P. 100. QUE NOS ENSINA O PREFÁCIO DA ORAÇÃO DOMINICAL?
R. O prefácio da Oração Dominical, que é:
"Pai nosso que estás no Céu", ensina-nos que devemos nos aproximar de
Deus com toda a santa reverência e confiança, como filhos a um pai poderoso e
pronto para nos ajudar, e também nos ensina a orar com os outros e por eles.
Lc 11.13; Rm 8.15; I Tm 2.1-2
A
oração dominical foi ensinada para os
discípulos, a pedido deles. Jesus os trata como filhos de Deus (Rm 8.15), pela fé (Gl 3.7), e não segundo genealogias, como se gloriavam os
religiosos judeus daqueles dias (Lc 3.8)
e talvez ainda se gloriem alguns religiosos que nasceram na Igreja mas não nasceram espiritualmente, como Nicodemus (Jo 3.3).
O
SIGNIFICADO DA PATERNIDADE
Lamentavelmente
nossa geração perdeu de vista o valor da paternidade. Leis cada vez mais
permissivas, por um lado, e costumes cada vez mais desestruturadores, como pais
demasiado fracos ou ausentes, por outro, fizeram com que o conceito de
paternidade se tornasse cada vez mais irrelevante – e isto não demorou a
refletir-se na relação com o pai celeste. Ao invés de olhar para Deus como o
pai que está nos céus a figura mais comum hoje é de alguém que está sempre
disponível a dar algo – desde que seja um (pretenso) direito do pedinte. Como
meninos birrentos e mimados vemos exigências de atenção e dádivas que Deus não
tem a menor obrigação de atender (Tg 4.3).
DEUS
É PAI
A
oração inicia com o reconhecimento daquilo que Deus sempre se propôs a ser: Pai
(Mt 5.48)
e, por causa do seu pecado, o homem prefere recusar e continuar em sua
orfandade.
DEUS
É PAI DE MUITOS
Entretanto,
Deus não é pai de um, embora ele tenha um filho unigênito (I Jo 4.9), possui, também, muitos outros filhos (Rm 8.16).
Chamar Deus de nosso pai significa reconhecer a que somos tornados irmãos,
membros uns dos outros (Rm 12.5) por causa do chamado
de Deus em Cristo Jesus – não pelo nascimento (II Pe 1.10).
Somente
pelo fato de termos nascido do Espírito é que podemos chamar a Deus de pai, e,
ao chamarmos Deus de pai, temos de chama-lo de nosso pai porque somos chamados
a uma comunhão com muitos outros (Ef 4.6). A introdução diz:
"vós orareis assim", uma determinação solidária, compartilhada entre
todos os crentes de todas as épocas que aprendem a orar uns com os outros e uns
pelos outros (I Tm 2.1-2).
DEUS
É PAI CELESTE
Para
enfatizar que esta filiação não é terrena o Senhor nos diz para lembrarmos onde
está o nosso pai: nos céus. Ele está
acima de nós, seus caminhos e pensamentos são mais elevados que os nossos (Is 55.8-9), e, embora muitas vezes não
saibamos por onde seremos conduzidos, sabemos, com certeza, por quem (Mt 23.10) e para onde e por isso podemos segui-lo sem
temor (Hb
12.2).
Não
podemos esquecer que Deus é nosso Pai que está nos céus, isto é, muito mais
elevado do que nós (Is 6.1) e que, ao mesmo tempo, se importa com o abatido e contrito
de espírito (Is 57.15), resistindo com todo o seu poder
aos de coração soberbo enquanto abençoa os humildes (Tg 4.6)
e, como pai perfeito que é, tem sempre boas dádivas para dar aos seus filhos (Lc 11.13).
O
que, então, devemos, como Igreja, perseverando em oração, pedir a este nosso
pai celeste?
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