Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós.
Paulo, aos Colossenses, 1:3
Você sabe o que é graça e paz? Você já experimentou a graça e a paz? Estas duas perguntas refletem uma mesma verdade: só pode saber o que é a graça e a paz quem as experimentar em sua vida. Não é possível ter conhecimento teórico, meramente intelectual, do que seja a graça de Deus em Cristo Jesus, e muito menos da paz com Deus sem estar em paz com Deus e na graça de Cristo.
Graça e paz era uma saudação muito comum nos escritos de Paulo. Ele a usa seis vezes. Para termos uma idéia da importância desta expressão para ele o apóstolo Pedro a usa apenas duas vezes, e João apenas uma.
Isto nos mostra que o apóstolo de Deus aos gentios [que eram sem Deus no mundo e não sabiam o que era graça e paz - Ef 2.12) tinha um desejo muito grande de que a Igreja tivesse uma rica experiência de comunhão com Deus, que só poderia ser obtida se estes elementos estivessem presentes.
Na verdade, podemos dizer que era mais do que uma saudação, mas era um desejo do coração do apóstolo para a comunidade cristã, onde quer que ela se encontrasse.
O desejo do coração de Paulo era que a Igreja experimentasse um estado de comunhão com Deus caracterizado pela experiência da graça salvadora, perdoadora, fonte de todas as bênçãos terrenas e espirituais e que, em última instância, estivesse em paz com Deus porque foi para isto que o Filho de Deus veio - para anunciar o estabelecimento da paz de Deus com os homens por seu intermédio (Ef 2.17).
No mundo em que os imperadores buscavam ser os senhores do mundo através da guerra, onde imperava a paz armada, a paz mantida pela força de um exército implacavelmente eficiente, Ele, o príncipe da paz, deu-nos a sua paz (Jo 14.27). Nenhum homem do sec. I seria capaz de criar um conceito de paz como o que Jesus estabeleceu, por isso a bíblia diz que a paz de Cristo não é como a paz obrigatória, forçada, do mundo, e nem pode ser compreendida pelos raciocínios dos pensadores (Fp 4.7).
O desejo do inspirado Paulo é que a graça (karis) e a paz (eirene) sejam de tal modo presentes na vida dos colossenses (e por extensão, de todos os crentes) que nenhuma circunstância seja capaz de fazê-los esquecer que, merecedores da ira de Deus, foram alcançados por sua infinita e amorosa graça provada através da pessoa de seu Filho amado. Todos os cristãos, de fato, experimentam esta graça e esta paz que só pode ser observada e muitas vezes mal compreendida pelos que não a possuem, porque ela é de Deus para os seus filhos.
É a paz que o Pai celeste, fonte de todas as boas dádivas (Tg 1.17) dá aos que Ele mesmo fez seus filhos, como fez com Paulo, com os colossenses e com todos os cristãos de todas as eras. Mas não podemos esquecer que esta dádiva é somente para os que foram feitos seus filhos, porque creram em Jesus (Jo 1:12) porque sobre os demais, filhos da ira (Ef 2.3), seus inimigos (Rm 5.10) permanece a justa ira de Deus (Jo 3.36).
Todas as vezes que Paulo fala de graça e paz, é sempre e exclusivamente a paz de Deus que os crentes experimentam, e que só os crentes podem experimentar, porque a verdadeira paz não pode vir de nenhum outro lugar.
Tenhamos, portanto, paz com Deus.
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