terça-feira, 13 de agosto de 2024

O CIDADÃO DO REINO DOS CÉUS SE IDENTIFICA COM SEU SENHOR - Hb 13.12-15

 A BASE DA NOVA VIDA É O QUE JESUS FEZ (12)

Como vimos, o sacrifício de Cristo não é uma celebração temporária e repetitiva. Quando algo precisa ser repetido continuamente é porque não tem eficácia permanente – como, por exemplo, uma comida, um copo com água, um banho, uma noite de sono – tudo isto é bom, é eficaz, mas não é permanente, precisa ser repetido porque é necessário.

E este é o caso dos sacrifícios dos hebreus: eles tinham eficácia simbólica e educativa, não efetiva. Cristo, no entanto, é diferente. Se fosse como os sacrifícios hebreus ele precisaria oferecer a si mesmo várias vezes (Hb 9.28), mas isto não é necessário e pretender fazê-lo é uma blasfêmia contra a suficiência de sua obra (Jo 19.30). O ensino das Escrituras é que Cristo ofereceu-se uma única vez, e isto não pode ser repetido, como sacrifício pelos pecados e assentou-se à destra de Deus Pai (Hb 10.12).

Apesar de ser um cumprimento dos tipos mostrados no Antigo Testamento a morte de Cristo teve algumas características diferentes. O bezerro era oferecido pelos pecados do sacerdote e de sua casa antes de entrar no santuário (Lv 16.6), mas evidentemente Cristo não precisou de uma oferta pelo seu próprio pecado porque ele não tinha pecado algum (Hb 4.15).

O bode era oferecido pelos pecados do povo – mas sua carne não era consumida porque era impura, corrupta, e deveria ser queimada fora da cidade (Lv 16.10; 16.15) enquanto Cristo chama seus discípulos a comunhão com ele por meio de sua carne e de seu sangue (Jo 6.53).

Mas tudo isto apontava para o sacrifício do cordeiro de Deus conhecido antes da fundação do mundo (1Pe 1.19-20) por meio do qual o pecado do mundo é tirado (Jo 1.29). O derramamento do sangue do cordeiro de Deus que substitui o pecador é um ato de justiça de Deus (Rm 5.18-19), e por ele Deus santifica, que tira o pecado, a condenação e a morte (Rm 5.12) dando vida aos que o recebem como seu Senhor e salvador (Jo 1.12). 

O CRENTE SE IDENTIFICA COM JESUS

Uma diferença fundamental entre o que os judeus experimentavam e o que é oferecido em Cristo é que embora os animais fossem considerados como recebendo o pecado os pecadores não se identificavam com eles – é por isso que sua carne não é consumida, diferente das carnes dos dízimos, votos e ofertas pacíficas.

No entanto, o cristão se identifica com o seu cordeiro. Ele come de sua carne, ele bebe de seu sangue (Jo 6.53). O cristão é convocado para compor a universal assembléia dos eleitos de Deus (Hb 12.22). Os que são chamados por Cristo são chamados para deixar o mundo, e são chamados de igreja de Deus. E igreja quer dizer ‘comunidade dos que foram chamados para uma reunião fora de suas casas’.

“Então saiamos” (toinun ecerxwmeqa) é uma determinação para se expor publicamente como cristão. E é curioso que no momento da prisão todos fogem e se dispersam (Mc 14.50).

No momento do julgamento Pedro nega a Jesus (Mc 14.72). No momento da crucificação aparentemente somente João estava presente (Jo 19.26).

Não era incomum que os parentes das pessoas crucificadas se ausentassem da cidade ou chegassem até mesmo a se mudarem definitivamente da região por causa da vergonha de ser apontando como ‘parente do crucificado’, algo muito semelhante ao que foi feito no Brasil com as partes do corpo de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Mas o cristão não foge, não se esconde - ele sai da cidade, mas não para fugir, ele vai ao encontro de quem o substituiu na cruz. Ele vai ao patíbulo, vai à cruz, ele não se envergonha e se identifica com Jesus porque sabe que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Rm 1.16).

O crente sabe que a morte de Jesus foi a sua morte, sabe que aquele lugar era o lugar que lhe era devido (Rm 6.4) para que ele fosse habilitado a ter nova vida, a vida de Cristo (Gl 2.20).

O CRENTE RECEBEU UMA NOVA CIDADANIA

É evidente que o cristão, ao sair da cidade portas à fora ao encontro de Jesus está metaforicamente renunciando a algo que era sumamente importante na antiguidade, à cidadania, que lhe dava direitos especiais como vemos no caso de Paulo que pode apelar para o julgamento do próprio César (At 25.11), que não podia ser chicoteado sem julgamento (At 22.25-26).

Ao sair da cidade, renunciando a cidadania do mundo, o cristão se torna cidadão de um reino superior, preparado para ele desde a fundação do mundo (Mt 25.34), cidadão do reino de Cristo que não é deste mundo (Jo 18.36) e que é chamado de ‘a nova Jerusalém que desce do céu’ (Ap 3.12) assim como o tabernáculo onde o grande sumo sacerdote oficia em favor do seu povo é celestial.

Nenhuma cidade é a verdadeira morada dos crentes neste mundo que vivem como peregrinos aqui (1Pe 2.11) da mesma forma que viveram os patriarcas como Abraão, Isaque e Jacó, como também viveram os heróis do Antigo Testamento citados na bem conhecida galeria dos heróis da fé (Hb 11.38).

Buscar a cidade que há de vir (mellousan) nos leva a considerar o ensino do apóstolo Paulo que diz que o crente anda por fé (2Co 5.07), e que, por causa da sua fé está disposto a sofrer o que for necessário porque sabe que com certeza chegará o dia no qual tomará posse definitivamente desta cidadania que deseja ardentemente experimentar porque ela lhe foi prometida pelo próprio Senhor (Jr 33.6; Zc 8.8).

O crente aguarda, com santa ansiedade o que tem certeza que acontecerá: a nova cidade virá (epizhtoumen) e ele habitará seguro nela (Zc 8.8). Sua fé lhe dá a certeza de que todas as promessas do Senhor serão cumpridas (Hb 11.1).

A cidadania dos céus é uma cidadania eterna, ela não se desfaz, e nisto ela é diferente de toda moradia passageira, inclusive a própria vida que é comparada com um tabernáculo, isto é, com uma tenda passageira (2Co 5.1).

 VIVENDO A NOVA CIDADANIA SOB NOVAS LEIS

Quando uma pessoa muda de seu país para outro país ele precisa saber quais são as leis que regem o lugar onde ele está para não ter problemas. Há países que tem regras muito restritivas sobre bebidas, em outros (como a Coréia do Norte e o Turcomenistão) você não pode nem mesmo fazer vídeos e a lista pode ser enorme numa variedade de costumes e regras diferentes.

No mundo o homem carnal faz a vontade da carne como todo mundo faz – esta é a sua natureza e não há como esperar nada diferente disso (Rm 7.5). É o que a lei da carne faz – inclinar o homem para ações carnais tendo como resultado inimizade contra Deus (Rm 8.7) que acaba conduzindo à morte (Rm 8.6).

Mas aquele que está em Cristo é nova criatura e por estar em Cristo e ter nascido de novo (2Co 5.17) é capacitado para fazer o que o homem natural é incapaz de fazer. Ele pode oferecer em todo o tempo sacrifícios de louvor a Deus. Se alguém disser que o crente não oferece sacrifício a Deus está rejeitando o ensino da própria Escritura.

O crente não oferece sacrifício por seus pecados como os hebreus faziam porque Cristo fez isso de uma vez por todas. Mas ele entrega ofertas de gratidão com alegria como os hebreus faziam (Dt 27.7) e se apresentam a Deus com integridade, de todo o coração (Rm 12.1).

Só oferece sacrifício de louvor quem confessa a Cristo como Senhor. Os sacrifícios de louvor (que pode ser traduzido por ofertas pacíficas) eram um dos tipos de sacrifícios que não levavam em conta o pecado (qusian ainesewj). Eles são oferecidos a Deus pelos crentes em Jesus e que o confessam Jesus como Senhor e salvador e vivem permanentemente na presença de Deus (1Jo 4.15).

Este é o tipo de sacrifício que você pode oferecer. O sacrifício eficiente e perfeito por causa do pecado foi o de Cristo. A sua oferta de si mesmo a Deus só você pode fazer. Esta é a lei da nova Jerusalém por toda eternidade (Ap 15.3).

 

ORDENANÇAS OBSOLETAS DA LEI OU LIBERDADE EM CRISTO - Hb 13.9-12

 O CRENTE DEVE SER CRITERIOSO

Não é necessário grande esforço para perceber que o cristianismo de nosso tempo não tem mais grandes preocupações doutrinárias. Muitos cresceram ouvindo uma aplicação deturpada pelo demônio de um pedacinho de um verso da Palavra de Deus (2Co 3.6), repetida exaustivamente por falsos mestres, que raptam para si a mente e o coração dos homens cujo coração estão longe de Deus (2Tm 4.3) e atenderão estes mestres da mentira e praticantes do perjúrio(1Tm 1.10).

Em hipótese alguma Paulo disse, como muitos pregaram repetidamente, que o cristão não deve estudar a Palavra de Deus (1Tm 4.13) nem cuidar da doutrina. Pelo contrário, seu ensino é que o crente deve ser aplicado no ensino da doutrina cristã (Tt 2.1).

Em sua infinita sabedoria Deus ordena que os cristãos sejam criteriosos. A expressão  que para nós é traduzida por ’não se deixem envolver por doutrinas várias e estranhas’ é , literalmente, traduzida como uma ordem divina para que ensinos ou doutrinas (didaxaij) de tipos variados e coloridos (poikilaij) e também (kai) estranhos ou de outra origem (cenaij) não (mh) devem carregar  (vocês) de um lado para outro (priferesqe) porque isto não é bom, não é correto (kalon).

Os crentes devem conhecer a sã doutrina para não se deixarem enredar por falsas doutrinas, nem mesmo se um anjo aparecer dizendo falar da parte de Deus (Gl 1.8).

Deus concedeu graciosamente à sua igreja pessoas que seriam especialmente vocacionadas e capacitadas para se dedicarem ao estudo da Palavra e ao ensino da doutrina cristã. Dizer que isto é inútil é desprezar a sabedoria e a provisão de Deus (Ef 4.11.14).

Deus fez isso para que você não seja enganado, para que você não seja enganado por doutrinas agradáveis aos seus ouvidos, mas perniciosas para sua alma, evitando que você seja levado de um lado para outro, conduzido errantemente até desfalecer pelo caminho sem atingir o alvo da jornada da fé.

 

O CRENTE DEVE IDENTIFICAR O PERIGO

A maioria das pessoas que você conhece jamais vai morrer congelado no Himalaia, ou se esfacelar no chão porque seu paraquedas não abriu. Isto não acontecerá porque a maioria das pessoas não gosta de situações perigosas e não se coloca em situações de risco.

Se você souber que um banco será assaltado em determinado dia e horário você irá para qualquer outro lugar, menos naquele. Se você souber que haverá um tsunami numa praia você correrá para as montanhas o mais rápido que puder.

Conhecer a ameaça é o primeiro passo para não sofrer danos - é por isso que alguns alimentos vem com avisos sobre sua composição para que pessoas alérgicas os evitem.

O escritor ensina  que o crente deve conhecer o que é bom e correto para saber identificar o oposto, que é mal quando ele aparecer, mesmo quando ele parecer bom (Cl 2.23).

E o mal é tudo que não é o que Deus diz ser bom.

Os inconstantes, porém, são levados de um lado para outro, mas os crentes não. Estes estão firmados no que é realmente bom (kalon). Seus pensamentos, afeições e propósitos interiores da alma ou coração (kardian) estão firmados na graça.  kariti bebaiousqai significa, literalmente, que o que realmente bom é o fato de que a graça confirma o coração dos crentes.

Os crentes hebreus enfrentavam o problema de decidir o que fazer com as doutrinas sobre alimentos, dias e festas, circuncisão e sacrifícios considerados ‘rudimentos do mundo’ (Cl 2.20-22), coisas não aperfeiçoadas (Cl 2.10; Hb 7.19) e que eram apenas símbolos apontando para o que é eterno e real: o sacrifício de Cristo. Deixá-lo pelos rudimentos é insano - mas muitos se deixam enganar, voltando para os rudimentos. Embora não use a mesma palavra Paulo traz a ideia de prender em armadilha, desviar da verdade e escravizar (sulagwgwn - enredar) com a mentira e o erro.

Conheça a verdade e saberá como identificar e evitar as armadilhas.

 O CRENTE DEVE IDENTIFICAR O PERIGO

A maioria das pessoas que você conhece jamais vai morrer congelado no Himalaia, ou se esfacelar no chão porque seu paraquedas não abriu. Isto não acontecerá porque a maioria das pessoas não gosta de situações perigosas e não se coloca em situações de risco.

Se você souber que um banco será assaltado em determinado dia e horário você irá para qualquer outro lugar, menos naquele. Se você souber que haverá um tsunami numa praia você correrá para as montanhas o mais rápido que puder.

Conhecer a ameaça é o primeiro passo para não sofrer danos - é por isso que alguns alimentos vem com avisos sobre sua composição para que pessoas alérgicas os evitem.

O escritor ensina  que o crente deve conhecer o que é bom e correto para saber identificar o oposto, que é mal quando ele aparecer, mesmo quando ele parecer bom (Cl 2.23).

E o mal é tudo que não é o que Deus diz ser bom.

Os inconstantes, porém, são levados de um lado para outro, mas os crentes não. Estes estão firmados no que é realmente bom (kalon). Seus pensamentos, afeições e propósitos interiores da alma ou coração (kardian) estão firmados na graça.  kariti bebaiousqai significa, literalmente, que o que realmente bom é o fato de que a graça confirma o coração dos crentes.

Os crentes hebreus enfrentavam o problema de decidir o que fazer com as doutrinas sobre alimentos, dias e festas, circuncisão e sacrifícios considerados ‘rudimentos do mundo’ (Cl 2.20-22), coisas não aperfeiçoadas (Cl 2.10; Hb 7.19) e que eram apenas símbolos apontando para o que é eterno e real: o sacrifício de Cristo. Deixá-lo pelos rudimentos é insano - mas muitos se deixam enganar, voltando para os rudimentos. Embora não use a mesma palavra Paulo traz a ideia de prender em armadilha, desviar da verdade e escravizar (sulagwgwn - enredar) com a mentira e o erro.

Conheça a verdade e saberá como identificar e evitar as armadilhas.

 

O CRENTE DEVE IDENTIFICAR O PERIGO

A maioria das pessoas que você conhece jamais vai morrer congelado no Himalaia, ou se esfacelar no chão porque seu paraquedas não abriu. Isto não acontecerá porque a maioria das pessoas não gosta de situações perigosas e não se coloca em situações de risco.

Se você souber que um banco será assaltado em determinado dia e horário você irá para qualquer outro lugar, menos naquele. Se você souber que haverá um tsunami numa praia você correrá para as montanhas o mais rápido que puder.

Conhecer a ameaça é o primeiro passo para não sofrer danos - é por isso que alguns alimentos vem com avisos sobre sua composição para que pessoas alérgicas os evitem.

O escritor ensina  que o crente deve conhecer o que é bom e correto para saber identificar o oposto, que é mal quando ele aparecer, mesmo quando ele parecer bom (Cl 2.23).

E o mal é tudo que não é o que Deus diz ser bom.

Os inconstantes, porém, são levados de um lado para outro, mas os crentes não. Estes estão firmados no que é realmente bom (kalon). Seus pensamentos, afeições e propósitos interiores da alma ou coração (kardian) estão firmados na graça.  kariti bebaiousqai significa, literalmente, que o que realmente bom é o fato de que a graça confirma o coração dos crentes.

Os crentes hebreus enfrentavam o problema de decidir o que fazer com as doutrinas sobre alimentos, dias e festas, circuncisão e sacrifícios considerados ‘rudimentos do mundo’ (Cl 2.20-22), coisas não aperfeiçoadas (Cl 2.10; Hb 7.19) e que eram apenas símbolos apontando para o que é eterno e real: o sacrifício de Cristo. Deixá-lo pelos rudimentos é insano - mas muitos se deixam enganar, voltando para os rudimentos. Embora não use a mesma palavra Paulo traz a ideia de prender em armadilha, desviar da verdade e escravizar (sulagwgwn - enredar) com a mentira e o erro.

Conheça a verdade e saberá como identificar e evitar as armadilhas.

 

NÃO TROQUE O SUPERIOR E ETERNO PELO INFERIOR E OBSOLETO

Talvez você tenha um aparelho de celular em suas mãos neste momento. É pouco provável que você tenha um de última geração, mas talvez tenha. Você estaria disposto a trocá-lo por um Nokia communicator 9210i, ou por um startak Motorola ou ainda o lindíssimo Motorola Razr V3 ou o inovador Blackberry?

Mesmo que você seja um saudosista (eu considero o V3 o celular mais bonito que já foi feito) você não fará esta troca, mesmo que o seu seja só um obsoleto iPhone 12 ou parecido.

Você não trocaria uma travessia do Atlântico em um iate ou navio de cruzeiro por uma caravela do tempo do descobrimento! Mas vamos falar de algo mais importante: você trocaria a certeza da salvação baseada na fidelidade de Deus pela expectativa de autojustificação baseada na sua obediência e fidelidade a mandamentos? Você trocaria a salvação consumada por Cristo pela expectativa de redenção, impossível, diga-se de passagem, por meio de sangue de animais (Hb 10.4)?

Os crentes foram chamados a decidir entre o sacerdócio superior de Cristo, no santuário celestial, e o sacerdócio levítico (Hb 8.6).

Há uma diferença entre os dois altares citados aqui: Cristo entrou no santuário celestial, (Hb 9.24) enquanto os sacerdotes só entram, e com restrições, em santuários feitos por mãos humanas (At 17.24). O primeiro não era desprezível - mas era de natureza temporária e terrena (e foi feito para isso mesmo, como tabernáculo temporário): o cristão foi chamado por Jesus para uma nova aliança e participar dos benefícios do altar celestial.

A base para esta nova aliança da qual os crentes fazem parte, validada pela entrada de Cristo no santuário celestial, é o sacrifício que o próprio Cristo ofereceu a si mesmo na cruz, pagando com seu sangue o preço dos pecados de todos aqueles que o Pai lhe deu (Rm 3.25).

A oferta de Cristo no calvário apaga a dívida dos pecadores (Cl 2.14) e obtém com isto o favor divino para aqueles por quem ele intercedeu (Is 53.12).

 

 CELEBRAÇÃO TEMPORÁRIA OU EFEITOS ETERNOS

Os sacrifícios de um novilho e de um bode no dia da expiação simbolizavam a purificação do sacerdote (o novilho - Lv 16.6) e do povo (o bode - Lv 16.10). O sangue de ambos era aspergido no santuário (Lv 16.15) - mas sua carne não era consumida ali, era levada para fora do arraial simbolizando a morte que o pecador merecia, mas, ao mesmo tempo, a remoção do pecado do meio do povo (Lv 16.27).

O povo via isto e aprendia que o pecado é uma poluição - nem mesmo aqueles sacrifícios tinham pureza alguma em si mesmos.

No entanto, a morte de Cristo é diametralmente oposta. Ele não é morto no templo e seu corpo lançado fora - ele sofre fora da cidade para entrar definitivamente no santo dos santos. O primeiro, repetido ano a ano, é um símbolo - o segundo, efetuado de uma vez por todas, é a realidade eterna e imutável.

A carne dos animais era lançada no santuário e fora da cidade, e na prática ninguém participava delas, nem mesmo os sacerdotes - e tipologicamente (mas que fique claro, sem transformação de substancia como ensina a doutrina romana) a carne e o sangue de Cristo são consumidos por seus discípulos, e somente por seus discípulos, na ceia do Senhor (1Co 11.24-25).

O pecado é uma realidade que conduz para fora da cidade, para fora da comunhão com o povo de Deus. E foi por isso que Jesus foi crucificado fora da cidade - ele nos representava.

Nestes anos de experiência e estudo da Palavra de Deus aprendi que a única coisa que nos afasta da comunhão dos nossos irmãos em Cristo é o nosso próprio pecado, na melhor das hipóteses a maneira pecaminosa que respondemos às ações e pecados dos outros.

Mas a oferta de Cristo foi perfeitamente aceitável ao Senhor (At 2.22) e por meio de seu sangue fomos libertados de nossos pecados (Ap 1.5) e reconciliados com Deus (Ef 2.13) pela oferta no altar do calvário e assim, sem temor, temos acesso a Deus (Hb 10.19).

 

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