51 Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, 52 num momento, num abrir e fechar de olhos, ao
ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão
incorruptíveis, e nós seremos transformados. 53 Porque
é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que
o corpo mortal se revista da imortalidade. 54 E,
quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é
mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está
escrita: Tragada foi a morte pela vitória. 55 Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está,
ó morte, o teu aguilhão? 56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do
pecado é a lei. 57 Graças a Deus, que nos dá a vitória por
intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo (1Co 15.51-57).
Há
alguns anos, mais precisamente em 2016, o cardeal Bergoglio, bispo maior da Igreja
romana com o título de Francisco I, afirmou que, como homem, Jesus Cristo
fracassou ao morrer na cruz, afinal, a cruz é lugar de morte, maldição,
cessação de vida. Ao mesmo tempo, junto com esta afirmação, ele, recentemente,
disse que ateus também podem ser salvos porque o alcance da graça de Deus é
maior do que podemos pensar. Do alto da pretensa “infalibilidade papal” o bispo
romano estaria com a razão? Estaria ele certo ao jogar por terra toda a base da
fé cristã?
A
resposta é: não, o cardeal Bergoglio não tem razão. Ele está equivocado tanto
no que se refere
a doutrina quanto às suas intenções. O que as Escrituras têm a nos dizer sobre
esse assunto? Nada
melhor do que observarmos o que a bíblia diz a uma Igreja especialmente sugestiva neste
caso, a Igreja de Cristo em Roma.
Datada da metade do
primeiro século, a carta de Paulo aos romanos estabelece verdades
inquestionáveis para a fé cristã - verdade que somente alguém imbuído de
espirito de heresia ousaria abandonar:
Porque
Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém
se anime a morrer. Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de
ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora,
sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque, se
nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu
Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e
não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus
Cristo, por intermédio de quem recebemos, agora, a reconciliação (Rm 5.6-11).
Vejamos
aqui o que a bíblia diz sobre a morte de Jesus.
I. CRISTO É
VENCEDOR
Em
primeiro lugar, a morte de Cristo não foi um fracasso
(Mc 10:45 - Pois o
próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate por muitos) e isto deve continuar
a ser anunciado pela Igreja (1Tm 2:5-6). A morte de Cristo foi, na verdade, uma grande
vitória porque, na cruz, ele, sozinho, substituiu todos os que ele veio buscar.
A cruz simboliza o nosso destino, o que era nosso por direito adquirido (Rm 6:22-23). Cristo,
na cruz, efetivamente pagou o preço dos nossos pecados e, longe de sentir-se
derrotado, suas palavras são de vitória ao clamar “está consumado” (Jo 19.30),
entregando, em seguida, seu espírito não ao inferno, mas ao seu pai celeste (Lc 23.46)
exatamente como estrava predito pelas Escrituras (Sl 31:5). Na
cruz o justo morreu pelos injustos (I Pe
3:18: ímpios
– v. 6; pecadores - v. 8 e inimigos – v. 10, para conduzir-vos a Deus; morto,
sim, na carne, mas vivificado no espírito) alegrando-se grandemente pelo fruto
do penoso trabalho de sua alma (Is
53:11). Derrotado na cruz? Fracassado? Só se desprezarmos o ensino do
próprio Jesus nas sagradas páginas das Escrituras.
II. CRISTO
CUMPRIU SEU PLANO
Em
segundo lugar, a morte não interrompeu a vida ou os planos de Cristo (Jo 10:18). A
morte de Cristo não foi um acidente nem foi decretada pela traição de Judas (Jo 17:12), nem
pelos conluios dos escribas, fariseus, herodianos e sacerdotes (Jo 8:40). É verdade que os ímpios se ajuntaram contra o
ungido do Senhor (At 4:26) exatamente como havia sido dito pela bíblia
que aconteceria (Sl 2:1-2) mas isso só aconteceu no momento que o Senhor quis que acontecesse (Jo 7:30). Cristo morreu no tempo determinado por Deus (Rm 5:6), sem
esperar que deixássemos de ser o que sempre seriamos sem ele – fracos, isto é,
impotentes para resolver nosso estado de perdição (Ef 2:4-5).
III. CRISTO FOI EFICIENTE
Em
terceiro lugar, a morte de Cristo teve eficácia total, não foi em vão. Na sua
morte Deus provou o seu amor para conosco (v. 8). Quando as pessoas pedem
alguma prova de carinho e amor para outra, certamente estão pedindo muito menos
do que o que Deus fez (1Jo 4:9) e o que Cristo fez em sacrifício que foi
aceito pelo Senhor (Ef 5:1-2). É até normal uma pessoa dar uma prova de
amor por alguém que ama e que imagine que seja por ela amada, mas dar prova de
amor por inimigos, só Deus é capaz de algo assim;
Na
sua morte Cristo também concede justificação aos ímpios (1Co 6:11)
porque ele paga os seus débitos na cruz (Cl
2:13-15) e um débito pago não pode ser
cobrado uma segunda vez pois isso seria uma flagrante injustiça;
Na
sua morte Deus nos reconcilia consigo mesmo (Cl
1:21-23) por intermédio de seu filho, Jesus
Cristo. Deixamos de ser considerados sem Deus no mundo e passamos a ser vistos
em Cristo, o que o apóstolo Paulo considera a coisa mais sublime do mundo (Fp 3:8-9);
Por causa da morte
vitoriosa de Cristo passamos da morte para a vida (Jo 5:24) e se antes éramos merecedores da ira de Deus (Jo 3:36) agora
somos considerados seus filhos, e recebemos, então, o princípio de uma nova
vida que se manifestará em glória (1Jo 3:2);
Ao invés de
cometermos o equívoco de consideramos a morte de Cristo na cruz um fracasso,
como fez o cardeal Bergoglio, devemos olhar para os efeitos dela em nós e
percebermos o quão bem sucedido ele foi, porque, por intermédio de Cristo fomos
livrados da morte, recebemos vida eterna, temos paz com Deus (Rm 5:1) e
podemos nos alegrar na presença do Senhor (Sl 97:12) em substituição ao terror e fuga comum aos
filhos de Adão (Gn 3:10) porque o amor que ele nos concedeu e que
nos leva a amá-lo (1Jo 4:18) é
perfeito, e o perfeito amor lança fora toda forma de medo.
Não,
Jesus não foi um fracassado – ele venceu, e crer nele é garantia de vitória (1Co 15:57 - Graças a
Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo). Em Cristo, mesmo enfrentando dificuldades
imensas, podemos, sim, ser mais do que vencedores – mas só em Cristo (Rm 8:37), pois
do contrário, mesmo que um homem ganhe o mundo inteiro, será um grande
fracassado por perder o que ele tem de mais importante: a sua própria alma (Lc 9:25 ).
Por
fim, a vitória de Cristo é a vitória que concede salvação aos pecadores que
nele crerem, e isto, certamente, não inclui a salvação de ateus, porque ateus
não creem. A palavra do Senhor é claríssima: a salvação é somente para os que
creem em Jesus (Jo 1:11-13), sobre os demais permanece a ira de Deus (Jo 3:36) pelo
fato de recusarem, obstinadamente, a graça salvadora de Deus em Cristo Jesus (Ap 21:8). E
isto, nem Bergoglio, nem igreja alguma pode mudar.
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