sexta-feira, 18 de maio de 2018

ERROS SÃO DIFERENTES?


Tenho tentado compreender algumas situações que a Igreja vivencia e me pergunto se, quando há um erro, todos que estão envolvidos nele estão na mesma medida, ou as pessoas podem cometer o mesmo erro, com os mesmos danos e as mesmas consequências, e ainda assim, serem diferentes?
Há algumas semanas estes pensamentos circundam a minha mente, e acho que o assunto já está maduro para ser compartilhado.
Em minhas reflexões cheguei à conclusão que há aqueles que cometem erros proposital, intencionalmente. Param para refletir sobre o mal que intentam praticar, e procuram potencializar suas ações para atingirem este mal. Existem numerosos exemplos bíblicos para isso, como os irmãos de José quando o lançaram no fosso e depois o venderam como escravo, ou os sacerdotes judeus que planejaram a morte de Jesus depois que este os qualificou como lavradores maus.
O erro é agravado pelo propósito de causar mal, pelo planejamento da maldade com o intuito de prejudicar alguém, buscando pessoas que pensam da mesma maneira ou manipulando outros para que errem também. Erram assim os ladrões que planejam um assalto, erram os políticos que escolhem que promessas fazer para ganharem votos sabendo que não possuem sequer a intenção de cumprir, os assassinos que planejam a morte de alguém, os maledicentes que difamam ao próximo e que, de acordo com a Palavra de Deus, não habitarão na casa do Senhor (Sl 15.3).
O segundo tipo de erro é o erro deliberado, consciente, mas sem planejamento. É o erro por parceria, de cumplicidade, de companheirismo, de quem já se encontra de tal maneira envolvido no processo que se sente incapaz de sair. É o erro da fidelidade a algo que vinha sendo feito e, mesmo percebendo depois de um tempo que o que havia sido proposto era um esforço inútil, eram labores em busca de um alvo errado não abandonam os esforços por vergonha de admitir o erro ou para não abandonar o companheiro de erro. É quando não há a premeditação mas há a continuidade na prática delituosa. É muito comum este tipo de situação em membros de gangues que seguem cegamente um líder e não o abandonam mesmo quando fica provado por todos os meios seus crimes. Vemos isso na política, onde muitos não podem mais voltar atrás pois estão de tal maneira comprometidos que um sistema vicioso que, se um cai, os outros são arrastados como árvores com ramos entremeados..
O terceiro tipo de erro que gostaria de abordar é o de alguém ludibriado, enganado, que não tem as informações e que acredita piamente que o que está fazendo é o correto. O mal praticado, porque continua sendo um mal, é feito irrefletidamente, e, se questionado, a resposta basicamente é que aprendeu assim, disseram para fazer assim e por isso fazem assim mesmo. Geralmente se tornam massa de manobra e não lucram nada com o que é feito, sua principal realização é a sensação de dever cumprido, de ter feito a vontade do seu líder. É contando com este tipo de atitude que líderes políticos, caudilhos militares e religiosos inescrupulosos constroem seus impérios e juntam fortunas.
Nem sempre é fácil distinguir entre um e outro, mas o fato é que uns precisam de esclarecimento para chegarem ao arrependimento e outros precisam de conversão. Lidamos com situações assim o tempo todo, e às vezes queremos dar informações para os que erram deliberadamente. Informação não vai mudar o coração de homens que se assentam para planejar o mal. Estes precisam ser identificados e mantidos à distância até que demonstrem arrependimento, se, de fato, se arrependerem. Seus parceiros podem chegar ao arrependimento mediante a informação, e geralmente o fazem quando percebem que prosseguir na prática do mal é garantia de perdição. Por fim, muitos precisam de conhecimento, mas nem sempre o conhecimento dá o resultado esperado devido à cegueira causada pelo fanatismo irrefletido.
Toda e qualquer forma de erro deve ser combatida, mas seus autores podem ser tratados de diferentes maneiras. Paciência, moderação, ensino e o necessário rigor disciplinar podem ser aplicados, mas a melhor maneira de evitar cair neste tipo de cilada é o conhecimento da Palavra de Deus, é a prudência no agir, é evitar andar na companhia dos ímpios, não se deter para considerar a possibilidade da prática dos pecados que “todo mundo faz” e não permanecer na roda dos escarnecedores.

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