P. 98. O QUE É
ORAÇÃO?
R. A Oração é um santo oferecimento dos nossos desejos a Deus, por
coisas conformes com a sua vontade, em nome de Cristo, com a confissão dos
nossos pecados, e um agradecido reconhecimento das suas misericórdias.
Sl 10.17; 145.19; I Jo 5.14; 1.9; Jo
16.23-24; Fp 4.6.
A
oração é definida como uma ação santa feita por santos – o que exige alguma
forma de separação do mundo para Deus (Mt 6:6 - Tu, porém, quando orares, entra no teu
quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai,
que vê em secreto, te recompensará). Esta separação deve ser constante, independente
da disponibilidade de um tempo especial (I Ts 5:17 - Orai sem cessar). Se ela vem do coração,
então, é um momento em que o coração do cristão deve estar totalmente voltado
para Deus, buscando o seu reino como prioridade (Mt 6:33 - …buscai, pois, em primeiro lugar, o seu
reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas) e tendo as demais coisas
como secundárias e, às vezes, até como empecilhos (Tg 4:3 - …pedis e não recebeis, porque pedis mal,
para esbanjardes em vossos prazeres).
A
oração também é ensinada como uma entrega de si mesmo, colocando os próprios
desejos diante do Senhor (Fp
4:6 - Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas,
diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de
graças) já
com ações de graças, isto é, reconhecendo a sabedoria de Deus em atendê-los ou
não.
Segundo
o BCW[1],
a oração pode ser vista em três facetas: súplicas, confissão e gratidão.
SÚPLICAS
Suplicar
é pedir, seja em favor de si mesmo ou de outrem, de instituições ou eventos. É
colocar-se diante de Deus para expressar os desejos do coração – desejos estes
que devem ser santos, justos, lícitos. Súplica pressupõe humildade (II Cr 32:26 - Ezequias, porém,
se humilhou por se ter exaltado o seu coração, ele e os habitantes de
Jerusalém; e a ira do SENHOR não veio contra eles nos dias de Ezequias; II Cr 33:12 - Ele, angustiado,
suplicou deveras ao SENHOR, seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de
seus pais) e
reconhecimento de sua própria incapacidade para alcançar aquilo que se almeja (Mt 14:30 - Reparando, porém,
na força do vento, teve medo; e, começando a submergir, gritou: Salva-me,
Senhor!).
CONFISSÃO
Confessar
é falar a mesma coisa que Deus, que conhece a cada uma de suas criaturas (Jo 2:25 - E não precisava de
que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o
que era a natureza humana) mesmo que estas tentem esconder-se (Sl 139:11-12 - Se eu digo: as trevas, com efeito,
me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, até as próprias trevas
não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa). E Deus nos diz que somos
pecadores (Sl
14:3 - Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o
bem, não há nem um sequer). Negar isso é atrever-se a dizer que Deus está errado como fez Saul (I Sm 15:20 - Então, disse Saul
a Samuel: Pelo contrário, dei ouvidos à voz do SENHOR e segui o caminho pelo
qual o SENHOR me enviou; e trouxe a Agague, rei de Amaleque, e os amalequitas,
os destruí totalmente)
É
através da oração que nós colocamos nossas ansiedades nas mãos de Deus, expressamos
nossa fé de que ele é Deus perdoador (Sl 99:8 - Tu lhes respondeste, ó SENHOR, nosso
Deus; foste para eles Deus perdoador, ainda que tomando vingança dos seus
feitos) que
paga o preço dos nossos pecados (I
Co 6:20 - Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no
vosso corpo)
e declara que eles foram totalmente pagos (Jo 19:30 - Quando, pois, Jesus tomou o vinagre,
disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito), cancelando o escrito da
dívida que era contra nós (Cl
2:14 - …tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava
de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente,
encravando-o na cruz).
Confessar
é entregar a si mesmo, afirmando estar em guerra contra Deus (Cl 1:21 - E a vós outros
também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas
obras malignas),
sem Deus no mundo (Ef
2:12 - naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e
estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo) e, ao afirmar estar desejoso
de mudar este status (I
Jo 1:9 - Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar
os pecados e nos purificar de toda injustiça) e estar em paz com Deus (Rm 5:1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz
com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo).
Confessar
é, antes de mais nada, acusar-se a si mesmo (At 19:18 - Muitos dos que creram vieram
confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras) ao mesmo tempo que busca o
perdão.
GRATIDÃO
A
gratidão é a mais humilde das virtudes, porque reconhece ter sido incapaz de
conseguir satisfazer seu desejo sozinho. A oração de gratidão expressa o
reconhecimento de ter recebido uma boa dádiva (Tg 1:17 - Toda boa dádiva e todo dom perfeito são
lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou
sombra de mudança) que não poderia vir de nenhum outro lugar, nem ser alcançada por
nenhum outro modo (Dt
8:17 - Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me
adquiriram estas riquezas). Não há nada pior do que a demonstração de ingratidão, recebendo algo
e atribuindo a si mesmo a conquista.
O
profeta Isaías ensina como adorar a Deus em face de suas inúmeras bênçãos – a
gratidão expressa em nominar o autor da benção, torna-la conhecida (e ao seu
autor) e finalmente exaltar o doador (Is 12:4 - Direis naquele dia: Dai graças ao
SENHOR, invocai o seu nome, tornai manifestos os seus feitos entre os povos,
relembrai que é excelso o seu nome).
A
determinação bíblica é dar graças a Deus por seus poderosos feitos (Sl 150:2 - Louvai-o pelos seus
poderosos feitos; louvai-o consoante a sua muita grandeza), mesmo que não os entenda
nem entenda o propósito de Deus (I
Ts 5:18 - Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus
para convosco),
mas com a firme convicção de que até mesmo a nossa existência é uma prova da
misericórdia de Deus (Lm
3:22 - As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque
as suas misericórdias não têm fim).
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