INTRODUÇÃO
Um pequeno documento dentre os
documentos produzidos para instrução da Igreja pela Assembleia de Westminster
(ao lado da Confissão de Fé e do Catecismo Maior), dedicado à instrução de
infantes, dedica-se mais ao assunto que a própria Confissão.
Os delegados da assembléia
produziram um documento simplificado, e uma das explicações possíveis para esta
ênfase na oração no Breve Catecismo seja justamente pelo fato de ser um
instrumento catequético, de ensino, e não de definição de fé, como foi a CFW.
Parte-se da pressuposição de
que teólogos já sabem orar, e eles, em Westminster, efetivamente faziam longas
orações, diferentes, entretanto, daquelas censurada por Jesus (Mt 23:14). Por outro
lado infantes ainda precisam ser ensinados.
Aliás, ensinar a orar era uma
prática dos líderes religiosos como João Batista e o próprio Jesus atendeu ao
pedido dos seus discípulos (Lc 11:1).
Recentemente li um artigo a
respeito do assunto que, tentando ensinar o que é oração, dizia exatamente o
oposto do que a oração é do ponto de vista de Deus e de um adorador verdadeiro.
Segundo o autor a oração era algo que o homem tem que fazer, uma estrada que o
homem abre, para que Deus possa realizar seu propósito. Nada mais estulto do
que afirmar que para realizar seu propósito Deus " precisa que o homem
esteja disposto a orar, para que se estabeleça Sua vontade aqui na Terra",
afirmando que a função da oração é "preparar um caminho para que Deus
realize Sua vontade, assim como uma locomotiva necessita dos trilhos para
andar, Deus necessita da oração do homem para levar adiante Sua vontade, sendo
assim o homem deve fazer com que sua vontade seja unida com a vontade de Deus
para que se estabeleçam seus desígnios".
É um grave erro descuidar da
verdade de que a oração que é atendida é aquela que se submete à vontade
soberana de Deus, e, nunca, que entende que a vontade de Deus se submete à
disponibilidade humana (I Jo 5:14-15).
Orar é estabelecer um diálogo
com Deus, no qual nossas palavras devem se moldar à vontade revelada de Deus,
sendo orientados pelo seu Espírito como um córrego que se junta a um grande
rio. Direcionados por Deus saberemos qual à sua vontade, tanto através de sua
ação ao nosso Espírito (Sl 27.7-8) quanto através das suas ações poderosas na história (Dt 3:24).
Através
da oração o crente entrega seu clamor na presença de Deus e Deus, em sua graça,
responde (Jr 33:3). Desta
maneira, a oração não pode ser um amontoado de repetição (Mt 6:7), um monólogo, mas um diálogo em que quem fala também
ouve (Sl 27.7-8). Quando não
sabemos o que dizer ou não entendemos a resposta de Deus o Espírito faz a
necessária intermediação (Rm 8:26) e nos afirma que Deus também nos ouve (Rm 8:16) como pai amoroso que é (Mt 7.11).
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