quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O QUE ENSINA, ESMERE-SE NO FAZÊ-LO

FILE2377Palavra proferida na abertura dos trabalhos da

Associação do Instituto Presbiteriano Educacional,

na II Igreja Presbiteriana em Gurupi, dia 26 de janeiro de 2012.

... se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo;

Rm 12:7

É sempre complicado falar num ambiente de longa história e onde tantos já falaram. Certamente pode parecer chover no molhado, uma vez que é provável que alguém já tenha falado sobre este verso dos escritos paulinos. Mas, ainda que seja assim, não há problema devido a duas características da Palavra de Deus: o fato de ela ser viva e eficaz e, em decorrência disso, sempre produzir o resultado para o qual ela foi designada pelo Senhor. Dentre os muitos aspectos do ministério do apóstolo Paulo, é de enorme destaque, sem sombra de dúvida, o seu papel de mestre, de ensinador de todos quantos cruzassem o seu caminho - e muitos deles resistentes à mensagem que apresentava, inclusive cristãos, como no caso da Igreja de Corinto.

Ensinar num ambiente onde, desde o lar, o principio de autoridade tem sido abandonado - entre cônjuges e entre pais e filhos. Não é de estranhar que isto reflita no relacionamento escolar. Diversas tentativas foram feitas no intuito de resolver o problema, infindas teorias e variações das mesmas tem sido testadas e aplicadas nas escolas tendo, quase sempre, colocado o professor como o centro do problema e a responsabilidade da solução. E o que é pior, quem fez a “última atualização da moda” logo estará ultrapassado pela nova “revolução educacional do milênio” - a ponto de alguns se sentirem frustrados por esta busca de um método infalível.

Assim, as palavras de Paulo servem como precioso incentivo, não sem, antes, nos trazer à memória uma significativa advertência bíblica [Tg 3.1: Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo]. Paulo parte do pressuposto de que ensinar é um talento precioso e de grande responsabilidade - quem não tem este chamado não deve assumir o encargo. Mas ainda assim Paulo tem uma palavra de exortação: aquele que ensina deve esmerar-se no fazê-lo. Interessantemente Paulo não menciona qualquer expectativa de recompensa, pelo contrário, sendo o exercício de um dom deve ser feito apenas com o objetivo de ensinar, de edificar, de produzir efeitos positivos nos educandos [que, em outra passagem, Paulo chama de catecúmenos - literalmente, aqueles que estão sendo conduzidos através do conhecimento].

O que temos diante de nós é um chamado ao exercício responsável, com esmero, de um ministério que só sabemos onde começa, sem a menor idéia de como vai terminar. Um simples professor de aldeia ensinou a Adolf Hitler - mas também houve aquele que alfabetizou Napoleão Bonaparte, Winston Churchill e Albert Einstein. É obvio que nenhum deles sabia o que resultaria dos ensinos que ministrava. Em tempo: na cultura japonesa apenas um profissional não é obrigado a curvar-se ante o imperador. São os mestres, porque, segundo a tradição, uma terra sem professores não pode ter imperadores.

Resta-nos, então, observar o melhor mestre que pode nos servir de modelo: Jesus. Diante de todos os tipos de alunos, sua atuação era, sempre, atenciosa e firme. Dava atenção ao jovem rico e à mulher samaritana; ao religioso judeu e ao simpatizante gentio; ao escrupuloso fariseu e ao desconfiado publicano. Atendia-os de maneira a satisfazer seu questionamento sem, entretanto, deixar de atender suas necessidades fundamentais. Impossível ser igual? Sim, mas, como Paulo, ainda podemos ser seus seguidores [I Co 11.1 - Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo].

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