terça-feira, 28 de outubro de 2014

PERGUNTA 100: ORAÇÃO NO BREVE CATECISMO

P. 100. QUE NOS ENSINA O PREFÁCIO DA ORAÇÃO DOMINICAL?

R. O prefácio da Oração Dominical, que é: "Pai nosso que estás no Céu", ensina-nos que devemos nos aproximar de Deus com toda a santa reverência e confiança, como filhos a um pai poderoso e pronto para nos ajudar, e também nos ensina a orar com os outros e por eles.
Lc 11.13; Rm 8.15; I Tm 2.1-2
A oração dominical foi ensinada para os discípulos, a pedido deles. Jesus os trata como filhos de Deus (Rm 8.15), pela fé (Gl 3.7), e não segundo genealogias, como se gloriavam os religiosos judeus daqueles dias (Lc 3.8) e talvez ainda se gloriem alguns religiosos que nasceram na Igreja mas não nasceram espiritualmente, como Nicodemus (Jo 3.3).

O SIGNIFICADO DA PATERNIDADE

Lamentavelmente nossa geração perdeu de vista o valor da paternidade. Leis cada vez mais permissivas, por um lado, e costumes cada vez mais desestruturadores, como pais demasiado fracos ou ausentes, por outro, fizeram com que o conceito de paternidade se tornasse cada vez mais irrelevante – e isto não demorou a refletir-se na relação com o pai celeste. Ao invés de olhar para Deus como o pai que está nos céus a figura mais comum hoje é de alguém que está sempre disponível a dar algo – desde que seja um (pretenso) direito do pedinte. Como meninos birrentos e mimados vemos exigências de atenção e dádivas que Deus não tem a menor obrigação de atender (Tg 4.3).

DEUS É PAI

A oração inicia com o reconhecimento daquilo que Deus sempre se propôs a ser: Pai (Mt 5.48) e, por causa do seu pecado, o homem prefere recusar e continuar em sua orfandade.

DEUS É PAI DE MUITOS

Entretanto, Deus não é pai de um, embora ele tenha um filho unigênito (I Jo 4.9), possui, também, muitos outros filhos (Rm 8.16). Chamar Deus de nosso pai significa reconhecer a que somos tornados irmãos, membros uns dos outros (Rm 12.5) por causa do chamado de Deus em Cristo Jesus – não pelo nascimento (II Pe 1.10).
Somente pelo fato de termos nascido do Espírito é que podemos chamar a Deus de pai, e, ao chamarmos Deus de pai, temos de chama-lo de nosso pai porque somos chamados a uma comunhão com muitos outros (Ef 4.6). A introdução diz: "vós orareis assim", uma determinação solidária, compartilhada entre todos os crentes de todas as épocas que aprendem a orar uns com os outros e uns pelos outros (I Tm 2.1-2).

DEUS É PAI CELESTE

Para enfatizar que esta filiação não é terrena o Senhor nos diz para lembrarmos onde está o nosso pai: nos céus. Ele está acima de nós, seus caminhos e pensamentos são mais elevados que os nossos (Is 55.8-9), e, embora muitas vezes não saibamos por onde seremos conduzidos, sabemos, com certeza, por quem (Mt 23.10) e para onde e por isso podemos segui-lo sem temor (Hb 12.2).
Não podemos esquecer que Deus é nosso Pai que está nos céus, isto é, muito mais elevado do que nós (Is 6.1) e que, ao mesmo tempo, se importa com o abatido e contrito de espírito (Is 57.15), resistindo com todo o seu poder aos de coração soberbo enquanto abençoa os humildes (Tg 4.6) e, como pai perfeito que é, tem sempre boas dádivas para dar aos seus filhos (Lc 11.13).

O que, então, devemos, como Igreja, perseverando em oração, pedir a este nosso pai celeste?

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