sábado, 25 de outubro de 2014

CRISTIANISMO DE FIM DE SEMANA II: APENAS NA IGREJA

Nossa primeira (e triste constatação) é a existência do cristianismo que se manifesta nos fins de semana. Lamentavelmente esta chaga é mais comum do que gostaríamos, fruto de uma visão antiga que foi preservada dentro de um cristianismo não tão bíblico assim que advoga a existência de dois tipos de vida: a natural e a espiritual, a sagrada e a profana.
Outra chaga é o cristianismo que se manifesta apenas dentro dos muros santos da Igreja, na segurança de um ambiente conhecido e controlado, na presença de outras pessoas que também professam a mesma fé. Muitos sabem tudo de teologia, opinam sobre liturgia e até mesmo sugerem alterações na prédica, na oratória, na mensagem.
Fora da Igreja são verdadeiros agentes secretos - ninguém sabe que são crentes, não falam como crentes, não se vestem como crentes, não compartilham da sua fé. São eloquentes para muitos assuntos, de política a futebol, são capazes de descrever emocionadamente a chegada de uma corrida de caramujos - mas não consideram ser possível apresentar quatro frases sequenciais descrevendo a obra redentora de Cristo.
Na Igreja canta-se que é “uma família, vivendo a verdade, sem qualquer falsidade” mas durante a semana não há contato, e, pior, sequer sabe das lutas e necessidades dos irmãos. Ao saber de um problema promete efusivamente que vai “interceder junto ao trono de  graça” e, se tem oportunidade, faz uma oração que quase impressiona o Espírito Santo - mas nem mais uma palavra durante toda a semana.
Na Igreja temos muitos apelos emocionados em prol da obra missionária, descrevendo com detalhes as lutas dos vários obreiros espalhados pelo mundo, mas não há a menor disposição, fora da Igreja, para anunciar a mensagem de salvação em Jesus Cristo nem mesmo para o vizinho de cadeira na hora do almoço ou durante 30h em uma viagem de ônibus.
Não é bom que seja assim. A Igreja precisa entender que o Senhor não chamou ninguém para ser cristão apenas durante os fins de semana, ou apenas nos cultos. A comunhão dos santos é para ser vivida todos os dias, o testemunho é para ser eloquente em todos os lugares, tanto nos muito conhecidos, como a Igreja, como nos mais inóspitos, como o local de trabalho. Não esconda sua bíblia - uma hora alguém vai lhe dar a oportunidade de testemunhar de Jesus, nem que seja por causa de uma atitude inoportuna de algum adversário.
Sei que nada disso é novidade - a Igreja sabe o que deve fazer. Não fazer é pecado. Ser cristão apenas de fim de semana é um pecado que deve ser evitado. Ser cristão apenas na Igreja é, também, um pecado porque deixa de atingir a Judéia, a Samaria e até mesmo o Marajoara, os confins da terra.
Como mudar isso? Por mais difícil que isto possa parecer, é possível, para você, mudar um mundo inteiro: o mundo que está mais próximo de você - você mesmo. Se você mudar o seu proceder, terá mudado, de imediato, o mundo que mais lhe importa: o seu. E então estará apto a influenciar, ou ao menos a testemunhar o poder do Espírito para influenciar a vida das pessoas. Está pronto?

Está disposto a mudar a sua história e a da sua Igreja?

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