GRATIDÃO E ALEGRIA EM UMA VIDA DE ORAÇÃO
16 Regozijai-vos sempre.
17 Orai sem cessar.
18 Em tudo, dai graças, porque
esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
19 Não apagueis o Espírito.
20 Não desprezeis as profecias; 21
julgai todas as coisas, retende o que é bom; 22 abstende-vos de toda forma de
mal.
1Ts 5.16-22
A
bíblia nos fala que antes do evangelho éramos sem Deus no mundo (Ef 2:12),
alheios às bênçãos que Deus prometeu aos seus e alijados da família da fé.
Existem
situações ruins a vida, mas talvez uma das mais difíceis seja a sensação de
“não pertencimento”, de não fazer parte de alguma coisa - é possível estar no
meio de 1 milhão de pessoas e ainda se sentir solitário. É possível entrar e
sair pelas portas de algum lugar, até mesmo falando com as pessoas e ter a
sensação de ser absolutamente invisível e deslocado.
Mas
ser sem família é provavelmente uma das mais cruéis. Por alguns anos vivi a
experiência de morar sozinho, em uma cidade estranha cheia de gente estranha.
Até alguns que deveriam ser a minha família só faziam por aumentar esta
sensação. E uma família, que não era minha família, totalmente estranhos, sem
nenhum laço de sangue me adotou, e hoje ainda sou o “filho mais velho” e o
“irmão mais novo”.
Também
já tive a oportunidade de ficar sozinho em casa com toda a família viajando e,
creia-me, não foram situações agradáveis, a casa tornou-se 10 vezes maior, o
silêncio muito mais ensurdecedor, e o relógio extremamente preguiçoso,
especialmente no fim da tarde e começo da noite. Por mais difícil que seja a
situação que você enfrenta, se você tem o apoio de sua família então fica mais
suportável, como cantamos no hino 395.
É
verdade que a vida em família também tem suas lutas, suas dificuldades, seus
desajustes. Precisamos reaprender a lidar com conceitos como autoridade,
comunhão, respeito, perdão. Precisamos aprender a lidar com rebeldes, com gente
desanimada e gente fraca, doente e que nunca cresce. E precisamos aprender a,
em meio às dificuldades naturais e corriqueiras, aprender a fazer sempre o bem,
a evitar retribuir o mal com o mal, a amar verdadeiramente não apenas àqueles a
quem amamos (Mt 5:46), mas a todos, sem distinção, sejam nossos
preferidos ou não.
Lamentavelmente
somos inclinados à ingratidão, a desprezarmos as coisas boas que o Senhor nosso
Deus nos deu fazendo o contrário do que ele quer (Lc 6:35). Desprezamos
a comunhão, dos santos, deixando de congregar, preferindo o pecado à bênção (Hb
10:25). Desprezamos o privilégio de contribuir (II Co 8:4) e
acabamos escolhendo o pecado de roubar a Deus (Ml 3:8). Desprezamos o
privilégio de compartilhar o amor redentor de Cristo preferindo o pecado da
negação silenciosa ou blasfemadora como fez Pedro.
A
família da fé, a Igreja, é uma bênção de Deus. A família da fé é uma benção de
Deus para cada um de nós e, ao consideramos as bênçãos de Deus, temos muitos e
preciosos motivos para viver em alegre regozijo em ações de graças através da
oração.
GRATIDÃO
E ALEGRIA EM UMA VIDA DE ORAÇÃO
Se
você ler este texto sem uma análise mais cuidadosa poderia pensar duas coisas:
ou Paulo não tinha noção da realidade, não era casado, não tinha vizinhos ou
parentes, e não tinha que trabalhar (e você só vai pensar assim se não conhecer
nada sobre o apóstolo - II Ts 3:8), não tinha nenhuma das ocupações e
preocupações cotidianos que os mortais comuns tem ou que, então, ele estava
pensando em propor uma forma de monasticismo como era possível encontrar entre
alguns grupos apocalípticos de seus dias, grupos extremados como os essênios (e
isso só lhe passaria pela cabeça se realmente não conhecesse realmente nada,
absolutamente nada, sobre Paulo - Cl 2:20-23).
O
que o Espírito quer que aprendamos é que existe uma maneira correta de viver à
partir do reconhecimento das inúmeras bênçãos de Deus em nossas vidas. E este
reconhecimento passa pela expressão verbal, de gratidão a Deus, através da
oração, audível ou não - e esta expressão de gratidão pode ser constante em toda
e qualquer circunstância.
O
CRISTÃO TEM MOTIVOS PARA ESTAR CONSTANTEMENTE ALEGRE
16 Regozijai-vos sempre. 17 Orai sem cessar. 18 Em tudo, dai graças,
porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
1Ts 5.16-17
Certa
vez um pastor procurou um jovem recém convertido e, ao mesmo tempo, recém-chegado
à sua Igreja e em uma cidade estranha e lhe perguntou se ele era crente. Diante
da resposta positiva ele insistiu perguntando sobre a sua certeza de salvação
com nova resposta positiva e então o pastor concluiu com uma terceira pergunta:
a certeza de vida eterna não lhe traz alegria - e pela terceira vez a resposta
foi positiva, e então o pastor lhe disse que ele precisava aprender a expressar
esta alegria, tanto no rosto quanto nas ações, para demonstrar de maneira mais
visível esta sua alegria da salvação que ele carregava no coração.
Mesmo
em meio às suas lutas, que eram muitas, Paulo diz aos tessalonicenses para eles
se regozijarem em todo o tempo. Pode parecer esquisito esperar que alguém
esteja sempre alegre com o sentido comum de sorridente, e não é isto exatamente
o que Paulo quer dizer. O que ele está dizendo é ainda mais do que isso.
Regozijar (xairo) é o mesmo que estar contente, é estar extremamente
contente, extremamente alegre, considerar-se bem-sucedido.
Agora
imagine o apóstolo Paulo morando em um palacete. Imagine que ele tem dezenas de
seguranças 24h por dia cuidando dele. Imagine que ele sequer precise trabalhar
para ter o que comer. Imagine que sua única ocupação é orar e escrever até o
fim dos seus dias. E esta foi uma boa descrição da vida do apóstolo Paulo.
Agora, imagine isto da perspectiva correta, veja isto mais de perto. Imagine o
apóstolo Paulo preso e prestes a se executado escrevendo aos filipenses e
dizendo-se um homem bem-sucedido e pedindo-lhes que completem a sua alegria (Fp
2:2)? É exatamente isto o que ele faz.
Agora
imagine um apóstolo moderno, morando em mansões e viajando de jatinhos
dizendo-se um homem jubiloso e bem-sucedido mas ainda pedindo doações de
milhões em programa de televisão para trocar de jatinho e comprar fazendas e
mais fazendas, mansões e mais mansões (I Tm 6:9)? Qual dos dois tem mais
razão? Quem tem mais motivos para considerar-se bem-aventurado, bem-sucedido,
feliz? Ambos, se você considerar as razões do coração de cada um.
Mas...
Qual dos dois terá maiores motivos para rejubilar-se diante de Deus dizendo que
completou acarreia, e guardou a fé, após combater o bom combate (II Tm 4:7)?
Qual dos dois poderá dizer que aprendeu a viver contente em toda e qualquer
situação, seja de fartura ou de escassez, de honra ou de perseguição (Fp
4:11)? Somente um, somente o verdadeiro apóstolo, somente aquele cujos
tesouros são celestes e não materiais (Lc 12:34).
Imagine
aí Valdomiro Santiago sem seus bois, ou Edir Macedo sem seu jatinho? Ou Silas
Malafaia sem seus DVDs? Ou Cláudio Duarte sem risadas e palmas? Imagina-os
considerando-se bem-sucedidos?
O
júbilo do cristão é verdadeira bem aventurança porque independe das
circunstâncias. Enquanto todos podem enxergar apenas o fim de uma carreira o
cristão olha firmemente para o autor e consumador da fé (Hb 12:2), olha
para o seu Senhor e espera nele.
Não
havendo nenhuma razão, mesmo quando tudo parece perdido e infrutífero (Hc
3:17-18) o cristão ainda espera porque confia em seu Senhor, olha para
aquele que prometeu, e é verdadeiro em suas promessas, e é poderoso pra cumprir
suas promessas.
O
cristão, você, cristão, tem todos os motivos necessários para não ser
pessimista, para não se murmurador, mas só o cristão que é amado e conhece o
amor de Deus consegue perceber que por maiores que sejam as suas lutas e
dissabores com Cristo a outra opção é ainda pior - lutas e dissabores sem
Cristo, e, por fim, a morte, o inferno.
Você
tem razões para considerar-se o mais bem sucedido de todos os homens: você foi
amado de Deus, salvo por meio de Jesus Cristo e é sustentado pelo Espírito
Santo de Deus na família da fé. Você já achou a razão para se sentir parte,
você já pertence a uma família, a um povo, ao povo de Deus.
EM
TODO O TEMPO O CRISTÃO TEM MOTIVOS PARA ORAR
16 Regozijai-vos sempre. 17 Orai sem cessar. 18 Em tudo, dai graças, porque
esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
1Ts 5.16-17
Já
sabemos que tudo o que temos é uma dádiva de Deus. Nosso méritos, isto é, o que
fazemos que merece alguma forma de retribuição , só nos conduziriam à eterna
condenação (Rm 6:23). Somos essencialmente pecadores, somos, por
natureza, filhos da ira (Ef 2:3), se houvéssemos sido deixados à nossa
própria sorte, às inclinações da nossa carne só deveríamos esperar condenação e
morte eternas.
Mas
Deus nos deu outra coisa: ele nos deu vida (Ef 2:5), nos faz assentar
nos lugares celestiais com Cristo Jesus, nos faz novas criaturas (II Co 5:17)
e nos capacita a viver e ver em tudo expressões de sua graça e misericórdia, de
seu amor e cuidado acima de qualquer ritual ou méritos (Gl 6:15).
Geralmente
pensamos e interpretamos a Palavra do Senhor que nos diz para tudo fazermos
para glória de Deus como um imperativo, mas você também pode, sem desprezar o imperativo,
vivenciar este texto em sua vida com um olhar de gratidão. Quer comais pode ser
vivido em oração, dizendo ao Senhor de coração grato “obrigado por ter o que
comer, obrigado pela qualidade, pela quantidade, pela companhia”. Quer bebais
também pode ser feito agradecendo enquanto muitos passam sede, tomam água de
péssima qualidade, contaminada; que tal agradecer pela água gelada, pelo suco,
pelo café, pelo leite, etc..
Mas
Paulo ainda diz “quer façais outra coisa qualquer” que pode ser vivido agradecendo
por sua vida em família (que deve ser tão imperfeita quanto a minha ou quanto
qualquer outra); por seu trabalho (e não há trabalho que não seja estressante
por causa da maldição lançada sobre Adão (Gn 3:19) - ou você preferiria
estar sendo contado entre os 14 milhões de desempregados?)... Ou você preferia
não ter família? Não ter trabalho? Do que você tanto reclama mesmo ao invés de
dar graças? Preferia não ter família? Não ter trabalho? Não ter estudos - e
aquelas enfadonhas aulas, trabalhos massacrantes e provas extenuantes?
Preferiria não ter igreja - talvez em lugar dela que tal um simples clube ou
algum antro onde drogas e bebidas sejam consumidas indiscriminadamente numa
orgia de escarnecedores? Preferia estar com eles a não ter nem a comunhão dos
santos? Preferia seu destino e não ter a seu dispor como presente de Deus a
dádiva da salvação?
O
que aconteceria se Deus te dissesse que só manteria em sua vida aquilo que você
valorizasse e orasse agradecendo a Deus no dia anterior? Será que assim você
finalmente aprenderia a orar sem cessar por coisas simples da vida e que você
tem desprezado e murmurado? Não agradeceu por seu emprego? Desempregado!
Reclamou do seu carro? Vai a pé! Seus filhos dão trabalho? Partiram! Seus pais
são “quadrados”? Sozinho! Seus amigos não são legais? Solitário! Sua escola é
chata? Analfabeto! Sua Igreja é... é... é... Ah, sei lá, mas algo que você
critica? Proibida de cultuar!
Será
que pararia de maldizer a vida? Cessaria a murmuração por causa de eventuais
dificuldades familiares? Pararia de reclamar do seu cônjuge, de seus pais ou de
seus filhos? Pararia de reclamar de seu trabalho por meio do qual Ele lhe dá o
seu pão de cada dia? Pararia de reclamar de sua escola se fosse proibido de
frequentar uma escola qualquer? Pararia de reclamar de sua Igreja se ela lhe
fosse tirada como Paulo foi tirado dos Efésios e dos Tessalonicenses? E se Deus
lhe dissesse que tiraria de você, de uma vez por todas, toda e qualquer coisa
contra a qual você murmurasse e reclamasse ao invés de interceder e glorificar
ao Senhor (Jd 1:16)?
É
sobre mudar a disposição de seu coração e dar graças a Deus que Paulo está
falando (Is 29:24). É sobre isto o que Paulo está falando com eles, é
sobre isso que o Senhor está nos falando. É isto o que significa vida de oração
incessante: em tudo ver a manifestação da realização da vontade Deus em nossas
vidas, tanto na dádiva das tribulações que prova a fé e produz perseverança e
salvação quanto na dádiva das bênçãos da vida eterna.
Percebe
agora como é possível orar em todo o tempo? Percebeu que é possível falar com
Deus em todo o tempo mesmo em meio às provações da fé e das rotinas do
dia-a-dia?
EM
TODO O TEMPO O CRISTÃO DEVE DAR GRAÇAS
16 Regozijai-vos sempre. 17 Orai sem cessar. 18 Em tudo, dai graças,
porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.
1Ts 5.16-17
A
terceira atitude que deve ser constante na vida de um cristão é a de dar ações
de graças. E não estamos falando de um culto de ações de graças por um emprego
conseguido, um negócio fechado, um filho que chega, uma cura obtida, uma
aprovação em exame ou qualquer outro benefício. Espere! Eu não estou dizendo
que não deve expressar gratidão! Você deve!
Mas
o que Paulo está dizendo é para dar graças em tudo. Os tessalonicenses perderam
o seu pastor (I Ts 2:17), e deveriam dar graças a Deus porque esta era a
vontade insondável, mas boa, perfeita e agradável de Deus para a vida deles.
Jasom
e outros foram presos? Deviam dar graças porque foram considerados dignos não
apenas de crer, mas de padecerem por causa do amor a Cristo (I Pe 4:12-14).
E você, foi reprovado em um exame apesar de ter se preparado exaustivamente? Dê
graças. E se não estudou? Dê graças igualmente porque o Senhor como pai que
ama, te disciplinou e te deu mais uma oportunidade para se preparar melhor para
o próximo exame.
O
ensino das Escrituras é um só: dar graças em tudo, em tudo ver a manifestação
da soberania de Deus, corrigindo, edificando, suprindo, abençoando por um
motivo muito simples: o cristão vê em tudo a vontade bondosa de Deus sendo
feita em sua vida porque sabe que todas as coisas cooperam para o bem daqueles
que amam a Deus e são chamados segundo o seu propósito (Rm 8:28) - e Ele
sabe que foi chamado segundo o propósito eterno de Deus que é sempre benigno
para suas criaturas.
CONCLUSÃO
Qualquer
pessoa pode se perguntar: porque isto está acontecendo na minha vida? O que eu
fiz para merecer isso? Ou pode afirmar: “Eu fiz por merecer, batalhei, lutei,
me esforcei, venci. Aquele que crê em Jesus e compreende as Escrituras tem a
resposta para estas situações. Ele entende que a causa é Deus, e seu amor, e
seu propósito soberano. Mas o crente continua, e se pergunta: para que? E a
resposta é: para o seu bem, para a sua edificação, para seu crescimento
espiritual e, finalmente, para glória de Deus.
Se
você compreende estas coisas, se você entende como os tessalonicenses
entenderam que a estadia de Paulo em seu meio foi para lhes anunciar a salvação
em Cristo Jesus, e receberam isto como Palavra de Deus, e entenderam que era o
propósito de Deus tirá-lo deles para o seu próprio progresso na fé, e que Deus
lhes deu autoridades para governa-las e irmãos para se exortarem mutuamente, se
consolarem e ampararem mutuamente, então eles finalmente entenderam o propósito
de Deus para suas vidas e se você tem esta mesma percepção então você está
compreendendo que a vontade de Deus em sua vida é boa, perfeita e agradável.
Se
você reconhece o amor de Deus em sua vida então em tudo você vai receber as
situações de sua vida em oração incessante, com regozijo. Sem reclamação, sem
murmuração. Seja qual for a situação, você crendo nisto ou não, Deus continua
cuidado de cada detalhe de sua vida, e o que está em estudo nesta ocasião é se
você vai se deleitar na vontade de Deus ou vai viver murmurando, com ingratidão,
lamúria e tristeza. Se é só isso o que você tem conseguido fazer, então você
precisa conhecer este maravilhoso convite do Senhor Jesus:
“Vinde
a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que eu vos aliviarei. Tomai
sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e
encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu
fardo é leve” (Mt 11.28).
Nenhum comentário:
Postar um comentário