Neste
meu período de exílio da web ocorreu mais um evento destinado a marcar as relações
ocidentais com o mundo islâmico. Alguns terroristas, simpatizantes do ISIS, o
partido radical islâmico que mais tem praticado crimes na atualidade, com o uso
de crianças, inclusive, atacaram a sede do jornal Charlie Hebdo matando alguns
jornalistas. Detalhes podem ser pesquisados à exaustão na internet – não vou me
ater a eles. Meu ponto é outro. Não acompanhei o que os blogs, de amigos ou não,
escreveram a respeito. Talvez eu leia mais pra frente. Mas adianto meu ponto de
vista de que o ataque não foi ao Charlie Hebdo pelo que ele é, mas ao que ele
representa: o limite da indignação islâmica contra a cultura ocidental, neste
caso francesa, representando no que ela tem de mais irresponsável (lembremos
que outro jornal ocidental também já sofreu ataque, no caso, o Jyllands-Posten
da Dinamarca).
O mundo
entrou em comoção após o ataque e as mortes de 4 humoristas (tão engraçados quando
os atores do programa Zorra Total – que, finalmente, foi para o ralo – o programa,
bem entendido, não os jornalistas, por que não defendo a morte deles) e logo a
frase "Je suis Charlie" tomou conta do mundo – só o twitter registrou
a expressão #jesuischarlie mais de 12.600.000 de vezes. Mas, "je suis
Charlie?". A minha resposta é: Je suis Marthon. Com todas as minhas
esquisitices e idiossincrasias – e não abro mão da minha opinião, não pretendo
seguir a manada, nem, também, ser o "do contra". E quero dividi-la
com você, que tem paciência para ler meus textos.
Em
primeiro lugar, defendo o direito do Charlie Hebdo ter opinião – embora não goste
de muitas das suas charges, porque, por um lado, são não apenas moralmente reprováveis
como, também, irresponsáveis e ofensivas, mesmo não tendo a obrigação de se
submeterem a qualquer ditame religioso ou cultural, seja islâmico, ou cristão,
porque estas obrigações são de foro íntimo, são obrigações apenas para quem as
reconhece como autoritativas – é óbvio que seus atos serão julgados nos
tribunais próprios, se feriram a lei dos homens, pelos homens, se ofensivos a Deus,
pelo próprio Deus, mas isto não dá ao islã o direito de matar chargistas – por mais
sem graça que eles sejam. Mas o ocidente ainda é uma democracia – e a França,
bem como o Reino Unido, estão colhendo os frutos de sua ampla abertura
democrática para acolher não apenas os islâmicos como o islamismo, tendo,
atualmente, bairros inteiros sob controle estrito de costumes e regras de
convivência e religiosas como a "sharia", consideradas pelos
moradores muito acima das leis do país que os acolhe.
Em segundo
lugar, não sofro nem de islamofobia nem de islamodelfia. Não sou nem adepto da
ideia de se perseguir o islã, nem sou seu amigo, especialmente porque suas
doutrinas são meramente humanas, portanto, falsas e opositoras da verdade –
devendo ser consideradas anátemas, isto é, inúteis. Mas defendo que, na mesma
medida em que o islã se fecha para o ocidente, inclusive promovendo a prisão e matança
de cristãos pelo simples fato de serem ou terem se tornado cristãos, os mesmos não
deveriam ter as mesmas liberdades que gozam na envelhecida Europa e, porque
não, na América, a terra das oportunidades que está sendo corroída pelos cupins
que abrigou em seu solo fértil. Se cristãos são tratados como criminosos por
sua fé em países islâmicos, então, o islamismo não deveria ter liberdade para propagar
sua fé em países cristãos. A França está sofrendo o que aceitou sofrer, ao
receber milhões de africanos de suas colônias sem qualquer filtro – tornando-se
um dos países mais religiosos do ocidente embora se declare e queira parecer o
mais secularizado.
Em terceiro
lugar, acredito que o ocidente, e o cristianismo em particular, devem se
preparar para o acirramento da guerra – dois, três ou quatro terroristas
pararam a França. O saldo até agora é de 14 mortos, 10.000 soldados nas ruas,
quase 1.000 locais (entre escolas, museus e jornais) sob pesada vigilância. Observe
que os locais mais visados são aqueles onde se forma a cultura ocidental –
cultura que o islã abomina, mas, obviamente, não deixa de consumir, ou alguém
acha que as filmadoras e computadores que eles usam em seus ataques não sejam
produto da tecnologia ocidental – ainda que copiada e miniaturizada pelo
oriente?
Acredito
que se trate de uma guerra. Inadiável e inescapável. Porque guerra? Por que o
islã quer destruir a cultura ocidental – e para o islã o ocidente e o
cristianismo são uma coisa só, apesar do ocidente pensar diferente e por isso
estar extremamente fragilizado à ameaça radical islâmica. Não acredito num islã
bonzinho, vejo-o como o gigante de um desenho antigo, cujo nome era IELFIMA,
uma mistura das letras I AM LIFE – que, num determinado momento, se levanta
para destruir tudo à sua volta, escravizando o que sobrar. Os "bonzinhos"
servirão apenas de pasto e escudo para o que está sendo preparado. E não é nada
bom para o ocidente, e muito menos para o decadente e medroso cristianismo do séc.
XXI, o que, aliás e paradoxalmente, pode ser muito bom para o cristianismo, que só prosperou
efetivamente quando enfrentou oposição de verdade.
A frase
de um ministro francês de que não há guerra contra o islã, por parte do
ocidente, é só uma frase de efeito, ele foi feliz politicamente (parabéns aos
marqueteiros do ministério da defesa francês) e absurdamente medrosa, como
incrivelmente medrosa foi a atitude do tolo presidente americano Barack Obama,
descendente de islâmicos, ao não se manifestar duramente contra o atentado
contra a cultura francesa, ocidental. De fato, o ocidente está em guerra contra
os terroristas islâmicos, mas não contra o islamismo. O problema é que os
terroristas radicais islâmicos são fruto de um substrato religioso e cultural onde
o mandamento inicial é destruir os infiéis, a qualquer custo, de qualquer
jeito. O islã não vai parar, os ataques continuarão, em lugares cada vez mais
insuspeitos. Onde quer que os valores radicais islâmicos não sejam adotados,
eles vão atacar – crianças em escolas (pesquise sobre o Boko Haran), professores,
jornalistas, políticos. Todos os que não se dobrarem ao islã serão alvos.
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