quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

SER UMA IGREJA PARA SER UMA IGREJA ABENÇOADA

Prosseguimos nossas mensagens com base na primeira carta de Paulo aos Coríntios. Na primeira identificamos o autor e seu chamado, e ao mesmo tempo o destinatário e o fato de terem sido chamados pelo desígnio de Deus. No segundo vimos diversos dons que Deus deu à Igreja até conduzi-la à glorificação, tendo como base a fidelidade do próprio Deus.

Hoje analisaremos a continuação desta carta, apenas I Co 1.10:

Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.

Após a sua introdução lembrando a natureza da Igreja, seu chamado, a quem devia a sua existência e, também, quem fora o instrumento de Deus para que ela viesse a existir, Paulo insere no texto o propósito de sua carta. Aquela Igreja, apesar de pujante, viva, repleta de santos amados de Deus, ainda não havia chegado ao ápice de sua vida espiritual e precisava de tratamento espiritual para que pudesse progredir. Apesar de ser um apóstolo do Senhor, e, também o apóstolo aos gentios, responsável direto pela existência de numerosas comunidades de cristãos nas cidades gentílicas, Corinto inclusive, Paulo não faz uso da sua autoridade apostólica para impor suas opiniões ou vontades sobre os cristãos coríntios. Ele roga aos coríntios, em nome do Senhor Jesus Cristo, que tomem algumas atitudes para seu próprio crescimento espiritual. O desejo do apóstolo Paulo é que a Igreja:

Tenha a mesma linguagem, isto é, que falem a mesma coisa, que se comunique internamente, que busquem conhecer a mesma coisa e que expressem seu conhecimento de Deus através de ações concretas que avancem além das palavras [I Jo 3.18 - Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade.]. A primeira grande manifestação do Espírito Santo removeu as barreiras linguísticas entre os povos – todos ouviam a mensagem em sua língua materna, para que a mensagem de salvação fosse conhecida por todos os homens;

Não permita a existência de divisões, pois as mesmas tornavam ainda mais difícil o testemunho da Igreja entre gentios hostis – todos a observar atentamente cada atitude da Igreja. A Igreja em Corinto estava dividida em pelo menos 04 grupos cheios de suas razões e sem razão alguma, pois menosprezavam a unidade alcançada em Cristo [Gl 3.28 - Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus];

Caminhe em unidade, sem divisões, sem contendas, sem rixas ou disputas. Não cabia sequer à Igreja criar uma unidade, porque, qualquer que fosse a unidade que ela estabelecesse seria meramente carnal, humana, interesseira, passageira, artificial e não espiritual. Mas cabia à Igreja manter a unidade do Espírito no vínculo da paz [Ef 4.3 - ...esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;]. A Igreja do Senhor é um corpo, um só corpo [Cl 3.15 - Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos.], um mesmo edifício do qual somos partes que, cooperando uns com os outros, promovem o próprio aumento.

Tenha a mesma disposição mental, como cristãos devemos ter a mente de Cristo [I Co 2.16 - Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.] por estarem cheios da mesma palavra abençoadora [Cl 3.16 - Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração...] considerando-se e estimulando-se mutuamente ao amor e às boas obras. Não é embaixador do Senhor quem intentar contra a unidade do povo que Deus criou. A mesma disposição mental implica em conhecer, aceitar e praticar os mandamentos do único Senhor [Ef 4.4-6 - ...há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.].

Chegue às mesmas conclusões sobre a necessidade de glorificar a Deus obedecendo-o. A conclusão de Paulo é que, se a Igreja é pertencente ao mesmo Senhor, e deseja obedecer-lhe a voz, vai andar na mesma direção. Terão todos a mesma disposição mental para seus mandamentos, cooperarão uns com os outros, considerando os outros superiores a si mesmos, mas, acima de tudo, esforçando-se por preservar a unidade que o Senhor Jesus estabeleceu quando deu a sua vida no calvário em favor de pecadores. Cristo removeu a parede da separação e estabeleceu a ponte da salvação.

Desde o Éden satanás se satisfaz colocando o homem contra a mulher, irmão contra irmão, a imagem contra a imagem de Deus, lançando todos em profunda inimizade contra o próprio Deus. Cristo veio para quebrar esta maldição. Veio para fazer-nos um com o pai [Ef 2.14-18 - Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade. E, vindo, evangelizou paz a vós outros que estáveis longe e paz também aos que estavam perto; porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito.].

Se o Senhor nos enviasse uma carta hoje, que teria ele a dizer? [Pv 5.21 - Porque os caminhos do homem estão perante os olhos do SENHOR, e ele considera todas as suas veredas]. Mas lembremos – ele não vai escrever, já escreveu, e nos dá esta orientações. Cabe a nós cumpri-las à risca.

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