quarta-feira, 8 de outubro de 2014

SÉRIE: A ORAÇÃO NO BREVE CATECISMO - INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO
Um pequeno documento dentre os documentos produzidos para instrução da Igreja pela Assembleia de Westminster (ao lado da Confissão de Fé e do Catecismo Maior), dedicado à instrução de infantes, dedica-se mais ao assunto que a própria Confissão.
Os delegados da assembléia produziram um documento simplificado, e uma das explicações possíveis para esta ênfase na oração no Breve Catecismo seja justamente pelo fato de ser um instrumento catequético, de ensino, e não de definição de fé, como foi a CFW.
Parte-se da pressuposição de que teólogos já sabem orar, e eles, em Westminster, efetivamente faziam longas orações, diferentes, entretanto, daquelas censurada por Jesus (Mt 23:14). Por outro lado infantes ainda precisam ser ensinados.
Aliás, ensinar a orar era uma prática dos líderes religiosos como João Batista e o próprio Jesus atendeu ao pedido dos seus discípulos (Lc 11:1).
Recentemente li um artigo a respeito do assunto que, tentando ensinar o que é oração, dizia exatamente o oposto do que a oração é do ponto de vista de Deus e de um adorador verdadeiro. Segundo o autor a oração era algo que o homem tem que fazer, uma estrada que o homem abre, para que Deus possa realizar seu propósito. Nada mais estulto do que afirmar que para realizar seu propósito Deus " precisa que o homem esteja disposto a orar, para que se estabeleça Sua vontade aqui na Terra", afirmando que a função da oração é "preparar um caminho para que Deus realize Sua vontade, assim como uma locomotiva necessita dos trilhos para andar, Deus necessita da oração do homem para levar adiante Sua vontade, sendo assim o homem deve fazer com que sua vontade seja unida com a vontade de Deus para que se estabeleçam seus desígnios".
É um grave erro descuidar da verdade de que a oração que é atendida é aquela que se submete à vontade soberana de Deus, e, nunca, que entende que a vontade de Deus se submete à disponibilidade humana (I Jo 5:14-15).
Orar é estabelecer um diálogo com Deus, no qual nossas palavras devem se moldar à vontade revelada de Deus, sendo orientados pelo seu Espírito como um córrego que se junta a um grande rio. Direcionados por Deus saberemos qual à sua vontade, tanto através de sua ação ao nosso Espírito (Sl 27.7-8) quanto através das suas ações poderosas na história (Dt 3:24).
Através da oração o crente entrega seu clamor na presença de Deus e Deus, em sua graça, responde (Jr 33:3). Desta maneira, a oração não pode ser um amontoado de repetição (Mt 6:7), um monólogo, mas um diálogo em que quem fala também ouve (Sl 27.7-8). Quando não sabemos o que dizer ou não entendemos a resposta de Deus o Espírito faz a necessária intermediação (Rm 8:26) e nos afirma que Deus também nos ouve (Rm 8:16) como pai amoroso que é (Mt 7.11). 

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