sábado, 15 de maio de 2021

CIDADANIA E A DITADURA DOS VELHACOUTOS

O que acontece quando os juízes são dignos de serem investigados? O que acontece quando são os juízes dignos de serem investigados decidindo sobre quem pode ou não ser investigado inclusive quando são eles próprios os alvos da investigação?

O que acontece quando os investigadores são, no conjunto, objeto de mais de dois mil processos e tem entre os inquiridos alguém que não é réu em nenhum processo e contra o qual não há nenhum fato determinante de inquisição?

O que sentir quando uma pessoa completamente imoral, de personalidade deletéria e capaz de renegar um dos filhos a um mero número na contabilidade de uma empreiteira querer dar lição de moral em um brasileiro que apenas tentava elucidar os fatos, mas cujas informações não estavam de acordo com a narrativa pretendida?

E, se é possível piorar, o que pensar quando o outro principal parceiro deste picadeiro teve esposa e familiares presos por desvio de verbas que deveriam ter sido usadas para diminuir as agruras dos amazonenses (justamente o estado que mais sofreu com a pandemia de COVID-19), escapando ele próprio da prisão por causa da impunidade parlamentar de que goza, e contou com apadrinhados para livrar a família de maiores conseqüências legais?

Como esperar justiça quando alguém é tratado como investigado e pré-condenado (sim, esta é uma nova figura jurídica da nossa selva legal inexistente, mas extremamente ativista) por não comprar uma vacina inexistente cuja eficácia não era (e continua não sendo) comprovada em um contrato que não teria segurança legal quando o chefe do picadeiro jurídico foi capaz de fazer pagamentos com vendas nunca realizadas de um rebanho nunca existente?

Qual o fim esperado de uma comissão liderada por um criminoso que só não está condenado às barras da prisão por causa da inércia e inépcia de líderes de outro poder usurpador numa troca de favores absurda?

É. Esse é o Brasil de hoje. Mas o circo de horrores não termina. Se nada mudar, volto no próximo sábado. Se mudar para melhor, volto para comemorar. Se mudar para pior, assunto é o que não vai faltar. Então, não se esqueça, inscreva-se, curta e compartilhe. Até o próximo.

sábado, 8 de maio de 2021

SOBRE A TIRANIA DA TOGA

Há muito tempo eu tenho me eximido de falar sobre política. Fiz isto durante muito tempo como, por exemplo, quando falei em 2003 que ainda veria o Lula ser conduzido para uma prisão, detido, e mesmo que ele saísse pela outra porta já teria sido uma vitória.

Teve gente que me chamou de louco, de alienado, de fascista, de sonhador, teve gente que não gostou do que eu disse e escrevi, disse-me que pastor não deveria falar sobre política [como se pastor não fosse cidadão e como se fosse possível separar qualquer área da vida entre sagrada e profana] e até disse-me para tomar cuidado.

Eu vivi e vi Lula ser preso. Vi a sua sucessora sofrer um processo de impeachment por improbidade administrativa e vi o petrolão assombrar o mundo. Vivi para ver o PT ser apeado do poder.

Mas vi outro poder se levantar. Um poder antes silencioso e que cumpria a com discrição a constituição, mas que, de repente se arvorou em superpoder supremacista nacional, como resultado de três ações específicas ocorridas durante o governo petista:

1. Aparelhamento estatal com nomeação de agentes escolhidos a dedo para determinadas funções, notadamente no judiciário;

2. Enfraquecimento sistemático do poder legislativo, com a grande maioria dos seus componentes com débitos com a justiça guardados nas gavetas dos tribunais;

3. Total desrespeito à letra da constituição em favor de um ativismo judicial.

Com os juízes torcendo o direito, que direito pode haver? Com a perversão dos fundamentos, que pode fazer o justo? Como saber o que é justo se o que está escrito não tem mais valor?

O resultado disto tudo foi uma nova forma de governo, desconhecida no Brasil até então: a juristocracia, o governo dos togados.

O Supremo Tribunal Federal, que existe para ser um tribunal constitucionalista, passou a ser um tribunal legislativo [criando e reinterpretando leis] e administrativo, interferindo até mesmo em que tipo de propaganda pode ou deve ser feita por um órgão público.

Acovardados [ou vendo seus interesses satisfeitos], com medo de seus processos saírem das gavetas, os membros do legislativo simplesmente aceitam esta usurpação de poderes por parte de pessoas que nunca foram eleitos e cujo poder emana, justamente, da concessão constitucional sob supervisão deste mesmo legislativo.

O Brasil foi sequestrado. Sabemos quem são os sequestradores. Mas não temos heróis. O gato serve o queijo para o rato, e o rato leva o peixe para o gato. Enquanto um rouba, o outro vigia, como na música de Martinho da Vila. Vale a pena ouvir. 

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