quarta-feira, 5 de novembro de 2014

DEUS DE VIVOS E NÃO DE MORTOS

A PROPÓSITO DO DIA DE FINADOS
Recentemente vi alguns anúncios a respeito de preparativos de algumas cidades para o dia de finados. Limpeza de algumas ruas, cuidados como limpeza das ruelas dos cemitérios, restauração de jazigos, vendas de flores, ornamentos e velas.
De certa maneira sinto que, para muitos, é como se estivessem se desculpando por não terem dito a seus familiares e amigos o quanto eles eram importantes em vida - por outro lado, o desprezo permanece porque normalmente trata-se de uma visita em um ano inteiro.
A adoração aos mortos surgiu na antiguidade - e a forma como ela é feita agora, com peregrinações a lugares “santos” (lembre-se que cemitérios são conhecidos eufemisticamente como “campo santo”) foi desenvolvida entre os gregos e romanos em seus “lares” (palavra que designava um pequeno altar, local onde o morto era cultuado, não a casa inteira), passando para cultura ocidental através da igreja absorvida pelo império romano e depois se misturando com ele até que ela o absorveu sem os expurgos necessários. Entretanto, não é de mortos que pretendo falar, e isto por um motivo muito simples: nosso Deus não é Deus de mortos, e sim de vivos (Lc 20:38).
Diferente do que temos visto nestas ocasiões “festivas”, nossa preocupação deve ser em favor dos mortos que andam próximos de nós - são mortos que andam, porque mortos em seus delitos e pecados. Mortos que não podem fazer nada, não podem sentir nada, não podem glorificar a Deus porque, embora ainda não enterrados, seu túmulo em vida lhes impede cantar louvores ao Senhor.
As Escrituras nos falam de uma multidão que não tem vida em si mesma, que não ama a vida, que não sabe sequer que exista vida além da mera existência biológica. A estes, a Escritura chama de criaturas de Deus, que andam em rebelião contra ele e que não querem ir a ele para terem vida.
Entretanto, alguns dentre esta multidão de criatura receberam o poder de serem feitos filhos de Deus, de crerem no Senhor e salvador Jesus Cristo e, assim, terem vida eterna e abundante. Sabem o que é estar vivos, terem vitória sobre a morte, saber que, mesmo que morram, viverão eternamente, possuidores de uma esperança que não se limita a esta vida, mas que entesoura nos céus para a vida eterna.
E estes, que tem vida, que receberam a nova vida em Cristo Jesus, são  por ele comissionados a saírem pelas ruas, pelas praças, pelas vielas e por todos os cantos anunciando a vida em Cristo, a vitória sobre a morte e a graça da vida eterna. Eles tem diante de si um campo vastíssimo, auditório sempre numeroso, assistência especializada do Espírito Santo e muitos cumprem o seu papel com impressionante obediência.
Ou será que impressionante não seria a desobediência? O comodismo? Como diz a letra de um cântico muito antigo: “muitos estão, por aí a sofrer, e eu aqui, sem nada fazer”... Quantos homens e mulheres, jovens e crianças, especialmente talentosos, capacitados por Deus com dádivas maravilhosas e simplesmente nada fazem, ou, na verdade, fazem pois acabam se tornando especialistas em ver o que não está sendo feito, em mostrar como não deveria ser feito, em sugerir como deve ser feito mas, mais que tudo, são especialmente capacitados na arte de nada fazer.

A antiga canção continua: “quero trabalhar, e contribuir, quero ser um vaso usado por ti, Oh! Pai, abre o meu coração”. Você quer trabalhar? Quer contribuir (e não estou falando de dinheiro, estou falando de contribuir com sua vida)? Quer ser um vaso usado por Deus para abençoar vidas? Cuidado para que sua vida não seja apenas aparente.

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