segunda-feira, 14 de outubro de 2019

IGREJA CONSAGRADA E IGREJA JUBILOSA [I]

Quais são as características de uma Igreja que realmente conhece a Cristo? Nossa pergunta não se dirige aos membros de nenhuma Igreja, nenhuma instituição humana em particular – já vivemos o suficiente para saber que não há nenhuma instituição humana que esteja livre de pessoas visceralmente comprometidas com as estruturas mas não essencialmente comprometidas com o alvo real. Dito de outra maneira, dentro do nosso contexto, não há nenhuma Igreja que esteja perfeitamente comprometida com a glorificação do nome do Senhor. 
Isto não quer dizer que as Igrejas que existam não sejam Igrejas de Cristo – creio que muitas são, a questão que abordo nesta ocasião é: todas elas, e cada uma delas, ainda está caminhando, ainda está no mundo e misturada com o mundo, embora não pertença mais a ele. Está vivendo um processo de santificação, de separação. E, neste processo, é absolutamente essencial que haja uma real consagração de vidas ao Senhor – lamentavelmente em muitos casos há uma confusão entre consagração e uma mera aparência de piedade, uma figura exteriormente "séria", sisuda, mas descuidada do interior.
Consagração é comprometimento com a verdade revelada e bem conhecida de Deus.
Este comprometimento deve gerar, de alguma forma, alegria no Senhor (Sl 32:11 - Alegrai-vos no SENHOR e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração).
Nossa proposta agora é que você pode ser uma pessoa realmente alegre, realmente feliz e, ao mesmo tempo, realmente comprometida com o Senhor e com o seu reino, tendo a alegria do Senhor em sua vida, sendo fortalecido pelo Espírito do Senhor (Sl 51:12 - Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário) e ao mesmo tempo afastando seu coração dos prazeres transitórios do pecado (Gl 5:16 - Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne), por mais atrativos que eles sejam.
Observe que eu usei os verbos sempre no gerúndio porque eu quero que você entenda que você só pode ser alegre no Senhor se começar e não parar de andar com o Senhor. Não é uma coisa do passado, nem apenas do presente, nem uma expectativa futura – é algo a ser experimentado em toda a vida.
Ser um cristão alegre no Senhor não significa, entretanto, não ter que enfrentar algum tipo de dificuldade, aliás, quanto mais consagrada for o cristão, maiores os enfrentamentos que ela terá com o mundo.
O mundo só se opõe aos cristãos quando eles se tornam um corpo estranho em seu meio (1Pe 4:4 - Por isso, difamando-vos, estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão), quando eles incomodam não por serem chatos, encrenqueiros ou barulhentos em praças públicas e marchas inúteis, mas por serem verdadeiramente crentes, por fazerem a vontade de Deus enquanto o mundo se rebela contra ele seguindo as inclinações da carne que lhe são naturais (1Pe 2.11-12 - Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais, que fazem guerra contra a alma, 22 mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação).
Enquanto a Igreja for morna e escolher ser parecida com o mundo, tomar a forma do mundo e agir como o mundo ela poderá ser rica, tolerada e até amada pelo mundo (Jo 15:19 - Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia), mas não saberá, jamais, o que é experimentar a alegria de carregar, verdadeiramente, o nome de Jesus Cristo (At 5:41 - E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome).

Um comentário:

Unknown disse...

Excelente reflexão. Que as igrejas que se consideram verdadeiramente cristãs venham ter esta concepção do verdadeiro servir.

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