quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O QUE O CORAÇÃO DO CRISTÃO PRECISA QUERER

I Ts 4.1-2

1 Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo, continueis progredindo cada vez mais; 2 porque estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do Senhor Jesus.

Está cada dia mais difícil reconhecer o verdadeiro cristianismo por uma série de fatores. Há diferentes maneiras de viver diferentes propostas do que seria o cristianismo. Diante de tantas e tão diferentes propostas de cristianismo, impõe-se uma pergunta: o que é o cristianismo afinal? Como reconhecer o verdadeiro cristianismo diante de tantas variantes? Creio que a resposta pode ser buscada não apenas na doutrina [que é de elevada importância], ou na liturgia [que expressa a compreensão doutrinária de uma comunidade] mas, principalmente, em como o cristão vive em meio a uma sociedade corrupta e corruptora, repleta de armadilhas. A chave para a resposta está no coração do cristão [Pv 4.23] de onde procedem as fontes da vida. Assim, afirmamos que o cristão, que hoje vive buscando bênçãos temporais e realizações extraordinárias, deve:

CONHECER A MANEIRA DE VIVER QUE AGRADE A DEUS

Embora não obedeçamos a sequencia textual, cremos que somente conhecendo a maneira de se viver que agrade a Deus é possível alcançar os passos seguintes e de suma importância na vida cristã. O apóstolo Paulo escreveu para os crentes de uma região onde havia numerosas igrejas cristãs que não surgiram por acaso, mas são fruto do laborioso trabalho do apóstolo Paulo, acompanhado de Silas [At 17]. Ali estava localizada, por exemplo, a importante Igreja de Filipos. Para estes crentes Paulo afirma que eles estavam inteirados das instruções. Eram conhecedores das instruções essenciais e fundamentais para o viver cristão. E, não apenas isso, eles conheciam perfeitamente as instruções, seu conhecimento era integral, e não parcial. Isto deve incentivar o cristão a evitar o erro que os judeus que residiam na região da Salônica haviam cometido anteriormente, quando são censurados em comparação com os bereanos. Ao cristão cabe conhecer a vontade do seu Senhor por que só assim estará capacitado a coloca-la em prática. Só é possível agradar alguém quando se sabe o que este alguém gosta. E Deus deixa claro que deseja ser agradado em tudo e de maneira perfeita [Sl 119.4]. Tentar fazer diferente, inventar moda é cair no desagrado de Deus [II Sm 6]. E o que a Igreja moderna menos tem feito é buscar conhecer a vontade de Deus.

QUERER VIVER DE MANEIRA QUE AGRADE A DEUS

Podemos apresentar biblicamente esta afirmativa lembrando o que nos diz a palavra: conhecer e saber qual é a vontade de Deus não é suficiente, pois não fazer o bem que se sabe ser seu dever é pecado [Tg 4.17]. O profeta Oséias traz uma análise feita por Deus do povo de Israel há cerca de 25 séculos que continua atualíssima, pois a palavra de Deus é viva [Hb 4.12]. Diz-nos o profeta que o povo de Deus estava sendo destruído por lhe faltar o conhecimento - não que este fosse indisponível, mas porque fora rejeitado [Os 4.6], atitude repetida por todos os homens em todas as épocas [Rm 1.25]. O problema do homem não é que o que ele precise conhecer de Deus esteja indisponível, mas é rejeitado em seu coração. Os incrédulos, evidentemente, não querem fazer a vontade de Deus. Isto lhes é natural, normal. Mas o que é estranho é ver muitos que afirmam crer no Senhor não desejarem fazer a sua vontade [Jo 15.14]. Essa rejeição pode ser consciente ou inconsciente, mas ela é real e comum, infelizmente. É muito comum ver, até mesmo na boca de pregadores, a expressão “A bíblia diz assim, mas...” e começam a falar de experiências e impressões pessoais, e a frase emblemática de Micaías cede lugar aos achismos... E o resultado é que não se pode mais afirmar: “O Senhor falou”.

PERSEVERAR EM VIVER DE MANEIRA QUE AGRADE A DEUS

A vontade renovada do verdadeiro cristão, daquele que deseja fazer a vontade do seu mestre, é apenas um passo inicial em uma caminhada em que o peregrino não é senhor do seu destino. Ele não decide para onde vai, nem onde vai parar. Seu lema é: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” [Os 6.3]. Paulo registra que os tessalonicenses estavam, efetivamente, viver de maneira agradável ao Senhor. Mas isto não lhes bastava. Eles precisavam continuar, perseverar... não podiam parar, nem desistir. Como na música sacra, erguer o pendão real e ir avante, seguindo sempre ao comandante que os conduz de vitória em vitória. O cristão não pode desistir da caminhada, pois isto é retroceder [Hb 10.39] e retroceder significa a perdição. À pergunta “E porque alguns, mesmo na liderança, acabam deixando a Igreja”?, a resposta bíblica é que apenas os que não pertencem à Igreja de Deus a deixam [embora muitos que pertençam à instituições chamadas de Igrejas - qualquer que seja o nome que usem não pertençam nem jamais pertencerão à verdadeira Igreja de Deus]. Estes saem, como afirma o apóstolo João [I Jo 2.9].

Mudança de costumes ou cosméticas não produzem a perseverança, pois esta é produto de uma fé viva no Senhor e salvador Jesus Cristo. Somente aqueles que experimentarem a graça salvadora do Senhor tem condições de perseverar. Simpatia, afinidades, gosto musical, teológico ou filosófico não resistem às provações que a verdadeira fé precisa enfrentar. Somente a fé persevera em meio às tribulações. O resto sucumbe. O conteúdo bíblico pode ser apreendido por qualquer pessoa - e a intenção de obedecer aos ensinamentos pode até aparecer na vida de muitos [Mt 13], mas os cuidados do mundo, a aridez de uma vida não regada pela água viva, os interesses pessoais, tudo isto faz com que resoluções, às vezes sinceras, acabem sendo abandonadas. Somente aquele que recebe a palavra, decide segui-la e recebe a assistência do Espírito Santo é capacitado para perseverar, apesar das dificuldades. Aliás, as provações não são vistas pelos cristãos como um empecilho ou dificuldade [Hb 12.4], mas como um instrumento de Deus para aprova-los e melhorá-los [Tg 1.3] e como uma graça que é negada aos incrédulos [Fp 1.29].

Embora vivendo num contexto diferente dos tessalonicenses, o cristão do séc. XXI também deve buscar conhecer a palavra de Deus, decidir no seu coração viver segundo sua instrução e, ainda que tendo que enfrentar tribulações [pois elas virão, foi uma promessa do próprio Senhor Jesus - Jo 16.33] as enfrentará com alegria e gozo, pois sabe que o seu Senhor continua a conduzi-los [Mt 28.20] de glória em glória, de vitória em vitória [II Co 3.18].

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