sexta-feira, 3 de maio de 2019

UM ENCONTRO MARCADO

Desde o momento em que nossos primeiros pais, Adão e Eva, cometeram o primeiro pecado e foram arguidos pelo Senhor, e consequentemente condenados por sua desobediência, um encontro foi marcado. Um encontro no qual o descendente da mulher seria ferido e padeceria para que, finalmente, a morte fosse vencida e a maldição retirada de sobre a criação.
Muitos séculos depois desta promessa, o encontro marcado e tantas vezes lembrado, como, por exemplo, pelo profeta Isaias (53) foi finalmente lembrado como iminente. Um encontro que era absolutamente inescapável, mas, ao mesmo tempo, terrivelmente sofrível. O encontro do Senhor da vida com a morte, o encontro do Filho de Deus com a ira de Deus. Um encontro que deveria, a priori, ser meu e seu, para prestar contas a Deus, justo juiz.
A bíblia registra algumas palavras de Jesus que são muito interessantes e que, muitas vezes, passam despercebidas de leitores cada vez mais apressados. Quando celebrou a última legítima páscoa nos moldes hebraicos Ele afirmou que ansiou por aquele momento, por aquela páscoa em especial, com seus discípulos. Observe que Jesus já andava com eles há três anos, mas aquela era uma páscoa diferente das demais.
Devemos nos perguntar: porque? Porque ele ansiara por aquela páscoa em especial? O que havia de diferente nela? A resposta é que naquela noite ele cumpriria tudo o que a páscoa significava. Os milhares de cordeiros que foram mortos durante toda a história de Israel finalmente teriam o seu antítipo, teriam seu cumprimento em Jesus, o cordeiro de Deus, morto antes da fundação do mundo.
Para Jesus este encontro significava o cumprimento da promessa de Deus de enviar a semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente. Era, sem sombra de dúvida, o propósito de sua vinda, como ele mesmo afirmou ao dizer que veio para dar a sua vida em resgate por muitos.
Para o Pai significava, por um lado, demonstrar cabalmente sua ira contra o pecado a ponto de não poupar nem mesmo seu próprio filho. Você pode estranhar esta afirmação, mas a morte de Jesus na cruz é a mais completa demonstração da ira de Deus. Naquela cruz Cristo levou sobre si a condenação que era absolutamente merecida por nós todos, a ponto de, num brado de dor insuperável, clamar num brado de abandono: “meu Deus porque me desamparaste”.
Por outro lado naquele palco cruento há a maior demonstração de amor jamais vista. Ali o Filho dá a vida pelos que o Pai lhe deu, sofre a condenação que lhes pertencia, realiza o mais penoso dos trabalhos e, apesar de tudo, o faz com alegria por que vislumbrava o fruto deste trabalho: o amor do Pai, e não a sua ira, sendo derramado sobre milhares de pecadores, todos iguais a mim e a ti.
Disto tudo nós sabemos. Mas, o que significa aquele lugar de calvário para ti? Ali o Pai marcou um encontro com o Filho, mas também com pecadores. Ali a dívida destes pecadores, e não seu corpo, foi encravado na cruz. Mas, lamentavelmente tem muito pecador fazendo pouco caso da cruz, investindo mais em coelho e chocolate que na obra do Senhor, preferindo outros tipos de encontros, com o sofá, com os amigos e mas rejeitando buscar em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça. Ah! Cuidado para, preferindo as demais coisas, podes ficar fora do reino.

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