Paulo, Silvano e Timóteo, à Igreja dos tessalonicenses em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo, graça e paz a vós outros [1Ts 1.1].
... --- ::: X ::: --- ...
Recebemos uma carta da parte de Deus através de um verdadeiro apóstolo e seus colaboradores. Paulo, apóstolo pela vontade de Deus, chamado pessoalmente pelo Senhor Jesus Cristo, e seus companheiros, Silvano e Timóteo. Reconhecendo que é uma carta do próprio Deus, nos perguntamos: que boa nova Deus tem para nós? Que orientações o Senhor tem para seu povo? De que bênçãos Ele diz derramar sobre seu rebanho?
A carta de que tratamos foi escrita primariamente para os habitantes de Tessalônica, mas apenas para alguns em especial. Foi uma carta escrita para os crentes, judeus ou gentios, e que foi totalmente ignorada pelos incrédulos habitantes da região.
Paulo fala de duas bênçãos que só podem ser experimentadas na Igreja de Deus - e por Igreja de Deus refiro-me à comunidade do que foram chamados para fora do mundo do pecado (e)kklesi/a) e serem seu povo, sua propriedade particular (Ml 3.17), e isto a um preço elevadíssimo, a oferenda sacrificial e substitutiva do próprio filho de Deus (1Jo 4.10). Paulo refere-se à Igreja chamando-a de Igreja de Deus, isto é, a Igreja que é de Deus, que tem origem em Deus e cuja existência é assegurada pelo próprio Deus. Esta Igreja experimenta duas bênçãos que só podem ser recebidas da parte de Deus: graça e paz.
MARAVILHOSA GRAÇA
A graça, kháris (xa/rij) deve ser entendida como a maravilhosa manifestação da bondade de Deus através da qual Ele age para abençoar pecadores que nada mereciam além da condenação e da manifestação da sua ira. Graça é a substituição da merecida manifestação da ira de Deus sobre pecadores, lançando-os na morte eterna, e em lugar disso transformando-os em filhos do seu amor e fazendo-os assentarem-se em lugares celestiais (Ef 2.8).
Por sua graça Deus exerce influência santificadora sobre a alma dos pecadores dando-lhes um novo princípio de vida e os capacita para que se voltem para Cristo (Ef 2.5).
Pela graça os nascidos de novo são fortalecidos na fé, seu coração é enternecido para Cristo e para o corpo de Cristo, composto por outros que são tão pecadores quanto eles.
Ao ser derramada nos que creem a graça de Deus os motiva espiritualmente e eles são capacitados para abandonarem o pecado e andarem em novidade de vida.
É por esta razão que estamos na Igreja. É por esta razão que permanecemos na Igreja. É por esta razão que perseveraremos servindo e seguindo ao Senhor até o fim: a graça de Deus derramada sobre nós.
INSUPERÁVEL PAZ
Ao lado da graça, e exclusivamente por causa da graça a Igreja experimenta paz com Deus (Rm 5.1). Vivemos experimentando conflitos emocionais interiores, conflitos espirituais, conflitos relacionais, conflitos profissionais. Mas podemos experimentar um tipo de paz mesmo assim. A palavra paz vem do verbo grego eirô (e)irw=) que significa juntar, por fim à separação (Ef 2.12), experimentada por uma alma tranquila que tem certeza da salvação através de Cristo, nada temendo, nem materiais ou espirituais, com a convicção de que mesmo que haja danos presentes, são irrelevantes em face da recompensa eterna (Rm 8.18).
Paz é algo que, sem Cristo, o pecador jamais poderá experimentar de verdade porque somente a paz de Cristo é superior a quaisquer formas de conflito ou dissabores. Ninguém consegue, neste mundo, estar imune a conflitos e problemas, de toda ordem, mesmo em ambientes onde tudo deveria ser harmonia e alegria, como o lar e a Igreja — mas mesmo assim estes conflitos não são capazes de superar a extensão da paz com Deus.
A paz com Deus não é garantia de paz em relacionamentos de qualquer tipo neste mundo. A paz com Deus não pode ser entendida por este mundo (Fp 4.7), porque se trata de algo espiritual e que só pode ser discernida espiritualmente (1Co 2.14).
Paz é uma dádiva do Senhor, para os seus, e somente para os seus (Jo 14.27). Paz com Deus é o fim da guerra, é o estabelecimento de uma nova inclinação do coração, de um desejo de andar com Deus em alegre obediência, entendendo que alegrar-se no Senhor é que é fonte de força e poder para a Igreja (Ne 8.10).
É pela graça que há disposições virtuosas em nós como fruto do Espírito (Gl 5.22-23) e então podemos desfrutar de paz, de alegria, com o Senhor e com nossos amados. É pela graça de Deus que nos vem todas as coisas boas (Tg 1.17) e é pela graça que todos os dons nos são dados por intermédio de Jesus Cristo (Ef 4.8). Essa bênção é para todo aquele que recebe a Palavra de Deus como verdade e Jesus Cristo como seu Senhor e salvador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário