sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

SOBRE LOBOS E LOBOS…

… ou, para que as ovelhas saibam sobre lobos.
Um dos meus “colaboradores” me fez uma pergunta sobre lobos e lobos: qual é pior, o que ataca o rebanho ou o que coordena a matilha?
Confesso que a pergunta me incomodou, e a compartilhei apenas para os meus amigos através da rede social facebook, e fiquei surpreso com algumas respostas e comentários in box. Mas talvez a reflexão que mais reflete a realidade é fruto de uma conversa com meu amigo Edgard. Para ele a natureza dos lobos, por serem caçadores oportunistas [por isso os lobos preferem atacar rebanhos, especialmente pelas bordas, procurando os mais indefesos, os que se encontram mais longe de um ponto de segurança – em se tratando de rebanho, e já que estamos pensando uma resposta bíblica, do pastor], leva-o a pensar que o mais perigoso de uma alcateia é o seu coordenador. É ele quem decide quando e onde atacar. Se um dos atacantes é vencido, o bando continua... mas se o líder é vencido, demora um certo tempo até que a alcateia se reorganize, sob nova liderança, para novos ataques.
Segue uma pequena fábula, e depois retornaremos para concluir nossa reflexão:
lobos1Certo lobo, muito sagaz, resolveu unir-se a uma raposa, tão sagaz quanto ele, para, juntos atacarem um rebanho. Confabulando entre si, perceberam que seria mais fácil se darem bem no seu intento se conseguissem ao menos a aparência de ovelhas. Conseguiram para si peles e máscaras, começaram a treinar para balir como ovelhas. Quando se sentiram seguros, penetraram sorrateiramente no rebanho e trabalhavam para conseguir seus intentos. Um e outro tentavam afastar cada vez mais o rebanho para longe dos pastores, para, depois, se apoderarem das ovelhas e fazerem seu festim.
A natureza das ovelhas é de serem pacatas e obedientes, de seguirem seus líderes, de ouvirem a voz do seu pastor. E os pastores, atentos, logo perceberam que havia um rebanho um tipo diferente de ovelhas que agiam diferente, queriam conduzir o rebanho, mas não se deixavam guiar, não ouviam a voz do pastor. Descoberta sua natureza, fugiram do rebanho, no que concorda o meu amigo Edgard que “ovelha se alimenta e, satisfeita, fica, lobo arrebata e foge”.
Como conseguiram, durante algum tempo, se passarem por ovelhas, estavam mais experientes, mais sagazes ainda, e resolveram tentar uma segunda vez. Procuraram um novo rebanho, revisaram suas antigas estratégias, estudaram novos meios, perceberam que era mais fácil dividir o rebanho em pequenos rebanhos e ir se servindo deles do que conduzir todo o rebanho de uma vez só. Mas lobo é lobo, raposa é raposa, e pode-se vestir peles, colocar-se máscaras, mas a natureza de lobo e de raposa continua , e logo as presas sanguinolentas aparecem sob a pesada maquiagem. Causam estragos, espantam alguns pastores, mas acabam sendo descobertos, fazendo o que os lobos e raposas fazem sempre: arrebatam e fogem.
Ao longe, olhando o rebanho protegido e os pastores vigilantes, raposa e lobo usufruem do que conseguiram arrebatar, e, em sua percepção distorcida, ganem um para o outro: “Que malvados, nos espantaram”.
CONCLUO
De volta à pergunta inicial, qual lobo é pior? O que ataca o rebanho ou o que coordena a matilha?
Respondo: Ambos são lobos, ambos são danosos, se lideram ou liderados é só uma questão de sagacidade ou oportunidade, mas, para ambos, ruim mesmo é o pastor que deles protege o rebanho.








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