domingo, 26 de maio de 2024

A DIFERENÇA ENTRE SER UM SEGUIDOR E SER UM DISCÍPULO DE JESUS - Mt 5.13-16

 O QUE SIGNIFICA SER DISCÍPULO DO SENHOR JESUS?

É bastante provável que você já tenha lido as palavras de Jesus, registradas pelo evangelista Mateus no capítulo 5, logo depois de Jesus explicar o que são as pessoas verdadeiramente bem-aventuradas, segundo padrão do reino de Deus.

13 Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens. 14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; 15 nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. 16 Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

Mt 5.13-16

Você já se perguntou: “o que significa ser discípulo de Jesus Cristo”? Qual o conceito de discipulado que nós temos? O que você acha que significa ser discípulo de Jesus Cristo hoje?

Nosso contexto atual é de desprezo pela figura do professor, do mestre (que na maioria das vezes, quando bem-visto, é tido como um apresentador de conhecimentos que os alunos aprenderão se quiserem e como quiserem). Isto faz com que nós tenhamos uma visão extremamente equivocada do que seja o discipulado cristão.

Antes de analisarmos o que Jesus disse nos versos 13 a 16 do capítulo 5 do evangelho de Mateus, devemos recordar o que ele disse antes: que os cristãos são realmente felizes quando sofrerem todo tipo de injustiça por serem como seu mestre e almejarem as coisas do reino.

Isto quer dizer que é impossível ter uma mente mundana, um comportamento mundano, e ao mesmo tempo ser bem-aventurado como Jesus descreve – e é claro que não é muito comum encontrarmos pessoas que se sentem felizes quando sofrem sem merecer.

O que Jesus disse faz um enorme contraste com os principais desejos de grande parte dos cristãos do séc. XXI.

Devemos nos perguntar: “será que todos os cristãos desta era seriam realmente reconhecidos como discípulos por Jesus”? Ou seriam categorizados como meros seguidores? E qual a diferença entre um e outro? Existe diferença entre ser um discípulo e ser um seguidor?

Um pouco mais à frente vamos analisar o que significa, realmente, ser discípulo do Senhor Jesus, mas, por enquanto, é necessário apresentar uma definição do que não é ser discípulo, ou, dizendo de outra maneira, o que é ser um mero seguidor embora, é claro, Jesus tenha chamado homens e mulheres para seguirem-no (Lc 18:22 Ouvindo-o Jesus, disse-lhe: Uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me) mas este ato implica num compromisso muito sério e definitivo (Lc 14:33 Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo).

I.           O SEGUIDOR QUER SATISFAZER SEUS INTERESSES

A bíblia diz repetidamente que as multidões seguiam a Jesus – e isto não é nenhuma novidade para nós. Multidões seguem qualquer um que lhes dê algum tipo de esperança – mesmo que muitas vezes estas esperanças sejam mentirosas, como aconteceu com as multidões que seguiram a Teudas e a Judas da Galiléia (At 5.35-36: Porque, antes destes dias, se levantou Teudas, insinuando ser ele alguma coisa, ao qual se agregaram cerca de quatrocentos homens; mas ele foi morto, e todos quantos lhe prestavam obediência se dispersaram e deram em nada. Depois desse, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e levou muitos consigo; também este pereceu, e todos quantos lhe obedeciam foram dispersos).

A Palavra de Deus traz uma informação importante aqui: os seguidores de Teudas, e do galileu Judas restavam obediência a estes homens, a ponto de arriscarem suas vidas (e propriedades, e famílias) enfrentando o poderoso império romano. Mas aqui também aparece uma segunda característica, mais marcante e definitiva nestes seguidores: eles automaticamente se dispersaram quando deixou de ser conveniente seguir a seus líderes porque seriam caçados, presos e mortos por isso, bem diferente do que se espera dos discípulos de Jesus (Ap 2:10 Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida).

O meu conceito de seguidor é de alguém que atende a conveniências pessoais, emocionais, ideológicas ou filosóficas – mas sempre circunstancialmente, sempre por interesse, sempre por conveniência. Seguidores podem se dispersar tanto quando estas conveniências são satisfeitas (ou quando percebe que permanecerão insatisfeitas). Quem que segue a Jesus por dinheiro vai deixá-lo tão logo esteja satisfeito. Quem anda após Jesus por cura de relacionamentos vai desaparecer tão logo seus relacionamentos pareçam curados - ou o contrário, pois também o deixarão em caso de insatisfação. Isto explica o grande número de desigrejados.

Jesus sabia que havia este tipo de pessoas que iam após ele por causa dos pães, dos milagres, das curas (Jo 6:26 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. 27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo).

Mas quando estes homens foram confrontados com as exigências mais profundas do discipulado (como, por exemplo, renúncia da própria vida), todos os seguidores se dispersaram, todos os abandonaram – apesar de não sabemos quantos podemos considerar que deveriam ser um número considerável a ponto de Jesus poder escolher e enviar 70 em uma missão evangelística (Lc 10.1 Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o precedessem em cada cidade e lugar onde ele estava para ir).

Ficaram apenas os doze discípulos iniciais, a quem Jesus perguntou se também não queriam ir embora (Jo 6.66-67 À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele. Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?).

Eles compreenderam que o preço do discipulado não era seguir, era ser. Eles responderam à pergunta de Jesus (retirar-se para algum lugar) com outra pergunta que demonstrava que estavam pelo menos começando a entender o que era ser discípulo de Jesus: para um discípulo de Jesus não há para onde ir, é impossível fugir ao chamado de estar em Cristo, estar com Cristo (Jo 6.68-69: Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus). Quem realmente conhece Jesus sabe que não há como escolher ir para outro lugar - resta apenas atender e estar com Cristo e em Cristo (Rm 6.3: Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?).

O que significa, então, ser discípulo de Jesus?

II.        O DISCÍPULO SEGUE A JESUS NO MUNDO

A primeira coisa que me chama a atenção é que o Senhor nos chama para sermos seus discípulos no mundo (Jo 17:15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal). Fomos chamados para sermos discípulos no mundo real, não num mundo ideal, não numa Crentópolis ou Jesusolândia, mas no mundo, no tempo presente, jaz no maligno (1Jo 5.19: Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno).

Jesus também não promete superpoderes para seus discípulos, para que eles sejam supercrentes derrotando todos os poderes do mundo, pelo contrário, ele envia seus discípulos como mansos cordeiros para o meio de lobos (Lc 10.3: Ide! Eis que eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos).

Como já vimos (Jo 17.15), ele nem mesmo tem o propósito de nos tirar do mundo, pois, se ele nos tirasse do mundo, como poderíamos testemunhar a respeito da salvação? Se ele tivesse tirado seus discípulos do mundo no Séc. I não haveria quem anunciasse a salvação nos dias de hoje – e certamente cada um de nós permaneceríamos mortos em pecados.

É óbvio que Jesus poderia ter, se quisesse, inaugurado um reino terreno - mas ele mesmo afirma que seu reino não é deste mundo – material e espiritualmente falando (Jo 18.36: Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui), e não é deste mundo do ponto de vista político e ideológico, isto é, não é terreno nem mesmo de acordo com o sistema de valores que impera entre os homens (Lc 22.25: Mas Jesus lhes disse: Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados benfeitores).

Ser discípulo é, entre outras coisas, espelhar Jesus, é ter a mente de Cristo (1Co 2.16: Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo), o que significa interpretar os estímulos e reagir ao mundo de acordo com os ensinamentos do mestre - ainda que muitas vezes seja com prejuízo pessoal, com dor e sofrimento, pois segundo Jesus estes são os realmente bem-aventurados (Mt 5:11 Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós).

Creio que algo está errado com o nosso seguir a Jesus. Na verdade, creio que tem algo terrivelmente errado com a maneira como a igreja tem seguido a Jesus – e a resposta talvez seja justamente no fato de que não tem havido discipulado. Tem algo tremendamente errado com o nosso discipulado quando o resultado do nosso estilo de vida gera aplausos e não o ódio do mundo – e, sim, o mundo odeia a igreja de Cristo, o mundo odeia os crentes, mas ele só odeia a verdadeira igreja, só odeia o verdadeiro crente (Jo 15:19 Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia).

Daqui vamos à segunda característica do que seja ser discípulo do Senhor Jesus:

III.      O DISCÍPULO CAUSA DESCONFORTO AO MUNDO

Jesus fala de duas figuras para descrever o que significa ser seu discípulo.

A primeira delas é ser sal em contato com a terra – obviamente estamos falando de sentidos figurados. Se o sal é a natureza do cristão (e o sal indica, entre outras coisas, pureza e efetividade) a terra aponta para a queda, para o que é impuro, para a morte reinante entre os homens (Ef 2.5 ...e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos).

Os crentes não são alienígenas e muito menos devem ser um monte de alienados, mas discípulos servindo a Cristo naquilo em que foram chamados (1Co 7.21: Foste chamado, sendo escravo? Não te preocupes com isso; mas, se ainda podes tornar-te livre, aproveita a oportunidade).

A segunda figura usada pelo Senhor é a de luz que é acesa nas trevas. Um dos discípulos de Jesus entendeu claramente este contraste entre luz e trevas, e, interpretando corretamente as palavras de Jesus (Jo 8.12: De novo, lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida) afirma que o mundo vivia em densas trevas, mas Cristo nelas resplandeceu e prevaleceu contra as trevas de maneira que ninguém pode questionar (Jo 1.5: A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela).

O problema é que a grande maioria dos homens ama as trevas, gosta das trevas e prefere fazer suas obras más escondidos pelas trevas (Jo 3.19: O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más) – e quanto mais densas forem as trevas, quanto maior a escuridão mais à vontade ficarão com suas obras pecaminosas como ratos nos subterrâneos das cidades (Mt 6:23 ...se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!)

Os cristãos são chamados para atenderem ao chamado do Senhor, e, obedientemente, serem como sal, influenciando positivamente, dando sabor agradável, produzindo preservação. São chamados para serem como luz, esclarecendo as coisas, afastando as trevas e refletindo a luz da salvação de Cristo, mostrando ao mundo que existe um salvador: Jesus, o Cristo de Deus. É para isso que somos discipulados pelo Senhor: para sermos suas testemunhas (Is 43.12: Eu anunciei salvação, realizei-a e a fiz ouvir; deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o SENHOR; eu sou Deus).

IV.      O DISCÍPULO É EFICIENTE NA MISSÃO

Não pense em missões apenas no sentido de trabalho missionário evangelístico por parte de certos crentes que parecem mais consagrados que os demais – os que vão estão respondendo a um chamado de ir até outras nações, mas há crentes tão consagrados e obedientes que ficam e são testemunha em sua própria terra (Lc 8:39 Volta para casa e conta aos teus tudo o que Deus fez por ti. Então, foi ele anunciando por toda a cidade todas as coisas que Jesus lhe tinha feito).

Não é nisto que estou pensando nem era este o propósito do Senhor Jesus. Seu mandato aos discípulos é que eles deveriam pregar o evangelho por todos os lugares por onde passassem (Mc 16.15: E disse-lhes: Ide (indo ou enquanto fores) por todo o mundo e pregai (vá pregando) o evangelho a toda criatura). De novo vale ressaltar que nossa missão é sermos discípulos do Senhor no mundo, mas não sermos do mundo, iguais ao mundo em suas práticas, isto é, não sermos mundanos.

Voltando às figuras dadas por Jesus, o sal tem que salgar - e, ao salgar ele causa de imediato, duas reações: a primeira é deter ou retardar o apodrecimento de algo que se deterioraria muito rapidamente - e é exatamente assim que o mundo está, se deteriorando em todas as suas áreas, e, lamentavelmente, a mais deteriorada é a espiritual e moral. A segunda é de iluminar, e, ainda que isto cause mal aos olhos sensíveis à luz, produz a perspectiva de enxergar melhor, de ver o caminho, de enxergar onde podemos colocar os nossos pés com segurança (Sl 119.105 Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos).

É um contrassenso pensar em sal que não salga, sal sem sabor e sem eficácia ou em luz que não ilumina... A conclusão de Jesus é que seus discípulos têm que ser eficientes em todos os lugares por onde andarem. Como servos ou senhores, seja como pregadores ou vivendo o dia a dia do lar. Um médico cristão pode ser excelente como sal e luz sendo exatamente um médico realmente cristão. E isto vale para o advogado, para o professor, para o aluno, para o diretor, para o faxineiro – isto vale para todos os discípulos de Jesus.

E COMO SER DISCÍPULO, HOJE, ENTÃO?

O Senhor deseja de seus discípulos algo muito importante e não se contenta com menos: ele não quer nada menos que a obediência – ele determina aos seus discípulos que busquem ser obedientes e só se deem por satisfeitos com a perfeição (Mt 5.48: Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste). E se você ainda não conseguir: obedeça ao máximo que puder, da melhor maneira que conseguir, com esforço e dedicação, obedeça por amor e isto já lhe agradará muito (Jo 14.15: Se me amais, guardareis os meus mandamentos).

Não seja desobediente porque um dos mais sérios problemas do pecado é o desejo de autonomia do coração do homem - a má vontade para com Deus a com a sua vontade revelada, a rebeldia contra o Deus amoroso e perdoador.

Estamos bem no meio de uma geração má, uma geração tão má quanto qualquer outra na história, uma geração má porque obedece às más inclinações do seu mau coração (Jr 17:9 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?). Esta geração mundana também é chamada de adúltera porque prefere fazer qualquer outra coisa, servir a homens mentirosos e a deuses falsos, deuses do próprio coração ao invés de servir ao Senhor, criador e preservador (Jr 16:11 Então, lhes responderás: Porque vossos pais me deixaram, diz o SENHOR, e se foram após outros deuses, e os serviram, e os adoraram, mas a mim me deixaram e a minha lei não guardaram).

Quer ser mais que um seguidor, quer ser discípulo de Jesus, de verdade? Confie no Senhor para lhe dirigir na hora de fazer escolhas – mas antes de fazer qualquer escolha, certifique-se que ela terá orientações sábias, preencha sua mente e coração com as orientações do Senhor que você pode encontrar em sua Palavra. Não tema fazer as escolhas certas - por mais difíceis que lhe possam parecer (Lc 14:26 Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo).

Não tema perder o emprego - se é de Deus e se foi Deus quem lhe pôs ali, faça como Ester: reconheça que tudo é de Deus, e que há um propósito em você estar naquele lugar e, se realmente é preciso, arrisque (Et 4.14: Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?).

Não tema perder seus amigos por ser discípulo de Cristo entre seus colegas de escola – se forem de Deus você terá oportunidade de lhes dar testemunho da graça salvadora por meio de Cristo. Se não forem, você não deverá permanecer no meio deles por amor de Cristo (Sl 1:1 Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores).

Para muitos provavelmente fosse mais fácil se identificar como realmente cristão em meio à perseguição dos primeiros séculos - bastava não adorar a César, confessar Cristo diante das autoridades e enfrentar o martírio – só isso, como muitos fizeram (Hb 12:4 Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue).

Mas como ser cristão, coerente, numa sociedade que não pede para adorar a César nem negar a Cristo, que não ameaça com o martírio e oferece o mesmo que satanás ofereceu a Cristo no deserto: satisfação de necessidades materiais, honras e prazeres mundanos (Mt 4:8 Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles 9 e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. 10 Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto)?

O problema está exatamente em saber o que é o avanço da igreja, fazendo diferença no mundo, e o que é o convite sutil da serpente para negar a Cristo. Não é mais a ameaça de ser passado pelo fio de uma espada, nem ser lançado em uma prisão.

A pior ameaça que o crente tem a enfrentar agora é uma festa, uma amizade, uma nova forma de ver o mundo quase sempre escondida sobre frases como ‘todo mundo faz’, ou então ‘isso não tem nada a ver’, um bom filme, uma diversão, um prazer instantâneo qualquer (que vai precisar ser renovado, várias e várias vezes). É uma promoção e um aumento da renda e tantas outras formas - e a mente do incauto, cada vez menos cristã e mais secularizada não percebe as armadilhas, vai afundando-se cada vez mais, até que o abismo seja intransponível.

16 Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

Sim, ser verdadeiramente cristão tem um preço – ser salvo teve um preço e ele já foi pago por Cristo na cruz, mas ser discípulo de Jesus tem um custo: negar-se a si mesmo, tomar a cruz (isto é, ter a vida de Cristo – Gl 2:19 Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; 20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim) e então segui-lo sem questionar ou olhar para trás.

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