UMA
IGREJA MARCANTE POR SUA FIRME ESPERANÇA
Uma característica de nosso tempo,
lamentavelmente muito mais presente que o desejável e suportável até mesmo
naquela que proclama de si mesma ser a Igreja do Senhor é aquilo que
convencionou chamar-se de “politicamente correto” ou, em outras
palavras, uma mensagem e uma atitude para cada circunstância, e isto onde
ninguém está sob ameaça de perder a vida como a Igreja dos tessalonicenses
poderia estar enfrentando.
Tenho
dito que, sempre que um cristão se vê na obrigação (e cede) de ser
politicamente correto ele se torna biblicamente herético. Posso exemplificar
citando o fato de que muitos dizem ter aderido a uma seita ou até mesmo alguma
prática religiosa frontalmente ofensiva a Deus mas apresenta algumas mudanças
morais ou pragmáticas em sua vida, à semelhança dos desafiadores incrédulos
citados por Tiago (Tg 2:18) e o cristão não ousa lhe lembrar dos perigos
espirituais que semelhante crença pode lhe causar, como, por exemplo, a danação
eterna por confiar que obras caridosas podem produzir melhoramento espiritual
ou alguma forma de redenção. Cristãos verdadeiros não podem deixar de anunciar
a verdade, independente do risco e do preço (At 4:20).
Vamos
lembrar as circunstâncias do nascimento da Igreja em Tessalônica. Paulo,
Silvano e Timóteo já haviam sido perseguidos e acusados de serem perturbadores
da ordem em Éfeso (At 16:20).
Em
Tessalônica as coisas não foram diferentes e Jasom e alguns irmãos acabaram
sendo presos e maltratados (At 17:6).
As
tribulações não haviam cessado (1Ts 1:6), mas a sua esperança em Cristo
não esmoreceu porque eles sabiam em quem tinham crido (II Tm 1:12) e
nada, nem na vida nem a morte poderia afastá-los do amor de Deus em seu Senhor
Jesus Cristo (Rm 8:38-39).
O
que os nossos irmãos do passado nos ensinam é que alguém pode até preservar a
vida sendo politicamente correto, mas sem dúvida será duramente repreendido por
não ser biblicamente obediente (Mt 10:28).
Os
tessalonicenses se mantiveram firmes porque estavam arraigados e alicerçados no
seu Senhor e Salvador Jesus Cristo, como escreve o apóstolo Paulo aos
Colossenses (Cl 1:23). Precisamos lembrar sempre que a Igreja não foi
criada para ser meramente um lugar de eventos sociais e muito menos o lugar de
encontros de amigos (embora estas coisas sejam desejáveis). A igreja foi
estabelecida para ser coluna e baluarte da verdade (1Tm 3.15).
Nesta
Igreja que tenta desesperadamente ser politicamente correta que encontramos no séc. XXI quantos cristãos confessariam publicamente a sua fé no Senhor Jesus,
negando-se a prestar culto ao imperador e com isso sendo condenados à morte?
Quantos abririam mão de todos as suas posses e cargos para dizer que só Jesus
Cristo é Senhor, e ninguém mais, em lugar algum, por mais poderoso que seja,
pode arrogar para si mesmo o senhorio sobre a vida de um crente?
Quantos
manteriam firme a sua confissão de fé diante de espadas, lanças, ursos, touros
e leões furiosos e hábeis seteiros? Quantos entrariam na galeria dos heróis da
fé de Hb 11 mesmo diante da ameaça de serem perseguidos, apedrejados e serrados
ao meio (Hb 11:37)?
Quantos
manteriam firme a sua confissão sendo pregados em uma cruz de cabeça para baixo
ou amarrado em uma estaca para ser queimado até a morte como sofreram por sua
confissão de fé milhares de cristãos (Hb 10:23) cujos nomes só não são anônimos
porque estão escritos onde realmente interessa, no livro da vida do Cordeiro (Fl
4:3).
É
possível que os tessalonicenses não fossem tão bons em teologia quanto muitos
teólogos modernos – acredito até que não eram mesmo. Precisavam aprender sobre
eclesiologia, escatologia... provavelmente se fossem perguntados sobre as duas
naturezas de Cristo ou a economia ontológica da trindade fizessem aquela cara
de “heinnn!??”. Mas com certeza eram mais crentes que os crentes de Facebook ou
WhatsApp do século atual.
Eles
não tinham nem mesmo as Escrituras completas, não conheciam todas as cartas,
até porque as cartas de João e do Senhor em Apocalipse não haviam sido
escritas, mas eram eles mesmos as cartas vivas (2Co 3.2-3).
Mas
há algo em que eles podem nos dar uma boa aula, a nós, crentes evoluídos do
séc. XXI: eles guardavam firmes a confissão da sua fé no Senhor Jesus. E faziam
isto em meio à mais cruel perseguição. Eram perseguidos pelos judeus, eram
perseguidos pelos gentios mas guardavam firmemente a confissão de sua fé no
Senhor Jesus. Ele era para eles e deve ser, também, para nós, a base da fé, a
rocha dos séculos, a pedra sobre a qual estavam edificados em sua fé é e por
isso eles não se deixavam abalar (Ef 3:17-19).
O
que eles tinham de diferente? Eram mais fortes? Eram mais valentes? Eram mais
valorosos? O que havia neles que lhes dava essa firmeza a ponto de entrarem em
uma seleta lista?
A
galeria dos heróis da fé nos ensina que é tolice pensar que os antigos crentes
eram diferentes de nós. Tiago lembra que Elias era homem semelhante a nós (Tg
5:17).
Abraão,
o pai da fé duvidou da capacidade de Deus preservá-lo e mentiu a respeito de
Sarai ser sua irmã (Gn 12:13). O filho da promessa, Isaque, incorreu no
mesmo erro (Gn 26:7) e seu filho, Israel, era um embusteiro profissional
a ponto de enganar o próprio pai usando para isso o nome do Senhor (Gn 27:18).
A lista é enorme. Mas estes já servem para mostrar que os heróis da fé eram
homens semelhantes a nós. Mas, o que fez deles heróis da fé?
Paulo
nos dá uma resposta clara, objetiva e absurdamente simples: eles criam em Deus,
sabiam que o seu Senhor é castelo forte, socorro bem presente em toda e
qualquer tribulação (Sl 46:1) e, mesmo que o Senhor não intervisse em
uma situação particular, como fez no caso de Elias (1Rs 18.24, 37-39), o
Senhor ainda continuaria sendo Senhor e os crentes ainda continuariam sendo
fiéis, como vemos na firme confissão de Hananias, Misael e Azarias, mais
conhecidos como Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Dn 3.17-18).
O
que fazia da Igreja dos tessalonicenses uma Igreja a ser lembrada por sua
firmeza na fé era o fato de que ali não havia amigos do evangelho, não havia
simpatizantes da Igreja A, B ou C, não havia filhos de crentes, não havia pais
de crentes, mas, à semelhança do que o apóstolo João diz em sua carta, ali
havia crentes, havia pais crentes, havia jovens crentes e fortes, havia
mulheres piedosas e crentes – sua fé estava firmada em Cristo e nenhuma
tempestade ou sutileza do mundo seria capaz de mudar isso (I Jo 2:14).
Nada,
nenhum poder deste mundo seria capaz de mudar isto, nada que já havia existido
ou que viesse a existir mudaria isso porque eles simplesmente eram a Igreja dos
eleitos de Deus, predestinados desde antes da fundação do mundo para crerem e
serem fiéis ao seu Senhor e salvador.
O
que pode fazer de sua igreja uma igreja a ser lembrada por todos quantos a
conhecerem, por todos quantos passarem por ela é a existência de crentes que
possuem uma fé real e que se se expressa na vida prática através de obras
realmente piedosas (Ef 2:10) e que não se limita a discursos teológicos
e postagens em redes sociais.
O
que pode fazer de sua igreja uma igreja inesquecível por todos que forem
abençoados por ela é a existência de um amor abnegado, buscando sempre o bem do
outro e não o seu próprio (Fp 2.4).
O
que vai fazer de sua igreja uma igreja inesquecível e marcante é a firmeza na
fé daqueles que confessaram a Jesus Cristo como Senhor e que se mantém firmes
nesta confissão por meio da assistência do Espírito Santo. Sempre haverá falsos
crentes, mas Deus também manterá o testemunho de si mesmo através de homens e
mulheres de fé (At 15:24-26).
O
que vai fazer sua igreja ser inesquecível é você ter uma fé operosa, que se
expressa através de um amor abnegado e que enfrenta qualquer obstáculo em nome
do Senhor Jesus.
Um comentário:
Verdadeiramente a nossa fé precisa estar alicerçada em Cristo, aquele que nos tirou das trevas para sua maravilha luz.Que nada venha nos separar do amor que está em Cristo Jesus o Salvador.Deus abençoe.
Bom dia fraterno em Cristo Jesus.
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