quinta-feira, 13 de março de 2014

SÉRIE PERSONAGENS: ISAQUE, O FILHO QUE TROUXE RISO


ISAQUE 

Gn 17.15-18; 18.9-15; 21:1-11 
O nascimento de Isaque é um evento de muitos significados nas Escrituras.
Ele é o filho que Deus deu ao pai da fé que insistia em duvidar.
Ele é o filho impossível cuja existência condena as tentativas humanas de decidir o tempo da ação de Deus.
Isaque nasceu de Abraão e Sara quando Abraão tinha aproximadamente 100 anos e Sara, 90. A Escritura diz que tanto Abraão quanto Sara estavam impossibilitados de ter filhos, mas Deus lhes deu Isaque como o canal que ele havia escolhido de através de quem abençoaria toda a semente espiritual de Abraão, no futuro.
A REALIZAÇÃO DE UMA PROMESSA
O nascimento de Isaque foi uma ocorrência extraordinária, na verdade, um milagre porque Sara era estéril. Sabedor disso Abraão havia pedido, de maneira velada, que Deus mudasse seus planos e abençoasse Ismael, seu filho com a escrava, Agar (Gn 17.18).
Como o propósito de Deus é um só, ele não atendeu ao pedido de Abrão (Gn 17.19).
A DIFÍCIL ESCOLHA DA OBEDIÊNCIA
Quando Isaque foi desmamado, provavelmente em torno de 2 anos de idade, Ismael já tinha 16, e caçoou de seu irmão e isto irritou Sara que resolveu expulsar o filho da escrava de sua presença (Gn 21.9-10).
Abraão experimentou grande tristeza, mas estava colhendo o que plantou ao não confiar na fidelidade de Deus (Gn 21.11), mas, mesmo na sua infidelidade, ele ainda pode contar com a benignidade de Deus (Gn 21.12-13).
18 anos depois de “perder” o seu primeiro filho, o filho que Deus não lhe deu, Abraão é colocado à prova. Por várias vezes ele havia dado provas de não confiar inteiramente em Deus, arrumando estratagemas para sua proteção e realização pessoal, e, agora, era chegada a hora de ganhar o título de “pai da fé”. Após o nascimento de Isaque Abraão aprendeu a confiar totalmente em Deus.
A HORA DA CONFIANÇA
Quando Isaque tinha aproximadamente 20 anos, Deus chama Abraão e exige-lhe uma prova de sua fé (Gn 22.1-2). Deus enfatiza que Abraão não poderá dar um jeitinho indo atrás de Ismael. Deus diz-lhe para tomar seu único filho. Ismael não deveria ser considerado uma opção, assim como jamais devemos pensar que nossos esforços podem substituir a realização da vontade de Deus (Tg 1.20).
Em obediência à ordem divina Abraão prepara tudo o que era necessário para o sacrifício - o que não era uma novidade para ele e provavelmente também não para Isaque que estranha apenas a falta do animal costumeiro para o sacrifício.
Abraão já havia edificado altares por onde passara, como em Siquém (Gn 12.6-7); em Betel (Gn 12.8); em Hebrom (Gn 13.18).
O SACRIFÍCIO DE FÉ
De todos os altares que edificou nenhum, porém, foi mais importante do que o edificado sobre o monte Moriá. Ali, em obediência ao mandato do Senhor, colocou seu único filho sob o altar e o ofereceria ao Senhor confiando que Deus podia retomá-lo dos mortos, pois Deus havia dito que através de Isaque ele teria muitos descendentes (Hb 11.17-19).
Deus efetivamente aceitou o sacrifício de Abraão, que estava disposto mesmo sem entender plenamente o plano de Deus, mas crendo. Embora tenha rejeitado a morte de Isaque Deus aceitou a disposição de Abraão como suficiente para provar e aprovar a fé de seu amigo (Tg 2.23).
Em substituição a Isaque, o filho da promessa, Abraão Deus ofereceu um carneiro que estava por ali, providenciado pelo próprio Deus. É importante destacar o comportamento de um jovem de 20 anos, forte e rápido, obedecendo sem questionar ao seu pai que já tinha 120.
Uma obediência confiante, submissa, como foi a de Jesus (Fp 2.8) que, como cordeiro mudo, de nada reclamou obedecendo ao mandato do Pai (Is 53.7).
Isaque é um tipo de Jesus Cristo, uma figura para mostrar algum aspecto do caráter ou da obra de Cristo. Apesar de seu nome significar riso, seu principal traço de caráter é submissão. Era um homem pacífico, manso, e indica como deve ser o novo homem, o salvo em Cristo Jesus (II Co 5.17).
Ismael e Isaque simbolizam, respectivamente, o velho e o novo homem. O homem natural e o nascido de novo. Ismael tipifica tudo o que a carne pode fazer, Isaque mostra a realização de uma viva esperança no Senhor (Gl 4.23). E o que a carne pode produzir deve ser lançado fora (Gl 4.30) porque a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus (I Co 15.50).
Isaque se casou com 40 anos, com Rebeca, e aos 60 teve dois filhos: Esaú e Jacó, mostrando preferência pelo primeiro (influenciado pelo dever da primogenitura) mas o eleito de Deus era Jacó - ambos tinham grandes falhas de caráter, mas isto não influenciou a escolha de Deus (Rm 9.11).
Isaque chegou a viver 180 anos e possuía uma grande riqueza que herdara de seu pai. É mostrado pelas Escrituras como um homem simples, submisso e sem grandes arroubos, mas certamente pecador (Ec 7.20).
Mas, apesar de sua aparente inatividade, ele cumpriu o propósito de Deus em sua vida: como filho da promessa passou adiante a santa semente (Gl 4.28) mesmo que rejeitados pelos filhos da carne (Gl 4.29).
Com Isaque podemos aprender que um cristão não precisa de uma crise ou de eventos extraordinários para ser um crente sincero e fiel. O cristão não precisa experimentar os prazeres transitórios do pecado (Hb 11.25) para saber que as alegrias da santidade e o opróbrio de Cristo são melhores. Ninguém precisa conhecer o inferno para desejar o céu.
Abraão ensinou a Isaque a ser um crente fiel - e Isaque seguiu os passos de seu pai, de onde aprendemos uma preciosa lição: há recompensa em ensinar a criança no caminho do Senhor (Pv 22.6). 

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