quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

COMO NÃO PERDER A FÉ QUANDO OS ÍMPIOS PROSPERAM


10  Assim também vi os perversos receberem sepultura e entrarem no repouso, ao passo que os que frequentavam o lugar santo foram esquecidos na cidade onde fizeram o bem; também isto é vaidade.
11  Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal.
12  Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus.
13  Mas o perverso não irá bem, nem prolongará os seus dias; será como a sombra, visto que não teme diante de Deus.
Ec 8.10-13
COMO NÃO PERDER A FÉ
ENQUANTO OS ÍMPIOS PROSPERAM 
Eu não tenho a menor dúvida de que os ímpios efetivamente prosperam. Em todos os lugares que olhamos, em todas as esferas, aparentemente vemos os ímpios exibindo orgulhosa e triunfantemente a sua impiedade, no que a bíblia chama de excesso de devassidão (1Pe 4:4-5).
A política brasileira é dominada por, em sua grande maioria, homens e mulheres que respondem a dezenas de processos na justiça, inclusive criminais. A economia conta com empreiteiros e empresários que se caracterizam por fazer o menor esforço possível, com o mínimo necessário de justiça, para construir fortunas ainda que destituídas de qualquer honra.
Mesmo se a procura for em lugares onde se espera encontrar maior comprometimento com a bondade, com a verdade, com o amor mútuo a decepção é mais comum do que o suportável.
Os ímpios prosperam. E prosperam em todos os ambientes. Um olhar de relance para a Igreja, em sua longa história, mostra que nem mesmo os muros santos deixaram de ser assaltados pela impiedade e maldade. A Igreja teve os seus Simões e Bórgias. Conspurcou-se e chafurdou na lama do mundanismo e do pecado. Conspirações colocavam e tiravam dirigentes dos governos eclesiásticos, não fugindo ao que já é descrito nas páginas das Escrituras (Gl 5:15).
Servos fiéis são tratados como gado e religiosos ímpios, desonestos, dissimulados e avarentos fazem comércio com a vida e piedade dos crentes (2Pe 2:3) sob uma enganosa capa de piedade.
Frustração, desconforto e até mesmo uma quase admiração, como é refletido no dito popular nada sábio “Se não pode vencê-los, junte-se a eles”. Talvez seja este o sentimento que assola o coração de muitos crentes fiéis, como aconteceu com o salmista ao observar a felicidade com que vivem os perversos (Sl 73:2-3). E com isto muitos vão paulatinamente se afastando da Igreja, o que em nada resolve o problema porque crente foi feito em Cristo Jesus para viver a sua vida espiritual na Igreja.
Sim, os ímpios e muitas vezes desqualificados continuarão a prosperar. Continuarão a praticar as suas impiedades e oprimir os santos de Deus. Lamentavelmente haverá opressão, cinismo e outros males até mesmo nos santos arraiais, usando o nome de Deus de maneira acintosamente desrespeitosa e arrogante, e, o que é mais frustrante, por muito tempo ainda, até que chegue o dia da ceifa (Mt 13:30) e os que assim agem recebam o seu devido galardão. O joio continuará a prosperar em meio ao trigal do Senhor. Ao crente cabe continuar clamando em angústia e perturbação de alma: Até quando, Senhor! Até quando!!!? (Sl 6:3).
O que a Palavra de Deus tem a dizer a crentes sinceros que observam este estado de coisas, fora e dentro da Igreja, e estão sendo tomados de desânimo e outros sentimentos como frustração e desalento? Tenho firme convicção que a Palavra de Deus tem resposta para esta e outras indagações. Com base nesta convicção, apresento esta singela mensagem, com o objetivo de ajudar os crentes a não perderem a fé no soberano governo de Deus mesmo quando os ímpios, efetivamente, prosperam e se dão (muito) bem, enquanto os crentes lutam diariamente para atender à injunção do profeta Malaquias:
Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus [Mq 6.8].
Mas como fazer isso? Como andar confiantemente diante de Deus vendo os ímpios prosperarem. A resposta do sábio está registrada em Ec 8.12:
12 Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus.
As orientações para que o crente não abandone a sua fé ao observar a prosperidade dos ímpios serão abordadas em três etapas:
i. O pecador fará o mal uma centena de vezes (o sentido, óbvio, é de continuidade, não de um número limitado de maldades, assim como as setenta vezes sete da maldição de Lameque (Gn 4:24 - Sete vezes se tomará vingança de Caim, de Lameque, porém, setenta vezes sete) ou da resposta de Jesus a Pedro (Mt 18:22);
ii. Os dias dos pecadores se prolongarão, e muitos deles prosperarão todos os dias de sua vida, e eles viverão dias tranquilos se dando bem em seus empreendimentos e artimanhas;
iii. Os crentes devem deixar o seu olhar de desalento com um misto de inveja e cobiça para esta prosperidade e lembrarem-se que lhes cabe temer ao Senhor.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

O VERDADEIRO AMOR CRISTÃO É ABNEGADO

1Ts 1:2 Damos, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar, 3 recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo [1Ts 1.2-3].
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O apóstolo Paulo destaca uma segunda característica que não apenas ele mas todo o mundo conhecia da Igreja tessalonicense: além de uma fé operosa ela também exercitava o amor de forma abnegada.
O conceito bíblico de amar é  diferente do que comumente encontramos fora da igreja, em qualquer época. O conceito extra bíblico é absolutamente deturpado, e até mesmo a igreja se equivoca, considerando amor coisas como lascívia, contemporização, beijos e abraços [vale lembrar que foi com um beijo que Judas entregou o Senhor Jesus aos seus inimigos] e para esta forma de amor a bíblia traz uma advertência severa, dizendo simplesmente: “Ai deles!” [Is 5.20].
A igreja em Salônica tinha boa teologia com algumas dúvidas a respeito da pessoa de Cristo, o que não é de estranhar numa igreja nascente recebendo uma mensagem ainda em processo de consolidação. Também era uma igreja que possuía pessoas habilitadas para pregar, governar, evangelizar - e isto sempre fez parte do propósito de Deus para sua Igreja [Ef 4.11-12].
Mas o que a fazia ser uma igreja notável era a maneira como ela exercitava o amor. Ela amava de maneira abnegada, seguindo dois exemplos muito próximos para ela.

O EXEMPLO DE PAULO
O primeiro exemplo era o do próprio apóstolo Paulo, que considerara a evangelização do mundo gentio como a tarefa essencial de sua vida, com a responsabilidade de cuidar das igrejas que ele plantara [2Co 11.28]. Ele afirma que esta era uma obrigação que pesava sobre ele [1Co 9.16].
Paulo amava ao Senhor e a igreja do Senhor a ponto de, embora desejoso de partir para encontrar-se com Cristo na glória (conhecemos sua história de perseguições e maus tratos) ele ainda considerava com grande carinho permanecer “na carne” para edificação da Igreja.
Coisas extremamente valiosas, tanto no mundo judaico quanto gentílico, foram consideradas por Paulo como de menor valor e até como refugo, isto é, coisas que deveriam ser jogadas para o lado como sem utilidade (Fp 3.4-7) e até como embaraço (Hb 12.1): nacionalidade judaica, família, cultura, religiosidade e, principalmente, nacionalidade romana.
Paulo desejava de tal maneira agradar a Cristo que considerava até mesmo sua vontade como secundária (2Tm 2.4) desejoso que, ao conhecerem, todos conhecessem a Cristo por meio dele (Gl 2.20) mesmo enquanto sofria cadeias e perseguições (Ef 6.20; Fp 1.7) e por isso instava com as igrejas que o imitassem naquilo que ele tinha mostrado como imitador de Cristo (Fp 3.17).

O EXEMPLO DE CRISTO
O exemplo mais perfeito de amorosa negação de si mesmo é encontrado naquele que Paulo imitava: o Senhor Jesus. Paulo diz aos crentes que eles deveriam ter o mesmo sentimento que houve em Cristo (Fp 2.5): um sentimento que levou o criador dos céus e da terra a assumir nossa natureza e limitações, a ser servo de pecadores quando podia ser servido por anjos.
É o sentimento que levou Jesus a sofrer maus tratos e até experimentar a morte em lugar de quem merecia morrer, deixando o trono celeste para ser encravado numa cruz infamante. O nome deste sentimento é amor abnegado, verdadeiro e inigualável. Negação de si mesmo sem buscar recompensa, anulação da própria vontade por amor àqueles que lhe foram dados pelo Pai celeste (Jo 10.29), comprando-os com seu precioso sangue (Ap 20.28).
É este tipo de sentimento que foi exigido pelo Senhor para todos os seus seguidores (Mc 8.34) e que era encontrado na igreja dos tessalonicenses e que fazia dela uma igreja digna de ser lembrada: seus membros buscavam o bem uns dos outros e, mesmo correndo riscos, o bem dos pecadores que se declaravam seus inimigos e inimigos de Cristo (Jo 15.20).

UMA NECESSIDADE PARADOXAL
É lamentável e paradoxal que de tempos em tempos a igreja, que é composta daqueles que foram alcançados por amor e capacitados a amar por um derramamento de amor do próprio Deus que ela precisa ser uma comunidade adoradora em sua relação vertical e amorosa em sua relação horizontal. É lamentável ter que lembrar que algo tão basilar precise ser lembrado, o que é uma evidência de que os sintomas da falta de amor estão presentes e se manifestando com efeitos danosos, a ponto de ser muito difícil ver o mundo dizer que a principal característica da igreja é o amor mútuo (Jo 13.35). Para alcançar pecadores aquela igreja estava disposta a morrer para glória de Cristo, o que era, e continua sendo, incomparavelmente melhor do que viver ser  considerado fiel pelo Senhor (Ap 2.10).

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

A VERDADEIRA FÉ É OPEROSA


1Ts 1:2 Damos, sempre, graças a Deus por todos vós, mencionando-vos em nossas orações e, sem cessar, 3 recordando-nos, diante do nosso Deus e Pai, da operosidade da vossa fé, da abnegação do vosso amor e da firmeza da vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo [1Ts 1.2-3].
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Ao escrever a primeira de suas duas cartas aos crentes da região da Salônica [por isso chamados de tessalonicenses] o apóstolo Paulo destaca três características daquela igreja que merecem ser consideradas.
Já refleti muitas vezes sobre o padrão ideal de igreja, especialmente tendo como base o texto de Atos 4, e oportunamente trarei algumas notas a este respeito. Mas, nestes primeiros boletins, destaco as características que marcavam a vida cristã dos irmãos tessalonicenses que chamaram a atenção do apóstolo Paulo: eram portadores de uma fé operosa, de um amor abnegado e de uma esperança firme.
A primeira característica, a respeito da qual me deterei nesta seção, é a existência de uma fé operosa, isto é, uma fé que se expressava através de ações concretas, para que mesmos os inimigos do cristianismo vissem as suas boas obras e fossem obrigados a glorificar ao Senhor quando sua falta de fé lhes fosse cobrada [1Pe 2.12] evitando que a igreja fosse envergonhada por incrédulos de coração mas que podiam apresentar um padrão de moralidade e obras de caridade mais elevados do que muitos que a se mesmos se declaravam cristãos [Tg 2.1] mas não andavam no caminho das boas obras que o Senhor preparou de antemão para que os seus andem nelas [Ef 2.10].
___A FÉ OPEROSA VENCE O COMODISMO
A verdadeira fé cristã não se limita apenas a ter conhecimento, ao acúmulo de informações sobre como deve ser a vida de uma pessoa religiosa. Note que a fé no Senhor Jesus Cristo é suficiente para a salvação do pecador, mas não se limita aos seus aspectos soteriológicos. 
A fé é suficiente para garantir a salvação do crente e eficiente para conduzi-lo a uma vida que glorifique ao seu Salvador, a ponto do apostolo Paulo afirmar que ele já não mais vivia, mas Cristo vivia nele, isto é, já não era possível ver a Paulo sem ver nele a ação vivificadora e direcionadora do próprio Cristo.
Ao longo da história a igreja cometeu alguns erros, valorizando o ascetismo, por exemplo, no qual aqueles que eram considerados os mais religiosos eram justamente os menos produtivos. Um exemplo é o de um homem chamado Simão, o estilita, um homem que nada produzia além de sujeira, e que vivia em uma coluna a metros de altura do chão. Isto não é vida cristã. Cristo jamais faria isto, pelo contrário, as Escrituras dizem dele que andou por toda a parte fazendo o bem a todos e libertando os oprimidos do diabo [At 10.38].
___A FÉ OPEROSA VENCE O ATIVISMO
A fé operosa também afasta outro perigo existente na igreja, o ativismo que busca alcançar recompensas e benefícios imediatos, seja na forma de status, reconhecimento social ou até econômico. Quem busca estas coisas alcança estas coisas, e, ao alcançá-las, já tem o seu galardão e nada receberá das mãos de Deus [Mt 6.2].
Ativismo pode até trazer alguma satisfação momentânea, mas exigirá sempre mais, como uma droga consumindo as entranhas daquele que ainda não entendeu a diferença entre ativismo e serviço cristão. No serviço cristão o objetivo é glorificar a Deus através de diversos tipos de atividades, e, embora isto possa até trazer alguma forma de cansaço físico, com certeza trará grande satisfação espiritual.
É óbvio que sempre haverá algo a ser feito em virtude da fé. A igreja foi chamada para caminhar com seu Senhor, para por a mão no arado sem se deter ou olhar para trás [Lc 9.62], para ir em frente, olhando para o autor e consumador da fé [Hb 12.2], deixando para trás aquilo que precisa ser deixado com o objetivo de alcançar o alvo da soberana vocação [Fp 3.14] sem jamais retroceder [Hb 10.39].
____________CONSIDERAÇÕES FINAIS
Afirmar possuir fé e mantê-la inoperante é, na verdade, uma clara evidência de uma crença sem vida e portanto inútil [Tg 2.14] tanto do ponto de vista do testemunho e até mesmo da salvação, porque não é a verdadeira fé. Por outro lado, afirmar ter fé e esperar que por praticar determinadas ações torna-se merecedor de algo tanto das mãos de Deus quanto dos homens é uma forma de religião em nada semelhante aa verdadeira fé, como se Deus pudesse ser devedor de algo a alguém [Rm 4.4].
Que a nossa fé, nossa confiança no Senhor e Salvador Jesus Cristo se manifeste na prática das boas obras sem buscar ofender a Deus com cobranças pecaminosas na certeza de que o Senhor já nos deu tudo o que precisávamos [2Pe 2.13].
Do Coração do Pastor

sábado, 18 de janeiro de 2020

NÃO DESPREZE OS PEQUENOS COMEÇOS

Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete olhos são os olhos do SENHOR, que percorrem toda a terra. (Zc 4:10)
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Quando Zorobabel edificou o segundo templo na Jerusalém pós-exílica havia alguns que olhavam de maneira desfavorável para o novo templo, inferior em tamanho, riqueza e pompa àquele que havia sido construído pelo rei Salomão. Alguns presentes haviam, na infância, visualizado o suntuoso templo que chegou a servir como uma espécie de ídolo do povo [Jr 7.4] como anteriormente havia acontecido com a arca da aliança [1Sm 4.7] e choravam com tristeza no coração.
O profeta Ageu, entretanto, chama o povo para contemplar a obra de Deus sob um prisma diferente. O gigantismo do templo salomônico, conforme orientado pelo próprio Deus, não garantiu a fidelidade ou a felicidade do povo. Todavia, Ageu afirma que aquele templo experimentaria [historicamente após uma nova restauração] uma glória ainda maior do que a da primeira casa, referindo-se, de maneira profética, à presença do próprio Senhor no templo ao estabelecer um tabernáculo entre os homens [Jo 1.14]. 
O contexto de Zorobabel era muito diferente do de Salomão. O rei recebera uma fortuna das mãos de seu pai Davi e vivia em um contexto de paz e prosperidade. Todo o povo contribuiu generosamente para a construção. Não era o caso de Zorobabel. Muitos duvidavam, outros criaram obstáculos mas Ageu e Zacarias, profetas do Senhor, se levantam para animar tanto o povo quanto o edificador. 
A mensagem de Ageu e Zacarias é: “Aquilo que Deus está fazendo não deve ser medido pela ótica limitada do homem. O que começa pequeno pode, pela graça de Deus, se transformar em uma grande obra”. Foi assim que Neemias viu a obra que havia de realizar na reconstrução do templo [Ne 6.3]. Quando Israel passava por um período de grande seca foi a visão de uma pequena nuvem, do tamanho da mão de um homem, que serviu de sinal ao profeta de que a chuva finalmente cairia novamente sobre a terra após três anos de sequidão. 
Há uma expressão nas Escrituras que dá esta certeza de que Deus é o Senhor onipotente capaz de fazer muito mais do que ousamos imaginar. Ele é o que faz forte ao cansado, mas isto ainda é pouco. Ele vai além e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Veja que a matemática de Deus rompe com todas as regras matemáticas que conhecemos. Ele é capaz de multiplicar o zero e fazer surgir recursos e vigor abundante [Is 40.29] e isto no mesmo texto em que o profeta anuncia que o Senhor pode fazer prostrar os grandes da terra [Is 40.23]. 
Foi do nada que Deus fez tudo. É de pequeninos que o Senhor suscita perfeito louvor. Foi com poucos que o Senhor deu grande vitória a Gideão. Foi com alguns homens isolados que Deus efetuou grande livramento em Israel [2Sm 23], e depois, foi unindo-os na obra que o Senhor foi louvado por Davi [2Sm 23.16]. Uma fagulha incendeia uma floresta, são pequenas fontes que fazem surgir grandes rios, pequenas sementes dão origem a grandes árvores. Pequenos começos podem dar origem a grandes obras, e o inverso também pode ser biblicamente observado. Salomão começou como rei sábio e terminou com o coração pervertido [1Rs 11.3-4]. Antes dele, Saul havia começado sob ovação popular e terminou rejeitado. 
Por outro lado, Davi começa como um humilde pastor, um músico provinciano e torna-se o protótipo do bom rei, servindo de tipo para o grande Rei que viria para reinar sobre Israel.
É por isso que a igreja deve entender que sua vida deve ser caracterizada pela fé [2Co 5.07], olhando atentamente para o Senhor como aquele que lhe dá a fé e a faz frutificar de maneira superabundante [1Co 15.58].
Mas para isto há uma exigência: é preciso trabalhar, é preciso por as mãos na obra. Foi assim com Zorobabel, foi assim com Neemias. Sempre foi assim. Ter fé é mais do que acreditar e esperar que as coisas aconteçam. Ter fé é acreditar, obedecer ao Senhor praticando a justiça e aguardar o cumprimento da promessa. É isto o que a igreja do Senhor precisa. Ela precisa arregaçar as mangas e trabalhar. Não pode ser uma reunião de servos que não servem, mas uma comunidade de servos obedientes e fiéis.
Precisamos, como igreja, confiar no Senhor. Se recebemos menos que 10 talentos, então, devemos trabalhar com afinco para que eles produzam. De pequenas sementes podem surgir grandes árvores. Em meu estado natal é comum encontrar uma árvore que produz um frutinho conhecido como juá-mirim. A sementinha tem menos de 5mm, e as árvores chegam a mais de 30m de altura por 5m de raio. Começa-se minúscula e insignificante e chega-se a uma grande e frondosa árvore. Um pequeno começo, com serviço e fidelidade, pode ser tornado grande pelo Senhor. Não incorramos no erro de desprezar o princípio de um humilde começo. 
Gostamos de grandes projetos, sonhamos com grandes realizações, desejamos grandes colheitas, mas nem sempre estamos dispostos a pequenos começos. 
Há anos li uma história de uma família pioneira na América do Norte que tinha uma porção de grãos de milho que seriam suficientes para uma refeição, mas preferiram guardar, plantar, colher, plantar novamente e pouco tempo depois tinham quantidade suficiente para plantar e para comer. Plantaram com apreensão mas algum tempo depois colhiam com grande alegria.
Israel nasceu de um casal estéril, cresceu em uma incubadora improvável, quando pouco mais de sete dezenas desceram para o Egito para encontrar um que fora vendido como escravo e dado como morto e voltou para Canaã como mais de dois milhões de almas. Não menosprezemos os pequenos começos.
Não há impossível para Deus. Seu plano não pode ser frustrado, seu propósito será sempre estabelecido. E a nós cabe trabalhar com firmeza, alicerçados pela fé e abundantemente, sabendo que no Senhor o trabalho nunca é vão. E no tempo certo, após um plantar, outro regar, virá o tempo da colheita junto com muitos outros, como afirma o profeta Zacarias:
Aqueles que estão longe virão e ajudarão no edificar o templo do SENHOR, e sabereis que o SENHOR dos Exércitos me enviou a vós outros. Isto sucederá se diligentemente ouvirdes a voz do SENHOR, vosso Deus. [Zc 6:15].

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