Esta semana foi um pouco complicada... quinta-feira passada o computador começou a apresentar problemas e estou até hoje [mesmo depois de tê-lo deixado com um técnico de informática] tentando salvar o máximo possível de arquivos. E graças a Deus tenho tido alguns progressos.
Meu tema do boletim para esta semana seria uma continuidade dos boletins anteriores, o que há de errado com a igreja, mas um fato novo que tem dominado a mídia fez com que eu refletisse um pouco e fizesse um pequeno parêntese [que pode se estender por 2 ou 3 boletins] para falar sobre a mais nova febre: “Pokemon Go”. Novidade? Nem um pouco. Já tivemos “Onde está Wally”, “Procurando Nemo”, “Procurando Dory” e muitas outras procuras. No fundo, no fundo, o que as pessoas estão procurando é significado. Temos abordado nos nossos estudos de quinta-feira [quem frequenta os cultos semanais vai fazer a ligação] sobre ameaças que a igreja, às vezes, sequer sabe que existem e que não enfrentam – e dentre estas ameaças está o pós-modernismo que, com seu relativismo, despe todas as coisas de significados essenciais e inerentes para vesti-los com as diáfanas teias do individualismo.
A verdade é que, revestida de entretenimento, há algo muito mais profundo em tudo isto. Procurar pokemons vai se tornar mais uma febre passageira de danos permanentes, assim como foi cuidar de bichinhos virtuais em fins do século passado – ou fazendas virtuais na primeira década deste século. Algum problema? Sim, claro que há um sério problema: o crescimento do individualismo e do isolamento social, crianças e adolescentes [e muitos eternos adolescentes] literalmente viciadas, que só pensarão e falarão nisso, esquecendo-se de comer, de estudar e de se relacionarem [a menos que o fator de interação seja pokemons]. Muitos atritos surgirão entre pais e filhos por causa desta nova doença.
Se você ainda consegui controlar minimamente o celular de seus filhos, deixe-me dar-lhes uma dica: proíba. Impeça de começar antes que seja tarde demais. Mas, mais do que este problema de interação, esta nova febre apenas desnuda uma característica permanente do coração do homem – estar sempre à procura de alguma coisa, e quase sempre investem o seu tempo [e dinheiro] no que não satisfaz, como alertava o profeta Isaías há 27 séculos. Desde que deixou de ouvir a voz de Deus para ouvir a voz melíflua da serpente o homem está procurando alguma coisa no lugar errado – vão escavar para si cisternas rotas que não retém águas, uma alegoria vibrante para a eterna insatisfação do homem, mesmo quando realiza seus sonhos e logo percebe que estava correndo atrás do vento.
O que deveríamos fazer era jogar um outro jogo – procurando Deus. As instruções estão nas escrituras, onde Deus diz insistentemente “vinde a mim”, “vinde às águas”, “buscai-me”, “buscai... buscai!!!”. O problema é que não temos natural inclinação para, metaforicamente, jogar este jogo... é ele quem nos busca, porque estávamos não apenas perdidos, mas também mortos. Embora as regras sejam claras são impossíveis de serem vistas pelos cegos. Embora o regulamento seja compensador é visto como penoso por relaxados. Embora a troca de dados e o incentivo mútuo seja permitido e incentivado através de várias reuniões o individualismo que já tomou conta dos corações elege outras prioridades.
A fábrica de ídolos do coração do homem não o deixa buscar a Deus – o homem sempre prefere a sua mentira, por mais esquizofrênica e idiotizante que ela seja [ele separa dois pedaços de uma mesma madeira, com uma faz fogo, e com outra faz algo para chamar de deus], a buscar ao Deus vivo. Os ídolos dos povos, mesmo sendo nada, ainda podiam ser tocados e carregados. Os novos ídolos ainda são portáteis, mas não passam de vaidade, oferecendo satisfação virtual. A única coisa real que oferecem é engano.
Procure servir a Cristo com a mesma intensidade que muitos procuram pokemons. Procure a comunhão com o povo de Deus com o mesmo interesse e vigor que muitos estão tendo ao procurar pokemons. A recompensa é real. É eterna.
Um comentário:
Muito bom pastor, glória a Deus por este texto." Vigiai e orai sem cessar".
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