ISAQUE
Gn 17.15-18; 18.9-15; 21:1-11
O
nascimento de Isaque é um evento de muitos significados nas Escrituras.
Ele é
o filho que Deus deu ao pai da fé que insistia em duvidar.
Ele é
o filho impossível cuja existência condena as tentativas humanas de decidir o
tempo da ação de Deus.
Isaque
nasceu de Abraão e Sara quando Abraão tinha aproximadamente 100 anos e Sara,
90. A Escritura diz que tanto Abraão quanto Sara estavam impossibilitados de
ter filhos, mas Deus lhes deu Isaque como o canal que ele havia escolhido de
através de quem abençoaria toda a semente espiritual de Abraão, no futuro.
A
REALIZAÇÃO DE UMA PROMESSA
O
nascimento de Isaque foi uma ocorrência extraordinária, na verdade, um milagre
porque Sara era estéril. Sabedor disso Abraão havia pedido, de maneira velada,
que Deus mudasse seus planos e abençoasse Ismael, seu filho com a escrava, Agar
(Gn
17.18).
Como o
propósito de Deus é um só, ele não atendeu ao pedido de Abrão (Gn 17.19).
A DIFÍCIL ESCOLHA DA OBEDIÊNCIA
Quando
Isaque foi desmamado, provavelmente em torno de 2 anos de idade, Ismael já
tinha 16, e caçoou de seu irmão e isto irritou Sara que resolveu expulsar o
filho da escrava de sua presença (Gn 21.9-10).
Abraão
experimentou grande tristeza, mas estava colhendo o que plantou ao não confiar
na fidelidade de Deus (Gn 21.11), mas, mesmo na sua infidelidade, ele ainda pode contar com a
benignidade de Deus (Gn 21.12-13).
18 anos
depois de “perder” o seu primeiro filho, o filho que Deus não lhe deu, Abraão é
colocado à prova. Por várias vezes ele havia dado provas de não confiar
inteiramente em Deus, arrumando estratagemas para sua proteção e realização
pessoal, e, agora, era chegada a hora de ganhar o título de “pai da fé”. Após o
nascimento de Isaque Abraão aprendeu a confiar totalmente em Deus.
A HORA DA CONFIANÇA
Quando
Isaque tinha aproximadamente 20 anos, Deus chama Abraão e exige-lhe uma prova
de sua fé (Gn 22.1-2). Deus enfatiza
que Abraão não poderá dar um jeitinho indo atrás de Ismael. Deus diz-lhe para
tomar seu único filho. Ismael não deveria ser considerado uma opção, assim como jamais
devemos pensar que nossos esforços podem substituir a realização da vontade de
Deus (Tg 1.20).
Em
obediência à ordem divina Abraão prepara tudo o que era necessário para o
sacrifício - o que não era uma novidade para ele e provavelmente também não
para Isaque que estranha apenas a falta do animal costumeiro para o sacrifício.
Abraão já
havia edificado altares por onde passara, como em Siquém (Gn 12.6-7); em Betel (Gn 12.8);
em Hebrom (Gn 13.18).
O SACRIFÍCIO DE FÉ
De todos os
altares que edificou nenhum, porém, foi mais importante do que o edificado
sobre o monte Moriá. Ali, em obediência ao mandato do Senhor, colocou seu único filho sob o
altar e o ofereceria ao Senhor confiando que Deus podia retomá-lo dos mortos,
pois Deus havia dito que através de Isaque ele teria muitos descendentes (Hb 11.17-19).
Deus
efetivamente aceitou o sacrifício de Abraão, que estava disposto mesmo sem
entender plenamente o plano de Deus, mas crendo. Embora tenha rejeitado a morte
de Isaque Deus aceitou a disposição de Abraão como suficiente para provar e
aprovar a fé de seu amigo (Tg 2.23).
Em
substituição a Isaque, o filho da promessa, Abraão Deus ofereceu um carneiro
que estava por ali, providenciado pelo próprio Deus. É importante destacar o
comportamento de um jovem de 20 anos, forte e rápido, obedecendo sem questionar
ao seu pai que já tinha 120.
Uma
obediência confiante, submissa, como foi a de Jesus (Fp 2.8)
que, como cordeiro mudo, de nada reclamou obedecendo ao mandato do Pai (Is 53.7).
Isaque é um
tipo de Jesus Cristo, uma figura para mostrar algum aspecto do caráter ou da
obra de Cristo. Apesar de seu nome significar riso, seu principal traço de
caráter é submissão. Era um homem pacífico, manso, e indica como deve ser o
novo homem, o salvo em Cristo Jesus (II Co 5.17).
Ismael e
Isaque simbolizam, respectivamente, o velho e o novo homem. O homem natural e o
nascido de novo. Ismael tipifica tudo o que a carne pode fazer, Isaque mostra a
realização de uma viva esperança no Senhor (Gl 4.23). E o que a
carne pode produzir deve ser lançado fora (Gl 4.30) porque a
carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus (I Co 15.50).
Isaque se
casou com 40 anos, com Rebeca, e aos 60 teve dois filhos: Esaú e Jacó,
mostrando preferência pelo primeiro (influenciado pelo dever da primogenitura)
mas o eleito de Deus era Jacó - ambos tinham grandes falhas de caráter, mas
isto não influenciou a escolha de Deus (Rm 9.11).
Isaque
chegou a viver 180 anos e possuía uma grande riqueza que herdara de seu pai. É
mostrado pelas Escrituras como um homem simples, submisso e sem grandes
arroubos, mas certamente pecador (Ec 7.20).
Mas, apesar
de sua aparente inatividade, ele cumpriu o propósito de Deus em sua vida: como
filho da promessa passou adiante a santa semente (Gl 4.28) mesmo que
rejeitados pelos filhos da carne (Gl 4.29).
Com Isaque
podemos aprender que um cristão não precisa de uma crise ou de eventos
extraordinários para ser um crente sincero e fiel. O cristão não precisa
experimentar os prazeres transitórios do pecado (Hb 11.25)
para saber que as alegrias da santidade e o opróbrio de Cristo são melhores.
Ninguém precisa conhecer o inferno para desejar o céu.
Abraão
ensinou a Isaque a ser um crente fiel - e Isaque seguiu os passos de seu pai,
de onde aprendemos uma preciosa lição: há recompensa em ensinar a criança no
caminho do Senhor (Pv 22.6).
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