Sei que é difícil. Quase todos os que ainda dispõem de um tempinho
para conversar comigo dizem a mesma coisa: “Estou sem tempo”, ou “Tenho isto,
aquilo e aquiloutro para fazer”... Eu também não sou diferente... Famílias,
estudos, trabalho, lazer... É uma correria. Quando pensamos que vai aliviar,
coisas novas surgem. E a tentação de inseri-las em uma agenda já abarrotada de
compromissos é muito grande, até que no fim fique aquela sensação de que algo
ficou para trás, algo não foi feito ou não foi feito adequadamente.
Então, me permita te dizer algo muito importante: Pare! Pare agora! Pare por uns
instantes e então pergunte a si mesmo: “Toda esta minha correria está
cooperando em que para o avanço do reino de Deus?” “De que maneira o meu estilo
de vida, a forma como administro o meu tempo, os meus recursos, minha
capacitade intelectual, minha força física, os meus dons e talentos estão
ajudando no processo de conhecimento e implantação da vontade do Senhor, do meu
Senhor, do meu Deus, entre os homens?”
Não são perguntas fáceis, especialmente porque exigem uma
autocrítica severa - e quase sempre somos muito bons em nos assentarmos na
cadeira de juiz dos outros, ficaríamos até razoavelmente desconfortáveis se
colocados em cadeira de réus em um tribunal, mas é difícil ser réu e juiz ao
mesmo tempo. Um réu que conhece todas as suas falhas e um juiz que conhece
todas as falhas do réu e que, se quer mesmo o bem do réu, não pode ser
complacente, porque isto em nada lhe ajudará.
Você pode dar algumas respostas a estas perguntas. A primeira
delas é “Não me importa”. É uma resposta natural, mas não espiritual. É
uma resposta que demonstra não haver comprometimento com o reino de Deus, não
haver desejo de que o conhecimento do Senhor encha a terra e pecadores sejam
impactados pela vida e testemunho cristão. É uma resposta que tem recompensa
certa, pois naquele Dia o Senhor dirá: “Nunca vos conheci”.
Você também pode responder: “Não sei”. Mas uma máxima legal
muito conhecida é que o
desconhecimento da lei não isenta do descumprimento da mesma, ou, dito de
outra maneira, se você não sabe o que o seu Senhor espera de você, você está
equivocado. E, mais ainda, o que a Escritura afirma é que a lei de Deus está
gravada nos corações dos homens de modo que ninguém é indesculpável por não
cumpri-la. Você pode até não saber sobre costumes e regras dentro da Igreja,
mas, se és cristão, não pode alegar desconhecimento da lei do Senhor. Você
sabe, talvez não admita, mas sabe se está ou não contribuindo para o progresso
do reino.
Você também pode acrescentar: “À minha maneira dou minha
contribuição”. Mas é assim mesmo que tem que ser? Paulo diz que ninguém é
coroado no estádio se não lugar segundo as regras. O Senhor Jesus diz que o
servo bom e fiel é aquele que é encontrado fazendo segundo a vontade do seu
Senhor. O bom soldado é aquele que faz a vontade daquele que o arregimentou. O
bom discipulo é aquele que cumpre e guarda os mandamentos do seu mestre.
Cooperar para o crescimento do reino é cumprir a vontade do Senhor, sem se
desviar, nem para a direita nem para a esquerda.
Se sua resposta for negativa, sob qualquer hipótese, então, é
preciso considerar que há um problema sério, grave e que exige solução
premente, imediata, urgente. Então, pare!
Pare agora! Na vida - e não
existe nada parecido com vida secular e vida cristã, você só tem uma vida que
se expressa em culto público, formal e congregacional, e vida de culto, no seu
dia a dia - na vida não existe a tal da neutralidade, a “terceira via” como
alguns querem fazer-nos crer. Não existe nem mesmo a compartimentalização em
coisas religiosas e coisas seculares.
Você só tem uma vida. E você não pode ser neutro. No reino de
Cristo não há a menor possibilidade de alguém ser neutro. Ou você é um
cooperador, ou é um peso. Lembrando palavras ouvidas a muitos anos, ou se é um
missionário ou se é campo missionário. Usando as palavras de Jesus, ou se é
amigo ou inimigo, ou está ajudando ou atrapalhando, ou está contribuindo ou opondo.
Não existe, na bíblia, a ideia de que “muito ajuda quem não atrapalha”. Segundo
a bíblia só ajuda quem ajuda, e quem não ajuda atrapalha. Tente ficar parado no
meio de uma sala enquanto alguém a está limpando e me responda: você ajudou ou
atrapalhou?
E então... Pergunte a si mesmo: “Como eu julgaria alguém como
eu mesmo?” Estou colaborando
ou atrapalhando? Lembre-se: não existe meio termo. Ou ajunta, ou espalha. Ou é
por Cristo, ou é contra Cristo! Ou ouviremos um “muito bem”, como servos
bons e fiéis, embora inúteis e que, quando fazem tudo nada fazem além da
obrigação, ou, então, ouviremos um fora eternal.
O que fazer quando, após uma avaliação honesta da própria vida
perceber que não está tão adequada ao padrão, que não pode ser contado entre
aqueles que são “pelo Senhor”? A única atitude adequada é humilhar-se perante o
Senhor, arrepender-se de quaisquer pecados (a omissão é um exemplo disso),
pedir perdão e começar vida nova, que demonstre a veracidade deste arrependimento.
Ore ao Senhor para que ele fale ao seu coracao, e que a veracidade de sua santa
Palavra, mediante o Espírito, o convença daquilo que é errado e você perceba o
juízo de Deus sobre isso, que o mesmo Espírito o oriente para o que é correto,
desejável e agradável aos olhos do Senhor, e, assim, você goze paz com Deus.
Esta é, sem sombra de dúvida, a grande bênção de, após um julgamento tão
criterioso, não ter mais nem mesmo o nosso próprio coração a nos acusar. Mas,
para isso, precisamos parar. Talvez precisemos retroceder um pouco e, então,
recomeçar. É tempo. Ainda não é tarde demais. Que o Deus eterno ministre aos
nossos corações.
Do coração do pastor
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