Quais são as características de uma Igreja
que realmente conhece a Cristo? Nossa pergunta não se dirige aos membros de
nenhuma Igreja, nenhuma instituição humana em particular – já vivemos o
suficiente para saber que não há nenhuma instituição humana que esteja livre de
pessoas visceralmente comprometidas com as estruturas mas não essencialmente
comprometidas com o alvo real. Dito de outra maneira, dentro do nosso contexto,
não há nenhuma Igreja que esteja perfeitamente comprometida com a glorificação
do nome do Senhor.
Isto não quer dizer que as Igrejas que
existam não sejam Igrejas de Cristo – creio que muitas são, a questão que
abordo nesta ocasião é: todas elas, e cada uma delas, ainda está caminhando,
ainda está no mundo e misturada com o mundo, embora não pertença mais a ele.
Está vivendo um processo de santificação, de separação. E, neste processo, é
absolutamente essencial que haja uma real consagração de vidas ao Senhor –
lamentavelmente em muitos casos há uma confusão entre consagração e uma mera
aparência de piedade, uma figura exteriormente "séria", sisuda, mas
descuidada do interior.
Consagração é comprometimento com a
verdade revelada e bem conhecida de Deus.
Este comprometimento deve gerar, de alguma
forma, alegria no Senhor (Sl 32:11
- Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois
retos de coração).
Nossa proposta agora é que você pode ser
uma pessoa realmente alegre, realmente feliz e, ao mesmo tempo, realmente
comprometida com o Senhor e com o seu reino, tendo a alegria do Senhor em sua
vida, sendo fortalecido pelo Espírito do Senhor (Sl 51:12 - Restitui-me a alegria da tua salvação e
sustenta-me com um espírito voluntário) e ao mesmo tempo afastando seu coração dos prazeres transitórios
do pecado (Gl 5:16 - Digo, porém: andai no Espírito e jamais
satisfareis à concupiscência da carne), por mais atrativos que eles sejam.
Observe que eu usei os verbos sempre no
gerúndio porque eu quero que você entenda que você só pode ser alegre no Senhor
se começar e não parar de andar com o Senhor. Não é uma coisa do passado, nem
apenas do presente, nem uma expectativa futura – é algo a ser experimentado em
toda a vida.
Ser um cristão alegre no Senhor não
significa, entretanto, não ter que enfrentar algum tipo de dificuldade, aliás,
quanto mais consagrada for o cristão, maiores os enfrentamentos que ela terá
com o mundo.
O mundo só se opõe aos cristãos quando
eles se tornam um corpo estranho em seu meio (1Pe 4:4 - Por isso, difamando-vos, estranham que
não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão), quando eles incomodam não por serem
chatos, encrenqueiros ou barulhentos em praças públicas e marchas inúteis, mas
por serem verdadeiramente crentes, por fazerem a vontade de Deus enquanto o
mundo se rebela contra ele seguindo as inclinações da carne que lhe são
naturais (1Pe 2.11-12 - Amados, exorto-vos, como peregrinos e
forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra
contra a alma, 22 mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios,
para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores,
observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação).
Enquanto a Igreja for morna e escolher ser
parecida com o mundo, tomar a forma do mundo e agir como o mundo ela poderá ser
rica, tolerada e até amada pelo mundo (Jo 15:19 - Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como,
todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo
vos odeia), mas não
saberá, jamais, o que é experimentar a alegria de carregar, verdadeiramente, o
nome de Jesus Cristo (At
5:41 - E eles se
retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de
sofrer afrontas por esse Nome).
Um comentário:
Excelente reflexão. Que as igrejas que se consideram verdadeiramente cristãs venham ter esta concepção do verdadeiro servir.
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