segunda-feira, 30 de outubro de 2017

QUAL O LIMITE DO AMOR DO CRISTÃO - I Ts 4.9-12

9 No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros;
10 e, na verdade, estais praticando isso mesmo para com todos os irmãos em toda a Macedônia. Contudo, vos exortamos, irmãos, a progredirdes cada vez mais
11 e a diligenciardes por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos;
12 de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar.
I Ts 4.9-12
Imaginemos que fazemos parte de um exército cercado de inimigos por todos os lados. Inimigos ferozes pela direita, inimigos cruéis pela esquerda, inimigos impiedosos pela retaguarda e inimigos maléficos pela frente. Agora imagine que o único lugar seguro para este exercito em marcha está à frente, tendo eu superar as linhas inimigas enquanto é atacado por todos os lados.
Imagine que retroceder não é uma opção, pois o lugar de onde saíram não é mais o seu lar. Acampar também não é uma opção. Você só tem uma opção: você só pode ir em frente, avançar rumo ao alvo da sua missão (Fp 3:14), seguir adiante para completar a carreira (II Tm 4:7). Retroceder não é opção. Desertar também não é uma opção para os verdadeiros cristãos.
Que tal, agora, considerar parar em meio ao território inimigo enquanto o seu exército prossegue na jornada. Qual seria o seu destino? O que você acha que lhe aconteceria? Quais as chances que você teria de não ser capturado? Quais as possibilidades de sobrevivência de um soldado sozinho caçado por uma multidão de inimigos que tem uma única meta: deleitar-se na sua morte a mando de seu pai (Jo 8:44).
Imagine uma segunda situação: imagine que você está prestes a se casar depois de longos anos de namoro e conversa com seu futuro cônjuge e ele te diz que ainda pretende se casar porque descobriu que, levando em conta o tempo de namoro  considerou que amou você durante um certo número de anos, digamos, oito anos, mas nos dois últimos não ama mais, mas, no saldo, sobram alguns anos e por isso quer manter o compromisso e se casar. Imagine que lhe diga que não tem mais planos, não tem mais sonhos, não tem mais nenhuma perspectiva mas ainda tem um saldo de seis anos de amor e por isso pretende se casar.
Talvez você insistisse. Talvez você conheça alguém que insistisse. Talvez houvesse uma esperança, uma expectativa de que algum milagre viesse a acontecer. Mas seria uma aposta de alto risco, de pouca probabilidade e que, talvez, em condições normais, a maioria de nós não apenas não recomendaria mas, mais ainda, desaconselharia.
Na vida cristã não é nada diferente. Não podemos estacionar simplesmente porque ainda não chegamos ao nosso destino, ainda não nos tornamos aquilo que devemos ser (I Jo 3:2). Certamente podemos aprender, para podermos imitar, um pouco mais sobre o progresso na fé, sobre a perseverança dos santos, sobre como viver por modo digno de Deus (Fp 1:27) com uma fé operosa, com amor abnegado e prosseguindo para alcançar o alvo da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Há alguns fatos que são inquestionáveis:
 TODO CRISTÃO SABE QUE DEVE AMAR
9 No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus instruídos que deveis amar-vos uns aos outros.
I Ts 4.9
O cristão é, por excelência, uma pessoa que sabe algo sobre o amor (I Jo 4:19). Um pecador salvo é, antes de mais nada, um amado de Deus. Só é feito filho de Deus aquele que é alvo do amor redentor e doador de Deus. Se interpretarmos corretamente as Escrituras, e acreditamos estar corretos, todo cristão é um discipulo de Cristo e, como discipulo deve se esforçar em obedecer aos mandamentos de seu Senhor e um destes mandamentos, aquele que prova que somos seus discípulos de verdade é o de amar uns aos outros como ele próprio nos amou (Jo 13:35).
Os tessalonicenses já estavam amando. Esta era uma característica que se destacava naquela Igreja: eles amavam abnegadamente, eles já estavam praticando o amor para com todos os irmãos da macedônia. Mas como? Como eles estavam fazendo isto? Como eles amavam a ponto disto ser percebido e se tornar modelo para outros. Penso que só pode servir de modelo aquilo que é visto, aquilo que é percebido. E amor só pode ser visto se for mostrado, se for vivido, se for prático, por isso a indagação do apóstolo: como pode alguém dizer que ama a Deus, a quem não vê, se não ama ao irmão a quem vê (I Jo 4:20). Como pode alguém dizer que quer comunhão com Deus se não quer estar perto dos irmãos? Por mais que você pense o contrário, provavelmente o problema não está nos irmãos.
Entre os irmãos que receberam a carta do apóstolo certamente havia irmãos que amavam a Deus de todo o seu coração e isto se refletia em sua fidelidade mesmo em meio às suas lutas. Certamente havia irmãos seus pastores e presbíteros, que eram submissos às suas autoridades, que amavam e obedeciam aos seus guias (Hb 13:17) e que oravam por eles. Com certeza havia irmãos que se amavam uns aos outros apesar de suas muitas falhas. Com certeza havia irmãos que amavam os pecadores e aproveitavam as oportunidades para lhes anunciar o Salvador Jesus. Certamente havia irmãos que amavam a obra e que contribuíam para a manutenção da Igreja.
Certamente havia maridos que amavam suas esposas imitando o amor de Cristo pela Igreja (Ef 5:25). Certamente havia esposas que amavam a Cristo e a seus maridos que lhes eram amorosamente submissas (Ef 5:24). Certamente havia pais que amavam seus filhos e que buscavam cria-los na disciplina e na admoestação do Senhor (Ef 6:4), pois pais que amam seus filhos lhes dão instrução e disciplina na medida adequada. Com toda a certeza havia filhos que amavam seus pais honrando-os e assim agradando ao seu Senhor (Ef 6.1-3).
 TODO CRISTÃO SABE QUE NÃO PODE PARAR DE AMAR
10 e, na verdade, estais praticando isso mesmo para com todos os irmãos em toda a Macedônia. Contudo, vos exortamos, irmãos, a progredirdes cada vez mais 11 e a diligenciardes por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos; 12 de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar.
I Ts 4.12
Amar é um verbo que não deveria ser conjugado no passado. Referindo-se às coisas que são realmente importantes Paulo fala aos coríntios que o amor, dentre elas, a mais importante (I Co 13:13).
Considerando o uso que Paulo faz da palavra “exortar” ele diz-nos para considerarmos seu exemplo, como se ele próprio pudesse se colocar ao nosso lado, ou, mais precisamente, como se contássemos e efetivamente contamos com a assistência do mesmo Espírito que conduzia e fortalecia o apóstolo em seu amor pela Igreja e que, mesmo depois de passados quase dois mil anos, continua agindo com o mesmo poder e com a mesma graça para alcançar o mesmo propósito: a edificação da Igreja de Cristo.
Os cristãos devem progredir cada vez mais na prática do amor (I Ts 4:1). Os cristãos não foram chamados para falar de amor apenas; não foram chamados para apenas receberem amor - foram chamados para amar de fato e de verdade (I Jo 3:18).
Amar da boca para fora qualquer poeta é capaz, qualquer pessoa pode conseguir. Mas amar, de fato e de verdade, amar com genuíno amor (Rm 12:10), amar demonstrando o amor com que Cristo nos amou só é possível aos verdadeiros cristãos (Jo 15:13).
Parece estranho não sermos exortados a sentir, mas a praticarmos o amor. Assim como Deus provou o seu amor por nós somos exortados a amar. Cristo nos amou sacrificialmente. Paulo amou sacrificialmente. Devemos amar sacrificialmente. Cristo nos amou perseverantemente, amou-nos até o fim de sua missão terrena, dando-se por amor em nosso lugar e somos chamados a amar da mesma maneira para experimentarmos o mesmo amor do Pai (Jo 14:21).
Não espere que eu te peça para você olhar para quem está do seu lado e dizer que o “ama em Cristo” porque isto pode ser constrangedor. Você pode ter que olhar para alguém que você não ama, alguém de quem você quer distância e usar o nome de Cristo numa mentira é inaceitável. Vou dizer-te apenas para você considerar não o que você sente, mas o que você demonstra sentir. Você consegue ver a você e sua Igreja se encaixando nesta descrição que Paulo faz desta Igreja?
Amor de verdade é prático, é não ser pedra de tropeço, não ser causa de dor e constrangimento para o próximo. Amar é servir a Deus no meio de sua geração (I Pe 3:15) e é justamente seu modo de viver que vai fazer surgir oportunidades para testemunhar da graça transformadora e redentora de Jesus Cristo (Cl 4:5).
CONCLUSÃO
Amar é um verbo que não deveria ser conjugado no passado. Referindo-se às coisas que são realmente importantes Paulo fala aos coríntios que o amor, dentre elas, a mais importante (I Co 13:13). Já disse um poeta que amor é um verbo transitivo porque exige alteridade, exige um objeto a ser amado. O homem foi capacitado para amar como parte da imagem de Deus e, como todo o mais da imago Dei, esta capacidade sofreu os efeitos da queda mas é parcial e potencialmente restaurada quando é feito filho de Deus, nova criatura (II Co 5:17).
O cristão ama porque foi amado, pode amar como Deus requer que ame porque Ele derramou o seu amor por eles (Rm 5:5). Deus não exige nada que ele não tenha dado ou ensinado e capacitado através do seu Espírito Santo.
Como cristão você é exortado a amar de verdade porque foi amado verdadeiramente; é exortado a amar sacrificialmente porque foi amado sacrificialmente; é exortado a provar o amor de maneira prática porque Deus já provou o seu amor para com eles (Rm 5:8).
É até curioso que houve uma época na qual a Igreja foi perseguida e caluniada por que era exatamente aquilo que deveria ser: uma comunidade que vivia em comunhão, uma comunidade composta por irmãos que se amavam fraternalmente e, ao mesmo tempo em que se amavam se tratavam como irmãos e por isso os gentios acreditaram que os cristãos eram incestuosos.
É muito pouco provável que este equívoco acontecesse hoje em dia, quando é mais comum que haja mordidas e feridas (Gl 5:15), e acredito que, tanto quanto nos dias de Paulo, as exortações apostólicas para que os cristãos se amem continua atual e necessária. E já vimos que estamos diante de uma situação de escolher como ouviremos o que temos diante de nós - se como voz de homens ou a voz de Deus.
É amando e vivendo o amor, é amando abnegadamente que a Igreja vai ser capaz de anunciar ao mundo  o amor sacrificial de Jesus, ao mesmo tempo em que prova sua existência e eficácia. É para experimentar o amor de Jesus e viver o amor na Igreja que eu convido você agora. Eu te convido para conhecer Jesus - Jesus não é algo ou alguém para você estudar, para você saber tudo sobre ele, ele é uma pessoa, e, como uma pessoa que é, deve ser amado, vivamente amado.
Eu te convido para conhecer o amor que eu conheço, o amor que excede todo o entendimento (Ef 3:19), o amor que um dia eu experimentei e mudou minha vida e também mudará a sua, e isto acontecerá se você o amar verdadeiramente como ele te amou verdadeiramente. Se você está ouvindo e se sente inclinado a uma mudança, então, não resista ao chamado e vem experimentar o amor de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo, vem experimentar o amor de Jesus na Igreja do Senhor Jesus. 

INSTRUÇÕES PARA SER MAIS QUE OUVINTE DA PALAVRA - I Ts 4.1-8

1 Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo, continueis progredindo cada vez mais; 2 porque estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do Senhor Jesus.
3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; 4 que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, 5 não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; 6 e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, 7 porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação.
8 Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo.
I Ts 4.1-8
Como colocar em prática, em pleno séc. XXI, um ensino que foi dado há mais de 20 séculos, para uma cultura totalmente diferente da nossa, num contexto tão diferente que fica até difícil contextualizar?
Não é incomum cristãos sinceros realmente não saberem o que fazer, como colocar em prática um texto bíblico porque não o entendem. Como mudar isto? Como colocar em prática o ensino de um texto bíblico? Como fazer para ter uma fé operosa? Como fazer para experimentar este amor abnegado? Como ter um coração pleno de firme esperança?
Esta é uma preocupação legítima, e um desejo legítimo e cada um de no s devemos buscar uma compreensão cada vez mais profunda e aplicável das Escritura em nossas vidas. Queremos ser cristãos capazes de viver de tal forma que, com o testemunho e pregação, possamos ser capazes de impactar a sociedade, transtornar o mundo e tornar o nome de Cristo conhecido onde quer que os seus imitadores se apresentem mesmo diante de um mundo que lhe e ferrenho opositor e lhe causa sofrimento (I Pe 3:13-14).
Espero que esta seja a sua preocupação, o desejo mais profundo do seu coração; espero que você queira mesmo entender a bíblia não apenas para ter conhecimento, mas para colocar em prática, para impactar, para alcançar pecadores com o evangelho do salvador. E você deve mesmo desejar colocar em prática o ensino das Escrituras por que este ensino vem de Deus, e este ensino produz santificação, e com uma vida de santificação o cristão e habilitado para ver a Deus. Quero estabelecer alguns princípios através dos quais você vai obter a importante mudança de deixar de ser observador, ouvinte, plateia, e passar a ser praticante operoso (Tg 1:25).
 VOCÊ DEVE PRATICAR O QUE APRENDEU
1 Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo, continueis progredindo cada vez mais; 2 porque estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do Senhor Jesus.
I Ts 4.1-2
Finalmente! E com esta palavra que Paulo encaminha a transição entre o que era, o que estava sendo e como deveria ser. Finalmente pode ser adequadamente compreendido como “daqui por diante”, isto é, deste ponto da argumentação da carta dele em diante ele passa a transmitir orientações que buscam reparar as deficiências de uma fé que, sim, era viva e operosa. Àqueles a quem Paulo tinha se comparado a uma ama e também a um pai agora chama de irmãos porque todos, apóstolo e membros da Igreja, todos tinham as mesmas obrigações diante de Deus e também diante de todos os homens.
Como irmão (mais velho) Paulo roga (erotaw), isto é, ele apresenta um requerimento que não pode ficar sem resposta. Ele apresenta seus rogos, suplica-lhes que atenda aos desejos de seu coração. E Paulo havia feito um pedido da maneira mais afetuosa possível, sendo óbvio que os tessalonicenses não desejariam deixar de atender ao pedido do apóstolo, seu pai na fé, seu irmão.
Mas o Espírito sempre soube que nem sempre a Igreja seria obediente, nem sempre atenderia aos pedidos de um irmão, ainda que este irmão seja o seu pastor, seu guia espiritual (Hb 13:17). Entre Paulo e os irmãos tessalonicenses havia um distanciamento geográfico, mas outros tipos de distanciamento também podem ocorrer.
Para aqueles que só conseguem ouvir a voz do homem, um pedido afetuoso não e o bastante para uma profunda mudança espiritual. E preciso algo mais. E necessário uma exortação apostólica. Muitos cristãos não se sentiriam desconfortáveis em não atender a um irmão ou ao seu pastor, mas talvez, talvez, se forem cristãos genuínos pensariam duas vezes antes de rejeitarem um chamado para estar em companhia, sob a assistência do próprio Senhor, sendo orientado, encorajado e suportado pelo próprio Senhor. Paulo considera a obediência dos cristãos é tão importante que, mais que a autoridade de uma ama ou de um pai ele afirma exortar como um instrumento do próprio Senhor.
E Jesus, e não Paulo, quem se colocaria ao lado deles, quem os capacitaria para colocarem em prática as orientações das Escrituras, orientações que já haviam sido dadas e recebidas como Palavra de Deus. Eles sabiam, já haviam sido instruí dos sobre como organizarem a sua vida de acordo com as orientações já recebidas e que já vinham praticando e deveriam continuar progredindo cada vez mais e assim agradarem a Deus. Às instruções podiam ser recebidas como um pedido de um irmão amoroso ou como a ordenança do próprio Deus. Mas não importa como você ouça, ainda assim você tem uma serie de orientações do Espírito que você tem que ouvir e obedecer. Você não pode se dar ao luxo de simplesmente ouvir para não obedecer porque não e a simples palavra de homens, mas a Palavra de Deus.
  PRATICAR O QUE APRENDEU LEVA À SANTIFICAÇÃO
3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; 4 que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, 5 não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; 6 e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, 7 porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação.
I Ts 4.3-7
Santificação! Esta e a palavra chave com que Paulo deseja provocar uma grande mudança na vida dos seus leitores. Paulo afirma que a santificação e requisito essencial para ver o Senhor (Hb 12:14), isto é, para lhe ser agradável, para desfrutar da sua graciosa presença. Se você quer agradar a Deus não pense que fazendo sacrifícios, promessas, jejuns, contribuições, campanhas você vai merecer o favor de Deus. Talvez isso contrarie todas as suas noções de religiosidade que vem adquirindo ao longo dos anos. O que você precisa e pura e simplesmente não ser desobediente, não ser rebelde nem ser insubmisso.
Eu creio que você já tem conhecimento do que o Senhor espera de ti, de quais são as ordens do Senhor para você. E provável que você tenha discernimento, tenha conhecimento de como fazer para agradar a Deus - a grande questão é: você quer por em prática ou prefere os prazeres e satisfações concupiscentes da carne, a satisfação de fazer a própria vontade.
Paulo diz que os crentes tinham conhecimento das instruções, das ordens do Senhor para suas vidas. Paulo, ou melhor, o Espírito, através desta palavra, lhes diz que a vontade, ou melhor, que o proposito de Deus em sua vida, para sua vida e nada menos que a santificação. não e suficiente meia santificação. não e suficiente santificação na Igreja mas cercada de impiedade na escola, não e suficiente santificação na Igreja e impiedade no trabalho; não e suficiente santificação religiosa e impiedade nas demais áreas da vida. O nome disso não e piedade - e hipocrisia.
Na o e necessário repetir a lista de Paulo porque ela e uma lista incompleta e sempre há um coração endurecido que pode dizer: se não esta na lista então eu posso fazer porque não e pecado. Mas também e fato que Paulo aborda pecados de origem sexual, provavelmente porque era um tipo de pecado muito comum entre os gentios, um pecado que exerce grande poder sobre a vontade dos homens. Paulo compara os desobedientes aos gentios, da mesma maneira que o Senhor Jesus ordena seja feito (Mt 18:17).
O ponto que devemos ressaltar e que a obediência a vontade de Deus leva o cristão a resistir tenazmente ao pecado que assedia a cada um de nós (Hb 12:1), o tempo inteiro, em todo lugar.
Você pode fazer sua listinha pessoal. Pode pedir discernimento do Espírito, pode pedir ao Senhor para esquadrinhar seu coração e te mostrar ate mesmo os pecados que você não conhece (Sl 139:23-24) ou mais precisamente não quer reconhecer, e, então, passem a se abster (apexomai), isto e , a refrear-se da prática destas coisas.
Mesmo que você diga que e muito difícil e e mesmo (Rm 7:19-20), como a experiência do velho apóstolo atesta, temos o Espírito a nos exortar, isto e , estar ao nosso lado para que prossigamos no caminho da justiça, evitando praticar as obras da carne e vivendo pelo Espírito.
   QUANDO VOCÊ DESOBEDECE ESTÁ REJEITANDO AO SENHOR
8 Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo.
I Ts 4.8
Rejeição! não podemos desprezar a advertência que o Senhor nos dá para não desprezarmos ao que fala em seu nome, isto é, a não desprezarmos as profecias porque, no fim, desprezar as solenes advertências feitas por aqueles a quem Deus chama, separa, capacita e envia em seu nome (Jo 20:21) equivale a desprezar ao próprio Deus que exorta os pecadores ao arrependimento por seu intermédio.
Não ouvir (Sl 81:11). Este sempre foi um dos mais graves problemas - e a causa dos maiores erros - do homem. Na verdade, não e “não ouvir” com os ouvidos, mas dar atenção e obedecer a voz errada. Foi assim no Éden, quando deu ouvidos à voz errada. E ainda e assim, ainda continuamos ouvindo as vozes erradas.
Lamentavelmente até mesmo a Igreja faz isso. Dá ouvidos a vozes estranhas. Dá ouvidos às vozes do mundo, dá ouvido às vozes da tradição, do reacionarismo, do liberalismo, do antropocentrismo, do emocionalismo, do egoísmo. Mas no fim sempre acaba ouvindo a voz do egoísmo autonomista, uma vozinha sibilante nos seus ouvidos e que fala o que o coração enganoso quer ouvir e lhe diz: decida seu destino, tome as rédeas de sua vida, não precisa obedecer a ninguém, nem mesmo a Deus.
Mas por acaso você e um tolo? Por acaso você não tem inteligência? Por acaso você e um ímpio para desprezar a voz de Deus? não quero acreditar que, mesmo tendo a sua disposição o melhor ensino, mesmo tendo os melhores exemplos, mesmo tendo a melhor de todas as assistências que e a do Espírito Santo eu não quero acreditar que você vai preferir desprezar a bendita Palavra do Senhor.
E um erro terrível tomar uma atitude nesta direção, uma atitude que pode ter resultados eternos e terríveis; e um erro rejeitar a Palavra do próprio Deus, a Palavra que trata do seu coração, que vivifica e conduz a salvação, que fala ao pecador sobre as consequências do seu pecado, sobre o amor salvador de Deus dando seu próprio Filho, Jesus, para sofrer a aplicação da justiça de Deus (Rm 3:26) em lugar de injustos pecadores (I Pe 3:18) e dar aos pecadores, em lugar da ira, o amor redentor mais que provado na cruz do calvário (Rm 5:8).
Não é sábio, não é prudente tomar a atitude de não ouvir a voz de Deus porque as consequências podem produzir, e certamente produzirão, resultados eternamente terríveis. Se você não ouvir a voz de você não a obedecerá. Se você não obedecê-la você não experimentará a santificação e se você não passar pelo processo da santificação você não verá a Deus, porque sem a santificação ninguém verá a Deus.
 CONCLUSÃO
Já passei algumas vezes pela experiência de estar perdido, sem saber para onde ir, e com receio de ir para qualquer lugar. há casos de pessoas que usaram aplicativos de localização por GPS e acabaram não apenas ainda mais perdidos como com sérios problemas, e alguns até morreram ao entrarem em favelas no Rio de Janeiro, por exemplo.
Quando estava perdido tomei uma atitude: pedi ajuda. Mas mais de uma vez tive o cuidado de pedir ajuda a mais de uma fonte, em busca de uma fonte confiável. Foi assim, por exemplo, em uma recente viagem a Conceição do Araguaia. Perguntei a uma pessoa por um endereço e ele não sabia muito bem por não ser do lugar. Procurei uma segunda opinião e obtive a orientação correta, logo chegando ao lugar que procurava.
Não despreze o ensino de quem sabe o caminho. Faça o que o Senhor manda e o resultado vai ser um só: você vai proceder retamente, vai agir com justiça, vai andar humildemente diante de seu Deus, vai experimentar a santificação e vai gozar de intimidade com seu Deus.
Não faça a escolha errada. Não desobedeça ao Senhor, não rejeite a sua Palavra, não se torne repreensível, ou, pior ainda, não seja condenável. Deixe eu lhe dizer o que você deve fazer: em primeiro lugar receba a Palavra como aquilo que ela é, a Palavra de Deus na boca de homens; em segundo lugar, creia no Senhor Jesus e confie nele, confie a salvação de sua alma a Ele e somente a Ele; em terceiro lugar obedeça de coração e abandone, reprima as obras infrutíferas das trevas (Ef 5:11) e então viva para glorificar ao Senhor, faça tudo para glorificar ao Senhor (I Co 10:31).
Mais uma vez eu quero insistir com você. Se você entrou aqui sem saber sobre Jesus, o salvador, sem saber sobre o convite que ele faz para quem está cansado e sobrecarregado por causa de seus pecados (Mt 11:28) então você precisa entender que o ensino da Palavra é que, sem Cristo, sem crer em Jesus, você não tem salvação, está sob condenação porque só há salvação em Jesus Cristo (At 4:12). O que fazer? Crer nele de todo o seu coração, arrepender-se de seus pecados e, então, receber pela graça de Deus o perdão, o dom do Espírito e a vida eterna (At 2:38).
Se você entrou aqui já tendo conhecimento de quem e Jesus mas sem compromisso com ele, então, a minha exortação e para que você retorne ao primeiro amor para que o Senhor não seja contra ti (Ap 2:4). Religiosidade sem vida e mornidão, e mornidão e morte espiritual, e garantia da rejeição do Senhor (Ap 3:16) mesmo que você ache que apenas usar o nome do Senhor hipocritamente vai te garantir a salvação (Mt 7:21). Isto não vai adiantar de nada se você não for operoso praticante da Palavra (Lc 6:46).
Se você já esta praticando, se já tem sido um servo obediente, se já tem tido uma fé operosa então, continue na dependência do Espírito, na dependência da graça de Deus (I Co 15:10) pois bem aventurado é aquele servo que o Senhor encontrar servindo com fidelidade (Mt 24:45).



PORQUE DEVEMOS VALORIZAR A COMUNHÃO - I Ts 3.11-13

11 Ora, o nosso mesmo Deus e Pai, e Jesus, nosso Senhor, dirijam-nos o caminho até vós,
12 e o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco,
13 a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos.
I Ts 3.11-13
 É um fato a ser lamentado haver muitos que não consideram a comunhão com os demais irmãos como algo de suma importância, como algo essencial (Sl 16.3). É muito comum a comunhão ocupar um lugar menos importante na agenda dos crentes. Mas também é certo que há muitos que consideram a comunhão com os irmãos o melhor momento de seus dias.
É provável que você até considere o ato de congregar como uma obrigação (Hb 10.25) que lhe é imposta pelo Senhor (e é mesmo) e pela presença do seu pastor (ao menos para alguns). E é possível que você se esforce para cumprir com sua obrigação religiosa. E quer saber? É mesmo uma obrigação. É mesmo um dever. Mas é muito mais que uma obrigação, na verdade deveria ser, também e principalmente, um enorme prazer para o cristão (Sl 84.10).
Deixar de cumpri-lo, deixar de congregar é, sem qualquer sombra de dúvida, uma desobediência, um sinal de relaxamento e, por fim, um pecado (Hb 10.26-27), mas congregar é uma alegria, um prazer, um momento muito especial para o crente porque é o momento em que ele está inserido não apenas espiritualmente, mas também fisicamente no corpo de Cristo, a Sua Igreja.
Não é anormal que alguma circunstância atrapalhe o cristão de congregar. Também não é incomum que as circunstâncias se repitam passando de eventuais para constantes (uma visita recebida, uma visita a fazer, um jantar de negócios, um trabalho escolar) e, por fim o congregar vai se tornando cada vez mais esporádico, virando dominical e, por fim, como diziam os antigos, uma ação “de ver Deus”. Diante de circunstâncias impeditivas, em dependência de Deus, mais uma vez aprendemos que o caminho é a sujeição à vontade de Deus em oração. Como fazer para que as circunstâncias não se tornem impeditivas para a congregação, para a comunhão?
A COMUNHÃO É UM PRESENTE DE DEUS
I Ts 3:11 - Ora, o nosso mesmo Deus e Pai, e Jesus, nosso Senhor, dirijam-nos o caminho até vós,
 É muito comum sentir que a prática de congregar seja interpretada como uma simples obrigação diante de Deus e da instituição. Mais uma vez: é sim. É uma obrigação, é um compromisso assumido diante de Deus ao receber Jesus como seu Senhor e dos homens ao professar a sua fé no redentor perante a Igreja, mas é muito mais do que isso. É muito mais do que um dever. É muito mais até mesmo do que um prazer. E é mesmo um prazer estar em comunhão com os irmãos, com os santos que há na terra nos quais o crente deve ter o seu prazer, considerando o sempre curto tempo na casa de Deus como mais importante e mais proveitoso que uma semana inteira em qualquer outro lugar.
Como devemos ver a estada na casa de Deus? Como devemos considerar os momentos de comunhão, as oportunidades de estarmos juntos com os nossos irmãos em Cristo? Há ainda quem interprete como um privilégio cultural, social e um fruto da nossa liberdade de expressão e liberdade religiosa. Mas é ainda mais do que isso. É mais do que obrigação, mais do que um dever, mais do que um privilégio. E o que é então?
Paulo já havia dito que se empenhara, se esforçara para ir congregar com os irmãos mas o diabo (o adversário = diaboloj) lhe impedira por duas vezes e então ele nos mostra que o privilégio de congregar, que o prazer de congregar é, acima de tudo uma dádiva de Deus, uma dádiva que ele pedia a Deus para dirigir-lhe o caminho, certamente vencendo ou removendo os obstáculos que o adversário havia interposto em seu caminho, fossem quais fossem esses obstáculos que nós desconhecemos.
Estar na Igreja, estar com a Igreja, louvar a Deus com a Igreja, viver as lutas da Igreja e experimentar as bênçãos que Deus dá ao seu povo é uma dádiva que se você não tem experimentado, se você tem negligenciado então, antes de mais nada, você deve pedir a Deus para que isso seja mudado em seu coração, deve pedir a ele para renovar sua vontade, para inclinar a sua vontade e efetuar em você o querer e o realizar (Fp 2.13) porque estar entre os eleitos de Deus é uma dádiva, um presente que Deus dá aos seus eleitos e certamente tem muitos eleitos que, neste exato momento, gostariam de ter este mesmo privilégio agora.
CRESCEMOS EM AMOR ATRAVÉS DA COMUNHÃO
I Ts 3:12 - ...e o Senhor vos faça crescer e aumentar no amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco,
A Igreja já era conhecida como uma comunidade amorosa e, mais do que isso, uma comunidade que possuía um amor abnegado, sacrificial, à semelhança do amor que lhe havia sido demonstrado por seu Senhor Jesus, o maior amor que era possível demonstrar por alguém (Jo 15.13) que foi até o fim para demonstrar que o seu amor é o maior amor do mundo (Jo 13.1) e provar o amor do Pai por nós da única maneira possível - de forma prática (Rm 5.8).
Este amor, este grande amor, era vivenciado pela Igreja em seu testemunho como discípulos do Senhor Jesus (Jo 13.35), da mesma maneira que eles próprios viram no apóstolo Paulo e seus companheiros Silvano e Timóteo. Mas Paulo queria ainda mais. Queria que eles crescessem - e em tempos onde o que conta são relatórios, as estatísticas, os números, a oração de Paulo era para que eles crescessem em algo que não era mensurável estatisticamente, crescessem no amor de uns para com os outros, porque com o crescimento em amor a Igreja certamente experimentaria o mesmo fenômeno que a Igreja em Jerusalém experimentaria: o Senhor, dia a dia, ia lhes acrescentando os que iam sendo salvos (At 2:47).
Podemos entender este crescimento em amor de duas maneiras: a primeira um crescimento pessoal, interno, com os corações dos cristãos se enternecendo mais e mais uns pelos outros, e isto é maravilhoso (Cl 3.12) e se compadecendo pelo estado de perdição, miséria e condenação dos pecadores que podiam ser seus vizinhos, seus amigos de infância, colegas de trabalho, familiares e todo tipo de relações interpessoais (Cl 4:5).
É mais do que desejável que isto aconteça, na verdade é um imperativo divino para que a Igreja de Deus cumpra o seu papel de testemunhar o amor imenso de Deus ao mundo, um amor tão grande que o levou a dar o seu próprio filho para resgatá-lo através de sua morte na cruz.
Você também poderia entender este crescimento de uma segunda maneira. À medida em que o amor interno se entranha na Igreja, à medida em que o amor abnegado consolida a comunhão no interior da Igreja este amor é de expresso de tal maneira que logo é percebido pelos incrédulos (Rm 12.9-14), e muitos são tocados por este testemunho vivo, por esta vida diferente do que era visto no mundo de então e, com os novos convertidos haveria mais gente amando, haveria mais amor, e Paulo queria estar lá, estar com a Igreja.
Ele não queria apenas ouvir falar do amor da Igreja, de uma Igreja que estava geograficamente distante. Ele queria mais, ele queria fazer parte desse processo, ele queria contribuir com a sua parcela de amor porque ele já amava aquela Igreja como uma ama que acaricia a criança a quem amamenta ou como um pai que disciplina a todos os filhos a quem ama.
 SOMOS FORTALECIDOS NA CAMINHADA
I Ts 3:13 - a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos.
A Palavra de Deus diz que um cordão de três dobras não se rompe facilmente (Ec 4:12). Você pode fazer prova disto de uma maneira bem simples. Pegue um barbante e verifique a sua resistência. Coloque um cordão dobrado e veja se ele não suporta mais que o dobro do peso. É assim com a Igreja também. Quando caminha em amor, ela se sustenta, cresce ao invés de apenas sobreviver.
É possível que a Igreja tenha perdido o foco daquilo que é mais importante. No séc. III a aceitação formal de rituais passou a ser tida como a prova mais importante de fé. Ser membro, ainda que formalmente, o cumprimento de rituais como o batismo resolvia o problema do que significava fazer parte da Igreja - e muitos se contentavam sinceramente com isso por não saber que precisavam de mais.
Séculos depois o foco foi mudado para a aceitação de doutrinas e o conhecimento de fórmulas confessionais (I Jo 4.3). Candidatos a membresia da Igreja eram ensinados e decoravam símbolos doutrinários como o Breve Catecismo e até mesmo a Confissão de Fé de Westminster (e isto não é ruim em si mesmo, e é uma pena que tenha se desvirtuado com o tempo e hoje esteja se perdendo).
Algum tempo depois a influência do relativismo e do empirismo existencialista mudou o pêndulo e a prova de fé passou a ser a experiência pessoal, êxtases e a demonstração de certos efeitos cada vez mais caóticos e incontroláveis e a certeza interior, desprezando tanto a forma quanto o conhecimento.
Obviamente a Igreja não desprezou e nem deve desprezar o conhecimento porque Paulo queria ir até os tessalonicenses para suprir as deficiências de sua fé, isto é, havia coisas que eles ainda precisavam aprender e ele não tivera tempo de lhes ensinar. É claro que a Igreja também não desprezava o cumprimento de ritos, como o batismo que é ministrado por Filipe ao Etíope. Jesus havia mandado ensinar e batizar (Mt 28.19-20) e era isso o que a Igreja estava fazendo, apesar de Paulo não dar tanta ênfase a tal prática, deixando que Silvano, Timóteo, Barnabé e outros o fizessem (I Co 1.14-16).
Mas a Igreja também não desprezava a comunhão, o viver a sua fé de maneira prática - sua fé seria confirmada numa vida de santidade, de serviço a Deus, de prática da justiça, de obediência ao Senhor por causa do amor que o cristão sente por seu Deus (I Jo 4.20), por seus irmãos e pelo seu próximo - todos os dias, diária e perseverantemente, como era o exemplo da Igreja de Jerusalém, enquanto aguardavam o retorno de seu Senhor e salvador Jesus Cristo em sua nova vida (I Jo 3.10).
Andando juntos, estimulando-se mutuamente (Cl 3:16) ao amor abnegado e à fé operosa ficava mais fácil, mais suave perseverar na comunidade cristã apenas das muitas lutas e provações a que os crentes são submetidos até alcançarem a plenitude de Cristo (Ef 3:19), sendo fieis até à morte e recebendo a recompensa que o Senhor reservou para os seus, a coroa da vida (Tg 1:12).
 CONCLUSÃO
Quando li este texto eu me perguntei: o que o pastor Paulo, o pastor de pastores Paulo queria dizer ao pastor que lesse este texto vinte séculos depois? E o que ele iria querer que os pastores do séc. XXI dissessem para as igrejas que pastoreariam? Em suma, qual a mensagem de Paulo para mim e para você?
Em primeiro lugar eu aprendi e gostaria de compartilhar com você sobre a maneira como você experimenta ou não a comunhão, se você a valoriza ou a despreza. Quero que você entenda que a comunhão é mais que uma obrigação, mais que um dever, mais até mesmo que um prazer - embora seja realmente tudo isso.
Se você não entender que a comunhão é um maravilhoso dom de Deus mais cedo ou mais tarde você acabará desprezando a comunhão por qualquer coisa passageira do mundo. Se você acha que ela é uma obrigação, então obrigações profissionais, educacionais, familiares, emergenciais ou outras podem concorrer e ganhar a disputa por valorização.
Se você acha interpretar como um prazer então outros prazeres podem tomar o lugar de maior importância aos seus olhos. Mas só se você reconhecer a comunhão como uma dádiva de Deus a quem não era povo e agora é mais que povo, é povo de Deus você vai dar-lhe o devido valor e não deixará que nada tome este lugar. Se você não valorizar isso, então você não valorizará mais nada, nem mesmo algo que venha de Deus porque você já está desprezando o chamado do próprio Deus para se alegrar em sua presença e junto com seus irmãos na fé (Rm 15:10).
Vejamos, o que podemos aprender em segundo lugar. O que mais o pastor Paulo ensinou a este respeito? Preciso compartilhar com vocês que a comunhão promove o crescimento em amor, promove o crescimento individual, promove o crescimento do amor a Deus e do amor de Deus sendo derramado cada vez mais abundantemente em seu coração; promove o amor de Deus uns para com os outros, cuidando uns dos outros, resultando na edificação uns dos outros em amor, mas também aprendi que para que o número de pessoas que amam a Cristo e se amam em Cristo aumente aquele que ama ao Senhor também precisa amar cada vez mais e isto na comunhão dos santos.
Amar sem comunhão é amar da boca para fora e, no fim, não é amar de verdade. Jesus nos amou e o Pai provou seu amor quando ele veio estar conosco, viver conosco e nos amar sacrificialmente, morrendo por nós.
Em terceiro lugar quero compartilhar um pouco mais do que eu aprendi com o apóstolo Paulo. Aprendi que quando andamos em comunhão somos mutuamente incentivados a prosseguir, a não desanimar; aprendemos que enquanto um fraqueja outros ajudam a carregar as cargas cumprindo assim o mandamento do amor (Gl 6.2), aprendi que há coisas nas quais eu sou fraco e outros irmãos me ajudam, e que provavelmente há áreas onde posso ajudar outros irmãos que são menos fortes que eu.
E, através da comunhão, o corpo anda se cuidando. Talvez você pense que pode ser Igreja sozinho ou que não precisa da Igreja. Talvez, mas só se você for mais espiritual que Paulo, que os apóstolos e que o próprio Senhor Jesus que morreu para criar um povo (Tt 2.14).
É como povo, como Igreja, que nos apresentaremos perante o Senhor da glória. Cada um se desvia por seu próprio caminho - somente a Igreja se apresenta como corpo perante o Senhor.
Permita-me concluir: para ser aprovado pelo Senhor como Igreja do Senhor você não pode desprezar a dádiva da comunhão; para ser aprovado como Igreja do Senhor você não pode desprezar o crescimento pessoal e comunitário em amor e para você completar a carreira você precisa estar unido ao corpo de Cristo porque quem fica sozinho é ovelha perdida - as ovelhas de Cristo estavam perdidas mas foram buscadas para o aprisco do bom pastor.

Talvez você tenha entrado aqui como ovelha extraviada, perdida, ferida... Talvez você não considere a comunhão com este povo importante, talvez nem mesmo queira amá-lo nem caminhar com ele, mas eu oro para que o Senhor abra o seu coração e, como Lídia, você entenda e atenda às palavras de Paulo (At 16.14) e valorize a comunhão como uma dádiva, o amor como um estilo de vida e a caminhada rumo à Nova Jerusalém celestial como uma empreitada a ser empreendida junto com os seus irmãos, tornados irmãos em Cristo Jesus.

FAÇA DESTE BLOG SUA PÁGINA INICIAL