quinta-feira, 19 de abril de 2012

MENSAGEM DE ESPERANÇA PARA UMA GERAÇÃO SEM RUMO

Jo 6.66-71

66 À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele. 67 Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? 68 Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; 69 e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus. 70 Replicou-lhes Jesus: Não vos escolhi eu em número de doze? Contudo, um de vós é diabo. 71 Referia-se ele a Judas, filho de Simão Iscariotes; porque era quem estava para traí-lo, sendo um dos doze.

mart2No capítulo 6 do seu evangelho o apóstolo João relata que Jesus deu informações minuciosas sobre quem ele era é que tipo de missão veio desempenhar. Jesus identifica-se claramente como o único que pode dar a satisfação das reais necessidades dos homens, demonstrando que quando ele chama alguém ele o faz para que o chamado se dedique exclusiva e totalmente a ele, insistindo que nada além dele pode dar satisfação real. Não há outro alimento que sacie, não há outra água que diminua a sede da alma. Em sua fala Jesus condena a religiosidade baseada na tradição e nos costumes dos antepassados [I Pe 1.18: ...sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram...] e nem mesmo a fé genuína dos antigos tem valor para os homens do presente. Em resumo: não basta acreditar na fé, é preciso ter fé.

Mas o que mais assustou foi o fato de Jesus afirmar que seus discípulos tem que ser totalmente entregues a ele, sem guardar nada de si mesmos [v.53]. E mesmo entre os seguidores de Jesus havia muitos pelo pão, pela cura, pela fama e até mesmo pela forma de doutrina ou perspectivas pessoais. A conclusão de Jesus sobre a natureza do seu chamado está expressa no verso 65: quem estiver seguindo-o por motivos pessoais ou enganando-se com falsas esperanças podia ir embora, e é justamente por isso que muitos efetivamente o abandonam.

Hoje não é nada diferente: ainda há muitos se declarando seguidores de Jesus pelos mesmos motivos: fama, fortuna, saúde, família, conhecimento, amizades, etc. E estes motivos continuam sendo fúteis, inúteis e vazios. Muitos irão abandoná-lo na primeira oportunidade, diante da primeira prova ou dificuldade. A pergunta feita por Jesus aos seus discípulos ainda é pertinente em nossos dias: “Porque seguir ou continuar seguindo a Jesus”? Porque não abandoná-lo? Porque não aproveitar os prazeres que nos são oferecidos o tempo todo e de todos os tipos? É com tristeza que constato que apesar de toda a informação disponível, de toda a tecnologia, de toda a precisão dos modernos aparelhos de localização por satélite a atual geração é uma geração sem rumo, uma geração que não sabe para onde ir. Quero oferecer, para reflexão de vocês, três modelos de direção que podem vir a ser [talvez sejam] os seus.

O primeiro modelo é o dos que não querem nada com Jesus, nenhuma proximidade com sua santidade, nenhum conhecimento de seus ensinos, nenhum compromisso com sua verdade. São os que NÃO ESTÃO AQUI. Durante o ministério terreno do Senhor Jesus, embora multidões o procurassem, havia muito mais gente que não o conhecia e que não queria nada com ele. No máximo curiosidade a respeito da sua fama, mas nenhum tipo de relacionamento. Mesmo durante os impressionantes eventos da crucificação e do pentecostes e os milhares de convertidos havia 100 vezes mais pessoas em Jerusalém que não quiseram nada com o nazareno. Para cada convertido uma centena de pessoas não deram a menor atenção para aqueles estranhos pregadores de um messias que foi traído, humilhado, morto numa cruz que era símbolo de maldição e depois jogado em um túmulo que agora estava vazio. O que Jesus tem a nos dizer sobre eles? Para Jesus eles são os campos brancos, prontos para a ceifa. Logo chegará a colheita - e ela é para todos. Mas onde estão os trabalhadores? É interessante que Jesus não procura por ceifeiros, mas trabalhadores para os campos. Ainda é tempo de limpar, de adubar... Se cada cristão genuíno tomar como seu trabalho discipular, a cada 10 anos, uma única criança o número de membros das nossas igrejas dobraria em uma década e se sua igreja tem hoje 50 membros em 50 anos seriam 1600. grande? Parece muito? É o resultado de um único discipulado a cada 10, DEZ anos. Mas o que quero realmente destacar é que existe uma numerosa multidão que tem como seu principio de conduta não querer nada com Jesus. São os que não estão aqui.

O segundo modelo de conduta pode ser encontrado em outra multidão, um pouco menor que a primeira. São os que não aguentam as dificuldades, as correções, as disciplinas, as exigências de ser um discípulo de Jesus. Não querem as implicações do discipulado. Não desejam renunciar a si mesmos. Aceitam até certo ponto os “não pode” de um discipulado superficial, mas quando se trata de abrir mão de si mesmos, de deixarem de ter em suas mãos o controle de suas vidas reagem com indignação e fogem. Para estes a religião se torna um fardo, um pesado fardo que carregam a vida inteira desde que não lhe exijam a disposição de negarem-se a si mesmos. São chamados de discípulos, mas só aceitam o discurso do “eu vim salvar’, rejeitando os mandamentos de quem diz “eu sou Senhor”. São os que ESTIVERAM AQUI, mas não estão mais. O evangelista João diz que por causa da exigência de comprometimento total feita por Jesus muitos de seus discípulos o abandonaram, retirando-se e não andando mais com ele [Mc 3.14: Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar...]. É provável que mesmo muitos dos que foram enviados de 2 em 2, num total de 70, também o tenham abandonado. Curaram enfermos, expulsaram demônios, anunciaram o evangelho do Reino, mas o abandonaram. Seu exemplo lembra claramente as palavras de Jesus que afirma que nem todo o que diz “Senhor, Senhor” entrará no reino dos céus [Mt 7.21: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus]. Quantos desta pequena multidão não são nossos conhecidos? Quantos deles não trabalhavam até mais do que nós? De quantos talvez não tenhamos aprendido preciosas lições? Quantos não nos estimularam quando queríamos desistir ou nos levantaram quando estávamos prostrados? Quantos deles não nos sustentaram quando nossos joelhos queriam dobrar? Mas não estão mais aqui. Saíram do nosso meio. Não eram dos nossos [I Jo 2.19: Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos]. Choramos porque os amamos, ficaram pelo caminho. Mas talvez daqui a 5, 10 anos alguns de nós estejamos reunidos, olhando fotos e vídeos desta época, de hoje, e percebamos aqueles que ficaram pelo caminho. Companheiros de agora que ficarão pelo caminho. Talvez alguns que estão aqui hoje se juntem à multidão dos que já estiveram aqui. É possível que você diga: “Que é isso pastor, desejando uma coisa dessas?” E diga ainda: “Eu não pastor, eu não”. Que fique claro: eu não desejo isso. Mas depois de 21 anos de caminhada na Igreja já podemos entender algumas coisas, ver como elas acontecem - e isto não quer dizer que gostemos ou concordemos. Mas a Escritura nos avisa constantemente sobre isso, para que não confiemos em nós mesmos: “Aquele que está em pé veja que não caia” [I Co 10.12: Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia.], mas a resposta para isso é uma entrega total nas mãos do Senhor que não nos lança fora [Jo 6.37: Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.]

Além dos que NÃO ESTÃO AQUI, dos que ESTIVERAM AQUI há ainda um terceiro grupo, o dos que NÃO TEM PARA ONDE IR. Quando perguntados do porque ainda estavam por perto, eles simplesmente não tinham resposta. Não tinham para onde ir. Já não são mais cidadãos deste mundo, são peregrinos aqui, forasteiros. Foram desafiados a deixar tudo. E o fizeram. Deixaram emprego, família, amigos, bens e tudo o mais em segundo plano. Perceberam que carregavam uma enorme carga de bijouterias e as abandonaram, trocando-as pela pérola de grande valor. Diante do desafio de fé e de vida proposto por Jesus eles fazem um rápido retrospecto de quem foram, como viviam, sem esperança, sem direção, e olham para o lamaçal de angústia e incredulidade de onde saíram, lembram da religiosidade vazia e ao mesmo tempo opressora que professavam e entendem que melhor que tudo isto é a verdade, e ainda que dura, nos lábios de Jesus. É verdade que é um grupo pouco numeroso, que Paulo chama de pobres, fracos, humildes e desprezados. Mas é justamente esta sua fraqueza que é sua força [II Co 12.10: Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte]. E é justamente quando nada são que o Senhor os usa poderosamente. Não podem voltar para o universo dos que um dia nada quiseram com Jesus. Também não poderão fazer como os discípulos de ocasião, de festa, de pão e peixe, de vinho e de curas... Estes são os que entregaram suas vidas, morreram para o mundo, estão mortos em um sentido que ninguém que não seja verdadeiro discípulo de Jesus consegue entender. Os apelos do mundo, com seus sons e luzes não atingem sua alma, não lhes dizem nada ao coração. Daqui a alguns anos saberemos a qual grupo você pertence. Talvez você ainda não tenha se preocupado com isso até agora. Talvez você ainda não tenha pensado nisso, especialmente se você é “filho da Igreja”, filho de crentes. Se você veio de fora sabe o vazio que existe nas luzes, nos sons, nas cores e nas ofertas de alegria que somem a cada novo dia. Sabe como é e espero que não queira voltar. Mas se você ainda não andou por lá saiba que não vale a pena se contaminar com a poluição, a futilidade, onde a única certeza é a de que nada ale a pena e tudo é vaidade. Certo proverbio diz que há três tipos de pessoas: os néscios, que erram e nunca aprendem; os inteligentes, que erram e aprendem; e os sábios, que aprendem com os erros dos outros dois. Que tipo de pessoa é você?

Quando Pedro diz: “para quem iremos nós?” ele está dizendo: Senhor, já sabemos para onde eles foram. Viemos de lá. Não vale a pena ir. Na há nada realmente proveitoso lá. Nós não temos mais nada com aquilo [I Jo 2.15: Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele]. Só queremos o Senhor. Só o Senhor tem o que satisfaz o eterno anseio e nossa alma. Fomos escolhidos [Mc 3.14: Então, designou doze para estarem com ele e para os enviar a pregar...] pelo Senhor [Jo 15.16: Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda] mas não queremos que isso mude. Não há nada melhor do que estar com o Senhor, estar na sua presença, ouvir suas palavras que nos asseguram a vida eterna. E você? A qual grupo você vai pertencer. Quero deixar com você uma última palavra, um desafio. Quero desafiar você ser o primeiro a mudar de grupo, se até hoje você não era daqueles que acreditam que o único lugar para se estar é ao lado de Jesus. Se você ainda não estava entre os que seguiam a Jesus seja o primeiro. Mas se estava, quero te desafiar a não ser o primeiro a mudar.

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