domingo, 18 de dezembro de 2022

ATIVOS E PASSIVOS, TODOS IGUALMENTE CULPADOS


Quem é o grande catalizador das ações da esquerda? Lula? Alexandre? Alckmin? Como em tudo na vida, é possível cometer equívocos, mas eu acho que o Lula não é, e isto já há alguns anos, o principal agente da esquerda no Brasil. Alexandre e Alckmin sequer esquerdistas clássicos são.

Aliás, a direita tem um personagem emblemático e que movimenta multidões. Não há ninguém no Brasil, e talvez no mundo, que consiga atrair e mobilizar multidões como o presidente Jair Bolsonaro. Mas, procure isto na esquerda, em qualquer lugar do mundo, mesmo nos países onde a esquerda está no poder há pouco ou muito tempo? Cuba? China? Colômbia? Peru? Venezuela? Argentina? Chile? Coréia do Norte? Não, não existe.

No Brasil também não temos um personagem de esquerda que consiga atrair a si, à sua figura, sua pessoa, partes expressivas do povo (vimos isto na campanha onde o líder disparado nas pesquisas não conseguia reunir, em evento nenhum durante todo o processo, mais de 5000 pessoas – e isto contando com promoção gratuita na mídia e boa vontade na contagem das pessoas – o que temos é a promoção de uma sensação, de um sentimento difuso de impunidade, e é este sentimento que alimenta toda a movimentação do que chamamos de esquerda.

É essa sensação de que tudo podemos e nada nos acontecerá que alimenta ações de empresários e políticos inescrupulosos, movimentos terroristas como MST, MTST, ações criminosas como invasões de supermercados, residências, arrastões pelas praias e ruas, venda de drogas em qualquer lugar, criminalidade à luz do dia, PCC, CPX, CV e outros com exibição de grupos com centenas de pessoas armadas como se fosse algodão doce em quermesse.

Tudo acobertado sobre o manto de ser a esquerda. Mas o que é a esquerda brasileira? Ideologia? Um conjunto de ideologias? Mais uma vez, minha impressão é de que é apenas um monte de discursos de nichos específicos contra o que realmente predomina na sociedade brasileira, contra o pensamento conservador de padrão judaico cristão – embora o próprio povo não consiga se articular para defender estes valores intrínsecos e conta os quais a própria maneira de ser do brasileiro, zombeteira, irreverente, milita contra.

O grande promotor dos movimentos esquerdistas hoje não é uma pessoa, na verdade é um grupo de pessoas que recebeu o poder de interpretar o que está ou não de acordo com a Constituição, mas que extrapolou suas funções e, sem o uso do freio constitucional nas mãos do Senado Federal, arrogou-se o direito de dizer o que é certo ou errado, mesmo que a constituição federal de 1988 nada diga, mesmo que não haja lei a respeito ou, o que é muito pior, contra a própria letra da lei e da constituição, especialmente no seu Art. 5 que trata das garantias e direitos fundamentais.

Não precisamos dizer nomes, mas temos alguns personagens que aparecem como pontas de lanças, como os ‘mobilizadores’ da opinião popular, que se postam diante dos holofotes, que partem para cima dos oponentes supostamente em defesa do Estado Democrático de Direito, uma quimera já há muito estilhaçada por seus golpes autoritários. Ao lado destes há, obviamente, outros que lhes dão suporte, seguindo seus votos, mas nem por isso sendo menos perigosos. São como a segunda linha de um estouro de boiada, terminando de pisotear e matar quem esteja em seu caminho, são os lobos menos fortes e corajosos da matilha, mas que ajudam a terminar a matança e destruição.

E por fim, existem os omissos, que não cumprem com suas funções e prerrogativas e deixam que a boiada faça o que bem entender, deveriam ser guias, mas nada fazem, não agem, não usam os freios constitucionais que tem em suas mãos, talvez com o intuito de ficar, eles também, com uma parte dos destroços após o terrível pisoteio. Prevaricam em sua omissão juntamente com os que se calam, os que não levantam a sua voz para apontarem outros caminhos. Mesmo que sejam minoria, sua voz poderia ser um alento, ser um contraponto ao povo que sofre nas mãos de tiranetes sem votos.

Resumindo com um caso recente, simples e exemplar: a manutenção da prisão do cacique/pastor Tsererê. Este caso evidencia isto, e é algo que não pode ser esquecido. Um juiz decretou sua prisão. Um segundo juiz negou sua liberdade. Não é só um. É um sistema. São todos. Os que fazem. Os que mantém. Os que apoiam. Os que não agem para impedir. Os que se calam. No STF, no Congresso, na imprensa. Todos. 

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