terça-feira, 26 de julho de 2016

O QUE HÁ ERRADO COM UM CRISTÃO JULGAR-SE IMPRESCINDÍVEL


Vamos lembrar de coisas que estão erradas com a Igreja: i) sente prazer em criticar pecados e falhas dos irmãos e se tornam insensíveis aos seus próprios pecados; ii) olha com maior simpatia e tolerância para o mundo e não mostra amor para com os da família da fé; iii) tem cada vez menos laços fraternos e cada vez mais amizades mundanas; iv) está cada vez mais cansada de tanto trabalhar que não tem mais forças para se envolver na obra de Deus; v) acha que o dízimo não é instituição de Deus para manutenção de sua Igreja; vi) é membro de uma igreja há alguns anos e seus amigos ficam surpresos quando descobrem.

Algo está errado quando o cristão começa a acreditar que é imprescindível para a Igreja de Cristo. Certamente você já viu um desenho de um personagem barbudo e cabeludo apontando para o leitor e a frase “Eu preciso de você”. Para começar ela não é nada original - ela é a adaptação de um cartaz estadunidense convocando os jovens para a guerra. Em segundo lugar ela expressa um ensino que é profundamente antropocêntrico e em nada reflete o ensino das Escrituras a respeito da suficiência de Deus, aquele que existe por si mesmo, e da precariedade da nossa própria existência, pois nele, e somente nele, nos movemos  e existimos (At 17.28) e se de nós se ausentasse o Espírito de Deus todos, a um tempo, expiraríamos (Jó 34.14-15).

Algo está errado quando o cristão começa a achar que somente ele é a solução para os problemas da Igreja, que somente ele sabe o que é certo, que somente ele pode... E, pior, quando se torna um ácido crítico de tudo o que os outros fazem (ou não fazem) e pensa: “Ah! Se não fosse eu aqui!” E porque? Alguns se julgam importantes por causa do talento musical, outros por causa da sua capacidade de “aglutinar pessoas”, outros por sua história na Igreja, outros pelo tamanho de sua família, outros por causa do montante do seu dízimo, como se alguém conseguisse dar mais do que as duas moedinhas da viúva pobre (Lc 21.4).

Só para você pensar: aquelas moedas não fariam a menor diferença na manutenção do riquíssimo templo de Jerusalém - mas Jesus a considerou a maior de todas as ofertas. A sua não chega nem perto.

Infelizmente muito da moderna pregação e das músicas cantadas na Igreja fazem os cristãos hedonistas e mimados chegarem à conclusão de que Deus precisa deles - que sem eles a Igreja não anda, a Igreja não sobrevive. PÁRA! Se nem as portas do inferno são capazes de prevalecer contra a Igreja, você fica aí achando que sua marra vai fazê-la cair?

Deixe-me falar-te uma coisa muito importante:

É isso mesmo. Deus não precisa de você para nada. Ele é autossuficiente, e se ele se  interessa por você não é porque você seja mais precioso do que ouro de Ofir - mas porque ele resolveu te amar e te livrar do inferno. Você não tem nada que possa barganhar com Deus simplesmente porque ele já tem tudo, ele é o Senhor do ouro e da prata, dos bosques e dos animais do bosque, e dono de todo ser que respira. Se ele se interessa por você é porque ele, graciosamente, te amou. Se ele te dá a oportunidade de servi-lo não é porque ele precise de você, mas porque ele está te oferecendo um privilégio.

Sabe seus talentos? Deus lhe deu - e se você não usá-los para glorificá-lo, se enterrá-los, até o que você acha que é seu lhe será tirado. Sabe os seus dons? São dons, são dádivas - e devem ser usados no reino para engrandecer o nome do Rei. Se você se acha mais importante do que qualquer outra pessoa na Igreja, então, você ainda não compreendeu a natureza do reino, e é muito provável que precise “nascer de novo”. Igreja não é lugar para ser importante, é lugar para servir.

Sabe o que vai acontecer quando você não estiver mais na igreja? O mesmo que aconteceu quando Tiago, Pedro, Paulo, Agostinho, Lutero, Calvino, Lloyd-Jones, Bunyan e tantos outros se foram: ela continuou, e continua, e continuará. Sabe o que aconteceu com aqueles que se julgavam mais importantes, que queriam ser grandes na Igreja? Foram considerados perdidos, como Simão, como Ananias, como Safira, como Demas e muitos outros ao longo da história.

Deixe-me concluir: não é Cristo quem precisa de você - é você quem precisa de Cristo e deve obedecê-lo, inclusive se colocando como membro do seu corpo (a Igreja) e servindo aos seus irmãos amorosamente.

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