sábado, 2 de maio de 2020

TEMPOS CONFUSOS


Provavelmente esta é a melhor definição para os nossos dias. São dias tão complicados que não conseguimos saber qual dos três poderes estabelecidos faz o que.
O Supremo Tribunal Federal, que deveria ser um tribunal constitucionalista e de recursos superiores se tornou um tribunal midiático de esquina, concedendo liminares sobre uso de sacolas plásticas nos supermercados e intervindo em todas as esferas, criando leis (quando deveria interpretá-las) e intervindo em atos administrativos e econômicos quando deveria julgá-los em última instância.
O Poder Legislativo só legisla em benefício próprio e sob pressão popular ou circunstancial. Em meio a uma crise mundial agem apenas em benefício próprio buscando vantagens financeiras como podemos ver na compra dos respiradores artificiais com preços estratosféricos, hospitais de campanha contratados a empreiteiros amigos e troca de apoio político por cargos.
O poder executivo não pode governar por constantes intervenções dos outros poderes (na atual conjuntura prefeitos e governadores emitem decretos considerados superiores a autoridade federal) e a um comportamento errático que parece buscar mais causar nas redes sociais e conseguir likes do que apresentar um projeto de governo convincente e benéfico para a nação.
Para complicar ainda mais o quadro, o que não faltam são fake news, mentiras sendo propagadas como verdades pelo chamado quarto poder, a mídia. Tom Jobim afirmava que o Brasil não é para principiantes - atualmente diz-se que não é para amadores. E não é mesmo. O problema é que os políticos profissionais estão se especializando em tornar as coisas mais e mais confusas.
A Escritura afirma que se os fundamentos forem destruídos, o que poderá fazer o justo? A resposta é: continuar na prática da justiça e não contribuir para tempos mais confusos ainda.

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