sábado, 2 de julho de 2016

RAZÕES ÍMPIAS PARA NÃO HONRAR A DEUS: NÃO SE IMPORTAR COM O REINO DE DEUS

Malaquias é um profeta que lembra constantemente os termos da aliança de Deus com seu povo. O contraste bênção x maldição e a tônica de sua fala. Israel foi o povo escolhido para ser abençoado grandemente desde que andasse no caminho das boas obras preparadas por Deus para ele, todavia, Israel também seria disciplinado toda vez que se desviasse deste caminho.
A nota triste da história de Israel é que eles sempre “se desviavam pelo caminho” (Is 53:6) eram advertidos, em algumas situações se corrigiam, em outras se mostravam piores que as nações ímpias (Jn 3:5) a ponto de, enchendo a medida das suas iniquidades, serem enviados para o cativeiro babilônico até que tivesse chegado do tempo da restauração (Jr 32:37) vivido justamente nos dias de Malaquias.
Malaquias profetizava para um povo que havia sido liberto do cativeiro, como nós fomos libertos do império das trevas (Cl 1:13). Malaquias falava para um povo que era alvo do favor imerecido de Deus, como nós somos e só por isso não somos consumidos (Lm 3:22).
Malaquias falava para um povo satisfeito com seu estilo de vida, apainelando as suas casas (Ag 1:4) e que, como muitos hoje, transformaram a fé em pouco mais que uma ação mecânica, indo à Igreja de vez em quando a ponto de Deus chegar a afirmar que preferia que eles ficassem em casa, igreja fechada (Ml 1:10) para não ter que suportar ajuntamento em seu nome mas com corações carregados de iniquidades (Is 1:13).
Este povo para o qual Malaquias profetizava tinha mais uma razão iníqua no coração para não honrar a Deus. Era um povo que não dava a menor importância para a manutenção da casa de Deus e para a gloriosa expansão do conhecimento do seu santo nome entre os gentios (Rm 15:9), propósito de Deus com Israel e com a sua Igreja (Êx 19:6).
Vamos examinar como Israel expressava esta motivação:
Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida.
Ml 3.20

ISRAEL DESPREZAVA O REINO DE DEUS

Não vou cair na tolice de identificar uma instituição eclesiástica qualquer como o reino de Deus de uma forma absoluta, como o fazem algumas seitas religiosas, ao afirmar que se você não for parte daquela Igreja então você está do lado de fora do reino de Deus. Todavia, é óbvio que o reino de Deus é a Igreja, é o povo que ele comprou com seu precioso sangue e este povo se reúne em embaixadas visíveis, chamadas pelo próprio Jesus de “sua Igreja” (Mt 16:18) e pelos apóstolos de Igrejas (I Co 11:16).
Houve tempo em que Israel confiava no templo como se ele fosse o próprio reino de Deus como um amuleto ou um totem (Jr 7:4), mas, nos dias de Malaquias olhava para o templo como apenas a “sede da religião” (algo muito parecido com dizer “são só paredes”, e esta sede era tratada no mesmo nível de interesse e cuidado com que tratavam da sua religião do coração: construíam casas luxuosas e permitiam que o templo continuasse em ruínas. Investiam todos os seus recursos em seu conforto, interesse e prazeres – mas não tinham interesse em contribuir para a manutenção da casa e do culto de Deus.
A palavra do Senhor pela boca de Malaquias para Israel é para que traga todos os dízimos à casa do tesouro. Já afirmamos anteriormente que o que aconteceu com o antigo Israel é história e lição para nós (Rm 15:4). Israel não pode consertar mais seus erros – mas nós podemos e devemos. Conhecemos a história e não precisamos repeti-la. Israel não queria obedecer ao Senhor mantendo o culto ao Senhor – mas sempre estava disposto a construir templos e oferecer sacrifícios nos altos dos deuses pagãos.
Israel não obedecia ao Senhor por que seu coração não estava nas coisas de Deus. Aqueles israelitas não eram capazes de dizer que preferiam a porta da casa de Deus às tendas onde reinasse a perversidade (Sl 84:10). Este Israel babilonizado queria tendas luxuosas – e via como canseira e enfado ir à casa de Deus. Triste obrigação, lamentável formalidade, desperdício de dinheiro contribuir para um “clube religioso” no qual não tinham interesse algum. Seu coração não estava ali. Israel não contribuía porque não amava a casa de Deus. Israel não tinha interessem em contribuir porque não amava as coisas de Deus.
Israel não contribuía para a manutenção do culto simplesmente porque não fazia sentido para eles contribuírem para a manutenção de algo que eles não amavam e não consideravam importante. Israel não entregava todos os dízimos por que era ingrato e não apenas não amava mas em seu coração desprezava o reino de Deus (Ml 3:14). Para o falso Israel é inútil servir a Deus, de nada adianta guardar os seus preceitos e abrir mão das concupiscências mundanas é para eles como ter um morto na sala.

ISRAEL NÃO CONFIAVA NO DEUS QUE PROVÊ

Embora não houvesse tanta prosperidade e a segurança em Jerusalém fosse pouca mesmo assim nos dias de Malaquias casas estavam sendo construídas, vinhas sendo plantadas, trigo sendo colhido. O quadro já não era tão desolador como dos dias de Habacuque (Hc 3. 17-18). Havia figos e frutos nas vides, embora houvesse mantimento nos campos, ovelhas nos apriscos e gado nos currais faltava a alegria no Senhor e a exultação no Deus que salva. Era um quadro completamente antagônico: enquanto um tinha o necessário mas não tinha Deus, o outro tinha Deus, e conseguia viver alegremente com o que Deus lhes dava.
Conhecendo a dureza do coração e a falta de confiança que tinham em sua graça, o Senhor lhes faz um desafio: provai-me nisso. Pensem com seriedade na proposta que Deus este fazendo a este povo: vocês acham que é enfadonho e inútil me servirem, mas façam um teste – sejam fiéis e vejam o quanto serão abençoados. Deus não está propondo nenhuma troca do tipo me deem os dízimos (porque já eram dele) e eu vou dar muito dinheiro a vocês, até porque o amor de Deus é para com aqueles que dão com alegria (II Co 9:7) como a bíblia mostra ao registrar a história das ofertas entregues pelos irmãos Caim e Abel (Gn 4.3-5).
O que Deus, na verdade, estava dizendo é: experimentem viver de acordo com os termos da aliança e verá que um justo jamais mendigará o pão. Não é só uma questão de fé, mas de viver de acordo com a fé, cumprir o tríplice mandato – cuidar da criação, amar o próximo e cultuar a Deus, tudo fazendo para glória de Deus (I Co 10:31). Se você faz esperando receber, então isto não é fidelidade, é barganha, é troca – e está propondo uma troca para o dono do ouro e da prata (Ag 2:8), dos animais e dos campos, fonte de todas as boas dádivas – enfim, sempre que você oferecer algo lembre-se que este algo foi recebido das mãos do próprio Deus e ele só quer sua fidelidade expressa através da entrega de parte de seus bens, que para ele não tem nenhum valor (I Cr 29:14).
Se você não acredita que Deus pode suprir suas necessidades com 9/10 do que ele te dá, então, você confia mais no 1/10 que retém que no próprio Deus? Pense um pouco nisso – sua fé no Deus que provê é tão pequena que precisa ser amparada pela décima parte de sua renda?

ISRAEL NÃO CONFIAVA NO DEUS DA ALIANÇA

Israel dizia: “é inútil, não ganhamos nada – é como andar de luto”. O crédulo do sec. XXI diz: “que ganharemos? Qual a vantagem em ser religioso?”. E pregadores ávidos de seguidores prometem o céu na terra – alguns chegam mesmo a prometer terra, com título e tudo, no céu. E, enganados e enganadores, vão se abraçando num aperto insano e mortal.
A promessa de Deus para os fiéis é abrir as janelas do céu, é derramar bênçãos sem medida. Você já parou para pensar se sua religião pode ser resumida em “confiar no Deus da aliança”. Antes de responder, deixe-me te lembrar quais são os termos da aliança de acordo com as palavras do próprio Deus (Jr 31:33).
Em primeiro lugar, vamos tratar da parte superior desta aliança de suserania, de governo e de manutenção. Deus diz que vai ser o seu Deus. Isto lhe parece pouco? O Senhor do universo, o criador de todas as coisas, o sustentador de tudo quanto há diz que vai cuidar pessoalmente de você, de cada detalhe de sua vida. Nem um ato, nem um pensamento, nada, absolutamente nada vai estar fora do seu raio de ação. Deus está dizendo que colocará todo o seu ser onipotente, onipresente, onisciente em completa e íntima ligação contigo e ninguém poderá te separar dele (Rm 8.38-39).
Em segundo lugar, tratamos da parte governada. Ele está dizendo que você lhe pertencerá – e que ele vai governar sua existência provendo a satisfação de todas as suas necessidades, estabelecendo um caminho de retidão (Ef 2:10) e, à medida que você anda nelas, terá seu coração moldado e os desejos de seu coração estarão em tal harmonia com a Sua vontade que serão todos satisfeitos (Sl 37.4-5) e você, então, poderá experimentar a vontade de Deus como Habacuque experimentava: reconhecendo ser ela boa, perfeita e agradável (Rm 12:2).
Em terceiro lugar, precisamos tratar do tipo de aliança que Deus estabeleceu – e os termos dela podem ser encontrados em Dt 28. Deus estabeleceu uma aliança condicional, isto é, ele, soberanamente, propôs termos que incluíam perfeita obediência, submissão incondicional e serviço voluntário e, em decorrência do cumprimento por parte dos seu servos, ele supriria todas as suas necessidades sociais, familiares e econômicas (Dt 28.11-12) mas, ao mesmo tempo, em caso de desobediência, os faria perecer (Dt 28:45). E mesmo para os faltosos Deus estabeleceu a oportunidade de conserto, de arrependimento (Is 1.18-20).

CONSIDERAÇÕS FINAIS

É curioso que no tempo em que há mais Igrejas sendo espalhadas pelos quatro cantos das cidades seja justamente o tempo em que a Igreja seja mais desprezada por seus sempre insatisfeitos frequentadores.
Israel, em primeiro lugar, desprezava o reino de Deus porque desprezava Deus. Você investe no que ama – Israel não amava o reino de Deus, portanto, não levava os seus dízimos para a casa do tesouro que Deus estabeleceu como expressão visível de seu reino invisível.
Em segundo lugar, Israel não confiava em Deus. Sua confiança estava no quanto pudesse ajuntar em seus celeiros, no quanto de ouro e prata pudesse colocar em seus cofres – coisas que eles podiam fácil e rapidamente perder. Seus valores eram terrenos e não eternos.
Em terceiro lugar com sua desconfiança em Deus e seu desamor para com o reino Israel se esquecia que com isso causava dano a si próprio porque deixava de ser objeto da bênção de Deus e passava a ser alvo da sua maldição por causa de sua própria desobediência.
O novo Israel tem cometido os mesmos erros. Tem voltado seus olhos para a terra, tem feito aliança com políticos, tem esperado dos poderes deste mundo que solucione os seus problemas, que publique leis que lhe sejam benéficas, se esquecendo que a lei maior a ser obedecida é a de Deus – e que ele move o coração dos reis quando bem entende, portanto, sua aliança tem que ser com o santo Rei dos reis, e não com reis vassalos e ímpios.
O novo Israel tem cometido os mesmos erros. Pergunte para você mesmo: em sua ordem de prioridade na semana, onde está o reino de Deus. Ler a constituição do reino é sua prioridade? Conversar com o rei é sua prioridade? Servir aos seus conservos é sua prioridade? Juntar-se a eles para agradecer o bem que o rei lhe faz é sua prioridade? Quantas vezes por semana você congrega? Quanto tempo você ora? Quanto tempo você dedica à leitura das Escrituras? Como é a sua contribuição – você, diante de Deus, passaria no teste da fidelidade e da liberalidade?
São suas práticas que demonstram os valores do seu coração. Era relativamente fácil chegar em algum lugar e destruir uma estátua, como fez Gideão – mas destruir o ídolo interior do coração dos homens é muito mais difícil (Jz 6:31). É relativamente fácil se tornar membro de uma Igreja cristã – mas somente quem verdadeiramente nasceu de novo torna-se parte do reino de Deus (Jo 3:3).
Você tem certeza que é parte deste reino? Já se converteu? Já nasceu de novo? Já existem evidencias disto em sua vida? Se não, arrepende-te. Crê e seja salvo pelo Senhor (At 2:38). Não adianta você me dizer: já sou membro de Igreja – você precisa ser é membro do reino de Deus e isso precisa transparecer em sua mente, através do arrependimento, em seu coração, através de uma conversão de caminhos para Deus, e em sua vontade, através da prática de obras que demonstrem o que você diz ter no coração e na mente (At 26:20).

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