar sob sua influência direta, sob sua posse. Eram tão insensatos em suas conclusões que, para enquadrar Jesus, tinham que afirmar algo absolutamente contraditório: como é possível que uma pessoa que se diz sábia consiga afirmar que um chefe iria expulsar aqueles que estariam, justamente, fazendo as suas vontades, e devemos lembrar que uma das características do ministério de Jesus foi “curar os oprimidos do diabo porque Deus era com ele (At 10:38 - …como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele)?

VOCÊ PRECISA CORRIGIR SUA VISÃO SOBRE JESUS

23 Então, convocando-os Jesus, lhes disse, por meio de parábolas: Como pode Satanás expelir a Satanás? 24 Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir; 25 se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir. 26 Se, pois, Satanás se levantou contra si mesmo e está dividido, não pode subsistir, mas perece. 27 Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa.

Como mudar o seu ponto de vista sobre Jesus? A única resposta é: ouvindo o que Jesus tem a dizer sobre si mesmo. Conhecendo a Jesus, conhecendo o seu ensino. Ele já havia mostrado ao povo e aos próprios escribas que seu ensino era diferente (Mc 1:22 - Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas) e por isso mesmo os escribas o odiavam. E ele simplesmente lhes mostra, através de uma comparação indireta, isto é, através de uma parábola, a insensatez do que falavam.
Como pode alguém fazer uma obra – mesmo o próprio satanás – destruindo a própria obra que ele faz? É uma tolice, tão tola quanto a de pessoas que, julgando-se amaldiçoadas, colocam elas próprias as mãos em sua própria cabeça para quebrar a maldição – algo tão inútil quanto estar caindo de um avião e segurar na gola da própria camisa… a pergunta de Jesus, nos versos 23 a 26 aos gramáticos, aos entendidos da lei, aos homens que se diziam capazes de explicar os mais intricados problemas da religião era: como pode satanás querer estabelecer um reino destruindo o seu exército? Como pode satanás querer estabelecer uma casa, isto é, um lugar onde sua vontade seja respeitada e obedecida, se ele próprio a divide, mesmo depois de tê-la estabelecida? No fim, ele próprio acabará derrotado. Isso não faz sentido algum.
Faz sentido para você? Não, não faz sentido. E não fazia sentido para os judeus que seguiam Jesus. Mas não precisava fazer sentido. Aquela comissão de inquérito precisava encontrar uma explicação – e Jesus vai em seu socorro, dando-lhe a explicação que eles não queriam aceitar.
Jesus estava desfazendo as obras das trevas. Isso era um fato. Jesus expulsava demônios. Isso todos viam. Jesus curava enfermos que ninguém mais era capaz de curar. Isto era inquestionável. Jesus ressuscitava mortos – quem mais poderia fazê-lo? Qual a explicação? Jesus no-la dá no verso 26: ele não é um servo de satanás. Ele não é da parte de satanás, pelo contrário, ele é maior, mais forte, incomparavelmente mais poderoso que satanás. Ele não pode sequer ser comparado a satanás. Satanás está em sua casa, em seu reino (I Jo 5:19 - Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno) e ele a invade, ele o amarra e toma o que ele julgava ser seu de direito (Mt 4:9 - …e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares). Jesus sequer admite a hipótese de ter que lutar contra o valente como se fossem iguais: ele o vence e o incapacita. Ele é, em suas próprias palavras, o mais valente, o mais poderoso.

VOCÊ PRECISA SABER O RESULTADO DE UMA VISÃO ERRADA SOBRE JESUS

28 Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. 29 Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno. 30 Isto, porque diziam: Está possesso de um espírito imundo.

O problema dos escribas era que, em seu preconceito, eles se tornaram cegos para a luz que estava no mundo (Jo 8:12 - De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida) e fizeram de tudo para apagá-la. Mesmo diante do esclarecimento de Jesus às suas observações confusas eles continuaram incrédulos porque isto não lhes foi dado (Jo 3:27 - Respondeu João: O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada). Eles não eram homens espirituais, não tinham discernimento espiritual algum (I Co 2:14 - Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente) e só cogitam daquilo que é de sua natureza carnal (Rm 8:5 - Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito).
Os escribas cometiam o grave erro de atribuir ao mal o bem que ele jamais poderia fazer. Poderia enganar, como Simão, o mago, fazia, mas não podiam fazer um morto reviver. Podiam chorar e até oferecer palavras de conforto para uma mãe enlutada, mas jamais restituir-lhe o único filho com vida (Lc 7. 13-15 - Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores! 14 Chegando-se, tocou o esquife e, parando os que o conduziam, disse: Jovem, eu te mando: levanta-te! 15 Sentou-se o que estivera morto e passou a falar; e Jesus o restituiu a sua mãe). Poderiam julgar alguém e dizer que era inocente, mas jamais poderiam perdoar pecados (Lc 7:49 - Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados?).
Tirar a glória que é de Deus (Mt 15:31 - De modo que o povo se maravilhou ao ver que os mudos falavam, os aleijados recobravam saúde, os coxos andavam e os cegos viam. Então, glorificavam ao Deus de Israel) para dar a satanás é uma blasfêmia que não lhes seria perdoada (Is 42:8 - Eu sou o SENHOR, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura). Fazer com que as pessoas que seguiam a Jesus não cressem nele e, assim, fossem condenadas ao inferno era uma atitude insana e digna de duro julgamento. Com todo o estudo que tinham estavam se mostrando meras pedras de tropeço (Mc 9:42 - E quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar).

CONSELHOS FINAIS

Ter um conceito errado de Jesus pode ter consequências funestas. Blasfemar contra a obra feita pelo Espírito, negar-se a glorificá-lo pelo que ele faz na obra da redenção de pecadores é buscar a condenação pela eternidade (Jo 3:36 - Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus).
Embora não possamos chamar de “um dos mandamentos” há uma injunção bíblica para que todo ser que respira (nós, então) louvemos ao Senhor (Sl 150:6 - Todo ser que respira louve ao SENHOR. Aleluia!). Todavia, esta não é uma ordem isolada, pois ela é derivada do mandamento de somente ao Senhor adorar, somente a ele dar culto (Mt 4:10 - Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto).

A IGREJA E O LOUVOR AO CRIADOR

Uma olhada para o céu, para o mar, para os montes, para os animais, para as plantas, para as flores já deveria ser suficiente para lembrarmos de louvar ao Senhor que criou todas as coisas, e que sustenta todas as coisas. Mas o ser humano, teimosamente, glorifica a criatura (a natureza) ao invés de dar ao Criador a glória devida (Rm 1:25 - …pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!). Ao invés de dizerem adoremos ao nosso Criador (Sl 95:6 - Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR, que nos criou) prostram-se nos pedestais da pseudociência chamada evolução.

A IGREJA E O MUNDANISMO

Uma olhada para o mundo que nos cerca deveria ser suficiente para ver a enorme distancia entre a obediência à orientação de Deus mediante sua Palavra, inspirada pelo Espírito da verdade (I Jo 4:6 - Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é da parte de Deus não nos ouve. Nisto reconhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro) e o mundanismo que, lamentavelmente, tem adentrado inclusive nas Igrejas, mesmo aquelas que se proclamam as mais bíblicas.

A IGREJA E A FILOSOFIA

Não é preciso investigar muito para perceber que a filosofia do mundo já formatou boa parte da consciência dos cristãos (Rm 12:2 - E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus), que deveriam resistir-lhe oferecendo uma nova perspectiva de acordo com a vontade do Espírito (II Co 10:5 - …e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo) – e antes que você saia pensando que tem que declarar guerra à filosofia do mundo o primeiro pensamento cativo ao de Cristo deve ser o seu próprio.

COMO OLHAR PARA JESUS

Deixe-me te dar um quadro muito claro da maneira que você deve olhar para Jesus, aliás, a única maneira que realmente é correta: Jesus é o filho unigênito de Deus (Jo 3:18 - Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus). Jesus é o salvador de pecadores que estavam mortos em seus delitos e pecados (Ef 2:1 - Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados). Jesus é o Senhor, por direito de criação (Jo 1:3 - Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez) e de redenção (Jr 31:11 - Porque o SENHOR redimiu a Jacó e o livrou da mão do que era mais forte do que ele).
Sem a ação iluminadora do Espírito você nunca compreenderá isto – e continuará irremediavelmente perdido. Com o coração endurecido, cheio de preconceitos religiosos, filosóficos, sociais ou de quaisquer outros você não será em nada diferente dos preconceituosos religiosos que foram até ele para acusa-lo de ser nada menos que um emissário de satanás.
Creio que ele te trouxe aqui com um propósito. É possível que ele tenha te chamado aqui, cristão, para que você repense sua filosofia, suas aspirações, para que você coloque sua visão de mundo aos pés de Cristo e lhe peça para ter, finalmente, a mente de Cristo (I Co 2:16 - Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo).
É possível que ele lhe tenha trazido aqui para que você ouça sua voz, e você deixe a opressão da filosofia e do mundanismo para colocar-se sob o suave senhorio do salvador (Mt 11:30 - Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve).
O que você não pode é sair daqui sem ter uma visão correta sobre quem é Jesus – e à partir desta visão, se posicionar a respeito dele (Lc 11:23 - Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha).

sábado, 27 de fevereiro de 2016

PETROBRÁS E PRÉ-SAL

Um amigo petista não concorda com o projeto proposto pelo senador José Serra (PSDB) de liberar a Petrobrás das cadeias da exploração do pré-sal (com o valor do barril de petróleo atual, economicamente inviável – e algo me diz que talvez ele nunca saia de lá dadas a busca por novas tecnologias). Ele, e as demais hostes petistas e esquerdocleptas entendem que isto é entregar o petróleo aos capitalistas multinacionais. Bom, se for isso mesmo, eu concordo, pois basta ver que a exploração do petróleo nos Estados Unidos faz a gasolina deles ser 8x mais barata que a nossa – e com 12 vezes menos funcionários.
Ademais, a nova regra não exclui a Petrobrás da exploração – apenas lhe dá o direito de, não tendo recursos ou não querendo por algum motivo abrir mão de participar com no mínimo 30% dos investimentos necessários. Atenção: se a Petrobrás quiser, ela mantém a primazia de ser a operadora. Ela não foi excluída, passou a ter o direito de não ser obrigada – é preciso desenhar?
Ademais, o Brasil sempre terá, mesmo com a exploração do pré-sal nas mãos de empresas particulares, o dinheiro dos impostos e dos royalties. E isso sem afundar ainda mais a combalida Petrobrás. O que eles querem? As dificuldades, meus amigos, as dificuldades – para poderem vender, por baixo dos panos, as facilidades.
O projeto foi aprovado no senado por 40 votos a favor, 26 votos contra e 2 abstenções.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

MOTIVOS (ÍMPIOS) PARA (NÃO) HONRAR A DEUS

NÃO ACREDITAR NO AMOR DE DEUS
O livro do profeta Malaquias é uma sentença, isto é, um juízo e uma palavra de advertência que termina com uma oportunidade de arrependimento. Foi assim desde o Éden, quando Adão e Eva foram expulsos do jardim e lhes foi prometido um redentor (Gn 3:15). Foi assim com Caim ainda antes de ele tornar-se o primeiro assassino, o primeiro fratricida da história (Gn 4:7).
Malaquias foi o portador de uma dura sentença para um povo que não levava a sua religião, a sua fé, e, no fim das contas, que não levava Deus a sério. Não levava a sério as promessas de Deus, especialmente as promessas de punição que ele havia feito. Talvez achassem que Deus consideraria aceitável seu culto pretensioso e hipócrita e derramasse bênçãos sobre eles – mas certamente não temiam o juízo de Deus sobre si mesmos (Jó 8:3).
Israel já havia sofrido um duro julgamento, passado por um penoso período de exílio (Sl 137:1), foram milagrosamente restaurados e, apesar de inúmeras admoestações dos profetas, continuavam a agir sem levar em consideração que podiam, novamente, ser alvo do julgamento divino (Is 1.16-20). Não havia outro caminho para escapar do juízo de Deus senão o arrependimento e mudança de atitudes (At 26:20).
E era justamente isto o que estava faltando em Israel nos dias de Malaquias – disposição para arrependimento, para mudança de vida, para praticar o bem e abandonar os seus interesses mesquinhos, egoístas e pecaminosos. Eles, simplesmente, não queriam honrar a Deus, não achavam que deviam honrá-lo e a sua vida religiosa havia se tornado uma prática social (Mc 7:6), necessária para a unidade do povo - mas uma prática sem qualquer significado espiritual e por isso era rejeitada por Deus (Ml 1:10).
Se Israel, que era o povo escolhido de Deus, não o honrava como deveria, porque nós devemos? Antes da resposta, uma pequena e simples constatação: nós somos o Israel de Deus, o novo Israel (Gl 6:16), o povo que foi comprado pelo precioso sangue de Cristo (Tt 2:14) e que ele quer vivendo exatamente como queria que o antigo Israel vivesse – praticando a justiça e honrando-o de todo o coração. Vejamos duas razões para honrarmos a Deus segundo o profeta Malaquias:
1 Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel, por intermédio de Malaquias.
2 Eu vos tenho amado, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? —disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó, 3 porém aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos chacais do deserto.
4 Se Edom diz: Fomos destruídos, porém tornaremos a edificar as ruínas, então, diz o SENHOR dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado Terra-De-Perversidade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre.
5 Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o SENHOR também fora dos limites de Israel.

INTRODUÇÃO

UMA BREVE ILUSTRAÇÃO

Há alguns mais ou menos 28 anos li um livro cujo título não me lembro, que contava a história de um amor muito grande de um jovem por uma moça… dentre as coisas de que me recordo está o nome do rapaz, Vermelho, acho que era porque ele era ruivo. Depois de um tempo eles se entregam um ao outro, e tudo vai razoavelmente bem até que ele lhe diz que a amava mais do que qualquer outro amor já visto no mundo. Ela, então, lhe pede uma prova. Uma delas era subir na mesa de um bar e gritar bem alto que a amava. Ele fez. Não lembro as outras, mas, afinal, ela lhe pediu para ir até a ponte mais alta do mundo, e pular de lá… Vermelho saiu à procura da ponte… e a jovem terminou seus dias chorosa numa praia haitiana aguardando, arrependida, a volta de Vermelho. O que quero destacar nesta história é que o jovem já havia dado mais de uma prova de seu amor pela moça, mas ela, ainda assim, insistia em provas mais contundentes, mais e mais contundentes… até que a história tem o fim melancólico, ou trágico, dependendo do que imaginemos que aconteceu com Vermelho.

ISRAEL DUVIDAVA DO AMOR DE DEUS

Mas nosso objetivo não é estudar a história de amor de Vermelho e sua namorada insegura. Estamos aqui para saber sobre Deus, saber mais, conhecer seu caráter, conhece-lo intimamente (Sl 25:14) e usufruir de sua graça. Quem conhece a Deus não consegue duvidar de seu amor, pois seu amor é mais do que declarado, é provado (Rm 5:8) e de uma maneira que nenhum de nós teria coragem de fazer, por qualquer pessoa neste mundo, quanto mais por inimigos declarados e decididamente mortos (Jo 3:16).

ISRAEL NÃO HONRAVA A DEUS POR NÃO ACREDITAR EM SEU AMOR

Mas, porque Israel deixava de honrar a Deus por duvidar de seu amor. Havia alguma razão para isso? Se um despreparado viesse a dizer que era por causa das dificuldades que Israel passava, com invasões constantes e muitas guerras, é bom lembrar que a fome, a peste, as invasões e opressão estavam previstas na aliança que Deus fez com Israel – eles só comeriam o melhor da terra se fossem fiéis, do contrário, seriam devorados à espada, e mesmo esta disciplina era prova da fidelidade de Deus (Ed 5:12). Como Israel poderia duvidar do amor de Deus? Vamos ver brevemente que era impossível para Israel, agindo com honestidade, duvidar do amor de Deus – mesmo que, por outro lado, ninguém, nem mesmo Israel, duvidasse de sua infidelidade para com Deus a ponto de o Senhor chamar Oseias para que o profeta ilustrasse este relacionamento infiel por parte de Israel.

DEUS PROVA O SEU AMOR NA HISTÓRIA EM GERAL

A história de Israel é marcada por numerosas demonstrações do amor de Deus, desde o chamamento de Abrão (Dt 26:5) e suas peripécias na terra que seria dada a seus descendentes, a surpreendente providência de Deus ao enviar José como escravo para Egito com o propósito de conservar a família da aliança (Gn 45:5) e a decisão de tirar o povo escravizado deste mesmo Egito e levá-lo, finalmente, à Canaã (Êx 3:9).

A SOBREVIVÊNCIA DE ISRAEL É PROVA DO AMOR DE DEUS

Mesmo os israelitas dos dias de Malaquias podiam atestar o amor de Deus por seu povo pois enquanto a maioria das nações que foram tomadas pelos assírios foram exterminadas, eles continuaram existindo como nação e foram abençoados com homens como Daniel, Mordecai, Esdras e Neemias, cada um deles colocados em situações chaves para bênção do povo de Deus; mulheres colocadas em posição especialíssima como Ester (Et 4:14).

REIS INCRÉDULOS TEMENTES A DEUS PROVAM O AMOR DE DEUS

Mesmo governantes incrédulos como Nabucodonosor (Dan 4:33-34) e Ciro (Is 45:13) foram instrumentos de Deus para demonstrar o seu amor e cuidado sobre Israel, a ponto de Deus perguntar se algum outro povo tinha Deus tão bom, que trabalhava pelo seu povo (Is 64:4), atendendo-os antes mesmo que clamasse (e dando-lhe leis sábias e justas).

DEUS PROVA O SEU AMOR EM EVENTOS PARTICULARES

Mas eu suponho que alguém não acredite no amor de Deus, como Israel não acreditava. Se alguém não crer no amor de Deus e por algum motivo tornar-se membro de uma comunidade que nasceu porque Deus amou ao mundo então não está nesta comunidade pelo motivo correto. Medo do inferno, desejo de bênçãos materiais ou espirituais, progresso cultural, bem estar emocional ou moral… nada disso é razão suficiente.
É provável que muitos não se satisfaçam em ouvir falar de um amor revelado ao mundo ou a uma nação e queiram provas mais particulares do amor de Deus. Assim era com Israel. Mesmo com Deus dizendo: “Eu vos tenho amado” eles diziam: “Nós não conseguimos ver isso. Qual a prova deste amor”? Em resposta Deus poderia particularizar uma pessoa em Israel naqueles dias – mas esta resposta só valeria para aquela pessoa. Então Deus resolve mostrar a particularidade do seu amor exemplificando um caso que valia para todo o Israel: entre dois irmãos, Deus amou um. E estabeleceu os descendentes deste escolhido como seu povo – e continuava sendo paciente com eles porque, não fora seu amor misericordioso há muito que deveriam ter sido destruídos (Lm 3:22) pois não conseguiriam nem mesmo chegar a Canaã quando da saída do Egito.

DEUS AMOU PARTICULARMENTE A JACÓ

O amor de Deus ao escolher Jacó resultou em bênçãos para a sua descendência. Mas o que acontece mesmo quando Deus não ama, como foi o caso de Esaú? Deus diz enfaticamente para Israel que o contrário de amor não é simplesmente a ausência de cuidado, mas o aborrecimento, isto é, voltar-se contra. O contrário de bênção é maldição, e foi isso o que Esaú colheu ao longo de sua história, para, no final, deixar de existir como povo, como nação e tornar-se um exemplo do desamor de Deus. E por que tudo isso? O que fez Jacó para merecer o amor de Deus? O que fez Esaú para merecer o aborrecimento de Deus? Nada! A única explicação que temos é: Deus amou um e não ao outro (Rm 9.11-13).

DEUS DEMONSTRA SEU AMOR PARTICULARMENTE A SUAS CRIATURAS

O que Deus está dizendo é: “Sim… eu me interesso por pessoas. Eu ajo na vida das pessoas. Eu sondo o coração de cada um, individualmente, e meu amor é por pessoas”. Jesus veio para buscar e salvar o perdido (Lc 19:10) e há júbilo no céu por um pecador que se arrepende (Lc 15:7). Por isso, podemos ter certeza de que Deus tem absoluto interesse por cada detalhe de nossa vida – mesmo aqueles que nem mesmo nós nos interessamos (Sl 113.5-9).

ISRAEL É UM MODELO – MAS UM MAU MODELO NÃO DEVE SER SEGUIDO

Israel não acreditava no amor de Deus. Israel duvidava do amor de Deus e ainda chamava Deus de mentiroso. Que espécie de religiosidade podemos esperar de um povo que não acredita que Deus o amo e, obviamente, não ama a Deus?

ISRAEL POSSUIA UMA RELIGIÃO ALHEIA AO AMOR DE DEUS

A resposta é: a religião de Israel, a religião puramente mecânica, ritualista e vazia que encontramos descrita nos profetas, desde Isaías até Malaquias. Como Israel poderia entregar o seu caminho ao Senhor se ele não confiava que Deus lhes supriria as necessidades (Sl 37:5). Como Israel poderia entregar o seu bolso ao Senhor se não acreditava que Deus o amava e cuidaria dele, dando-lhe a chuva serôdia e a temporã (Jl 2:23)? Não, eles não poderiam lhe oferecer um culto integral porque não confiavam que Deus os amava.
Certamente Deus não se agradava de uma religião que era formada apenas de costumes passados de pai para filho (Is 29:13) e de, na prática, zombaria diante das advertências divinas (Jr 31:30) fuga das responsabilidades em assumir seus erros e corrigirem suas vidas, pelo contrário, continuam fazendo o que querem e o que Deus lhes havia dito para não fazer (Jr 31:29).

O CRISTIANISMO ATUAL E O AMOR DE DEUS

A religião dos cristãos do sec. XXI é diferente? Dá para levar a sério um namorado que diz amar a namorada e só vai vê-la de vez em quando, quando dá, quando não tem futebol, novela, indisposição ou qualquer outra justificativa que não justifica nada? Dá pra levar a sério um ser que se proclama crente que não congrega, não influi, não contribui? Dá pra levar a sério um crente que oferece um culto de qualquer jeito e diz que “do jeito que sair está bom”? Dá pra levar a sério um crente que não enxerga seu culto ao Senhor como um compromisso prioritário e inventa mil subterfúgios para chegar atrasado? Dá pra levar a sério um crente que acha que o que sobra é suficiente para agradar a Deus?

COMO O CRISTÃO PODE PROVAR SEU AMOR A DEUS

Se o que você tem para oferecer a Deus é sobras, é algo que nem você mesmo dá valor então não dê… se não tem valor para você, o lugar não é como oferta ao Senhor, o único lugar digno é a lata de lixo. Se eu que não conheço corações não consigo levar a sério e considerar digno algo assim, imagina Deus. Se os ímpios que nada sabem sobre o amor de Deus não conseguem visualizá-lo debaixo de uma religião vazia, formal e hipócrita, imagina Deus que sonda os corações (Pv 21:2). Não me diga que não podemos julgar (Mt 7:1) porque Deus diz para julgarmos segundo a reta justiça (Jo 7:24). Mas, mesmo que eu não possa te julgar, você acha que uma religião assim passa no julgamento de Deus?
Israel não acreditava no amor de Deus porque Israel não amava a Deus. O problema estava em Israel, não em Deus. Deus o amava, e continuava amando – mas Israel não podia sentir este amor em seu coração endurecido.
Este é o mesmo sentimento que pode ser encontrado em muitos membros da Igreja cristã deste século? Apatia, desinteresse, desamor? E você, acredita que Deus ama pecadores perdidos como nós (Rm 5:8)? Acredita que Deus já demonstrou seu amor por pecadores como nós (Jo 3:16)?
Se você o ama, é hora de começar a mostrar que o ama realmente – e mostrar como ele quer ver pois para ele amor legítimo se revela em obediência (Jo 14:15). Não há meio termo, não há outro caminho, assim como não há meio amor ou amor alternativo (Jo 14:21).

sábado, 13 de fevereiro de 2016

O QUE FAZER COM AS CINZAS


O mundo inteiro se maravilhou com a maior festa popular do mundo. Muito telecoteco, muito balacobaco, muito ziriguidum... De norte a sul a folia tomou conta das ruas, das praças, dos clubes, das avenidas e dos sambódromos... Milhares de foliões se acotovelavam buscando curtir o melhor do carnaval. Foram 4 dias de liberdade, de alegria, muita intimidade, de muitos flashes... Dias de conhecer novos lugares, novas pessoas, de fazer amigos...
Assisti entrevistas de pessoas que diziam que estar no sambódromo (o do Rio de Janeiro - perdoem os outros, mas na mente dos foliões é o que realmente importa) era a realização de um sonho de muitos anos... Gente que economizou durante meses e até anos para ver as escolas de samba - alguns para poderem comprar a fantasia e desfilar na avenida... Também vi entrevistas do outro lado da festa, de gente que trabalhou durante meses a fio para confeccionar fantasias, carros alegóricos... Pelos jornais vi a alegria dos vencedores, a ira dos derrotados e o choro dos vencidos. Sim, há diferença entre os que foram derrotados (queriam ganhar, até mesmo no tapa se fosse possível) o os que foram vencidos, reconheceram o mérito dos vencedores.
Mas... Antes mesmo que a festa acabasse ela já demonstrava que nem tudo era alegria. No Rio de Janeiro e em São Paulo as cenas de ira, as ameaças, a violência não tardaram a aparecer... O que antes parecia fantasia e alegria se mostrou como realmente é: competição, arrogância, incompreensão... E logo não restavam nada além das cinzas...
Não apenas na passarela, mas por todo lado, pelo Brasil inteiro era hora de juntar os cacos, de encontrar-se nas suas próprias cinzas e recomeçar... Lamentavelmente nem todos poderiam recomeçar de onde estavam pois muitos sonhos foram destruídos, muitas fantasias se tornaram cinzas nestes dias de alegria fácil e movida a música, suor, álcool e drogas.
Quantos sonhadores com a faculdade, com o início de uma carreira, com uma família estabilizada terão que lidar com a culpa de terem se envolvido com estranhos e estrangeiros? Quantas não terão que lidar com a dura escolha de serem mães ainda adolescentes ou se tornarem assassinas do próprio filho numa clínica que faz abortos clandestinos? Quantas terão que abrir mão da faculdade, de uma carreira que podia ser promissora para se dedicarem precocemente à maternidade - isso se não deixarem as crianças aos cuidados de terceiros...
Quantos terão que lidar com os efeitos do álcool, dos acidentes que ele pode causar, ou das drogas, dos vícios daí decorrentes e das doenças que elas quase sempre trazem, sejam emocionais ou físicas?
E agora que só restam as cinzas? Alguns se desesperam, fazem besteiras ainda maiores como se um grande erro fosse a melhor coisa para corrigir erros anteriores. Alguns caem em profundo desânimo e depressão, como se a apatia pudesse corrigir as bobagens cometidas.
Mas, e agora que só restam as cinzas? A resposta para esta angustiante indagação é parar de olhar para si mesmo e para as besteiras que fez e olhar para aquele que pode socorrer (Hb 4.16 - Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna) porque ele, por sua graça imensa, pode pegar quem não tem nada a oferecer e transformar o nada em tudo, pode e tem erguido do pó o desvalido e do monturo o necessitado (Sl 113.7). 
Como sair das cinzas e experimentar plenitude de alegria? A resposta é buscando ao Senhor que vivifica os mortos, que habita num alto e santo lugar, mas que, também, habita com o abatido e contrito de espírito, e é poderoso para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.
Sim, as cinzas são inescapáveis para aqueles que construíram seus sonhos baseados na alegria passageira da folia. Sim, o amargor das cinzas é real para aqueles que buscaram alegria onde tudo é efêmero, é mera vaidade e fantasia.
Mas é das cinzas que o Senhor levanta os mortos, que o Senhor dá vida àqueles que estão mortos por causa de seus delitos e pecados, e os faz assentar nos lugares celestiais com Cristo Jesus. Saia das cinzas - olhe para o Senhor!

sábado, 6 de fevereiro de 2016

QUASE... QUASE!!!


Poucas palavras expressam melhor o sentimento de decepção do que quase.

Talvez você ache que tudo está muito bom quando se tem quase tudo. E talvez você esteja insatisfeito com as coisas que você quase alcançou. Está mesmo? Ou está apenas resignado e parou de tentar? Você está mesmo satisfeito com a casa que você quase construiu? Está satisfeito com o carro que você quase comprou? Está satisfeito com os cursos que quase fez? Com a viagem de férias que quase fez? E com os relacionamentos que quase construiu? Está satisfeito com os filhos quase obedientes? Com o casamento quase estável? Com o emprego (ou empregos) que quase supre as suas necessidades? Com a carreira que quase seguiu? Enquanto refletia sobre isso lembrei de uma música do Skank cuja letra dizia “bola na trave não altera o placar”... Quase... Grito da torcida: “uhhh!”... Grito de gol entalado na garganta. O que você tem? Você tem quase tudo? Mas será que quase tudo é mesmo suficiente? Só mais uma pergunta: você está satisfeito com a sua vida religiosa?

Há vinte séculos um jovem demonstra estar quase satisfeito com sua religiosidade. E ele achava isto muito bom. Olhava para si mesmo e dizia: sou quase perfeito. Tinha boa posição social, pois era riquíssimo - e este homem provavelmente usufruía, também, de boa posição entre os religiosos seus contemporâneos que viviam da mesma maneira, contentando-se com o quase. Mas ele se encontra com Jesus - e Jesus não o parabeniza por ser quase perfeito. Mais ainda, Jesus diz que, não importando a posição ocupada e quão perto da perfeição estivessem, o quase nada lhes adiantava e eles deveriam começar tudo de novo, como se fossem crianças, que nada tinham feito ainda e tinham toda a vida pela frente - para fazer o que era devido.

O que aquele homem tinha?

Em primeiro lugar, ele acreditava no Deus da bíblia. Sim, ele era um judeu preocupado em herdar a vida eterna (Lc 18.18) e foi procurar instrução no lugar certo. Isso é bom. É evidente que o lugar para conseguir a informação sobre a vida eterna é naquele que é o doador da vida e a própria vida.

Em segundo lugar, ele praticava tudo que a religião lhe ordenava. Sim, ele também era um judeu consciencioso de seus deveres. Guardava o sábado, evitava alimentos que eram considerados impuros, evitava contato com pessoas que não fossem judias ou que significassem algum risco de contaminação cerimonial. Ele afirma, e Jesus não o chama de hipócrita, nunca ter adulterado, ou matado, ou furtado, ou dito falso testemunho ou ter deixado de honrar seus pais (Lc 18.20).

O que lhe faltava, então? Porque ele ainda não estava plenamente satisfeito? Tinha riquezas, muitas riquezas. Tinha bom conceito religioso e não foi reprovado por Jesus quanto a isto? Observe que convenientemente ele mostra desconhecer o resumo dos mandamentos: amar ao próximo como a si mesmo.

E isto ele não podia fazer. Sua religião era quase perfeita. Ele amava a religião. Ele amava obedecer os mandamentos, mas ele não amava a Deus sobre todas as coisas (isto é provado pelo fato de que ele não atende à ordem de Jesus) e muito menos conseguia amar ao próximo como a si mesmo, abrindo mão de sua riqueza para suprir a carência deles (Lc 18.22).

Honrado socialmente, sua religião, cheia de rituais e de obras nas quais buscava obter a justiça própria, no fim das contas, demonstrou ser inferior à do ladrão na cruz.

O amor de um pelo que era e tinha foi menor do que o amor que poderia ter por aquele que era capaz de lhe dar tudo. O outro, que não teve tempo para demonstrar amor, teve, entretanto, tempo suficiente para demonstrar sua absoluta confiança no salvador.

Você pode ter tudo. Pode ter religião. Pode ter bom conceito na sociedade. Pode se olhar no espelho e se achar uma pessoa quase, quase salva. Porém, se não crer totalmente no Senhor Jesus, estará fatalmente perdido (Mc 8.36).

Do coração do pastor.


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