sábado, 18 de janeiro de 2020

NÃO DESPREZE OS PEQUENOS COMEÇOS

Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete olhos são os olhos do SENHOR, que percorrem toda a terra. (Zc 4:10)
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Quando Zorobabel edificou o segundo templo na Jerusalém pós-exílica havia alguns que olhavam de maneira desfavorável para o novo templo, inferior em tamanho, riqueza e pompa àquele que havia sido construído pelo rei Salomão. Alguns presentes haviam, na infância, visualizado o suntuoso templo que chegou a servir como uma espécie de ídolo do povo [Jr 7.4] como anteriormente havia acontecido com a arca da aliança [1Sm 4.7] e choravam com tristeza no coração.
O profeta Ageu, entretanto, chama o povo para contemplar a obra de Deus sob um prisma diferente. O gigantismo do templo salomônico, conforme orientado pelo próprio Deus, não garantiu a fidelidade ou a felicidade do povo. Todavia, Ageu afirma que aquele templo experimentaria [historicamente após uma nova restauração] uma glória ainda maior do que a da primeira casa, referindo-se, de maneira profética, à presença do próprio Senhor no templo ao estabelecer um tabernáculo entre os homens [Jo 1.14]. 
O contexto de Zorobabel era muito diferente do de Salomão. O rei recebera uma fortuna das mãos de seu pai Davi e vivia em um contexto de paz e prosperidade. Todo o povo contribuiu generosamente para a construção. Não era o caso de Zorobabel. Muitos duvidavam, outros criaram obstáculos mas Ageu e Zacarias, profetas do Senhor, se levantam para animar tanto o povo quanto o edificador. 
A mensagem de Ageu e Zacarias é: “Aquilo que Deus está fazendo não deve ser medido pela ótica limitada do homem. O que começa pequeno pode, pela graça de Deus, se transformar em uma grande obra”. Foi assim que Neemias viu a obra que havia de realizar na reconstrução do templo [Ne 6.3]. Quando Israel passava por um período de grande seca foi a visão de uma pequena nuvem, do tamanho da mão de um homem, que serviu de sinal ao profeta de que a chuva finalmente cairia novamente sobre a terra após três anos de sequidão. 
Há uma expressão nas Escrituras que dá esta certeza de que Deus é o Senhor onipotente capaz de fazer muito mais do que ousamos imaginar. Ele é o que faz forte ao cansado, mas isto ainda é pouco. Ele vai além e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Veja que a matemática de Deus rompe com todas as regras matemáticas que conhecemos. Ele é capaz de multiplicar o zero e fazer surgir recursos e vigor abundante [Is 40.29] e isto no mesmo texto em que o profeta anuncia que o Senhor pode fazer prostrar os grandes da terra [Is 40.23]. 
Foi do nada que Deus fez tudo. É de pequeninos que o Senhor suscita perfeito louvor. Foi com poucos que o Senhor deu grande vitória a Gideão. Foi com alguns homens isolados que Deus efetuou grande livramento em Israel [2Sm 23], e depois, foi unindo-os na obra que o Senhor foi louvado por Davi [2Sm 23.16]. Uma fagulha incendeia uma floresta, são pequenas fontes que fazem surgir grandes rios, pequenas sementes dão origem a grandes árvores. Pequenos começos podem dar origem a grandes obras, e o inverso também pode ser biblicamente observado. Salomão começou como rei sábio e terminou com o coração pervertido [1Rs 11.3-4]. Antes dele, Saul havia começado sob ovação popular e terminou rejeitado. 
Por outro lado, Davi começa como um humilde pastor, um músico provinciano e torna-se o protótipo do bom rei, servindo de tipo para o grande Rei que viria para reinar sobre Israel.
É por isso que a igreja deve entender que sua vida deve ser caracterizada pela fé [2Co 5.07], olhando atentamente para o Senhor como aquele que lhe dá a fé e a faz frutificar de maneira superabundante [1Co 15.58].
Mas para isto há uma exigência: é preciso trabalhar, é preciso por as mãos na obra. Foi assim com Zorobabel, foi assim com Neemias. Sempre foi assim. Ter fé é mais do que acreditar e esperar que as coisas aconteçam. Ter fé é acreditar, obedecer ao Senhor praticando a justiça e aguardar o cumprimento da promessa. É isto o que a igreja do Senhor precisa. Ela precisa arregaçar as mangas e trabalhar. Não pode ser uma reunião de servos que não servem, mas uma comunidade de servos obedientes e fiéis.
Precisamos, como igreja, confiar no Senhor. Se recebemos menos que 10 talentos, então, devemos trabalhar com afinco para que eles produzam. De pequenas sementes podem surgir grandes árvores. Em meu estado natal é comum encontrar uma árvore que produz um frutinho conhecido como juá-mirim. A sementinha tem menos de 5mm, e as árvores chegam a mais de 30m de altura por 5m de raio. Começa-se minúscula e insignificante e chega-se a uma grande e frondosa árvore. Um pequeno começo, com serviço e fidelidade, pode ser tornado grande pelo Senhor. Não incorramos no erro de desprezar o princípio de um humilde começo. 
Gostamos de grandes projetos, sonhamos com grandes realizações, desejamos grandes colheitas, mas nem sempre estamos dispostos a pequenos começos. 
Há anos li uma história de uma família pioneira na América do Norte que tinha uma porção de grãos de milho que seriam suficientes para uma refeição, mas preferiram guardar, plantar, colher, plantar novamente e pouco tempo depois tinham quantidade suficiente para plantar e para comer. Plantaram com apreensão mas algum tempo depois colhiam com grande alegria.
Israel nasceu de um casal estéril, cresceu em uma incubadora improvável, quando pouco mais de sete dezenas desceram para o Egito para encontrar um que fora vendido como escravo e dado como morto e voltou para Canaã como mais de dois milhões de almas. Não menosprezemos os pequenos começos.
Não há impossível para Deus. Seu plano não pode ser frustrado, seu propósito será sempre estabelecido. E a nós cabe trabalhar com firmeza, alicerçados pela fé e abundantemente, sabendo que no Senhor o trabalho nunca é vão. E no tempo certo, após um plantar, outro regar, virá o tempo da colheita junto com muitos outros, como afirma o profeta Zacarias:
Aqueles que estão longe virão e ajudarão no edificar o templo do SENHOR, e sabereis que o SENHOR dos Exércitos me enviou a vós outros. Isto sucederá se diligentemente ouvirdes a voz do SENHOR, vosso Deus. [Zc 6:15].

4 comentários:

Unknown disse...

Mensagem valiosa, muito edificante.
Tenho orado ao Senhor por esse novo campo, agora vou agradecer. Deus é maravilhoso, a porta que Ele abre, ninguém fecha.Ele continue abençoando vida do sr família e a família da fé. Abraço a todos.🙏🙏

Unknown disse...

Nossa que palavra edificante Deus abençoe Pastor Marthon

Unknown disse...

Oro para que essa nova comunidade cumpra fielmente seu papel de semear.

Um grande abraço, meu colega de ministério.

Avali Ignes Dal Agnol disse...

Ótimo testo, amei o nome da igreja, parabéns Pastor prossiga com Deus no comando vai semeando

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