P. 99. QUAL É A REGRA QUE DEUS NOS DEU PARA
NOS DIRIGIR EM ORAÇÃO?
R. Toda palavra de Deus é útil para nos
dirigir em oração, mas a regra especial de direção é aquela forma de oração que
Cristo ensinou aos seus discípulos, e que geralmente se chama a Oração Dominical.
Rm 8.26; Sl 119.170; Mt 6.9-13.
Assim
como os discípulos de Jesus, também os crentes do séc. XXI devem se perguntar:
como orar de maneira eficiente, sendo que eficiência, neste caso, não significa
conseguir o que se deseja mas
conseguir atingir um alvo muito mais
elevado, isto é, entrar em efetiva comunhão com Deus (Jo 11.42)
sujeitando a nossa vontade à vontade soberana do Senhor (Mt 26.39), até porque
não há como mudar o imutável (Tg 1.17).
A MELHOR MANEIRA DE ORAR
Muitos
modelos de oração são propostos, variando desde a posição (de pé, de joelhos,
assentado, deitado), passando por lugares (peregrinações, montes) até mesmo o
uso de palavras em quantidade e entonação específicas (rezas). Há quem defenda
que a oração deve suprimir qualquer sombra de dúvida (Mt 21.22) retirando
expressões condicionais. Outros ensinam que deve ser declaratória, explicativa
e até mesmo impositiva pelo fato de o cristão ter sido adotado pelo rei do
universo, considerando-se, assim, príncipes (Jo 14.30) com plenos direitos
sobre todas as coisas (Rm 8.32).
Não
há métodos infalíveis de oração – há maneiras submissas e bíblicas de orar. Entretanto,
a Palavra de Deus nos fornece um modelo – não uma fórmula a ser repetida como
acreditavam os antigos pagãos greco-romanos e seus herdeiros (Mt 6.7).
A DIREÇÃO PARA A ORAÇÃO
A
primeira declaração do BC é que toda
palavra de Deus é útil para nos dirigir em oração, isto significa que,
partindo dos princípios reformados de sola scriptura, tota scriptura, um
único texto das Escrituras não deve servir de norma para a oração se não
estiver de acordo com todo o restante da Escritura, e, mais ainda, todo o
restante da Escritura deve subsidiar este mesmo texto, especialmente se ele for
normativo, se ele contiver uma cláusula prescritiva clara para uma situação que
envolva toda a Igreja, de todas as épocas.
Um
exemplo de prescrição de acordo com o todo é a oração que o Senhor ensinou aos
seus discípulos quando estes perceberam que, como outros, não sabiam orar (Lc
11.1). Aliás, mesmo uma pessoa religiosamente experimentada como Paulo afirma
que temos muito o que aprender nesta área (Rm 8.26).
Esta
fala de Jesus foi registrada ipsis literis, isto é, exatamente
como foi proferida porque foi extremamente marcante para seus discípulos, que
queriam realmente orar de maneira que o Senhor os ouvisse. Ela serve-nos como
roteiro para entendermos o que uma oração deve conter.
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