terça-feira, 17 de setembro de 2019

O DIA EM QUE A MORTE FOI VENCIDA


51 Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, 52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. 53 Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. 54 E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. 55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? 56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. 57 Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo (1Co 15.51-57).
Há alguns anos, mais precisamente em 2016, o cardeal Bergoglio, bispo maior da Igreja romana com o título de Francisco I, afirmou que, como homem, Jesus Cristo fracassou ao morrer na cruz, afinal, a cruz é lugar de morte, maldição, cessação de vida. Ao mesmo tempo, junto com esta afirmação, ele, recentemente, disse que ateus também podem ser salvos porque o alcance da graça de Deus é maior do que podemos pensar. Do alto da pretensa “infalibilidade papal” o bispo romano estaria com a razão? Estaria ele certo ao jogar por terra toda a base da fé cristã?
A resposta é: não, o cardeal Bergoglio não tem razão. Ele está equivocado tanto no que se refere a doutrina quanto às suas intenções. O que as Escrituras têm a nos dizer sobre esse assunto? Nada melhor do que observarmos o que a bíblia diz a uma Igreja especialmente sugestiva neste caso, a Igreja de Cristo em Roma.
Datada da metade do primeiro século, a carta de Paulo aos romanos estabelece verdades inquestionáveis para a fé cristã - verdade que somente alguém imbuído de espirito de heresia ousaria abandonar:
Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação (Rm 5.6-11).
Vejamos aqui o que a bíblia diz sobre a morte de Jesus.
I. CRISTO É VENCEDOR
Em primeiro lugar, a morte de Cristo não foi um fracasso (Mc 10:45 - Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos) e isto deve continuar a ser anunciado pela Igreja (1Tm 2:5-6).  A morte de Cristo foi, na verdade, uma grande vitória porque, na cruz, ele, sozinho, substituiu todos os que ele veio buscar. A cruz simboliza o nosso destino, o que era nosso por direito adquirido (Rm 6:22-23). Cristo, na cruz, efetivamente pagou o preço dos nossos pecados e, longe de sentir-se derrotado, suas palavras são de vitória ao clamar “está consumado” (Jo 19.30), entregando, em seguida, seu espírito não ao inferno, mas ao seu pai celeste (Lc 23.46) exatamente como estrava predito pelas Escrituras (Sl 31:5). Na cruz o justo morreu pelos injustos (I Pe 3:18: ímpios – v. 6; pecadores - v. 8 e inimigos – v. 10, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito) alegrando-se grandemente pelo fruto do penoso trabalho de sua alma (Is 53:11). Derrotado na cruz? Fracassado? Só se desprezarmos o ensino do próprio Jesus nas sagradas páginas das Escrituras.
II. CRISTO CUMPRIU SEU PLANO
Em segundo lugar, a morte não interrompeu a vida ou os planos de Cristo (Jo 10:18). A morte de Cristo não foi um acidente nem foi decretada pela traição de Judas (Jo 17:12), nem pelos conluios dos escribas, fariseus, herodianos e sacerdotes (Jo 8:40).  É verdade que os ímpios se ajuntaram contra o ungido do Senhor (At 4:26) exatamente como havia sido dito pela bíblia que aconteceria (Sl 2:1-2) mas isso só aconteceu no momento que o Senhor quis que acontecesse (Jo 7:30).  Cristo morreu no tempo determinado por Deus (Rm 5:6), sem esperar que deixássemos de ser o que sempre seriamos sem ele – fracos, isto é, impotentes para resolver nosso estado de perdição (Ef 2:4-5).
III. CRISTO FOI EFICIENTE
Em terceiro lugar, a morte de Cristo teve eficácia total, não foi em vão. Na sua morte Deus provou o seu amor para conosco (v. 8). Quando as pessoas pedem alguma prova de carinho e amor para outra, certamente estão pedindo muito menos do que o que Deus fez (1Jo 4:9) e o que Cristo fez em sacrifício que foi aceito pelo Senhor (Ef 5:1-2). É até normal uma pessoa dar uma prova de amor por alguém que ama e que imagine que seja por ela amada, mas dar prova de amor por inimigos, só Deus é capaz de algo assim;
Na sua morte Cristo também concede justificação aos ímpios (1Co 6:11) porque ele paga os seus débitos na cruz (Cl 2:13-15) e um débito pago não pode ser cobrado uma segunda vez pois isso seria uma flagrante injustiça;
Na sua morte Deus nos reconcilia consigo mesmo (Cl 1:21-23) por intermédio de seu filho, Jesus Cristo. Deixamos de ser considerados sem Deus no mundo e passamos a ser vistos em Cristo, o que o apóstolo Paulo considera a coisa mais sublime do mundo (Fp 3:8-9);
Por causa da morte vitoriosa de Cristo passamos da morte para a vida (Jo 5:24) e se antes éramos merecedores da ira de Deus (Jo 3:36) agora somos considerados seus filhos, e recebemos, então, o princípio de uma nova vida que se manifestará em glória (1Jo 3:2);
Ao invés de cometermos o equívoco de consideramos a morte de Cristo na cruz um fracasso, como fez o cardeal Bergoglio, devemos olhar para os efeitos dela em nós e percebermos o quão bem sucedido ele foi, porque, por intermédio de Cristo fomos livrados da morte, recebemos vida eterna, temos paz com Deus (Rm 5:1) e podemos nos alegrar na presença do Senhor (Sl 97:12) em substituição ao terror e fuga comum aos filhos de Adão (Gn 3:10) porque o amor que ele nos concedeu e que nos leva a amá-lo (1Jo 4:18) é perfeito, e o perfeito amor lança fora toda forma de medo.
Não, Jesus não foi um fracassado – ele venceu, e crer nele é garantia de vitória (1Co 15:57 - Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo). Em Cristo, mesmo enfrentando dificuldades imensas, podemos, sim, ser mais do que vencedores – mas só em Cristo (Rm 8:37), pois do contrário, mesmo que um homem ganhe o mundo inteiro, será um grande fracassado por perder o que ele tem de mais importante: a sua própria alma (Lc 9:25 ).
Por fim, a vitória de Cristo é a vitória que concede salvação aos pecadores que nele crerem, e isto, certamente, não inclui a salvação de ateus, porque ateus não creem. A palavra do Senhor é claríssima: a salvação é somente para os que creem em Jesus (Jo 1:11-13), sobre os demais permanece a ira de Deus (Jo 3:36) pelo fato de recusarem, obstinadamente, a graça salvadora de Deus em Cristo Jesus (Ap 21:8). E isto, nem Bergoglio, nem igreja alguma pode mudar.

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