Desde o momento em que nossos primeiros pais, Adão e Eva,
cometeram o primeiro pecado e foram arguidos pelo Senhor, e consequentemente
condenados por sua desobediência, um encontro foi marcado. Um encontro no qual
o descendente da mulher seria ferido e padeceria para que, finalmente, a morte
fosse vencida e a maldição retirada de sobre a criação.
Muitos séculos depois desta
promessa, o encontro marcado e tantas vezes lembrado, como, por exemplo, pelo
profeta Isaias (53) foi finalmente lembrado como iminente. Um encontro que era
absolutamente inescapável, mas, ao mesmo tempo, terrivelmente sofrível. O
encontro do Senhor da vida com a morte, o encontro do Filho de Deus com a ira
de Deus. Um encontro que deveria, a priori, ser meu e seu, para prestar contas
a Deus, justo juiz.
A bíblia registra algumas palavras de Jesus que são muito
interessantes e que, muitas vezes, passam despercebidas de leitores cada vez
mais apressados. Quando celebrou a última legítima páscoa nos moldes hebraicos
Ele afirmou que ansiou por aquele momento, por aquela páscoa em especial, com
seus discípulos. Observe que Jesus já andava com eles há três anos, mas aquela
era uma páscoa diferente das demais.
Devemos nos perguntar:
porque? Porque ele ansiara por aquela páscoa em especial? O que havia de
diferente nela? A resposta é que naquela noite ele cumpriria tudo o que a
páscoa significava. Os milhares de cordeiros que foram mortos durante toda a
história de Israel finalmente teriam o seu antítipo, teriam seu cumprimento em
Jesus, o cordeiro de Deus, morto antes da fundação do mundo.
Para Jesus este encontro
significava o cumprimento da promessa de Deus de enviar a semente da mulher que
esmagaria a cabeça da serpente. Era, sem sombra de dúvida, o propósito de sua
vinda, como ele mesmo afirmou ao dizer que veio para dar a sua vida em resgate
por muitos.
Para o Pai significava, por
um lado, demonstrar cabalmente sua ira contra o pecado a ponto de não poupar
nem mesmo seu próprio filho. Você pode estranhar esta afirmação, mas a morte de
Jesus na cruz é a mais completa demonstração da ira de Deus. Naquela cruz
Cristo levou sobre si a condenação que era absolutamente merecida por nós
todos, a ponto de, num brado de dor insuperável, clamar num brado de abandono:
“meu Deus porque me desamparaste”.
Por outro lado naquele palco
cruento há a maior demonstração de amor jamais vista. Ali o Filho dá a vida
pelos que o Pai lhe deu, sofre a condenação que lhes pertencia, realiza o mais
penoso dos trabalhos e, apesar de tudo, o faz com alegria por que vislumbrava o
fruto deste trabalho: o amor do Pai, e não a sua ira, sendo derramado sobre
milhares de pecadores, todos iguais a mim e a ti.
Disto tudo nós sabemos. Mas,
o que significa aquele lugar de calvário para ti? Ali o Pai marcou um encontro
com o Filho, mas também com pecadores. Ali a dívida destes pecadores, e não seu
corpo, foi encravado na cruz. Mas, lamentavelmente tem muito pecador fazendo
pouco caso da cruz, investindo mais em coelho e chocolate que na obra do
Senhor, preferindo outros tipos de encontros, com o sofá, com os amigos e mas
rejeitando buscar em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça. Ah! Cuidado
para, preferindo as demais coisas, podes ficar fora do reino.
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