Quem é o grande catalizador das ações da esquerda? Lula? Alexandre? Alckmin? Como em tudo na vida, é possível cometer equívocos, mas eu acho que o Lula não é, e isto já há alguns anos, o principal agente da esquerda no Brasil. Alexandre e Alckmin sequer esquerdistas clássicos são.
Aliás, a direita tem um personagem emblemático e que
movimenta multidões. Não há ninguém no Brasil, e talvez no mundo, que consiga atrair
e mobilizar multidões como o presidente Jair Bolsonaro. Mas, procure isto na esquerda,
em qualquer lugar do mundo, mesmo nos países onde a esquerda está no poder há pouco
ou muito tempo? Cuba? China? Colômbia? Peru? Venezuela? Argentina? Chile? Coréia
do Norte? Não, não existe.
No Brasil também não temos um personagem de esquerda que consiga
atrair a si, à sua figura, sua pessoa, partes expressivas do povo (vimos isto
na campanha onde o líder disparado nas pesquisas não conseguia reunir, em
evento nenhum durante todo o processo, mais de 5000 pessoas – e isto contando
com promoção gratuita na mídia e boa vontade na contagem das pessoas – o que
temos é a promoção de uma sensação, de um sentimento difuso de impunidade, e é este
sentimento que alimenta toda a movimentação do que chamamos de esquerda.
É essa sensação de que tudo podemos e nada nos acontecerá
que alimenta ações de empresários e políticos inescrupulosos, movimentos terroristas
como MST, MTST, ações criminosas como invasões de supermercados, residências, arrastões
pelas praias e ruas, venda de drogas em qualquer lugar, criminalidade à luz do
dia, PCC, CPX, CV e outros com exibição de grupos com centenas de pessoas
armadas como se fosse algodão doce em quermesse.
Tudo acobertado sobre o manto de ser a esquerda. Mas o que é
a esquerda brasileira? Ideologia? Um conjunto de ideologias? Mais uma vez,
minha impressão é de que é apenas um monte de discursos de nichos específicos
contra o que realmente predomina na sociedade brasileira, contra o pensamento
conservador de padrão judaico cristão – embora o próprio povo não consiga se
articular para defender estes valores intrínsecos e conta os quais a própria maneira
de ser do brasileiro, zombeteira, irreverente, milita contra.
O grande promotor dos movimentos esquerdistas hoje não é uma
pessoa, na verdade é um grupo de pessoas que recebeu o poder de interpretar o
que está ou não de acordo com a Constituição, mas que extrapolou suas funções e,
sem o uso do freio constitucional nas mãos do Senado Federal, arrogou-se o
direito de dizer o que é certo ou errado, mesmo que a constituição federal de
1988 nada diga, mesmo que não haja lei a respeito ou, o que é muito pior,
contra a própria letra da lei e da constituição, especialmente no seu Art. 5
que trata das garantias e direitos fundamentais.
Não precisamos dizer nomes, mas temos alguns personagens que
aparecem como pontas de lanças, como os ‘mobilizadores’ da opinião popular, que
se postam diante dos holofotes, que partem para cima dos oponentes supostamente
em defesa do Estado Democrático de Direito, uma quimera já há muito estilhaçada
por seus golpes autoritários. Ao lado destes há, obviamente, outros que lhes dão
suporte, seguindo seus votos, mas nem por isso sendo menos perigosos. São como a
segunda linha de um estouro de boiada, terminando de pisotear e matar quem
esteja em seu caminho, são os lobos menos fortes e corajosos da matilha, mas
que ajudam a terminar a matança e destruição.
E por fim, existem os omissos, que não cumprem com suas funções
e prerrogativas e deixam que a boiada faça o que bem entender, deveriam ser
guias, mas nada fazem, não agem, não usam os freios constitucionais que tem em
suas mãos, talvez com o intuito de ficar, eles também, com uma parte dos
destroços após o terrível pisoteio. Prevaricam em sua omissão juntamente com os
que se calam, os que não levantam a sua voz para apontarem outros caminhos. Mesmo
que sejam minoria, sua voz poderia ser um alento, ser um contraponto ao povo
que sofre nas mãos de tiranetes sem votos.
Resumindo com um caso recente, simples e exemplar: a manutenção da prisão do cacique/pastor Tsererê. Este caso evidencia isto, e é algo que não pode ser esquecido. Um juiz decretou sua prisão. Um segundo juiz negou sua liberdade. Não é só um. É um sistema. São todos. Os que fazem. Os que mantém. Os que apoiam. Os que não agem para impedir. Os que se calam. No STF, no Congresso, na imprensa. Todos.
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